Antes de começar a propriamente dita review de Toem gostaria de comentar que eu sempre fui muito vidrado em tirar prints e usar modos fotos em jogos, seja para fins de tirar uma foto bonita do jogo, guardar um momento ou só por ter acontecido algo engraçado; eu sempre gostei de fazer isso porque fotos são a cristalização física desses momentos especiais ou marcantes de tudo em nossas vidas, tirar uma foto de algo que foi importante para você e então ver essa mesma foto anos depois é como viajar no tempo, sentir os prazeres daquela época mais uma vez tanto pro bem quanto para o mal, mesmo assim todas essas memórias são importantes para nossa própria história, nossa jornada em busca de algo e recordar de como era antes de cada passo dado nessa aventura pessoal. Isso é importante pois Toem é sobre tudo isso, uma jornada pessoal que você acompanha tirando justamente fotos como seu objetivo principal, o jogo funciona como um pequeno coletaton que você passa de área em área coletando insígnias que vão te dar a passagem até o final, e para consegui-las se deve ajudar os moradores locais de cada área tirando fotos; e assim se joga o jogo, nenhuma grande jornada com um objetivo final glorioso, apesar que no final há um grande objetivo que sim é glorioso, mas essa jornada não é grande nem é sobre ser grande, é justamente sobre as coisas pequenas, coisas pequenas mas que ecoam grandes sentimentos, assim como ver uma foto de infância.
Os favores que são feitos para os personagens são bem diversos, sempre contando uma história que pode ser engraçada, emotiva ou apenas um desafio, que sempre envolvem tirar fotos e no final sempre há uma recompensa não algo fútil como um simples upgrade ou um avanço na história (apesar que tem quests que você ganha justamente isso) você ganha a chance de ajudar, fazer parte da pequena história daquele personagem e a história dele sempre estará no seu álbum de fotos.
Tirar fotos é realmente muito legal, e nesse jogo você vai tirar ate quando não há a menor necessidade, ou se você for esperto vai tirar uma foto que vai ser importante para um personagem antes mesmo dele pedir para tirar, ou se for MAIS esperto ainda vai tirar só um monte de fotos dos vários animaizinhos do jogo.
Mas tirar fotos bonitas ou engraçadas não seria possível se o mundo do jogo não fosse belo ou tivesse carisma, mas nesse caso tem até de sobra; seguindo um estilo monocromático com gráficos 3d e personagens desenhados a mão, esse mundo se torna muito especial de fotografar, tudo traz um conforto, os personagens são fofos e tem sempre uma personalidade legal, os cenários são muito bem construídos, e o fato dele ser monocromático ajuda nisso, principalmente no final dele, pois isso cria um mundo único, tão carismático que nem precisa de cor, tudo foi feito com muito carinho pela equipe, eles realmente queriam fazer algo especial, e isso pode ser dito pela música que segue essa questão de ser confortável e relaxante, que acompanha os momentos tão especiais que o jogo mostra ao jogador e as músicas podem ser escolhidas a vontade pois elas tocam em um tocador de música Uóquimen; tudo isso gera a atmosfera de uma jornada, uma viagem com o intuito de ver e conhecer coisas únicas e diferentes, aproveitar cada coisinha de forma individual, sem se preocupar com o que tem de grande ou mirabolante na vida, apenas curtir as pessoas e situações que você encontra, eu comentei que havia sim algo grande e glorioso no final, mas até para alguns isso pode ser algo meio bobo, mas que encapsula perfeitamente tudo que o jogo diz sobre esses momentos, que não irei falar mais pois tem que jogar, o jogo é curto de todos as formas.
Toem se auto intitula um jogo sobre apreciar as pequenas coisas da vida, algo importante para os dias de hoje em que todos estão tão preocupados com o que o futuro nos aguarda e esquecendo de aproveitar o presente, por isso que as pessoas se pegam vendo fotos antigas e ficam felizes por lembrarem de memórias bonitas mas também porque remete há um tempo mais simples, todos estão tão cegos pelo futuro que a única forma de aproveitar o presente, é quando ele já virou passado. E Toem eu acredito que tem como objetivo nos fazer entender que fotos não servem como um escapismo de uma realidade, nem como forma de nos prender no passado e pensar que tudo vai ser ruim ou que tudo está ruim, mas sim simplesmente recordar disso e pensar que uma história já contada é importante mas o presente é bem mais, por isso tiramos fotos, e por isso eu apreciei tanto esse pequeno jogo chamado Toem.