Sentimentos muito divergentes após terminar

Eu acho que não sei muito bem por onde começar a fazer a review de Eiyuden. Basicamente eu nunca fui fã de jogos de RPG e, curiosamente, eu não sei explicar o motivo disso. Sempre demorei muito para engatar em um RPG e com Eiyuden não foi diferente, mas vamos lá para a review.

O começo e a história: Ele tem um começo extremamente simples, aliás, eu passei boa parte das exatas 24 horas que fiquei jogando, achando todo o plot e história extremamente simplória. No final das contas, de fato não é nada extremamente inovador ou mindblowing, mas é cativante, pois os personagens (jogáveis e não jogáveis) quase todos conseguem se destacar bem e as conversas com cada um, quase sempre trazem nuances cômicas ou dramáticas que dão um ótimo tom no game.

Lá para ao final você começa a suspeitar de algumas coisas que estão acontecendo e ele vai ganhando corpo, inclusive o final totalmente em aberto, foi conduzido de uma forma excelente que deixa com a pulguinha atras da orelha.

Agora, apesar de simples e cativante, todo o contexto para você avançar na história é muito maçante e, por vezes, bem cansativo. O jogo conta com 7 áreas principais (sendo 6 de combate e a cidade onde você está vivendo) e existem muitas, mas muitas missões secundárias que são totalmente descartáveis por serem chatas e só servirem para encher linguiça.

Então, basicamente você vive em um looping gigante de backtracking, sempre para os mesmos lugares, enfrentando os mesmos monstros, nos mesmos lugares em cada uma dessas áreas de combate. Beleza que assim como os seus personagens, os inimigos aumentam de nível para seguir você e causar um desafio maior, mas isso não se paga e você consegue, com os atributos de evolução, passar por todos eles com grande facilidade.

Mas, para evoluir o seu personagem da melhor forma, digamos que você é obrigado a realizar praticamente todas as missões secundárias, inclusive pq a não realização de algumas delas, bloqueiam outras. Então, quanto mais missões fizer, mais forte você fica, e isso faz com que você vire o maníaco dos carimbos (a cada missão que você realiza para os NPCs, você ganha um carimbo que é cumulativo e em cada parte do game, você precisa coletar um número específico e preencher uma cartela de carimbos).

Jogabilidade simples e gostosinha: Os controles são extremamente básicos e perfeitamente precisos. Você começa o jogo com um personagem, mas com o tempo desbloqueia outros dois e cada botão do controle funciona como a ação de golpe de cada um, com o A servindo para os pulos e o gatilho direito como o “especial” desse personagem. Um tem a opção de corrida, outro de defesa etc.

E por que os comandos são extremamente precisos? Eu achei que nesse estilo de cada botão comanda um, o encadeamento de combos entre os personagens uma parada muito legal. Principalmente nas batalhas contra chefes ou inimigos com level muito mais elevado que o seu, pq faz com que você pense em estratégias para tirar o máximo deles e dos atributos que você pode configurar e mudar a qualquer momento, dependendo do estilo dos inimigos (terra, fogo, eletricidade e gelo).

Cenários bonitos, porém mortos: Como mencionado antes o jogo possui 7 cenários. A cidade é muito charmosa e vai progredindo conforme o tempo e as ajudas que você dá para os habitantes, então ela vai mudar muito ao longo do tempo. Agora, os cenários de combate, esses não mudam nada. Eles de fato são bonitos, funcionando em um estilo dungeon, mas vão se repetir por incontáveis vezes que o backtracking for necessário. Lá com umas 10 horas de gameplay eu já estava extremamente saturado de tudo aquilo.

Trilha sonora ou trilha de tristeza?: Definitivamente uma das partes que eu achei mais fraco. São músicas simples, nada cativantes e em pouca quantidade. Como disse, você vai ter um backtracking enorme e, em todos os momentos do jogo, a cada vez que você entra em uma área do jogo, sempre toca a msm música, não muda. Tipo, com umas x horas de gameplay, a trilha nem passar por uma versão diferente passa, é sempre igual.

Veredicto: Eu não sou um fã hardcore de RPG e pouco conheço/joguei sobre esse gênero. Tenho certeza da quantidade e qualidade de jogos nesse estilo e, se você é um jogador assíduo de RPG eu até recomendo o game, mas, para um newcomer, talvez esse não seja o jogo para fazer você cair de amores pelo gênero. Não me entenda mal, ele é sim um jogo legal, mas a repetividade de praticamente todos os elementos, com a duração extremamente grande, faz com que ele seja degustado de uma forma diferente. Ficou nítido que ele terá uma sequência e eu estou extremamente ansioso para ver onde vai dar e espero que a equipe reveja algumas das decisões que colocaram aqui.

Reviewed on Nov 22, 2022


5 Comments


1 year ago

> 24h de jogatina
> RPG
> "duração extremamente grande"

https://i.imgur.com/pLPq6Et.jpeg

1 year ago

@CDX hahahahahah mt bom. Cara, eu sou super de boas com relação a duração de games, mas o problema do Eiyuden na minha visão, foi a repetitividade de praticamente todos os elementos, ficou bem cansativo. Fora isso, eu to doido pra mergulhar em muitos mundos de RPGs com longa duração.

1 year ago

Dos curtos, recomendo Chrono Trigger e Transistor.

Dos "longos", Final Fantasy 6 e Paper Mario 1 e 2.

1 year ago

Transistor e os Paper Mario entrando na lista, os outros já estão hehe

1 year ago

Invoco o @lpslucasps para recomendar bons RPGs.