This review contains spoilers
Outer Wilds é um jogo sobre achar sentido nas coisas. Mais especificamente, é um jogo sobre criar sentido onde não há.
Os Nomai tomaram como o sentido de suas vidas e a missão de sua espécie encontrar o Eye of the Universe, interpretando seu sinal como um literal chamado e até atribuindo-lhe consciência. Mas o Eye apenas... Existe. Ele apenas é. Seu sinal é tão significativo quanto a luz de uma estrela ou as ondas magnéticas de um pulsar; e os fenômenos bizarros que acontecem em sua proximidade tão naturais (e misteriosos, como podem afirmar os astrofísicos de plantão) quanto a gravidade ou o eletromagnetismo.
O sentido que os Nomai deram ao Eye of the Universe foi puramente fabricado. Mas isso não significa que ele não tem importância. Pelo contrário, é graças a esse sentido que eles continuaram explorando, observando, criando e experimentando mesmo diante das inúmeras adversidades que encontraram ao chegar num sistema solar particularmente hostil.
Você, como jogador, também irá procurar em sua aventura um sentido que não existe — e provavelmente criar um. Afinal, as várias perguntas com que você se depara têm que ter uma resposta, certo? Por que o sol está explodindo? Por que você está preso num loop temporal? O que aconteceu com os Nomai? O que é o Eye of the Universe? Qual a relação disso tudo?
Por quê?
No final, várias respostas são encontradas. Mas, em vez de revelar um sentido, elas apenas o destroem. O sol está explodindo porque chegou ao final de seu ciclo de vida. Não há nada de malicioso por trás desse fenômeno: esse é o destino de todas as estrelas do universo. O loop temporal? Um mero acaso, uma coincidência. Uma tecnologia vestigal nomai que foi ativada com a explosão do sol. O destino dos nomai? Mortos pela explosão de um cometa não relacionado, que entrou na órbita do sistema solar. O Eye of the Universe? Um fenômeno natural que não vai salvar sua vida ou a do seu sistema solar, por mais intrigante que seja. A relação disso tudo? Aquela que você criar em sua cabeça.
Por quê? Porque sim.
Nada faz sentido. Mas nada precisa fazer sentido. E só porque as coisas não têm um sentido inerente não quer dizer que você não pode apreciar e se importar com as coisas que aprendeu, pessoas que conheceu e lugares que descobriu. Um dia tudo chegará ao fim. O próprio Universo está destinado a morrer. Mas, até lá, podemos apreciar a jornada.
O sentido da vida é dar sentido à vida.
Os Nomai tomaram como o sentido de suas vidas e a missão de sua espécie encontrar o Eye of the Universe, interpretando seu sinal como um literal chamado e até atribuindo-lhe consciência. Mas o Eye apenas... Existe. Ele apenas é. Seu sinal é tão significativo quanto a luz de uma estrela ou as ondas magnéticas de um pulsar; e os fenômenos bizarros que acontecem em sua proximidade tão naturais (e misteriosos, como podem afirmar os astrofísicos de plantão) quanto a gravidade ou o eletromagnetismo.
O sentido que os Nomai deram ao Eye of the Universe foi puramente fabricado. Mas isso não significa que ele não tem importância. Pelo contrário, é graças a esse sentido que eles continuaram explorando, observando, criando e experimentando mesmo diante das inúmeras adversidades que encontraram ao chegar num sistema solar particularmente hostil.
Você, como jogador, também irá procurar em sua aventura um sentido que não existe — e provavelmente criar um. Afinal, as várias perguntas com que você se depara têm que ter uma resposta, certo? Por que o sol está explodindo? Por que você está preso num loop temporal? O que aconteceu com os Nomai? O que é o Eye of the Universe? Qual a relação disso tudo?
Por quê?
No final, várias respostas são encontradas. Mas, em vez de revelar um sentido, elas apenas o destroem. O sol está explodindo porque chegou ao final de seu ciclo de vida. Não há nada de malicioso por trás desse fenômeno: esse é o destino de todas as estrelas do universo. O loop temporal? Um mero acaso, uma coincidência. Uma tecnologia vestigal nomai que foi ativada com a explosão do sol. O destino dos nomai? Mortos pela explosão de um cometa não relacionado, que entrou na órbita do sistema solar. O Eye of the Universe? Um fenômeno natural que não vai salvar sua vida ou a do seu sistema solar, por mais intrigante que seja. A relação disso tudo? Aquela que você criar em sua cabeça.
Por quê? Porque sim.
Nada faz sentido. Mas nada precisa fazer sentido. E só porque as coisas não têm um sentido inerente não quer dizer que você não pode apreciar e se importar com as coisas que aprendeu, pessoas que conheceu e lugares que descobriu. Um dia tudo chegará ao fim. O próprio Universo está destinado a morrer. Mas, até lá, podemos apreciar a jornada.
O sentido da vida é dar sentido à vida.
4 Comments
exatamente.
tudo vai chegar ao fim, o que nos resta é nossa pequena fraçãozinha que passamos e compartilhamos juntos.
a vida é aquilo que fazemos ela ser.
tudo vai chegar ao fim, o que nos resta é nossa pequena fraçãozinha que passamos e compartilhamos juntos.
a vida é aquilo que fazemos ela ser.
Sem sacanagem quase chorei lendo, escreve bem dms fi ta loco
Valeu, mano.
CDX
1 year ago