Resident Evil 7 é a sexta "sequência" do clássico de terror Resident Evil de 1996, mas que ao mesmo tempo não continua porra nenhuma.
Quer dizer, tem sim uma leve continuidade com a franquia original, dos irmãos Redfield, Leon Kennedy e Jill Valentine. Mas praticamente tudo, incluíndo gameplay, história, temática, visual, ambientação, parece de outra franquia, algo vindo de Outlast, Amnesia, e até mesmo P.T.
Onde o foco se desviou da ação a qual a franquia lentamente foi se rendendo até o seu ápice em RE: 6, e voltou ao terror dos primeiros jogos, mesmo que com uma vibe diferente.
Agora o jogo é uma mistura da ação dos últimos jogos com o terror dos primeiros, pois ao mesmo tempo que busca dar um clima apavorante e inebriante para seus momentos, busca alucinar com os confrontos e batalhas que vão ficando mais e mais drásticas, mas isso sem perder o terror de esquisitice e a tensão de quando o próximo monstro vai surgir e como ele vai ser.
Quer dizer, não seria assim tão tenso pois fica claro uma inspiração para criar esse universo em "O Massacre da Serra Elétrica", todos os elementos estão aqui, ambiente rural e isolado do interior dos Estados Unidos, família canibal assassina, e até mesmo nos arquétipos dos vilões principais que eu vou poupar detalhes pra não estragar demais a experiência; mas podem esperar inspirações em slashers clássicos como O Iluminado, Enigma de Outro Mundo, A Profecia, Louca Obsessão, e até mesmo Jogos Mortais. Porém ressalto que, mesmo tendo se inspirado muito em várias obras anteriores de terror, esse jogo consegue criar uma identidade própria e funcionar perfeitamente dentro do que se propõe.
O ambiente em si é muito bem projetado pelos artistas de efeitos visuais (e cabe dizer que os gráficos tão caprichados), com uma iluminação restrita, ressaltando lugares fechados para aumentar a sensação claustrofóbica, uma boa mistura de ideias e conceitos que mexem com a nossa mente e nos deixam inquietos, uma ótima variedade de cenários que sempre buscam mudar o clima e nunca deixando a experiência maçante (pois sim, eles sempre vão colocando algo novo e algo novo que além de alimentar a curiosidade sobre a história daquele lugar, também ajuda na construção de tensão), e claro, uma violência gráfica muito bem empregada, tanto na sugestão quanto na hora de abrir o leque de possibilidades.