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in the past


Blazing Lazers tentou se desprender um pouco da estrutura de Aleste, e buscou experimentar mais com os levels em si, e o conhecimento adquirido com esse experimento é definitivamente muito bem vindo para os shooters posteriores da Compile, e Aleste 2 demonstra isso muito bem, traduzindo o que Blazing Lazers fazia de melhor para a estrutura convencional da série. É um jogo que se mantém com grande foco na reação e uso de arsenal, assim como seus antecessores, mas que agora se completa muito bem com os levels e inimigos, que antes eram apenas uma repetição usada como desculpa para ter algo para atirar, enquanto aqui, são criativos e variados, até mesmo possibilitando um estudo do posicionamento para facilitar sua run; porém, essa variação não funciona da mesma forma que Blazing Lazers, em que cada fase é um jogo diferente, aqui é tudo muito mais polido e funciona melhor como unidade, se aproveitando da história para construir e harmonizar os cenários, até mesmo havendo uma certa narrativa ambiental mínima, porém funcional. No geral, é tudo que a série precisava, um jogo bem polido, charmoso e pouco repetitivo, que se mantém muito bem em toda sua duração, um bom shmup mesmo para padrões atuais.

Bem bom. O sistema de upgrades do primeiro Aleste, que antes era só uma curiosidade, mostra aqui seu potencial. Cada uma das seis armas têm suas vantagens e desvantagens e permitem abordagens mais ou menos ofensivas, além de darem ao game leves toques de gerenciamento de recursos. Diferente de seu antecessor, entretanto, Aleste 2 não se limita a ter um sistema de armas interessante, com uma variedade de inimigos e desenho de níveis que complementam lindamente o pacote. Armas bacanas sem coisas bacanas em que usar essas armas não cola, né? Felizmente a sequência não só corrigiu esse erro como sobrecompensou, com cada estágio tendo uma identidade própria, excelene ritmo e desafio na medida.

Uma coisa que Aleste 2 me deixou pensando é como a fama do MSX de ser uma plataforma com grandes shmups não surgiu à toa. Gradius já me deixou com essa impressão, agora Aleste à consolida. O mais impressionante pra mim é que, pelo menos à primeira vista, o MSX não é lá uma boa plataforma para o gênero. A máquina não consegue nem fazer scrolling direito! O MSX2 até consegue simular o efeito muito bem, com Aleste 2 tendo só umas bordas azuis bem discretas, mas ainda assim me faz pensar porque tanta dedicação para um hardware que claramente não é o mais adequado para o gênero. Talvez a limitações técnicas obrigaram os designers a serem mais criativos? Seria interessante se alguém fizesse um estudo de plataforma desse sistema de computador para desvendar isso. (Mas não eu. Trabalho demais para alguém com talento de menos)