O verdadeiro resgate a essência. É o retorno do medo em sua face mais pura, crua, gráfica e assombrosa, do sentimento de claustrofobia e apreensão circundantes, da aterrorização em ter que percorrer um corredor opressivo em meio a escassez de recursos, implorando quase que de joelhos pra que não haja mais ninguém ao fim, da conquista e reconquista desses espaços, da tensão da sugestão e daquilo que é frontal, de correr por pavor, da imprevisibilidade, da perdição em pleno caos, do pesadelo em estado de paranoia, eu só vim atrás da minha esposa, por que eu mereço passar por tudo isso? Resident Evil é repleto de vítimas que vão ao inferno por coisas simples, como um policial que somente foi ao seu primeiro dia de trabalho. Não podia ser diferente. Tem cara, tem tom, tem tudo. Revelations 2 daria pontapé inicial ao processo com maestria em 2015, mas Resident Evil 7 é a verdadeira reestruturação da franquia através da potencialização máxima de todos os elementos que a fazem ser o que é não somente pra indústria dos videogames, como pra arte também, que a faz ser tão representativa e emblemática pelo imaginário popular. Perde força e ritmo a partir da parte do navio, mas não deixa de ser magistral. Sendo porta de entrada ou seguimento daquilo que te encanta há anos, vai te encontrar de alguma forma.