Que show de level design! Fases criativas, visualmente incríveis e com um gameplay bem variado, resumidamente, essas são as qualidades de Donkey Kong Country Returns, provavelmente um dos jogos de plataforma mais prazerosos que já joguei.

Mas indo mais a fundo, alguns pontos impedem esse jogo de ser perfeito, o controle é provavelmente o mais polêmico, gosto de jogos que usam as funcionalidades do Wiimote, mas convenhamos que chacoalhar o controle pra fazer mais da metade das ações do jogo (inclusive o rolamento!) é bem cansativo.

Os bosses também não me desceram, praticamente todos eles seguem o mesmo esquema, onde você inevitavelmente vai morrer (ou levar dano) pra aprender um de seus golpes, até decorar todo o padrão e já estar de saco cheio da batalha. Em compensação, eu diria que a dificuldade do jogo está no ponto, há trechos bem desafiadores, mas a vida é abundante e fácil de conseguir.

No fim, a experiência vale muito a pena, são dezenas de fases boas de se jogar e re-jogar com inúmeros coletáveis escondidos e diversas mecânicas diferentes e divertidas, sem dúvidas um dos meus jogos de plataforma 2D favoritos.

9/10

Androides que lutam pela glória da humanidade em um planeta dominado por máquinas criadas por alienígenas. Assim você é introduzido ao mundo de NieR: Automata, um mundo um tanto quanto curioso e com uma história muito mais profunda do que parece.

Um enredo que aborda muito bem sobre a vida, mesmo com tantos personagens não-humanos. Alguns trechos são contados de forma única, o que deixa as coisas com um tom misterioso, sempre surpreendendo o jogador e levantando questionamentos.

O gameplay e sua variedade também é de se elogiar, passando por trechos 2D e até shoot 'em up, boas opções de armas e um ótimo sistema de habilidades. As lutas são frenéticas e às vezes um pouco poluídas com tanta faísca e peças voando na tela, mas faz parte do charme.

Os cenários infelizmente deixam muito a desejar, há paisagens bonitas e uma hora você se acostuma com o visual, mas é evidente a falta de detalhes e algumas texturas mal feitas. Em compensação, a trilha sonora se adapta muito bem a cada local e é excepcionalmente incrível, ajuda muito na imersão do mundo, da história e do gameplay.

Automata brilha em muitos aspectos, um enredo fantástico com ótimos personagens e diálogos, um gameplay divertido e muito variado, e tudo isso com uma trilha sonora que beira a perfeição. Digno de ser um dos melhores da geração.

10/10

Esse jogo é uma tortura. Quem diria que o pior jogo que já terminei na vida viria logo da minha franquia favorita de todos os tempos. Primeiramente, esse foi o primeiro Crash desenvolvido por japoneses, então sabendo disso, fica mais fácil tolerar o visual distorcido dos personagens, já o resto é complicado...

Eu sempre soube que esse jogo era ruim, mas é só um spin-off com mini-games alá Mario Party, sem pressão aqui, deve dar pra se divertir um pouco. Não, não dá. NADA nesse jogo consegue ser minimamente bom, o jogo é feio, os menus e tabuleiros são confusos, os mini-games são péssimos, parece que jogaram as piores ideias possíveis na mesa e decidiram colocar todas no jogo, é surpreendente.

O único momento que senti um pingo de felicidade foi quando consegui vestir uma saia no meu gato, parabéns pra quem teve a ideia. E pra ser justo, os últimos 2 segundos de jogo conseguiram me tirar um sorriso também, mas não sei se foi pelo final cômico ou pelo jogo finalmente ter acabado.

3/10

Apesar do nome, Ghost of Tsushima apresenta um Japão feudal sem fantasmas ou demônios, e muito mais pé no chão se comparado a outros jogos da mesma temática. O ponto alto é justamente essa representação, mostrar como a guerra pode influenciar um samurai, sem precisar apelar pro sobrenatural.

É incrível como cada canto de Tsushima esbanja beleza, é inevitável não abrir o Photo Mode em alguns momentos pra registrar a paisagem, são elas que deixam nossos olhos brilhando. Sem falar da quantidade de partículas que esse jogo larga na sua tela, somado aos personagens e armaduras bem detalhados, o HUD completamente limpo durante a maior parte do tempo, e o combate ao melhor estilo samurai possível, é tudo visualmente incrível e extremamente prazeroso.

O balanço entre as atividades do jogo é outro ponto alto, em um momento você vai estar escrevendo poesia japonesa/haiku em um ambiente calmo, e mais tarde você vai estar aterrorizando os mongóis da ilha enquanto arranca a cabeça de seus generais, e nada quebra esse ritmo, os loadings são inacreditavelmente curtos e todas ações são muito rápidas e práticas, desde chamar o seu cavalo até coletar itens pelo mapa.

Às vezes o jogo exagera nessa simplicidade, por mais incrível que o combate seja, o stealth é um pouco cru e não te da tantas opções, mas ao menos consegue ser perfeitamente eficaz. O famoso "modo detetive" onde você precisa investigar um local também está presente nesse jogo, e novamente: é muito simples mas cumpre o seu papel.

Ghost of Tsushima beira a excelência em diversos aspectos, mas é satisfatório em absolutamente todos, e quando supera essa marca, consegue entregar uma das experiências mais agradáveis que um jogo pode oferecer, desde os pequenos detalhes como sentar próximo a fogueira pra ouvir uma lenda local, até a deslumbrante beleza da ilha de Tsushima. Acompanhar essa jornada samurai é algo mágico que vale a pena conhecer.

10/10