82 reviews liked by Skapulz_Sh


Eu fiquei com o pé atrás em relação a essa franquia depois de ter zerado a versão clássica do primeiro jogo. Na minha opinião, o jogo tinha envelhecido muito mal, com várias coisas que eu apontei detalhadamente e que me desagradaram como fã de FPS. Enfim, parece que a equipe que fez esse remake sentiu exatamente as mesmas coisas na época, e eles consertaram tudo e ainda adicionaram muito mais conteúdo, tornando o jogo perfeito.

Entre as mudanças, foram implementadas mecânicas novas, novos inimigos, uma nova física com um feedback prazeroso quando nossas armas atingem os inimigos, um salto maior, mais munição para as armas, gráficos mais bonitos e ambientes mais detalhados e amplos. Claramente, eles se inspiraram no Half-Life 2 para fazer essas mudanças.

A maior mudança foi a expansão da campanha, fazendo com que o planeta/dimensão dos aliens ocupasse 50% do tempo de jogo. Isso enriqueceu muito o universo e, por sua vez, a história de Half-Life. O contexto que deram para a raça dos Vortigaunts nesse lugar foi incrível e conseguiram passar tudo aquilo quase sem acrescentar diálogo algum.

Terminando essa review, quero dizer que agora sou realmente fã de Half-Life.


Esse jogo mostra que a brotheragem sempre prevalece e que não é porque você é um pênis que a vida precisa ser um saco.

Perfeito para jogar com amigos e perfeito também para perdê-los durante a jogatina ao cometer os piores atos de filha-da-putagens, desonestidades, perversões, covardias, canalhices, deslealdades, maracutaias e qualquer outro tipo de vilania contra seus consagrados.

Muck

2021

Minecraft 2 estava entre nós esse tempo todo e nem havíamos percebido...

Ico

2012

Quando eu comprava jogos de PlayStation 2 em alguma banquinha suspeita por aí e ficava folheando repetidas vezes aquelas capinhas de plástico mole dentro de uma caixa de acrílico - ao ponto de irritar o dono da banquinha -, frequentemente me deparava com a capa de Ico.
A capa europeia/japonesa é uma obra de arte, uma pintura digna de ser colocada em um quadro e pendurada na parede. Por sua vez, capa americana é COLOSSALmente feia. Não vi um 3D tão esquisito nem em filmes da Vídeo Brinquedo. É muito aquém do que o jogo é, do que o jogo entrega. Qualquer print in-game seria mil vezes melhor. Essa capa é considerada como uma das mais feias da história e condenou o jogo a ter vendas fraquíssimas nos lugares que vendiam com ela. Nunca tive a sorte de ver a capa europeia/japonesa e, assim como muitos outros, julguei o jogo pela capa e nunca passei perto de Ico na vida.
Nem me culpo por me afastar e nunca ter dado chance ao jogo e, ao invés disso, ter preferido os mesmos GTAs San Andreas Modificados, o mesmo Resident Evil 4 e os dois God of War de sempre. Acabou que a versão HD de ps3 tirou aquela aberração, não fazendo os olhos de quem vê pela primeira vez sangrar, e colocou essa capa linda que sempre deveria ter sido a definitiva.

Minha primeira impressão, logo de cara, foi "WOW, o quão cativante o jogo é!". O visual dele, a atmosfera desse ambiente gigantesco tanto dentro quanto fora do castelo, com muito espaço aberto, conseguindo explorar razoavelmente tudo, deixa um ar bastante agradável. E isso vai até o fim, é raro ver um mapa e cenário tão bem-feitos assim.
Com poucas linhas de diálogo, já é possível engajar na trama e começar a se fazer perguntas: "Quem são aqueles cavaleiros cobertos de roupa? Que lugar é este que trouxeram o menino? Por que trazem para cá crianças que nasceram com chifres? Como isso protegeria o vilarejo deles? Qual língua essa menina fala e de onde ela veio? Por que prenderam ela nesse lugar, se ela não tem chifres? Por que as sombras a perseguem e tentam tirá-la dali?" etc. Com menos de 10 minutos, sendo a primeira cutscene, a narrativa te acorrenta, te intriga genuinamente, te motivando a querer descobrir mais. Não é nem um pouco comum um jogo causar isso em tão pouco tempo, com a força e competência que foi.
Depois de umas 5 horas de jogo, no entanto, tudo o que eu acabei de falar sobre a narrativa DESAPARECE literalmente. Você conseguiria entender a história de ICO apenas ao ver as cutscenes iniciais e a parte final. Simplesmente mais nada é apresentado nesse meio-tempo, é apenas gameplay. Alguns podem gostar, eu achei uma pena, porque eu amo a forma como o jogo conta sua história, de forma sutil e lenta, deixando partes cruciais subentendidas e mistério maturando com calma.

Depois de cerca de duas horas de jogo, percebi alguns pontos que me desagradaram. Às vezes o jogo reutiliza mal os cenários e outras ele reutiliza genialmente. Em alguns momentos, eu não gosto como o jogo te força a ficar dando voltas pelo mesmo cenário como uma barata tonta, muitas das vezes não sendo particularmente claro - talvez pois eu não gosto tanto de plataforma. Você basicamente fica tentando até dar certo, puzzles assim não dependem da sua habilidade, do seu raciocínio, do seu esforço. É um jogo de advinha bobinho e sem sentido, chegando até a ser frustrante. Aumenta o tempo do jogo dum jeito estranho, desnecessário. Você zera o jogo em cerca de 6-7 horas na primeira vez e em menos de duas horas e meia na segunda. Não foi você que não prestou atenção no design, é só que você não adivinhou o que era pra fazer. Isso me fez largar o jogo com quinze minutos de jogatina muitas vezes, porque em alguns dias eu só queria me divertir um pouco e aparece um bagulho imenso e pouco intuitivo... Acaba que de cabeça cheia você não vai ter saco pra experienciar o que o jogo tem de melhor. Esse definitivamente não é um jogo pra você zerar em dias seguidos, pois em muitas das vezes ele não é divertido a ponto de tu continuar disposto a jogar. Existem as partes que ele engrena, e existem essas que descrevi. Até recomendo jogar ICO em paralelo com outro jogo mais descompromissado.
Olha, provavelmente você vai passar muita raiva jogando, em várias oportunidades. Respire fundo algumas vezes, feche os olhos e conte até 30, tome um chá ou uma água e repita pra si mesmo "o jogo é de 2001". Algumas coisas são datadas e você tem a chance de perder vários minutos se você não salvou ou não achou um save point. Eu mesmo já pensei em desistir várias vezes e ir jogar outra coisa e já deixei de jogar ICO durante alguns bons dias, chegando até a uma semana, mas algo sempre me fez voltar pro jogo para tentar novamente depois de esfriar a cabeça e estar mais calmo.
Não tenha vergonha de usar guias se ficar preso em alguma parte (spoiler: você ficará). Reitero, os puzzles desse jogo e brincar de Advinhe o Que Estou Pensando com seu priminho de 6 anos é a mesma coisa. Fiquei embasbacado com uma parte específica: há uma ponte que precisa ser baixada para Yorda poder passar. Explorando para resolver este puzzle, você encontra uma salinha cheia de bombas e uma fogueira próxima para acender essas bombas. Bem, assim como 2 + 2 = 4, você logo deduz que precisa acender a bomba perto da ponte para que ela caia com o impacto da explosão, e de fato você consegue fazer isso. Quando a bomba explode, no entanto, NADA acontece. Depois de uns 20 minutos tentando novamente isso e outras coisas, eu vi em um longplay que você precisa usar uma corda num cantinho para pular em cima da ponte e ela cair... Espera aí, quer dizer que a ponte desce com o PESO DUMA CRIANÇA DE 8 ANOS, MAS NÃO COM O IMPACTO DUMA BOMBA?????? Tudo bem, eu reconheço minha burrice ao não ter achado a corda que é fácil de ser vista, mas é sério que, mesmo tendo a chance de resolver o mesmo puzzlezinho de outra forma bastante lógica, simplesmente não dá?

Eu ouvi falar no quão influente ICO foi pra indústra em geral. De fato, você consegue reconhecer em ICO coisas que outros jogos também fazem. Por exemplo, uma característica que tanto ICO quanto Dark Souls tem em comum é o fato de você conseguir ver cenários e fases que você já passou, muito tempo depois de ter as passado. Além do fato de os cenários "se encaixarem" entre si dentro de um escopo muito grande: você passa da metade do jogo e libera um caminho para você voltar lááá no início do jogo. Isso enriquece a exploração ao passo que a incentiva. Explorar o castelo é bem satisfatório.
Ainda bem que a Yorda é fofinha e o modo como sua relação com o Ico é bem interessante, porque eu me senti jogando uma versão pesadelo extremo de Resident Evil 4 na qual o jogo inteiro é unica e exclusivamente você escoltando a Ashley e impedindo os ganados levarem ela embora. Definitivamente proteger a Yorda não é a melhor parte, mas pelo menos a dinâmica de ambos falarem línguas diferentes e mesmo assim um querer ajudar o outro - afinal, você precisa da Yorda pra passar de fase - faz valer a pena e você realmente sente a necessidade de protegê-la e dá um incômodo ver as sombras a levando embora enquanto você fica um tempo deitado no chão, por ter levado porrada.

Talvez eu tenha sido bem anacrônico em alguns momentos, talvez isso possa até ser um elogio ao jogo, ele é uma fonte da qual muitos jogos de hoje beberam. Então, julgar um jogo de 2001 comparando com jogos atuais e ainda sim ter uma visão positiva em geral e recomendar, é algo considerável.

Tudo que tem de bom em Earthbound está presente aqui, com gráfico e trilha sonora ainda melhores e uma história mais aprofundada nos personagens, simplesmente o fim perfeito para a franquia.

Kkkkkkkk beowulf é tipo e tome grab e tome mais grab e vai de grab e to chutes socos pontapé arf arf arf auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Esse aqui é o meu tributo para o grandioso Sonic.EXE, um mangá que marcou época e que marcará novas gerações de crianças, Sonic.EXE foi uma revolução na indústria dos mangás do Ceará, pois nunca havíamos visto um elemento chamado "sangue", pra ser sincero até hoje não sei muito bem o que é mas sei que o Sonic.EXE tem um Design super criativo, carismático e perfeito, Satoshi Tajiri disse em uma entrevista para o Frango Frito que pintar os olhos de preto com pupilas vermelhas foi um baita desafio na época, pois o mangá não tem cor então não daria pra pintar vermelho, mas graças ao Silicon Graphics, Satoshi conseguiu colocar vermelho no mangá ! Isso chocou o Japão inteiro, já que ninguém no Japão sabia da existência de outras cores além do branco e preto, para os japoneses, Satoshi Tajiri criou as cores do Arco Íris, mas todos nós sabemos aqui que é mais um caso de cópia estilo Legião Urbana, que os cara só copiavam de um artista pequeno e tacavam o foda se e ainda ganhavam dinheiro pra caralho.

A história do Sonic.EXE foi o primeiro conceito que chamamos de Jornada do Herói, esse é um conceito que se inspirou na realidade de muitos brasileiros, já que o pai sumia e só voltava depois de muitos anos, um exemplo conhecido é o Rei Leão que possui a mesma premissa, mas Sonic.EXE transcende, a história do começo do mangá conta que Tails sua casa pois a floresta estava queimada por conta de problemas ambientais, infelizmente sua família também foi morta por conta do fogo, ele tinha achado um emprego em um lugar bem distante, no decorrer da jornada, Tails descobre que todos nesse maldito mundo são como ele, pobres trabalhadores que não podem fugir desse sistema capitalista com inúmeras falhas.

Sonic.EXE fala de tópicos filosóficos como por exemplo o que acontece depois da morte ? Nós vamos ir pro céu ou pro inferno ? Sonic.EXE cria a teoria do CU (Ciclo Universal) que basicamente é que depois da morte, viramos uma estrela no meio da imensidão do universo, ou seja, é um processo de vai e volta, já que depois renascemos como outras pessoas e assim por diante, criando o Ciclo Universal, nada acaba, apenas o Universo gira como uma roda.

Outro tópico importante é a Crítica Social, no começo do mangá o Tails vê um monte de animais mortos, o mangá claramente está mostrando que o desmatamento está afetando negativamente o Planeta Terra, o personagem Sonic.EXE é uma clara consequência das ações da humanidade, enquanto os humanos não destruírem nosso planeta, Sonic será apenas um ouriço normal, mas com o aquecimento global, o desmatamento, a destruição da camada de ozônio e outros problemas ambientais deixam Sonic muito incomodado, você não percebeu, mas Sonic.EXE é a representação da Mãe Natureza nesse mangá.

O tema do Aquecimento Global está muito presente na obra, na parte que vimos a história de vida do Knuckles, pode se perceber que Knuckles sempre morou em grandes cidades, pois ele nunca estranha o céu vermelho e as inúmeras fábricas químicas, porém, Sonic.EXE chega no local e deixa Knuckles assustado, assim como no filme Festa da Salsicha, Sonic.EXE ataca Knuckles para proteger um bem maior, mas diferente do filme da Festa da Salsicha que os alimentos apesar de terem consciência eles ainda são burros pra cacete, Sonic.EXE faz isso por um bem maior, a humanidade, para ele, a paz só é alcançada com alguns sacrifícios e esses sacrifícios são mortes de pessoas.

Outra Crítica Social que o mangá faz é da Burguesia, como sabemos, Dr. Eggman é um empresário, dono da Havan e por consequência ele é um burguês, no mangá ele é o chefe do Tails, mas como todo patrão, ele tá cagando pro Tails, a empresa do Dr. Eggman está matando vários animais, poluindo o ambiente apenas para ter mais trabalhadores trabalhando para ele (esse é o caso do Tails), mas como dizia o ditado "toda ação tem consequência", Sonic.EXE vai até ao Eggman e mata ele.

No fim do mangá, voltamos para o ponto de vista do Tails, ele chegou na grande cidade mas tudo estava vazio e morto, só restava ele e o Sonic.EXE, até que de repente tudo começa a pegar fogo, Tails tenta correr mas Sonic.EXE é mais rápido e consegue pegar ele, Sonic.EXE fala que Tails estaria sendo hipócrita, já que ele ia trabalhar para uma corporação que destruiu justamente sua casa e ia destruir mais lugares ainda, por isso que Sonic.EXE mata Tails, mas isso no fim das contas foi uma mensagem, a mensagem do Ciclo Universal, todos morreram fisicamente, mas espiritualmente ninguém morreu, Tails por exemplo finalmente conseguiu encontrar sua família depois de tanto tempo, assim concluindo a jornada do herói.

Lorax e Sonic.EXE são bastante iguais mas com filosofias diferentes, enquanto que Lorax é um ser mais amigável, pacífico, simpático e até mesmo engraçado, Sonic.EXE é cruel, mata quando é necessário, assustador (até hoje tenho que usar minhas fraldas) e sádico mas no final ambos querem a natureza viva e odeiam essas ações humanas que no fim só vão nos prejudicar.

O mangá é bastante complexo como poderam ver, Sonic.EXE é a minha obra favorita de todos os tempos, toda vez que eu leio, sempre choro de emoção, é uma obra bem diferente do que estamos acostumados, não é um Shounen, é um Seinen, assim como o Cenário Transparente, sou intelectualmente superior a vocês porque eu gosto de Seinen e todos que gostam de Seinen são muito mais foda, até a próxima Review e tchau...



Jogo bom, companhia ruim, né @Skapulz_Sh