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December 31, 2023

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June 12, 2023

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Agora sim chegamos na atração principal que todo mundo adora, System Shock 2, simplesmente um dos melhores jogos de PC de todos os tempos sem sombra de dúvidas, e com certeza um dos ícones dos Immersive Sim.

A gameplay é uma das coisas mais importantes desse jogo, e também com certeza a melhor coisa do mesmo, pra começar, esse foi um dos primeiros jogos de FPS (bem, tecnicamente Strife fez isso primeiro mas é aquilo né) a implementar mecânicas de RPG como algo fundamental do jogo, e senhor como a customização de personagem é grande para um jogo com uma campanha relativamente linear se comparado a outros jogos de RPG lançados alguns poucos anos antes, dá pra jogar de várias maneiras, quer jogar como um mago espacial? Você pode! Quer ser um típico cara das armas de fogo convencionais? Você pode! Quer ser um guerreiro completamente corpo a corpo? Você pode! Quer jogar de forma stealth a la Thief The Dark Project, considerando que ele usa a mesma engine do tal? Deu para entender a essa altura o que quero dizer, dá pra jogar com várias builds diferentes, todas têm vantagens e desvantagens, por exemplo, se você focar em poderes psiquicos, você terá acesso a alguns poderes que variam de "ok" pra "muito loko" tipo a barreira mágica ou o anel de fogo em torno do personagem, mas fica vulnerável sem mana (ou PSI como é chamado), e por aí vai, e ainda por cima dá pra fazer umas coisa muito loka tipo stackar tanta velocidade com speed booster e agilidade máxima e o poder que aumenta agilidade que tu vira o fodendo Flash voando pelo mapa, a ponto de tu tomar dano quando bate numa parede (eu não estou brincando), já que o jogo não tem speed cap, o único defeito disso talvez seria que alguns poderes e upgrades são muito mais fortes que os outros, mas ao menos não é no mesmo nível que Bioshock onde pelo menos uns 90% dos poderes são quase completamente inúteis (edit: Retiro o que eu disse o System Shock 2 sofre de desbalanceamento mais ainda que Bioshock), e inclusive alguns upgrades dá até para ignorar completamente tipo alguns atributos Tech ou até mesmo os poderes psíquicos, além disso aqui ao invés de você precisar de XP (que na maioria dos jogos seria pego matando inimigos ou fazendo quests) para liberar os upgrades, aqui você precisa de Cyber Modules, que são liberados avançando nas quests principais OU explorando o mapa, é claro, e como os Cyber Modules são relativamente limitados, realmente te fazer pensar no que você deseja upar ou não, e mesmo com tudo isso de poder daora, nem pense que esse jogo vai ser 100% fácil, dependendo da sua build algumas partes vão ser até que difíceis. Ah e falando em explorar o mapa, o Von Braun é também muito legal de explorar também, apesar de eu preferir a Citadel Station, e aqui não tem a mecânica de Nível de Segurança envolvendo câmeras igual o primeiro jogo, ou seja, quer explorar o máximo do Von Braun possível? Sai hackeando tudo por aí caso tenha alto atributo Hack. Além disso também tem outras mecânicas que você pode manjar como é caso tenha jogado Bioshock antes tipo um Replicator (Vending Machine no Bioshock) e o alerta de câmeras (aqui atrai a atenção de vários inimigos ao invés de spawnar inimigos exclusivos ao contrário de Bioshock), e também a mecânica de pesquisa, que ao contrário de Bioshock onde você tira fotos com a câmera nos inimigos para receber bônus de dano extra contra eles, aqui a pesquisa é um pouco mais complicado e meio chato, você tem que ter um item que tem chance de dropar de um inimigo, por exemplo, se for o macaco (SIM, TEM MASQUEICO NO JOGO), tu tem que botar pra pesquisar o cérebro, e ainda por cima precisa de um produto químico para completar, as vezes 2 ou mais dependendo do item, enfim algo bem chato, mas assim como o hack pode ser ignorado quase completamente (exceto por uma parte do jogo). Enfim, tudo isso culmina em uma das melhores gameplays de qualquer jogo de PC, ele combina tudo de bom do primeiro System Shock e mais um pouco de jogos como Half Life, Thief The Dark Project e Strife numa combinação muito insana, apesar de alguns elementos da gameplay serem meio datados tipo a droga da DURABILIDADE DAS ARMAS, algo que dependendo da build nem incomoda tanto mas se for jogar pra sair atirando em tudo tu pode se incomodar, e o quão desafiador pode ser o jogo no início, mas uma vez que pegar o jeito fica muito daora.

Agora cheguei numa parte que queria muito chegar, a história, e ela também é muito interessante assim como o primeiro, o plot inicial é um pouco diferente, ao contrário de você ser preso e mandado para um lugar por tentar hackear um site, você é convidado para uma missão especial na grande nave Von Braun, mas para isso precisa completar três testes antes (incluindo escolher a classe do jogo, OSA, Navy e Marine (nem sei se acertei os nomes kk)) e aí depois de três anos de treinamento tu vai na missão do Von Braun, porém um certo período tu acorda e tudo está errado, com é claro uma grande diferença, ao invés do vilão principal ser a SHODAN, aqui temos algo diferente, uma outra IA chamada Xerxes e os The Many, monstros que agem como uma mente só, e é muito daora ver esse conflito de interesses entre a SHODAN e o The Many, SHODAN é extremamente egocêntrica e quer a destruição da raça humana agindo por si só, enquanto o The Many agem num grupo como se fosse o corporativismo, com todos colaborando para o mesmo objetivo, e aqui SHODAN é reduzida a uma aliada do jogador, o que soa bizarro mas definitivamente foi uma escolha boa, imagina se em todo jogo você enfrentasse sempre o mesmo vilão de novo, e de novo, E DE NOVO? Seria chato né, NÉ CAPCOM E MEGA MAN X E SIGMA?! Mas mesmo assim, a atuação de Terri Brosius aqui ainda é sensacional e ainda assim assustadora, facilmente uma das melhores dubladoras dos videogames. A história ainda é contada por audio logs, só que dessa vez é meio óbvio que essa decisão foi 100% intencional para a imersão do jogo, afinal de contas é uma nave abandonada, sendo que Half-Life já fazia cutscenes entre personagens 100% in-engine, mas não me entenda errado, o método de audio logs ainda funciona muito bem aqui e assim como no primeiro jogo, alguns oferecem dicas para objetivos principais, enquanto outros contam relatos que ocorreram antes ou DURANTE a sua jornada no Von Braun, e é muito legal também ver gente sendo dominada pela mente do The Many e tendo a voz até mesmo corrompida por isso. Enfim uma história muito boa, apesar de definitivamente ser um pouco bizarro jogar isso depois de Bioshock, já que ele contém alguns aspectos similares em ambos história e gameplay como falei antes.

Visualmente o jogo não é dos mais impressionantes por assim dizer, os modelos 3D definitivamente envelheceram não exatamente dos melhores, os modelos 3D dos fantasmas das pessoas mandados na missão do Von Braun são genuinamente hilários olhando de perto, parecem uns bando de ET com olhos gigantes kkk, O Von Braun no entanto é legalzinho até, toda área é bem distinta entre si com uma paleta de cores diferente uma da outra, assim como no primeiro jogo. A trilha sonora é mais atmosférica, mais ao mesmo tempo também tem umas músicas mais techno que são muito boas, mas algo que todos citam e não posso esquecer é que o sound design dele é tipo Thief 1 e 2, por compartilhar a mesma engine de ambos, a Dark Engine, o que combina perfeitamente com o jogo, deixa o jogo mais assustador e com uma atmosfera de terror até mais eficaz que a do primeiro jogo (pelo menos na Enhanced Edition do primeiro, pretendo jogar a versão original eventualmente), de novo a atuação da Terri Brosius da SHODAN é sensacional e ocupa alguns dos momentos mais assustadores do jogo, e também alguns dos meus favoritos, ah e também tem os masqueico.

Em suma, no início eu não tinha curtido e achei inferior ao primeiro, mas depois de zerar ele, posso dizer que certamente prefiro mais esse que o primeiro jogo, um dos melhores jogos de PC e também um dos mais importantes da história dos videogames inclusive, dá pra ver muito bem como vários jogos se inspiraram em certos aspectos vistos aqui, tipo Bioshock ou até mesmo jogos tipo Far Cry (e talvez Fallout 3?? Duvido muito), eu posso até preferir Cruelty Squad e Deus Ex mais que System Shock 2, mas isso não faz do mesmo menos do que um jogo incrível!

9/10

Ah, e antes de terminar a minha review, eu quero me retratar sobre Bioshock, eu falei antes em outras reviews que Bioshock é um Immersive Sim, eu retiro o que eu disse, Bioshock não é um Immersive Sim, mas também não quer dizer que o mesmo não tem elementos de um, porque com certeza ele tem, tipo fases abertas com segredos para pegar, vários poderes para variar seu playstyle e entre outras coisas, porém é tudo bem mais simplifcado do que System Shock 2 ou outros jogos do gênero (e nem vem com o papo de que Immersive Sim é uma "FILOSOFIA DE DESIGN" e não um gênero, ele pode até ser uma filosofia de design, mas dizer isso me faz parecer um imbecil, além disso se for seguir essa lógica metroidvania também é uma filosofia de design), mas mesmo assim eu ainda continuo com a mesma opinião, de que Bioshock é a melhor porta de entrada para o gênero, e também recomendo jogar Bioshock antes de System Shock 2, já que assim tu pode se adaptar um pouco mais fácil com as mecânicas presentes aqui. Agora sim vou terminar a review de vez.

Edit: Depois de rejogar ele, eu mudei de idéia, prefiro mais o System Shock 2 do que Deus Ex, esse aqui dá pra fazer umas builds mais malucas que no Deus Ex não dá kkk, os dois jogos ainda são excelentes no entanto.