Parte do que faz a arte ser tão mágica é essa possibilidade ilimitada de criar novas e novas maneiras de se contar uma história. Arte não é sobre o que, mas sim sobre o como, e Immortality é um ótimo como. Falar QUALQUER coisa sobre Immortality é um spoiler, mas eu quero pedir para todo mundo que tenha Netflix e um celular, que BAIXEM e dêem uma olhada nisso aqui. Depois de umas oito horas, volta e fala o que achou. É isso.

É um pouco difícil acertar em jogos de horror e Signalis, sem dúvidas, não é perfeito. O combate não é bom, o jogo tem um inventário terrível (que foi responsável por ele durar muito mais do que devia inclusive), mas o que importa pra mim num jogo de terror é a ambientação acima de tudo, além dos temas que ele aborda e como ele aborda, e nisso, Signalis acerta e acerta em cheio. Isso sem falar em como a estética do jogo é criativa e bem pensada, eu bato muita palma pra o diretor de arte desse negócio. A narradora não confiável, a trama convoluta, todas as homenagens a jogos de survival horror (esse jogo é totalmente um Silent Hill) e animes como Evangelion, ainda mantendo essas referências de maneira homogênea a história para criar algo novo, tudo isso faz Signalis saltar meus olhos como um verdadeiro trabalho artístico impecável, isso sem falar na DELÍCIA que é o horror cósmico presente em cada fio de cabelo do jogo, tornando-o um prato cheio para fãs não só do gênero como de ficção científica. Um bom jogo.