[Breve análise]

A dublagem e as músicas são excelentes, e eu ainda não me convenci de que o jogo é ruim, mas infelizmente a minha experiência foi péssima. Fiquei frustrado do início ao fim e achei algumas coisas muito incoerentes, sem falar dos defeitos óbvios como a má otimização e a falta de configurações de controle e jogabilidade.

6.5/10

Misturar um jogo de plataforma com um espetáculo teatral me pareceu incompatível a princípio, como se o jogo oferecesse pouco de ambos os temas. E de fato, Puppeteer não tem um início tão atraente, são fases longas e pobres em mecânicas. Mas assim que as coisas se tornam interessantes, o jogo brilha até o fim.

A ideia de simular uma obra teatral foi levada muito a sério aqui, não se trata apenas da estética, toda a jornada é comentada por um narrador e os personagens agem como se houvesse uma platéia os assistindo. Puppeteer é um jogo muito rico em diálogos, e aqui entra uma de suas maiores qualidades e defeitos: absolutamente tudo é comentado, todas suas ações são narradas, isso deixa a aventura muito mais viva, algumas cenas até arrepiam de tão empolgantes (principalmente com a excelente dublagem brasileira). Mas por outro lado, você é forçado a jogar no tempo das falas, se quiser ouvir tudo que os personagens dizem. Infelizmente é comum que uma frase seja cortada por outro diálogo que você acabou de acionar, isso acontece diversas vezes durante o jogo e acaba estragando um pouco o ritmo das coisas.

Apesar das fases serem longas, é muito interessante como todas elas são introduzidas, são 3 fases para cada ato, mas são únicas o suficiente pra terem seu próprio desfecho, sempre apresentando um início, meio e fim. Todos os personagens são extremamente carismáticos, desde o narrador até aqueles que fazem uma breve participação. O esquema de coletar cabeças e usá-las para descobrir segredos é bem divertido, o mesmo pode-se dizer sobre o gameplay e seus elementos de plataforma.

A mecânica com a Calibrus, sua tesoura, é criativa e prazerosa, as lutas contra chefões são de deixar os olhos brilhando, assim como boa parte dos cenários, acompanhados de uma excelente trilha sonora, e narrados de forma épica. Puppeteer é realmente, no sentido literal da palavra, um espetáculo.

9/10

É difícil avaliar um Pokémon pois a jornada de cada um é muito pessoal, a fórmula do jogo é sempre a mesma, mas a opinião de cada pessoa varia de acordo com sua experiência. Até o momento, Pokémon Omega Ruby foi a aventura mais fraca que vivenciei na franquia.

Kanto e Johto ofereceram histórias muito simples, mas extremamente eficazes, há personagens marcantes e a sua rivalidade com a equipe Rocket serve de incentivo pra continuar jogando. Já em Omega Ruby isso não acontece, você não tem um rival e os vilões não passam nenhuma sensação de ameaça, na verdade todas as batalhas são extremamente fáceis, não da pra levar nenhum inimigo a sério.

As animações durante os diálogos pioram ainda mais a situação, os personagens são estátuas, quase não gesticulam e nem sequer respiram, são artificiais e acabam transformando um bom diálogo em uma cena tosca. Já as animações em combate seguem o que eu vi em Ultra Sun, algumas são bem legais enquanto outras são ridículas.

Eu tinha baixas expectativas quanto à região de Hoenn, mas fui surpreendido, apesar de não ser fã dos monstrinhos iniciais, consegui montar um dos meus times favoritos em toda saga. Gostei também dos locais, algumas cidades são bem únicas e criativas, assim como alguns ginásios.

Omega Ruby moderniza a 3ª geração de Pokémon, trazendo novas Mega Evoluções e mecânicas atualizadas. Tem tudo o que se espera de um Pokémon, mas decepciona como remake, é tedioso devido à sua baixa dificuldade e a história só convence no final do jogo.

7/10

[Breve análise]

Acho legal como esses RPGs do Mario expandem o universo da franquia, Superstar Saga traz vários lugares e personagens novos em uma história com diálogos muito bem escritos e divertidos. O visual desse remake é fantástico, as animações, os cenários... tornam o jogo original completamente dispensável. Acho o gameplay de Mario & Luigi um pouco limitado e repetitivo, principalmente se comparado aos primeiros Paper Mario, mas ainda assim é muito criativo.

8.5/10

[Breve análise]

Minha primeira experiência com Final Fantasy e acho que não poderia ter sido melhor. O universo desse jogo é fascinante, os personagens são marcantes, a trilha sonora é perfeita, o combate é interessante, tudo me surpreendeu positivamente. Há trechos específicos que me senti um pouco deslocado, mas eu não esperava me apaixonar tanto por todo o restante.

10/10

[Breve análise]

É uma pena eu não ter conhecido Sly Cooper antes, é o tipo de jogo que eu teria adorado quando criança. Os personagens são extremamente carismáticos e a história é muito agradável de acompanhar, tudo isso combina perfeitamente com o clima do jogo, nada parece fora do lugar. Tem uma ou outra fase decepcionante, assim como alguns upgrades inúteis, mas ainda sim é muito divertido ir atrás de todos eles.

8.5/10

[Breve análise]

Muito bugado, força muito as mecânicas de Souls-like, a história é praticamente descartável e tem uma jogabilidade esquisita que me levou muito tempo pra acostumar, acho que algumas animações em combate podiam ser mais claras. Mas é um jogão, às vezes péssimo, às vezes horroso, mas é muito bom, de vez em quando deplorável, mas é excelente.

9/10

[Breve análise]

É simplesmente genial como a mecânica de tirar fotos influencia na economia do jogo e agrega no contexto da história, que inclusive, é excelente. O combate é bem limitado e o stealth envelheceu muito mal (especificamente a câmera durante o stealth, é terrível). Esse é um dos jogos mais dignos de um remake atualmente, não sei o que estão esperando.

9/10

2016

[Breve análise]

Fiquei encantado de início, mas o jogo é extremamente repetitivo e entediante. Nada acontece do início ao fim, até o primeiro boss demora pra surgir. As execuções, os coletáveis e a trilha sonora provavelmente são as melhores partes.

7.5/10

Após completar as 140 fases originais e participar ativamente dos eventos, acho que já posso concluir minha opinião sobre Crash Bandicoot: On the Run!, e pra surpresa geral, ele é igual a qualquer outro endless runner gratuito pra celular. O jogo tenta te convencer a assistir anúncios e a investir dinheiro real o tempo inteiro. Mas não vou ficar falando o óbvio, vou falar sobre três aspectos que na minha opinião fizeram muito bem:

1. A parte visual e sonora do jogo é muito fiel aos jogos originais, não vou mentir, foi divertido ver tantas fases clássicas adaptadas pra esse estilo de gameplay, acaba sendo uma experiência bem nostálgica.

2. Tem relíquias e gemas. Já faz parte da franquia esses desafios, e foi legal terem adicionado os Time Trials e as fases de quebrar todas as caixas. Infelizmente as recompensas são praticamente inexistentes (pelo menos até o momento que escrevo essa análise), mas ainda é um conteúdo muito bem-vindo.

3. O jogo inteiro é um grande fan service. Crash: On the Run tem muitas referências aos jogos mais obscuros da franquia (vai por mim, obscuros MESMO, como um boss do jogo Crash Bandicoot 99X de 1998). Tem skin do Nitro-Fueled que virou chefão, tem as máscaras do Wrath of Cortex, tem minion do Twinsanity, tem o Scorporilla do Crash of the Titans, tem cross-over com Spyro, enfim, capricharam bastante nesse multiverso.

É um jogo divertido pros apaixonados pela saga, e vale lembrar que ele anda em constante evolução, ainda tem muito conteúdo prometido (como fases de jetpack, jet board e minecart), ou seja, é possível que daqui 1 ano ele esteja completamente diferente do que é hoje.

*No momento dessa análise o jogo possui 200 fases e já se foram 5 temporadas. Sem gastar dinheiro real, me levaram cerca de 6 meses pra concluir os 140 níveis originais, jogando o jogo diariamente enquanto buscava a maior colocação possível nos torneios.

6/10

Essa é uma sequência digna pra um dos jogos mais hipnotizantes que já joguei, Gravity Rush 2 aperfeiçoou diversos aspectos de seu antecessor e dessa vez teve a liberdade de ser ainda mais grandioso, já que não estava preso às limitações do PS Vita.

A princípio, é notável a evolução gráfica, dessa vez os cenários são muito mais detalhados e coloridos, com alguns locais encantadores. Há mais variedade de inimigos, mas visualmente eles continuam um pouco repetitivos. Diversas cutscenes cinematográficas acontecem in-game, mas o que brilha mesmo é a forma com que a história é contada através dos quadrinhos, assim como os retratos de cada personagem durante os diálogos, é tudo muito bonito e agradável de acompanhar.

Gravity Rush 2 usou muito bem os elementos da história já instalados pelo primeiro jogo, complementando perfeitamente o desfecho de alguns personagens, ao mesmo tempo que apresenta novos. E todos eles são extremamente carismáticos, é como se naturalmente eles se tornassem uma família graças à simpatia da protagonista Kat.

O combate dessa vez está mais responsivo e bem elaborado, mesmo eu achando que alguns ataques mereciam uma refinada. A diversidade de golpes ajuda muito em várias ocasiões, assim como a mecânica dos Talismãs, oferecendo opções de builds para diferentes momentos. Gostei também da variedade nas missões secundárias e desafios, mesmo que algumas sejam desnecessariamente longas.

Navegar pelo mundo é divertido, a ideia de mudar a gravidade pra "cair pra cima" é excelente e torna a jogabilidade muito viciante e prazerosa, principalmente com as maravilhosas músicas presentes em cada distrito. Acredito que alguns locais ficaram um pouco afastados demais nesse jogo, acaba sendo meio tedioso sair voando em linha reta por tanto tempo.

Definitivamente melhor que seu antecessor, mas mantendo muito do charme original, Gravity Rush 2 é um dos jogos de mundo aberto mais diferentes a se experimentar e que com certeza vale a pena conhecer. Tem os seus defeitos, mas é muito fácil de se apaixonar pelas qualidades.

9/10

Como fazer um novo Crash Bandicoot sem a Naughty Dog? Simples, é só pegar o último trabalho deles e tentar fazer igual, afinal, aquela deve ser a fórmula do sucesso! Assim nasce The Wrath of Cortex, o jogo com a responsabilidade de continuar o legado da adorada franquia de plataforma em uma nova geração.

Uma nova geração! Mas ironicamente, esse até então era o jogo mais feio da série, animações esquisitas, fases escuras e modelos pobres, apresentando um Crash sem expressões que lembrem o apelo cartunesco da franquia, são poucos os momentos que WOC consegue ser visualmente interessante. Em compensação, sua trilha sonora é bem atraente em boa parte dos níveis.

É lamentável como Wrath of Cortex não traz absolutamente nenhuma evolução em relação aos jogos anteriores, algumas mecânicas (como rasteira + giro) foram até removidas, o jogo inteiro parece uma skin feia de Crash 3. Houve a introdução do Crunch e das máscaras elementais, que sinceramente, deixam o jogo ainda mais chato levando em conta que dessa forma o boss é sempre o mesmo, enquanto os verdadeiros chefões da saga viraram minions genéricos em algumas fases. A novidade mais relevante é que agora a Coco protagoniza algumas fases a pé, a jogabilidade dela é super limitada, ela não pode dar rasteira e não recebe nenhum upgrade durante o jogo, mas até que é divertido controlar ela fora de um veículo pela primeira vez na franquia.

E haja veículos! Desde o primeiro jogo, esse tipo de fase foi aparecendo cada vez mais, talvez tenham dado uma estrapolada no terceiro jogo, mas a variedade na jogabilidade era divertida. Em WOC a variedade aumentou muito, e junto trouxe algumas fases horríveis (por favor, Crash, nunca mais entre em um submarino). Eu gosto dessa quantidade de mecânicas diferentes, mas aqui nem sempre a jogabilidade é boa e definitivamente exageraram na dose ao ponto de você sentir falta das fases comuns.

No fim, The Wrath of Cortex é suportável, foi o último jogo 3D da franquia no molde dos clássicos (até o recente ressurgimento), e apesar de ser inferior aos seus antecessores em todos os aspectos, da pra se divertir. Além disso, ele deixou explícito o quão importante a Naughty Dog era pra série, e que dificilmente Crash Bandicoot voltaria a ter a mesma relevância e carisma de antes.

7/10

Polêmico. Acho que esse foi legitimamente o último suspiro da franquia como jogo de plataforma até o fim daquela era. A oportunidade que tinham com Crash Twinsanity era única, eu tinha minhas dúvidas sobre o estilo "mundo aberto" que adotaram aqui, mas isso se mostrou o menor dos problemas, e na verdade me agradou, mas infelizmente o jogo está entupido de outros defeitos.

Não precisa ser muito atencioso aos detalhes pra saber que esse jogo está incompleto, isso é muito nítido do início ao fim, seja pelas transições de fases super forçadas ou pela falta de áudio em diversas cenas, o jogo claramente foi feito às pressas e isso destruiu qualquer oportunidade dele ser o que deveria.

De qualquer forma, Twinsanity expandiu o vilão Neo Cortex de um jeito magnífico, eu diria que ele é a alma do jogo e que essa é a melhor versão do personagem em toda a franquia, uma pena que aparentemente não sobrou tempo pra dar atenção à Nina, que foi introduzida aqui mas só recebeu alguma relevância nos jogos seguintes. Outro ponto positivo é sua trilha sonora impecável que combina perfeitamente com o tom do jogo e com o humor em que a história é contada. A parte de coletar gemas espalhadas e escondidas pelas fases também é divertida, assim como a ideia de se jogar com mais personagens além do Crash, e cada um deles ter seu próprio estilo de gameplay.

Agora todo o resto do jogo da pra resumir em uma frase: tinha potencial, mas não conseguiram chegar lá. Todas ideias estavam no caminho certo levando pra um dos jogos mais geniais da franquia, mas não foi possível atingir esse objetivo, faltou um bom tratamento, faltou polimento, simplesmente faltou tempo. Sempre tive um pé atrás quanto a um remake desse jogo, mas esse conteúdo precisa ser aproveitado de alguma forma, com o tempo necessário, Crash Twinsanity pode ser aquilo que deveria ter sido há mais de 15 anos.

8/10

O melhor jogo de kart da história.

Mais de 20 anos depois, e Crash Team Racing se mantém único e incomparável. Tudo que foi criado por Mario Kart e Diddy Kong Racing até então, foi aprimorado em CTR, elevando todas mecânicas conhecidas a outro nível de qualidade.

Começando pelo visual deslumbrante das pistas e personagens, o melhor possível pra época. A qualidade de áudio durante e fora das corridas, com frases de personagens que grudavam na cabeça. As animações de pódio que deixavam toda vitória (e derrota) mais divertida. Cada detalhe foi feito com maestria e muito carinho, como se fosse uma despedida da Naughty Dog à franquia.

O modo Aventura era provavelmente o coração do jogo, com muita coisa pra fazer e uma história simples, mas muito divertida. Vencer um boss e passar pra próxima área era muito satisfatório, assim como coletar as Relíquias e Tokens a fim de desbloquear novos personagens.

Mas o que realmente torna CTR prazeroso e viciante é seu sistema de drift boost. Eu fui descobrir essa mecânica anos após conhecer o jogo, e levou um bom tempo pra aprender e dominá-la, mas era extremamente recompensador alcançar novos atalhos e vencer Time Trials depois de masterizada. E sinceramente, não acho que qualquer outro kart game tenha alcançado a sensação de velocidade que Crash Team Racing proporciona graças a esse sistema tão bem feito.

Guardo memórias maravilhosas desse jogo comigo, vivi ótimos momentos jogando com meus familiares e amigos, e ele não é meu jogo favorito da vida à toa, é uma obra-prima entre os jogos de kart, que se mantém grandioso até os dias de hoje. Crash Team Racing é atemporal.

10/10

Desde 2015 eu aguardo pelo Need for Speed perfeito, nesses últimos anos a franquia deixou de ser anual e deu início a uma nova fase que soube acertar em muitos aspectos, na minha opinião, mas em compensação, novos defeitos também foram surgindo, e infelizmente, Need for Speed Heat está incluso nisso.

NFS Heat acerta em praticamente todos os pontos que seus antecessores erraram: não é um jogo 100% online, não tem micro-transações pra aprimorar o carro, você não precisa resetar por qualquer batidinha (na verdade as batidas são muito menos frequentes, já que o jogo é repleto de objetos destrutíveis), e por aí vai. Os gráficos estão incríveis e Palm City é sem dúvidas a minha cidade favorita dentre os últimos títulos, a variedade de carros está enorme, e dou destaque pros conversíveis que são uma novidade bem legal, assim você consegue ver com clareza o seu personagem que dessa vez é customizável.

A personalização está praticamente igual ao que era no Payback, quase perfeita, mesmo com alguns pequenos detalhes me incomodando, as possibilidades são muito vastas. Já a jogabilidade eu sinto que teve uma piora, a parte boa é que ela é bem customizável com os ajustes que você faz durante o próprio gameplay, ou com as peças que você instala na oficina.

A história é bem focada na polícia, e sinceramente, muito sem graça. Às vezes até cansa ouvir os personagens falando, principalmente nas missões onde você precisa segui-los até uma corrida, mecânica extremamente chata, já que o NPC dirige em uma velocidade muito devagar. A trilha sonora também deixa muito a desejar, por algum motivo não tem nem sequer um rock ou metal na soundtrack, gêneros que sempre foram muito populares na franquia.

Agora as perseguições policiais são um caso peculiar, elas são bem difíceis e intimidadoras, correr à noite é realmente perigoso, principalmente no início, já que o jogo não te fornece nenhuma estratégia de como despistá-las em um nível de perseguição alto, sem falar da frustração em ser preso e perder uma quantia pesada de dinheiro e reputação, mas depois de aprender alguns truques e aprimorar bem o seu carro, as coisas ficam mais justas e recompensadoras, mesmo que não fiquem tão divertidas como as fugas de Most Wanted, principalmente pela adição da "barra de vida" do seu veículo, isso deixa as perseguições bem mais tensas, então às vezes pode ser perigoso sair por aí batendo em todo policial só pelo entretenimento.

Tem muito o que falar dessa franquia, aproveitei muito o Heat e diria que é o melhor dentre os jogos dessa nova fase, é prazeroso pilotar por Palm City e acredito que as perseguições policiais tiveram uma volta justa dessa vez, mas infelizmente o jogo não conseguiu evitar novos defeitos. Quem sabe na próxima...

8.5/10