Ok, talvez tudo que fale seja mega anacrônico, mas particularmente não ligo, então sigamos.

É impossível negar a importância desse jogo para a mídia, chegando ao ponto de reformular várias coisas que eu pensava a respeito, nesse caso, o mérito dessa obra é altíssima. Extremamente a frente do seu tempo e fazendo coisas, por mais rudimentar que fossem, os quais são levadas até hoje, como logs e narrativa continua enquanto jogamos.

Dando os devidos créditos para o game, agora precisarei relatar a experiência tão singular que foi passar 20 horas nele: A vantagem primordial dessa versão em particular, se encontra na possibilidade de jogar em tela cheia e em usar o mouse; detalhes que hoje em dia, são básicos, mas dou os créditos para o game, por ser algo tão inédito para a mídia. Contudo, jogar sem esses dois recursos atualmente o torna injogável.

Primeiro que, não faz sentido não usar a tela cheia num geral, pois ela só servia para possibilitar a execução do jogo em sistemas da época, atualmente, ele só se torna um desafio. É quase impossível ler algumas instruções do jogo sem estar em fullscreen, e a falta do mouse transforma a experiência em uma tortura imensa, por isso, ambas as coisas se tornam obrigatórias para se jogar.

E entendo perfeitamente que varias coisas são frutos da época, mas essas questões tornam tudo levemente frustrante em alguns momentos. As fases que são labirintos e às vezes, são confusas demais, o que não ajuda muito que alguns dos objetos interativos, são texturas pouco destacadas, o que te faz ignorar até se acostumar; criam uma dinâmica mais estressante do que divertida. E ao decorrer das longas horas que passei nessa obra, esses detalhes começaram a encher o saco, e o que está até divertido nas primeiras horas, se tornaram um leve martírio.

Não ajudou muito também, que muitas das tarefas eram vagas demais ou meio confusas, o que me deixava mais perdido ainda. O que tornou o uso de um guia, obrigatório para a conclusão, pois diversas vezes eu não tinha ideia de como realizar uma missão em particular por, eu não ter entendido direito ou devido ao mapa que me confundia muito. Várias questão como falta de sinalização também são recorrentes nesse game, nada é dito, tudo é deduzido — às vezes isso funciona bem, mas muitas vezes é só confuso.

Ao menos posso dizer que, a SHODAN foi definitivamente interessante de se ver, ela é basicamente um protótipo da GLaDOS de Portal, o cinismo é recorrente e chega até a ser meio cômico. Há momentos que ela te elogia, mas até quando faz isso, a IA está te xingando ao mesmo tempo, é divertido e interessante de ver sua personalidade medonha.

Outra coisa legal, é o Cyberspace, que sim, é datado hoje em dia, mas segue sendo um dos melhores mini-games de hack que tem. Primeiro que a possibilidade de navegar pelo mundo virtual, torna tudo mais interessante do que diversas outras abordagens que vi por aí. Só precisa ser refinando, pois às vezes, tal como o mapa fora desse espaço, as coisas se tornam um tanto confusa; a quantidade de tempo que passei em um em particular é triste.
O design de som também é algo nessa jornada, ela em si não é ruim, mas também não é boa. Vejamos, é esquecível e alguns sons conseguem ser irritantes a longo médio prazo, e isso com o volume baixo, com ele no padrão a necessidade de remédio para dor de cabeça se torna recorrente. Mas ao menos aqui, existe algum indicativo de inimigos próximos, já que eles fazem barulhos estranhos quando estão na a proximidade. O que é legal.

Tenho outras coisas para falar também, mas como tenho que debater sobre alguns aspectos (inclusive os que citei), deixarei por hora, incompleto. Foram as primeiras impressões pós-conclusão. O resultado é que: temos um jogo datado, mas que até atualmente é possível de se divertir, contudo, os aspectos antiguados pensam muito ao ponto de tornar tudo estressante. Apenas recomendaria em casos de estudo de mídia ou gênero, pois a gratificação de jogá-lo é baixa.

E só para finalizar: Bioshock não é e nunca será um Immersive Sim.

Reviewed on May 15, 2023


3 Comments


11 months ago

Bioshock é 100% um FPS, todo mundo sabe disso. =P

11 months ago

Quem me dera, a quantidade de gente que chama Bioshock de immersive sim é triste

11 months ago

"E só para finalizar: Bioshock não é e nunca será um Immersive Sim." - Já fui uma dessas pessoas a falar isso kkk.