Após as aprox. 8-9 horas de Signalis eu sai sem entender praticamente nada... Mas talvez seja exatamente isso que o jogo queria que você se sinta.

Signalis é muito menos um jogo sobre entender e mais um jogo sobre sentir.

Uma historia sobre luto, sobre amor, sobre identidade, sobre proposito.

A busca por um motivo para seguirmos em frente, um sentido para nossas vidas.

Uma historia sobre encontrar aquilo que não pode ser mais encontrado, sobre perseguir um fantasma pois ele é tudo que resta para você.

O terror cósmico e a distopia fascista servem apenas de pano de fundo para uma narrativa intimista e profundo sobre a superação do luto, mas que não resta nada após supera-lo.

Tendo realizado apenas um e (provavelmente) o final mais fácil de ser conseguido, me pergunto se resta alguma coisa no fim da jornada de Elster.

Signalis é um jogo que, desde que finalizei ele pela primeira vez, não sai da minha cabeça, é um jogo que não paro de pensar e de sentir, e talvez seja exatamente isso que o jogo queira.

É uma experiência intima, profunda e marcante, uma verdadeira obra de arte, sua estética é extraordinária, sua trilha sonora sutil, mas envolvente, sua narrativa críptica, por vezes metalinguística, fazem desse jogo uma experiência única e verdadeiramente envolvente.

Se há algum defeito que possa ser apontado aqui possivelmente estaria em seu gameplay, que apesar de representar um excelente Survival Horror, por vezes seu inventario (bastante) limitado, pode tornar o backtracking aqui uma experiência desagradável e elevar um pouco o nível de dificuldade do jogo, mas ao mesmo tempo se tornando um detalhe insignificante perante a tudo que essa obra representa.

Signalis é um marco para os jogos indies, um marco para o Survival Horror, e um marco para toda essa forma de mídia.

A Rose-Engine criou aqui um verdadeiro clássico e um jogo virtualmente perfeito e que continuará na minha memoria por muito, muito tempo.

- This Space is intentionally left blank -