Pagan: Technopolis

Pagan: Technopolis

released on Aug 11, 2018

Pagan: Technopolis

released on Aug 11, 2018

An Entirely Pleasant Nightmare


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RPG


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pretty crusty but has little glimmers of the cool stuff to come in upcoming games. many indies of this sort will feel unfinished or thrown together, but you can tell there was an effort put in here to at least have some closure on the experience

A forma que Pagan usa jogos virtuais para enaltecer sua temática é muito competente.
Afinal, o que é melhor para falar sobre arte morta do que video games? A mídia que nasceu e cresceu junto a tecnologia, esta que a parasitou e a privou expressão e sensibilidade, deixando apenas um vazio industrial.

Pagan emula esse ocaso e busca no exotérico uma fuga para a arte nos jogos. Essa caminho naturalmente leva para uma postura pós moderna que quebra em camadas a influencia de arte em tecnologia com mecânicas simples, mesmo que caótica em forma.


Dizem que a escultura já está na pedra antes dela ser esculpida. O artista está apenas revelando-a. Esse jogo nos coloca nessa posição de revelar a obra com uma mecânica de colecionáveis que resultam em uma revelação escultural.

Me pergunto se não somos sempre assim em jogos, quebrando lentamente a tecnologia da obra. Temos que passar por gráficos, framerate, otimização, resolução e controle para então acessarmos o núcleo da obra. Quando finalmente nso livramos da análise tecnológica é que podemos encontrar a arte. Foi uma grata surpresa (e completamente simbólico) encontrar a Vênus de Milo sendo revelada ao fim desse jogo. A estética deficiente está em tudo, mesmo que indiretamente.

Pagan usa um pós-modernismo para libertar a arte da tecnologia dos jogos eletrônicos. Quero muito ver onde isso vai dar.

se a história das pessoas que passaram a sonhar em preto e branco depois da invenção da televisão for verdade, como será que a gente sonhava antes de passarem a usar sonhos como artifícios narrativos? não dava pra representar um sonho antes deles serem explorados massivamente através de dispositivos midiáticos porque todo mundo tinha uma mente, história e sinapses peculiares o bastante pros sonhos serem demonstrações exclusivas. todo sonho era diferente porque todo mundo era diferente. os símbolos identificáveis para a criação de dicionários oníricos sempre foram muito mais hermenêuticos do que observáveis por razões claras.

a tecnologia e a documentação de sonhos cria uma nuvem metafísica de como sonhos Devem Ser, e portanto todos os sonhos são assim. o nosso cérebro funciona como uma rede neural artificial, buscando espaços similares e familiares a arcos narrativos prontos e mudando os personagens e cores (de vez em quando!) para conseguirmos ler alguma coisa depois. a maneira que o mundo dos sonhos tinha de se preservar era ser esquecido imediatamente pois assim sua força de divinação se concretizava: apenas uma sugestão, nunca uma ordem. hoje a gente anota o sonho em qualquer aplicativo que vai nos dar centenas de estatísticas e interpretações se baseando em folclore (a wiki informal) e dados.

a tecnologia (não só a parte de análise estatística, a escrita por si só também é tecnologia) moldou nossos sonhos individualmente e coletivamente, mas a tecnologia só é influenciada individualmente de volta. de quem são seus sonhos?

I swear to GOD the ambient sounds in this game sounded SO MUCH like stuff going on in my house godDAMNIT