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Belíssimo, Supergiant, belíssimo.

É muito gratificante sempre que uma sequência de um filme ou jogo consegue ficar à altura do título original, se não melhor. Hades II, mesmo em acesso antecipado, esbanja a mesma dedicação técnica e criativa em sua composição, revelando muitos aspectos similares ao primeiro jogo, mas essencialmente diferentes e plenamente suficientes para conferir uma aventura também distinta — abrangendo principalmente o combate, cenários, coleta de recursos e novos personagens. Além disso, uma mudança positiva que me marcou foi o novo objetivo principal. Derrotar o Hades no primeiro jogo é relativamente satisfatório, mas a conjuntura do novo chefe final (avaliando a história, postura e dificuldade de enfrentamento) resulta numa sensação incomparável; como é maravilhoso enfiar a porrada nesse cara.

Inicialmente, a jogabilidade geral parecia ser desafiadora (de um modo até frustrante), mas na verdade eu não sabia que podia aprimorar o limite dos arcanos para além de 10; não sei se não prestei atenção no tutorial, ou acidentalmente pulei essa etapa — algo que até foi corrigido no primeiro patch notes —, mas depois disso, a experiência do combate se mostrou bastante equivalente ao primeiro jogo. Não entendi o porquê de tantos comentários sobre as armas e algumas bênçãos atuais serem fracas nessa comparação; me parece um exagero, porque ainda existe uma diversidade válida a ser explorada, mas de fato algumas bênçãos parecem pouco úteis em várias situações. Isso é relativamente grave, até porque um dos maiores acertos do primeiro Hades é como praticamente todas as bênçãos conseguem ser fortes a depender de sua arma e estratégia de combate em uma run; ter isso desperdiçado em grandes proporções é meio caminho andado para a decepção (algo bem comum em jogos semelhantes, como Vampire Survivors, por exemplo) — porém, mais uma vez, atualmente isso não é pra tanto. De qualquer forma, não há nada minimamente próximo de "injogável", além de ser necessária a compreensão do significado de acesso antecipado, justificando que todos esses quesitos serão avaliados constantemente pelos desenvolvedores ao longo das versões.

Nesse mesmo tópico, a história principal e várias estéticas de personagens, bênçãos e itens também estão incompletas e serão concluídas ao longo do tempo, o que é obviamente normal. No fim, talvez o ponto mais negativo por enquanto seria uma percepção que a maioria dos aspectos das armas não parecem tão diferentes da versão base; seria legal uma repaginada em algumas mecânicas dentro deles — além do que, uma interface mais dedicada desse menu também viria a calhar.

Enfim, certamente é um título que promete ainda mais quando sair do acesso antecipado, e definitivamente recomendo. Se você não curte esses tipos de "instabilidades" que surgem ao longo dessa fase de desenvolvimento, talvez seja melhor esperar, assim como poder desfrutar de um conteúdo verdadeiramente completo. Entretanto, caso tenha o receio de que a jogabilidade esteja "quebrada", ou que ainda não exista muito o que explorar, saiba que esse não é o caso. Além do que, pelo andar da carruagem, me parece que há muito mais conteúdo planejado para Hades 2 do que o primeiro jogo — onde eu já acumulei 300 horas, então não quero nem imaginar nesse daqui.

E claro, Morte a Cronos!

Num resumo máximo, Deus Ex: Mankind Divided é melhor em praticamente tudo em relação a seu antecessor, com exceção à história. Fora isso, ambientação, gráficos, trilhas sonoras, combate, mecânica de stealth... todos eles guardam a mesma essência do Human Revolution, porém com melhorias e refinamentos gerais.

A imersão no mundo distópico de DX:HR já é uma boa experiência, mas aqui ela é ainda mais aprimorada, também mantendo uma maturidade e destreza quanto aos dilemas que aborda. A partir dos eventos do primeiro jogo, a ambientação acompanha a nova conjuntura em torno do "apartheid mecânico", uma alegoria bem representada desde missões principais e secundárias até o próprio cenário; é gratificante explorar esses contextos por completo, pois são muitas tramas, personagens, diálogos e eventos gerais que contribuem para a percepção contemplativa/angustiante do novo mundo em que estamos inseridos.

GAMEPLAY E ASPECTOS TÉCNICOS
Sobre a jogabilidade, não tem muito o que falar: a mesma que DX:HR, porém melhor, como eu já disse. Agora tem-se vários aprimoramentos que enriquecem ainda mais a liberdade do jogador para ser o agente que você quiser: stealth ou combate direto, construindo um grande espaço criativo para avançar por n caminhos ou eliminar seus inimigos de n maneiras. Falando neles, a IA continua relativamente básica, mas suficientemente funcional e muito melhor do que os patetas do primeiro jogo.

Apesar dos gráficos e animações estarem mais atuais e consequentemente belos, tive vários problemas relacionados à renderização de texturas, telas de carregamentos demoradas e crashes aleatórios, embora uma performance geral relativamente estável. Teoricamente eu estava acima dos requisitos mínimos e abaixo dos recomendados para jogar, mas ainda assim não tenho certeza até onde posso criticar esses pontos. Entretanto, algo que jamais posso esquecer de pontuar é o absurdo das legendas não funcionarem para diálogos de fundo ou secundários; por que simplesmente remover algo que já funcionava bem anteriormente? Não faz sentido.

HISTÓRIA
Inicialmente, tenho que elogiar o belíssimo upgrade de personalidade do próprio Adam Jensen, onde seu papel anterior de "estranho zero risadas e levemente irônico (se possível)" assume uma postura mais reflexiva e humana frente às situações — algo que não se via com frequência em DX:HR —, e evidentemente sem perder sua determinação característica. Juntamente disso, o antagonista da vez parecia inicialmente genérico desde o trailer, mas a partir do primeiro encontro e ao longo da história, pouco a pouco ele se mostra bem mais do que se esperava, com indagações e propósitos que dignificam sua imagem dentro da narrativa — embora não tão emblemático como Hugh Darrow. Quanto aos demais personagens, alguns não parecem tão interessantes quanto aqueles do primeiro jogo (com leves chances disso ser apenas saudosismo meu), mas no geral todos tem uma boa personalidade e funcionalidade na narrativa.

Mas finalmente, falando da história em si, ela é tão bem conduzida quanto o primeiro, e não necessita das mesmas dimensões de revolução para se mostrar interessante. Por outro lado, seu desenvolvimento é curto, com um final repentino e que levanta muitas dúvidas sobre o que você de fato experimentou acerca da narrativa principal. Quer dizer, considerando tudo que foi entregue nela, tem-se um conteúdo bom e relativamente completo, mas fica uma sensação de que deveria haver complementos de alguns pormenores para enriquecê-la ainda mais, uma vez que essa incumbência acaba sobrando para as missões secundárias — que reforçam MUITO bem a ambientação, mas não a narrativa principal. Isso é facilmente perceptível quando se joga a DLC Desperate Measures; por que isso não está no jogo base mesmo? Não é uma história à parte como System Rift ou Criminal Past (boas DLC's, inclusive), é de fato um conteúdo que acrescenta muito bem à história, mas que parece ter sido cortado apenas para ser inserido como bônus de pré-venda. Essa suspeita é principalmente reforçada pelo fato de: (1) ser contraditório à ênfase constante no rapaz de capuz amarelo no trailer, para no final ser um conteúdo exclusivamente abordado em uma DLC, e; (2) condizer com a técnica predatória que executaram no Deus Ex: Breach, onde a única coisa que presta daquela bagunça são as histórias da Darknet — algo que definitivamente não precisava do Breach para existir. Eu tenho certeza que todos os jogadores agradeceriam que essa porcaria fosse deletada em troca de um mínimo enriquecimento do enredo principal, mas as microtransações falaram mais alto.

Deus Ex: Mankind Divided é uma melhoria geral de seu antecessor e que facilmente consegue ser um jogo maravilhoso, porém com um potencial desperdiçado intencionalmente pelas belíssimas decisões da Square Enix, impactando majoritariamente no que foi entregue como "história principal". Desse modo, muito da beleza e dedicação desse jogo é melhor expresso justamente na ambientação e nas missões secundárias, onde consegue captar e refinar a essência construída em Deus Ex: Human Revolution. Nesse sentido, apesar da dominância dos pontos positivos, sinto que essa obra exala uma vibe de "segunda da trilogia", significando que tem uma história principal pouco rebuscada, embora suficiente por si só, além de possuir vários aspectos que contribuem para o enriquecimento da franquia como um todo. No final, percebe-se como o jogo tinha o intuito de ser principalmente uma preparação para algo verdadeiramente importante e que será fechado posteriormente em um terceiro título, mas que dificilmente sairá tão cedo — e isso se sair.

Deus Ex: Human Revolution é a melhor obra de ficção científica Cyberpunk que já experimentei. Praticamente todos os aspectos técnicos e criativos são muito bem executados, considerando desde a gameplay diversa até a construção de uma atmosfera funcional de um futuro distópico e, ao mesmo tempo, verossímil dentro do que aborda. Existem alguns pormenores que podem frustrar a experiência, principalmente em torno de ferramentas que envelheceram mal, porém dá para ignorá-las na maioria das vezes (pelo menos para mim). Aprofundando um pouco mais nos aspectos do jogo, escolhi dividir em:

HISTÓRIA
Toda a narrativa é bem articulada e sua duração total também está entrelaçada ao desenvolvimento necessário da trama, sem que em nenhum momento ela pareça ser extensa, repetitiva ou desinteressante; a maioria das missões secundárias despertam um interesse para realizá-las em busca da recompensa associada, seja pelo desejo do jogador de extrair conteúdo do jogo, ou apenas a obtenção de créditos e aprimoramentos. Além disso, outro ponto marcante é a maturidade empregue na construção dos dilemas éticos e políticos presentes ao longo de toda a narrativa, permitindo que vários cenários exprimam uma credibilidade que não se limita à reação do protagonista, como também conseguem ser efetivos à moralidade do jogador — ademais, todo esse panorama é mais uma vez rememorado em um dos finais de jogo mais reflexivos que já vi.

Juntamente da trama, a construção dos personagens que a integram é bem dedicada para conferir carisma suficiente a muitos deles, enquanto outros percebe-se opiniões, respostas e uma postura um tanto genérica, como aqueles três mercenários, Zhao e às vezes a Malik. Entretanto, Sarif, Pritchard, Jensen e principalmente Darrow fazem valer sua significância na história através disso, além de outros personagens mais pontuais na narrativa.

Um pequeno parênteses sobre a DLC Missing Link, não tive nenhum problema em ser obrigado a jogá-la no meio da história principal (uma consequência do Director's Cut). Apesar de relativamente longa, a trama mantém uma correlação bem construída com a história principal, além de importante para melhor compreensão de alguns pontos dela. Esquecendo alguns problemas dela relacionados à realização de conquistas (principalmente Foxiest of the Hounds e Factory Zero), é uma boa DLC.

ASPECTOS TÉCNICOS GERAIS
Como já mencionei, a ambientação do jogo é muito bem expressa para a distopia que propõe, onde até percebi (na ambientação) algum nível de semelhança a Blade Runner (1982). As trilhas sonoras são bem inspiradas e em grande parte desempenham muito bem seu papel, onde quer que sejam inseridas. Por outro lado, como já bem conhecido nas críticas negativas, os gráficos estão relativamente datados, em especial aqueles referentes à textura facial, onde também se tem animações corporais bem toscas e bastante limitadas, assim como a variedade de NPCs e outras coisas relacionadas; eu consigo ignorar esses detalhes, mas realmente dão uma quebrada na imersão em vários momentos. Por fim, sobre o lendário filtro amarelo, eu até acho bacana, conferindo uma tonalidade/saturação enjoada que mescla relativamente bem com a realidade distópica intencionada; acabou marcando Deus Ex: HR de um jeito que até senti falta no Mankind Divided.

GAMEPLAY
A jogabilidade é relativamente simples dentro do que se espera de um jogo stealth, porém divertida e até que diversa no que diz respeito às maneiras que o jogador tem para avançar nas missões e cenários gerais: confronto direto, convencimento de NPCs, hack de torres, caminhos ocultos, e obviamente isso é ainda mais enriquecido com os vários aprimoramentos disponíveis. Por outro lado, em tese, Adam Jensen é um agente furtivo, então muitas escolhas acabam realmente sendo favoráveis a esse estilo de jogo; ou seja, é difícil compensar sua fragilidade numa troca de tiros direta com 5 inimigos. Falando neles, principalmente para a jogabilidade stealth, os inimigos têm uma IA bem básica, ruim e bastante previsível, além de pouco realista, o que torna o jogo realmente fácil em muitas situações que não deveria ser. No mais, os quatro chefes também são bem fáceis de derrotar; o minimapa poderia ser mais bem representado, visando oferecer maior utilidade de navegação; e hackear dispositivos não deveria ser TÃO recompensador, de modo que vale mais a pena hackear tudo que vê pela frente do que explorar em busca de códigos e senhas — o que acaba desmerecendo bastante a própria existência desses.

Enfim, é um título memorável e muito bom de experimentar ainda nos dias de hoje. Se você conseguir suportar os aspectos técnicos datados e em grande parte limitados, garanto que todos os outros pontos citados são mais do que capazes de imergí-lo na obra. Embora com uma jogabilidade não tão desafiadora assim (embora isso seja relativo), ainda se tem uma experiência divertida e gradativamente reflexiva dentro do enredo associado.