Veredito: Um zelda-like MUITO FODÃO... até chegar no final.
De forma brilhante, Tunic ressuscita algo que se perdeu nos jogos modernos: a necessidade de ler o manual enquanto joga. Aqui as páginas do manual são itens colecionáveis, e sem ele você não chega em lugar algum. A coisa é tão bem feita que até o idioma do manual é desconhecido - simulando perfeitamente o sentimento que eu tinha quando criança de ler manuais e jogar jogos numa língua estrangeira - o que obriga o jogador a se guiar pelas ilustrações e pelas poucas palavras conhecidas.
Genial. Absolutamente genial. Por favor, gamedevs do futuro, tomem notas e aprendam.
As partes técnica e criativa também não deixam por menos. A câmera isométrica é aplicada de forma MUITO inteligente, escondendo secredos que em retrospecto parecem óbvios. Os visuais são lindos, as dungeons são incríveis, os itens são perfeitos e, ao contrário do que dizem, o combate é sólido para um senhor caralho. Inclusive este jogo tem alguns dos melhores chefes que já enfrentei na vida.
Mas por que...
...POR QUE...
...o último 1/3 do jogo é TÃO mal feito?
Maluco, é impressionante. Você passa o jogo INTEIRO tendo ótimos momentos eureca a cada 10 minutos, se sentindo mais poderoso, mais manjão dos paranauês quanto mais avança e quanto mais consegue interpretar o manual e o mundo à sua volta. Tudo é milimetricamente calculado pra ser uma delícia, e Tunic passa com louvor em todos os testes.
Então tem um ponto de virada na trama que introduz o último ato, e daí pra frente é só ladeira abaixo. Momentos eureca? Nunca mais, agora eles são momentos "finalmente consegui abrir essa merda dessa porta, aleluia". Dificuldade alta porém justa? Porra nenhuma, agora ou tu morre do nada ou está sempre superpoderoso, sem meio-termo.
Pra fechar com chave de estrume, o jogo tem 2 finais, e o "verdadeiro" exige TANTO atrito merda pra resolver TANTOS puzzles bostas que eu liguei o foda-se e fui olhar guias. E eu sou o cara que PLATINOU Road to Gehenna no braço!!! Mas tudo tem limite. Olhei guias mesmo, sem vergonha nenhuma. Pau no cu daquela porta na montanha. Caguei.
Pelo menos o chefão final é excelente, assim como todos os outros. Mas naquela altura do campeonato já não tinha mais redenção possível. Não para um jogo tão bem costurado, com tanto carinho até quase o final, pra chegar no último ato e ele estar praticamente colado com durex.
De forma brilhante, Tunic ressuscita algo que se perdeu nos jogos modernos: a necessidade de ler o manual enquanto joga. Aqui as páginas do manual são itens colecionáveis, e sem ele você não chega em lugar algum. A coisa é tão bem feita que até o idioma do manual é desconhecido - simulando perfeitamente o sentimento que eu tinha quando criança de ler manuais e jogar jogos numa língua estrangeira - o que obriga o jogador a se guiar pelas ilustrações e pelas poucas palavras conhecidas.
Genial. Absolutamente genial. Por favor, gamedevs do futuro, tomem notas e aprendam.
As partes técnica e criativa também não deixam por menos. A câmera isométrica é aplicada de forma MUITO inteligente, escondendo secredos que em retrospecto parecem óbvios. Os visuais são lindos, as dungeons são incríveis, os itens são perfeitos e, ao contrário do que dizem, o combate é sólido para um senhor caralho. Inclusive este jogo tem alguns dos melhores chefes que já enfrentei na vida.
Mas por que...
...POR QUE...
...o último 1/3 do jogo é TÃO mal feito?
Maluco, é impressionante. Você passa o jogo INTEIRO tendo ótimos momentos eureca a cada 10 minutos, se sentindo mais poderoso, mais manjão dos paranauês quanto mais avança e quanto mais consegue interpretar o manual e o mundo à sua volta. Tudo é milimetricamente calculado pra ser uma delícia, e Tunic passa com louvor em todos os testes.
Então tem um ponto de virada na trama que introduz o último ato, e daí pra frente é só ladeira abaixo. Momentos eureca? Nunca mais, agora eles são momentos "finalmente consegui abrir essa merda dessa porta, aleluia". Dificuldade alta porém justa? Porra nenhuma, agora ou tu morre do nada ou está sempre superpoderoso, sem meio-termo.
Pra fechar com chave de estrume, o jogo tem 2 finais, e o "verdadeiro" exige TANTO atrito merda pra resolver TANTOS puzzles bostas que eu liguei o foda-se e fui olhar guias. E eu sou o cara que PLATINOU Road to Gehenna no braço!!! Mas tudo tem limite. Olhei guias mesmo, sem vergonha nenhuma. Pau no cu daquela porta na montanha. Caguei.
Pelo menos o chefão final é excelente, assim como todos os outros. Mas naquela altura do campeonato já não tinha mais redenção possível. Não para um jogo tão bem costurado, com tanto carinho até quase o final, pra chegar no último ato e ele estar praticamente colado com durex.
13 Comments
A no final do Quarry? Eu curti bastante, tanto pela história quanto pela estética e combates. Pra mim a queda começou quando cheguei no cemitério. Quando terminei a Catedral eu já tava de saco MUITO cheio.
Anotações em papelzinhos e descobrir segredos é legal, mas o jogo faz isso BEM MELHOR nos primeiros 2/3. Os puzzles finais são praticamente feitos pra te OBRIGAR a usar guia - ou então a fazer o "final ruim". Ter que olhar guias pra zerar não é o tipo de nostalgia que um jogo bem feito deveria me trazer. =P
Anotações em papelzinhos e descobrir segredos é legal, mas o jogo faz isso BEM MELHOR nos primeiros 2/3. Os puzzles finais são praticamente feitos pra te OBRIGAR a usar guia - ou então a fazer o "final ruim". Ter que olhar guias pra zerar não é o tipo de nostalgia que um jogo bem feito deveria me trazer. =P
Boa analise cdx, mandou bem
Me deixou curioso quanto a sua nota pro jogo, já que pelo visto a ladeira foi alta.
Valeu, galera. ❤️
A regra é clara: notas só na virada do ano. :v
A regra é clara: notas só na virada do ano. :v
Cara pra mim quando eu passei a gostar mais e me importar mais com o jogo foram justamente nos momentos que pra vc o jogo começou a decair, um dia eu ainda vou rejogar traduzindo o idioma do game e consequentemente fazendo os puzzles do final verdadeiro por mim mesmo, que pra meus amigos é o puzzle mais genial dos jogos e pra você são puzzles bostas, a diferença de opiniões me deixou mais curioso pra tentar resolver esses puzzles mas .... SEM TEMPO IRMÃO.
Nossa, que curioso.
Vai ver foi alguma mudança brusca na "filosofia" do jogo, no "espírito" dos puzzles e combates, que desceu melhor pra vocês do que pra mim?
Sei lá. Eu gostei muito do ponto de virada na trama e no geral a ideia do último ato parece boa, mas não foi o que eu senti na prática.
Vai ver foi alguma mudança brusca na "filosofia" do jogo, no "espírito" dos puzzles e combates, que desceu melhor pra vocês do que pra mim?
Sei lá. Eu gostei muito do ponto de virada na trama e no geral a ideia do último ato parece boa, mas não foi o que eu senti na prática.
@CDX Pô, eu achei o final bem massa! Precisei de guia/ajuda algumas vezes que travava no Golden Path, mas é bem doido ver a camada da cebola descascar pela décima vez no jogo, e agora de forma tão intensa e tão pervasiva no mundo todo. Achei meu primeiro "holy cross" sem prompt um dos melhores momentos "eureka" do jogo sem dúvidas!
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Pô, cara, foi mal, mas obrigar o jogador a achar metade das fadinhas só pra uma página do manual e TODO O GOLDEN PATH pra outra não me desceu não. Seria algo excelente pra uma platina de 100% com uma recompensa foda no final, mas HORRENDO pra só ver o final verdadeiro.
Obrigar o jogador a descobrir sozinho como abrir aquelas portas vá lá, foi bem maneiro. Obrigar ele a dar inputs aparentemente aleatórios em áreas aparentemente aleatórias do mapa? Nem fodendo.
Sem contar que o cemitério e catedral são legit as áreas mais desbalanceadas do jogo. =P
Obrigar o jogador a descobrir sozinho como abrir aquelas portas vá lá, foi bem maneiro. Obrigar ele a dar inputs aparentemente aleatórios em áreas aparentemente aleatórias do mapa? Nem fodendo.
Sem contar que o cemitério e catedral são legit as áreas mais desbalanceadas do jogo. =P
Concordo com tudo, o trecho final do jogo (tirando o boss final) decaiu bastante em relação a qualidade do resto, mas em geral eu ainda gostei bastante do jogo. Esse jogo me lembrou um pouco de Death's Door por algum motivo, inclusive fica aí a recomendação.
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Deve ser porque Death's Door também é isométrico com combate inspirado por Dark Souls, não?
Tá na minha fila já.
Tá na minha fila já.
Tua review me lembrou de Fez e os puzzles para a comunidade dos cubos vermelhos. É feito pra um trabalho colaborativo porque é impossível desvendar sozinho.
@felipelee Fez eu lembro que gostei muito quando joguei, mas isso foi só uma vez lá pra 2018~19. Preciso rejogar.
guilhermehnp
1 year ago
E sim, o jogo tem uns puzzles finais impossíveis de resolver kkkkkk olhei guia pra conseguir fechar tbm, mas de certa forma acho que isso me fez voltar no tempo também, o que o jogo como um todo me fez. No fim me vi fazendo anotações em papeizinhos, descobrindo segredos (quando eu descobri como trocar de roupa sozinho foi incrível), nada nos últimos tempos me trouxe uma nostalgia tão boa quanto Tunic.
Boa análise!