Starfield pra mim foi uma jornada de altos e baixos que refletiu as expectativas elevadas que muitas pessoas tinham (inclusive eu) para o projeto mais ambicioso da Bethesda que foi idealizado há mais de duas décadas, segundo Todd Howard, o criador do jogo. Visualmente, o contraste é notável: as paisagens planetárias são de tirar o fôlego em alguns momentos e o detalhamento dos objetos e ambiente internos são muito bonitos, mas a modelagem ultrapassada dos personagens principais, NPCs, vegetação e algumas criaturas deixa a desejar. A trilha sonora sci-fi é muito boa, e eu curti bastante apesar de não ser marcante. A jogabilidade, embora funcional e possuir controles bem responsivos, não chega a ser extraordinária, o combate é simples com algumas variações e uma dificuldade moderada, mas o maior problema pra mim foram os loadings excessivos. Você tem um loading para entrar numa casa ou loja, um loading para entrar num elevador, loading pra decolar e pousar, loading para fazer uma dobra espacial, etc... praticamente tudo que se faz nesse jogo, se passa através de loading, e isso acaba irritando muito com o passar do tempo e deixando o jogo extremamente desinteressante. A exploração, outro aspecto crucial em um jogo com temática espacial, se tornou um ponto complicado para mim. A ausência de veículos para auxiliar a locomoção dentro dos planetas, juntamente com os inúmeros loadings, acabaram tornando a exploração extremamente monótona e maçante. No entanto, o destaque positivo vai para a mecânica de criação de entrepostos, gerenciamento de bases, e personalização de naves, temos aqui um leque de possibilidades infinitas e deixa o jogo um pouco mais divertido. No que diz respeito à narrativa, temos outro contraste entre missões principais e secundária. As secundárias são mais elaboradas, envolventes e apresentam personagens mais profundos, enquanto a história principal mesmo com bons personagens de apoio, eu considero totalmente irrelevante, trama totalmente previsível culminando em um final decepcionante. A falta de interpretação e cinemáticas dinâmicas dos personagens "ajudam" a prejudicar a imersão, câmera fixa nos diálogos e personagens com pouca ou quase nada de expressão em pleno 2023 é algo muito ultrapassado. Joguei no PC, inicialmente com uma RX6800 e depois com uma RTX 4070TI, e precisei recorrer a mods da comunidade, especialmente o mod de DLSS (não disponível nativamente no lançamento), para resolver alguns problemas de desempenho. Enfrentei um bug irritante de perda gradual de FPS conforme ia jogando, que acredito ser uma limitação do próprio jogo em conflito com o mod. A escolha da Bethesda por uma engine ultrapassada foi um ponto crítico, limitando as promessas e potencial do jogo. Apesar dos problemas, eu recomendaria Starfield para fãs de ficção científica e temas espaciais, principalmente pela qualidade de suas sidequests e o sistema de gerenciamento e construção divertida. Minha dica principal seria não finalizar o jogo antes de explorar completamente, já que o final é fraco e decepcionante.

+ Gráficos e ambientação muito bonitos e detalhados;
+ Boa trilha Sci-fi;
+ Construção, customização e gerenciamento divertidos;
+ Missões secundárias bem desenvolvidas e interessantes;

- Modelagem horripilante;
- Loadings excessivos e irritantes;
- Exploração capada, maçante e enjoativa;
- História principal fraquíssima e decepcionante;
- Engine ultrapassada e desempenho problemático;

Nota: 8
Plataforma: GamePass (PC)
Finalizado em: 03/12/2023
Tempo de jogo: 87h16min