É difícil falar sobre coisas que significam muito pra gente, ainda mais se você não tiver habilidade com as palavras que nem eu, porque nada que você diga parece fazer jus a experiência que você teve. É assim que eu me sinto com Celeste. É complicado para mim expressar corretamente o quanto a mensagem desse jogo ressoou comigo, me emocionou, fez eu me entender melhor e me encheu de esperança. Um jogo que enquanto você, como jogador, supera desafios difíceis de plataforma, te ensina ali com a história dele que a coisa mais difícil de superar é a si mesmo, se aceitar, parar de brigar com seu lado ruim e trabalhar em conjunto com ele.

O jeito que a mecânica do jogo e a sua temática conversam é uma coisa fantástica. É um jogo difícil sim, mas essa dificuldade não está lá apenas para punir, ela dialoga com os obstáculos internos (e externos) da protagonista.  Cada pedaço difícil que você supera, cada morango que você consegue pegar, cada trecho que você conquista, te motiva e faz sentir que você superou os obstáculos junto com a Madeline.

Um ponto negativo, é que mesmo com todo esse cuidado e significado, a dificuldade do jogo traz sim frustração e as vezes, de maneira irônica, ansiedade. Talvez o jogo saiba disso, pois em determinado momento ele literalmente te ensina uma técnica de respiração. E deixa bem claro que pegar os morangos desafiadores não é algo necessário para aproveitar o jogo na sua completude, é opcional. O jogo sabe e deixa claro que é para você se divertir, não sofrer, embora seja inevitável passar raiva e se frustrar algumas vezes.

É uma mistura perfeita de jogabilidade e história  e algo que apenas videogames conseguem fazer. Por tudo isso e mais um pouco virou um dos meus jogos favoritos da vida.