It Takes Two já estava na minha mira muito antes de receber o prêmio de Jogo do Ano em 2021, mas a premiação obviamente fez o interesse aumentar e criou também uma dúvida: será que esse jogo merece realmente tal prêmio?

A resposta é que sim. E vou além: talvez It Takes Two seja o videogame mais videogame que eu joguei recentemente.

Em um mundo sempre em busca de ultra realismo nos jogos, de histórias profundas e dezenas de horas gastas com atividades repetitivas, é uma lufada de ar fresco um jogo que tenta ser apenas aquilo que ele é: uma diversão rápida, simples e até um pouco boba.

It Takes Two é colorido, divertido e lembra muito um filme da Sessão da Tarde. Mais do que um simples jogo de puzzles, ele traz uma boa história, com personagens divertidos e humanos. Ainda assim, o jogo consegue apresentar puzzles desafiadores e uma boa parte de combate. Todas as lutas contra bosses são divertidas e algumas acabam de destacando, até mesmo se comparadas com outros jogos semelhantes.

O jogo não faz nada com excelência, mas consegue se destacar pelo conjunto da obra. Apesar dos últimos momentos da narrativa serem um pouco corridos, o jogo ainda é uma ótima escolha para jogadores mais casuais e até mesmo jogadores acostumados com desafios maiores, mas que querem relaxar com algo mais leve.

Antes de mais nada, um disclaimer: eu gosto dos jogos da Ubisoft. Sei que hoje existe uma opinião consolidada na comunidade gamer que todos os jogos publicados pela Ubisoft nos últimos 10 anos são bombas imperdoáveis de baixa qualidade, mas eu ainda mantenho muito carinho pelos jogos da empresa.

Dito isso, é preciso reconhecer que Far Cry Primal é um dos jogos mais preguiçosos que eu já joguei. Tudo nesse jogo exala simplicidade e não em um bom sentido. Os sistemas do jogo são simples, cópias idênticas de outros sistemas apresentados na série Far Cry; o mapa é vazio, com atividades repetidas à exaustão; todas as cutscenes são feitas com o mínimo de qualidade gráfica, mesmo para 2016; e a história principal, junto com seus personagens e inimigos, é pouco inspirada e esquecível. Nem mesmo a Ubisoft se preocupou em criar um final memorável para as 30h investidas na história de Takkar e sua tribo.

Mas apesar de todos os seus defeitos e de sua execução pouco inspirada, Far Cry Primal consegue proporcionar boas horas de diversão. Existe algo intrinsicamente divertido no loop que a Ubisoft cria em seus mundos abertos.

Não me peça para explicar de onde ver essa diversão ou o que a causa. Faz 15 anos que eu me pergunto a mesma coisa.

No meio de toda a mediocridade desse jogo, o que mais se destaca é o combate. Apesar de simples, ele gera bons momentos de tensão e as lutas finais exigem até mesmo algum nível de preparo e pensamento estratégico. Apesar disso, jogadores mais experientes não encontrarão desafios maiores aqui.

E talvez seja esse o charme dos jogos como Far Cry Primal: saber que videogames ainda são um lazer casual para muitas pessoas. Se o que o jogador busca são algumas horas de exploração em um mundo simples, mas que oferece atividades variadas, com um combate pouco desafiador, mas divertido, e uma história linear, Far Cry Primal é o jogo ideal.

Falar de Baldur's Gate 3 é, muitas vezes, chover no molhado. Meses depois do lançamento, parece que tudo já foi dito, todos os elogios já foram feitos e todos os defeitos já foram apontados.

Logo de início então é importante dizer que o jogo é fenomenal. Poucas vezes (talvez nunca) vi um jogo com tantas opções narrativas, de construção de personagem e de resolução de obstáculos. Embora o jogo tenha finais bem definidos, a ilusão da escolha é muito bem montada e é quase impossível não se envolver com a história daquele mundo e de seus personagens.

Falando em personagens, o grupo de companheiros que acompanham nosso personagem (no caso de campanhas solo) é o maior destaque do jogo, para mim. Alguns meses atrás, escrevi um review de Starfield comentando sobre como os companheiros são sem vida. Em BG3, o oposto ocorre: todos os companheiros tem um passado, um objetivo, tomam decisões e em alguns casos até mesmo se revoltam com suas decisões e saem do grupo.

Além dos personagens, pretendo elencar mais dois pontos muito positivos do jogo: sua trilha sonora e seu enredo.

A trilha sonora é um destaque durante todo o jogo. Não se trata de uma música ou duas que chamam a atenção, mas de vários momentos em que música e enredo se juntam para elevar a emoção levada até o jogador. Sejam instrumentais belíssimos, sejam vocais sublimes, a música é uma ferramenta a mais usada com maestria para contar a história.

E a história contada, em sua boa parte, é ótima. Apesar de sua simplicidade (seu personagem busca apenas uma cura durante todo o jogo), ela é capaz de entregar decisões difíceis, personagens cativantes e ótimos vilões (especialmente o vilão do segundo ato, Ketheric).

Infelizmente, é também na história que começam a surgir os primeiros problemas de BG3. Depois de dois atos bem construídos, o terceiro ato é uma bagunça de resoluções, onde NPCs falam com você um atrás do outro, com pouco ou nenhum tempo para processar as decisões tomadas e suas consequências. Isso gera uma exaustão na trama que não existia nos atos anteriores.

É também no ato 3 que o jogo sofre com os maiores problemas técnicos. Diálogos sem som, bugs no combate e até mesmo o jogo crashar e perder algumas horas de save foram coisas que me aconteceram na reta final do jogo. Não é um grande problema, na minha opinião, mas joga um pouco de sombra na obra quase perfeita que é BG3.

No balanço geral das coisas, BG3 é o jogo da década até aqui. Vai marcar uma geração, como outros clássicos marcaram suas gerações no passado. É um jogo que pretendo jogar mais vezes, explorar outros caminhos e possibilidades e acredito que esse é o maior trunfo da Larian: criar uma experiência imortal de jogo, que poderá ser jogada muitas vezes e lembrada por ainda mais tempo.

É inegável que Final Fantasy VII mudou o rumo de todo um gênero em seu primeiro lançamento em 1997. Por isso, a expectativa para esse Remake era alta, mesmo que ela abordasse somente uma parte inicial do história do jogo original.

Falo com tranquilidade que as expectativas foram alcançadas e, em muitos casos, até mesmo superadas. Diferente do jogo original, aqui o jogo toma um tempo maior para explorar personagens secundários e a cidade de Midgar, dando um peso emocional maior para alguns acontecimentos da história. Falando sobre ela, a narrativa é excelente, com um ótimo desenvolvimento, sem grandes momentos "filler", sabendo inovar a história original quando necessário, mesmo sem grandes alterações.

O melhor aspecto do jogo, sem sombra de dúvidas, é seu combate. Desde o início é possível sentir uma evolução, seja através das matérias que adquirimos, armas novas ou até mesmo novas configurações de grupo que o jogo oferece. Chegar no último combate do jogo e sentir toda essa evolução em seu máximo com certeza foi o ponto alto das 30h que dediquei ao FF7 Remake.

Um aspecto do jogo que poderia ter recebido melhor atenção e que ajudaria no desenvolvimento de Midgar e seus setores são as missões secundárias. Elas se parecem muito com uma adição posterior ao jogo. São simples, pouco imaginativas, até um pouco chatas, mas poderiam ter um papel muito maior para explorar mais até mesmo de outros personagens do grupo.

A trilha sonora do jogo é excelente, mas a dublagem dos personagens peca um pouco em alguns momentos, com as vozes baixas e abafadas.

Sobre as (poucas) mudanças feitas na história original (não me alongarei muito para evitar spoilers), não achei nenhuma drástica e penso que as possibilidades ainda estão muito abertas para os próximos jogos da trilogia, o que é algo muito positivo.

No geral, FF7 Remake foi uma das melhores experiências que tive com videogames na vida. Ele é agradável, emocional e muito bonito, evoluindo uma história que já era marcante em sua época e transformando no início de uma trilogia que, quando finalizada, tem tudo para ser atemporal.

Que jogo, meus amigos! Aqui a Remedy mostra toda sua evolução, que vem desde o primeiro Alan Wake.

No jogo, acompanhamos Jesse Faden como nova diretora do Departamento Federal de Controle, um cargo que ela nunca quis. A premissa da história é simples, mas vai ficando mais e mais complexa a cada personagem que conhecemos, cada colecionável que encontramos pelo caminho com mais detalhes sobre as pessoas que trabalham ali e a cada sala que descobrimos na (enorme) Antiga Casa.

A exploração nesse jogo é supreendente. De início, imaginei que o jogo seria bem "cinza", com salas e salas de escritórios, o que acabaria ficando repetitivo depois das primeiras horas. Grande engano: o jogo inova até o fim, com cenários inexplicáveis, salas infestadas de mofos e espaços interdimensionais. Infelizmente, os inimigos não acompanham os cenários e há pouca variação da metade do jogo para frente.

As habilidades que Jesse vai adquirindo ao longo do jogo também dão certo alívio a uma gameplay que podia ficar enjoativa rápido. O poder mais significativo é o de levitação, que adiciona toda uma nova direção ao jogo e abre ainda mais caminhos para a exploração.

Aqui ficou claro pela primeira vez que a Remedy pretende interligar todos seus jogos recentes em um único universo. Há referências à personagens antigos, mas também novos personagens que trazem mais perguntas que respostas, como é o caso do Dr. Darling e de Ahti. Espero ver mais deles em jogos futuros, mesmo que apenas na forma de flashbacks e colecionáveis.

Por fim, é importante falar da trilha sonora do jogo. Essa já é uma marca registrada da Remedy, mas aqui o estúdio se supera novamente. Desde a ambientação do jogo, com suas músicas sombrias e misteriosas, até o tango cantado pela zelador Ahti e a já clássica participação da banda fictícia Old Gods of Asgard, tudo brilha e aparece no momento certo para elevar ainda mais o jogo.

Meus únicos problemas foram de origem técnica: no Xbox One, o jogo acabou fechando sozinho duas vezes, além de travar em alguns momentos de muita ação e destruição de cenário.

Apesar disso, o jogo não perde seu brilho e entrega ação e roteiro sólidos, mostrando o quanto a Remedy evoluiu em quase dez anos. Sem grandes falhas e com vários acertos, foi uma ótima experiência por 25h e ainda deixou um gostinho de quero mais!

Depois de Alan Wake, segui na missão de explorar outros jogos do universo compartilhado da Remedy. Enquanto Alan Wake foi um jogo inovador, Quantum Break é o que eu costumo chamar de "joguinho honesto": nada nele é fora da curva, mas ainda assim ele entrega bons momentos de diversão.

A história é o típico enredo de viagem no tempo, com clichês sobre paradoxos e a impossibilidade de alterar o passado. Apesar disso, é uma história bem executada (apesar de algumas conveniências de roteiro que acontecem de tempos em tempos), com bons personagens e ótimos plot twists, dependendo das suas decisões ao longo dos capítulos.

Vale a pena destacar as decisões que o jogador pode tomar. Embora sejam poucas, elas realmente mudam a história e criam um bom fator replay, para explorar outros caminhos. Apesar disso, o jogo ainda te força em determinado caminho e no final eu senti que a história que eu estava criando com as minhas decisões foi deixada de lado em prol do roteiro já pronto do jogo.

Apesar do personagem principal, Jack Joyce, ser um dos protagonistas mais sem sal com o qual eu já joguei, o restante do elenco é interessante e variado. Nesse ponto, a série que intercala os episódios do jogo é muito boa, explorando outros pontos de vista da história e dando um peso maior para as decisões que o jogador toma.

A jogabilidade aqui é um grande salto em comparação com Alan Wake. Os poderes temporais são variados e dão agilidade ao jogo. Gostei de cada encontro de combate e não senti falta de variedade de inimigos, como li em outras reviews.

Mas o jogo tem seus problemas. O número de colecionáveis é excessivo e muito da história se perde no meio de informação inútil. Alguns bugs de áudio também tornaram algumas cutscenes difíceis de acompanhar e a falta de legendas em português (ou até mesmo em inglês) para alguns áudios e vídeos estragam muito a experiência. Sinto que muito do conteúdo extra do jogo (que foi um dos fatores que tornou Alan Wake memorável) se perdeu para mim. Também senti falta de uma trilha sonora mais inspirada, como é comum em outros jogos da Remedy.

No geral, me diverti com Quantum Break e gostaria muito de uma continuação, mas o jogo não apresenta muitas inovações nem narrativas nem em jogabilidade. É um bom passatempo, mas não espere um jogo revolucionário.

Um jogo que demorei muito tempo para jogar (era o mais antigo do meu backlog!) e que a surpresa não poderia ter sido maior!

A narrativa de Alan Wake é o seu grande destaque, com uma história original e surpreendente, com bons plot twists. Um enredo enxuto, que não se estica além do que precisa para apresentar seus personagens e sua proposta. Tem um bom elenco de personagens, que conseguem gerar empatia com o jogador.

O próprio Alan Wake, que dá nome ao jogo, é complexo na medida certa, com defeitos que lhe dão algum propósito na narrativa, mas também com qualidades que fazem com que o jogador torça para um final feliz.

O destaque vai para toda a metalinguagem da história. Alan é um escritor que vive a própria história e através dos colecionáveis do jogo vamos descobrindo que existem várias outras camadas nos acontecimentos em Bright Falls. Aliás, outro ponto de destaque são os colecionáveis, desde as páginas do manuscrito até os episódios de Night Springs que encontramos em TVs pelo mapa, que adicionam mais e mais ao universo do jogo.

Com tanta atenção para a narrativa, é até um pouco triste perceber que a jogabilidade e os gráficos envelheceram mal. Nem mesmo o remaster conseguiu salvar os controles engessados e que muitas vezes não são responsivos.

O problema da jogabilidade só piora nas fases finais do jogo, onde o número de inimigos chega a ser quase injusto. Embora exista certa explicação dentro do plot para isso, ainda assim gera alguns momentos de stress que acabam manchando um jogo até então excelente.

Apesar dos controles engessados, a narrativa é mais do que suficiente para colocar Alan Wake como um dos melhores jogos de sua geração e mais do que justifica as cerca de 11h que passei acompanhando a jornada de um escritor por sua própria obra.

It's not a lake, it's an ocean.

Um belo retorno às origens da série, não somente com a volta de algumas mecânicas, mas também com uma história focada na Irmandade dos Assassinos e seu conflito milenar com a Ordem dos Anciões (futuros Templários). Não tinha percebido o quanto sentia falta desses plots até ter a chance de jogar o Mirage.

Embora a história seja mais curta e simples que nos jogos anteriores, nem por isso ela é ruim. Basim é um protagonista com muito carisma, assim como alguns outros personagens que aparecem pela trama. A ligação das investigações, aparentemente isoladas, com uma trama maior que vai se revelando aos poucos também foi muito bem executada.

Mas quem brilha mesmo aqui é Bagdá, uma cidade cheia de vida, com muitas oportunidades de parkour e exploração. Os pequenos colecionáveis históricos foram muito bem executados e dão uma aula sobre um período histórico tão pouco conhecido. Minha única crítica aqui é o quanto alguns contos de Bagdá são simples e se tornam meras fetch quests, bem no estilo do Valhalla. Faltou um pouco mais para mostrar melhor a cidade e as pessoas que viviam nela naquele período.

Mecanicamente falando, o jogo é todo voltado para o stealth. Ele te dá muitas ferramentas (algumas mais úteis que outras), oportunidades de interagir com multidões, caminhos secretos, além da própria águia que te ajuda a rastrear os inimigos. As habilidades que você vai adquirindo ao longo do jogo também são bem pensadas, mudando a forma de jogar e abrindo novas estratégias possíveis.

O combate, por esse mesmo motivo, acabou ficando de lado. Ele não inova ao longo do jogo e fica sempre meio travado e estranho. Para ser bem sincera, tentei evitar ao máximo o combate o jogo todo, tentando experimentar cada momento do jogo como o estúdio imaginou, ou seja, focando em ser um assassino discreto e sutil.

No geral, Mirage é uma ótima experiência, que equilibra bem novidades necessárias que jogos mais recentes da série trouxeram com algumas mecânicas de sucesso do passado, além de um protagonista interessante e uma cidade vivíssima. Com exceção de alguns deslizes com bugs e animações facias estranhas, além do combate fraco e pouco inspirado, é uma das melhores entregas da Ubisoft nos últimos anos.

É difícil escrever um review de um jogo tão grande quanto Starfield. Mas com 70h de jogo e depois de explorar a maior parte das missões da história e das facções, acredito que consigo fazer um review destacando os pontos negativos e positivos do jogo.

Esse era um jogo que eu tinha muitas expectativas. Em alguns momentos, o jogo não atingiu tudo que eu esperava, mas nem por isso é um jogo ruim. Houveram algumas gratas surpresas, como foi o caso da main quest. Pode não ser a melhor da Bethesda, mas achei uma história sólida e com boas reflexões sobre exploração, humanidade, religião, ciência e consequências. O ritmo pode não ser o ideal em alguns momentos (principalmente no começo), mas da metade para o final a história engrena bem e tem um final bem bonito, dentro do que a história entregou até ali.

Algumas das missões das facções se destacam até mais do que a main quest. Todas elas são bem desenvolvidas, embora algumas pareçam forçar o jogador a tomar decisões em certos momentos. Muitas merecem ser expandidas em DLCs futuras e acredito que aqui está o maior mérito de Starfield para a Bethesda: criar um novo universo, com muitas perguntas e caminhos para se explorar. E o melhor: eu tenho vontade de saber mais sobre esse universo.

Ainda na parte da história, o jogo peca um pouco no desenvolvimento dos companions. Só fiz a missão de um deles e sinto que há pouco incentivo para explorar os outros membros da Constelação, que quase sempre estão parados esperando você falar com eles. Para um grupo de exploradores, eles exploram bem pouco o universo no tempo livre. Seria fácil solucionar isso permitindo que você levasse mais de um companion por vez nas missões.

Falando na exploração, é aqui que o jogo mais derrapa. A ideia de mil planetas exploráveis prejudicou e muito a Bethesda aqui. Explorei bem pouco do jogo, porque logo após 5 ou 6 horas já dava para perceber que muitos lugares se repetiam e muitos mapas eram vazios. Talvez um escopo menor, com 200 planetas, tivesse ajudado mais a equipe de desenvolvimento a tornar a exploração mais interessante.

O combate com naves é bem divertido e em certos momentos bem tenso, principalmente quando ocorrem batalhas com muitas naves. Também gostei dos eventos aleatórios no espaço, alguns foram bem divertidos (como a nave que ficou 200 anos viajando até chegar em um planeta ou da vovô do espaço que te convida para tomar um café com ela). Mas a personalização das naves em si não me agradou muito... Não é um sistema difícil, mas não é para mim.

O que mais gostei do jogo foi o sistema de skills. Gostei muito dos desafios e da decisão de trancar alguns sistemas de jogo atrás de certas skills. Impede a criação de personagens que fazem de tudo um pouco, uma das coisas que me desagradava em Skyrim. Foquei meu personagem em skills sociais e era muito satisfatório resolver algumas situações tensas com persuasão ou suborno.

Infelizmente, os poderes que o personagem desbloqueia a partir de certo momento da história não são tão interessantes. Achei todos bem irrelevantes e nenhum deles era sequer divertido. Desisti de explorar essa parte do jogo depois de conseguir 5 ou 6 poderes, sem nem ter usado nenhum deles até então.

Uma última crítica é quanto aos NPCs. Tirando aqueles que eram essenciais para a história, a maior parte dos NPCs repetem os mesmos 15 rostos, isso quando não são meio deformados e esquisitos. Para um jogo que ficou sendo polido por tanto tempo, isso parece mais uma marca de preguiça da Bethesda do que um problema com bugs.

No geral, é uma ótima experiência, mas saio do jogo com a sensação de que muito potencial foi desperdiçado. Apesar dos problemas de otimização e de algumas escolhas datadas de design, o jogo diverte com um bom roteiro, boas mecânicas e momentos que vão desde o engraçado até o emocionante.

Joguei por quase uma centena de horas e por isso só me resta agradecer a Bethesda por mais um jogo que ainda vai me trazer muitas e muitas horas de diversão pelo espaço.

Fechei no Xbox One e no Playstation 4, quase 300h somando as duas plataformas.

Talvez seja o jogo da minha vida. Primeira vez que fechei, o fiz com lágrimas nos olhos por ter que me despedir de tantos NPCs incríveis. Main quest ótima, simples, mas redondinha.

Gostei de caçar os cultistas e também de matar os mercenários (que só tem o defeito de aparecerem todos juntos o tempo todo). Algumas quests memoráveis, como a quest da Arena. Só a parte de Atlântida fica sobrando nesse roteiro.

Pontos negativos: mapa extremamente repetitivo. Não gosto do combate naval, como não gostava do Black Flag. Alguns NPC um pouco mal aproveitados. Quests secundárias pouco interessantes.

Sobre as DLCs, a melhor é a da Primeira Lâmina. A quest de Atlântida continua fraca e a DLC não ajuda, enchendo o jogo de fetch quest e pontos repetitivos no mapa. O pior mapa de todos é justamente o de Atlântida, vai entender.

Jogo bem fácil, mas pelo menos o design é bem bonito, com todas as referências à "Alice no País das Maravilhas". E alguns bosses são bons (em alguns momentos dá a impressão que foi a única parte do jogo onde os devs investiram algum esforço).

Finalizei o jogo com um ódio inacreditável da câmera. Mas é um 100% rápido, para quem gosta de caçar conquistas.