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This review contains spoilers

Red Dead Redemption 2 é a obra que consolida a Rockstar como um estúdio AAAA, demonstrando a mais pura excelência no desenvolvimento técnico de jogos, um patamar onde apenas possui os pés plantados; poucos estúdios, como a Naughty Dog, tentam também se firmar no topo dessa colina - uma colina composta por centenas de milhões de dólares, que só pode ser escalada ao alocar quase uma década para o desenvolvimento de cada título.

Se esse jogo fosse lançado hoje, seria o jogo mais tecnicamente impressionante do ano - e já fazem seis anos que foi lançado.

Red Dead Redemption é um jogo massivo, em todos os aspectos. É um jogo que vem em dois discos blu-ray, e pesa 120 gigabytes na versão de PC, que foi onde joguei. Esse peso é certamente justificado, e isso é algo que se percebe em minutos de gameplay, e só fica mais claro conforme você progride na história. É realmente enorme. Devo ter demorado cerca de setenta horas para completar o jogo, e tenho certeza que não fiz metade do que poderia ter feito, sem exagero algum.

O mundo de Red Dead Redemption 2 é impressionantemente vivo. Existem centenas de conversas interessantes que você vai ouvir apenas andando pelas cidades, e dezenas de encontros aleatórios que resultam em pequenas missões. Uma vez, salvei um homem à beira da estrada, entregando a ele um antídoto para veneno de cobra. Algumas horas depois, encontrei-o bêbado, na frente de uma loja de armas. Ele me presenteou com o revólver mais caro da loja, como uma forma de me retribuir. Também já ouvi outras pessoas me agradecendo repentinamente, e lembro que havia os ajudado horas atrás. É muito satisfatório.

Os cenários são de tirar o fôlego. O jogo é constantemente lindo, de dia, de noite, de tarde e de manhã. As montanhas cobertas de neve são maravilhosas, as planícies e o litoral, é tudo excepcionalmente bonito.

A qualidade das animações é sobrenatural. Visualmente, é perfeito. Desde o movimento dos cavalos até as animações que você pode nem ver no jogo, como a animação de pegar café no acampamento - é tudo impecável.

O som é um outro ponto fortíssimo de Red Dead Redemption 2. Os sons dos animais, desde o ofegar do cavalo ao rastejar do crocodilo, tudo simplesmente parece natural. A dublagem (joguei o jogo em inglês) dos personagens é maravilhosa, e faz a escrita do jogo ser ainda mais memorável. A trilha sonora é ótima, e em certos momentos, inesquecível.

O gameplay no geral é muito bom, apesar de algumas mecânicas serem exageradamente simples e outras levemente preguiçosas, como a mecânica de seguir alguém no cavalo, que não funciona adequadamente com o controle padrão do cavalo no PC, e a mecânica de montar o acampamento, que é EXTREMAMENTE exigente com a localização.

Entretanto, tudo isso - toda essa perfeição técnica - são apenas veículos para a imersão, para contar a história de Red Dead Redemption 2. A história de Arthur Morgan. E quão boa é história?

Muito, muito boa. Mas é infelizmente um dos únicos lugares onde o jogo peca.

O jogo é dividido em seis capítulos principais e dois epilogos. O primeiro capítulo é um prólogo. É um excelente prólogo, não tenho nada a reclamar. É curto, e junto com uma boa parcela do capítulo dois, também serve como uma introdução das mecânicas principais do jogo. Essas partes podem ser demasiadamente restritivas na liberdade do jogador, considerando que é um jogo de mundo aberto, mas não me incomodou.

O segundo capítulo, Horseshoe Overlook, é onde a história começa a se desenvolver. Os personagens são devidamente introduzidos, os inimigos principais são apresentados, e a semente da desconfiança é plantada na cabeça de Arthur.

"Só mais um roubo, Dutch? E aí vamos para o Oeste?"

No terceiro capítulo, Rhodes, a história segue seu rumo natural. A desconfiança cresce na mente se Arthur. Alguns dos membros mais sábios do acampamento, como Hosea e Lenny, também levantam dúvidas sobre a liderança de Dutch, mas nesse ponto, ainda não veem outra opção além de seguir com ele.
Nesse ponto, os personagens começam a sofrer com as consequências de seus atos. Assim como em GoodFellas, aqueles que vivem pelo crime não vivem vidas longas, morrendo de causas naturais ou outras mortes pacíficas... os que vivem rápido, morrem rápido.

Sean foi o primeiro gatilho, o que deu início à rápida mudança de Arthur. As missões no final desse capítulo são algumas das melhores do jogo. Rhodes foi um ponto altíssimo.

Em sequência, Saint Denis. É o capítulo onde todos parecem realmente entender a "mudança dos tempos", a inevitável e iminente urbanização que seguirá a industrialização americana. Assim como Rhodes, é um outro ponto muito alto do jogo. As missões são muito interessantes e o desenvolvimento dos personagens é incrível.

Meu problema com a história de Red Dead Redemption 2 começa no final de Saint Denis, na missão do roubo ao banco. É o começo do fim, onde tudo dá errado. A morte de Lenny e Hosea, e a separação do grupo. Esse início da missão é incrível, mas a partir do momento que chegam no píer/porto(?) para fugir, a história toma um rumo muito estranho. Parece que foi feito às pressas, sinceramente. A decisão que Charles toma nesse momento é bizarra e foge do personagem completamente, é como se fosse apenas um mecanismo que os escritores encontraram para remover ele do próximo capítulo, já que ele certamente seria o primeiro a se opor as ações de Dutch em Guarma.

Seguindo essa cena, o grupo do assalto ao banco entra em um navio, e é tudo muito apressado... em cinco minutos de gameplay, eles já se esconderam no navio, já convenceram o capitão a deixá-los na embarcação, já se reuniram pra discutir E JÁ NAUFRAGARAM.

Além disso, essa parte do naufrágio parece muito artificial. O diálogo do Micah avistando a nuvem chega a ser cômico, ainda mais levando em consideração que a nuvem que traz a tempestade que oblitera o navio deles é literalmente uma nuvem carregada média do litoral. Esse trecho se estende e leva à Guarma, o quinto capítulo.

Guarma é horrível. Guarma é composto por uma sequência de missões que não agregam em nada, que consistem em tiroteios e trechos stealth - e só isso. É o capítulo mais curto do jogo, junto com o primeiro capítulo, mas é insuportavelmente chato. É uma área bonita, mas é repleta de absolutamente nada para fazer além das missões principais, cujo único propósito é deixar claro pro jogador que não prestou atenção que o Dutch está enlouquecendo, e que a desconfiança de Arthur cresce. Tudo que é mostrado em Guarma já é revelado de forma muito mais sutil e bem construída nos capítulos anteriores. É um trecho completamente descartável.

Após Guarma, chega o capítulo seis, Beaver Hollow. Beaver Hollow é onde começa a dissolução da gangue, e é onde a história retoma a coerência. É um excelente capítulo, é o clímax emocional da história de Arthur, e demonstra o melhor desenvolvimento de personagem do jogo inteiro, por parte de Arthur, Sadie, John e Charles. As missões não são as mais empolgantes, mas a reta final é excepcional.

Apesar da luta final contra o Micah ser meio chata, as duas missões finais ainda são incríveis e é uma conclusão quase perfeita para a história de Arthur.

O epílogo é uma ótima oportunidade para explorar o mundo novamente, agora como um novo personagem. John, apesar de ser um personagem secundário excelente pelos primeiros seis capítulos, não é tão interessante quanto o Arthur, inicialmente. Ao longo do epílogo fui gostando muito mais dele, e acho que essa é a função desses capítulos finais, então eu diria que foram muito bem sucedidos. Os encontros com o Uncle, com a Sadie e o Charles são excelentes, e é muito bom ver o impacto que Arthur deixou em todos eles. São dois capítulos muito tranquilos e que te fazem ficar mais investido no futuro de todos que sobreviveram, e a conclusão é exatamente o que eu gostaria que fosse.

This review contains spoilers

Dark Souls é um dos jogos mais influentes da história; é brilhante, mas com uma falta de polimento INACREDITÁVEL.

Dark Souls Remastered é um remaster porco e indefensável. Primeiramente, o jogo crasha se você tenta jogar em qualquer monitor que não seja de 60Hz, o que é absurdo. É um remaster de 2018, não de 2008. Não me importo nem um pouco com os gráficos e isso não me afeta, mas é inegável que para um remaster tão recente, é um jogo feio. Apesar disso, a direção de arte do jogo é, em grande parte, mais do que suficiente para compensar as texturas.

Depois de muita raiva para consertar a questão da taxa de atualização do monitor, comecei minha jornada. O início do jogo é muito divertido, e a ambientação das áreas iniciais é excelente. Os atalhos e as conexões entre as áreas em volta da Firelink Shrine (o "hub" principal do jogo) são fenomenais, faz o mundo do jogo realmente parecer um mundo, e não só um monte de níveis aleatórios. Esse jogo, diferente das entradas posteriores da franquia, não possui teleporte entre fogueiras. É uma coisa que me frustrou no início, mas aprendi a gostar, depois de descobrir várias coisas novas ao explorar o mundo de novo e de novo.

Undead Burg e Undead Parish são boas áreas para introduzir o jogador ao mundo, não são excessivamente longas ou difíceis, e a exploração é recompensadora. Taurus Demon é um chefe sem graça, mas é o primeiro verdadeiro boss do jogo, então dá pra perdoar. Agora, o que não dá pra perdoar é o Capra Demon. Puta merda, que bossfight HORRÍVEL. É um dos maiores exemplos da dificuldade artificial dos jogos da Fromsoftware, onde a dificuldade não jaz em um inimigo ou em um ambiente complexo que deve ser decifrado, mas sim na massiva quantidade de merda que é jogada no ventilador simultaneamente. Os cachorros na arena do boss são a cereja no bolo depois da corrida longa para a arena, mesmo depois de liberar o atalho.

Nem se fala das Gárgulas, que são uma bossfight até divertida - mas assoladas pelo mesmo problema da corrida excessivamente longa até o chefe, combinada com a sala com uns dez hollows antes da escada para o boss. São coisas que tornam o que seria um desafio interessante em um desafio frustrante.

Depois disso, explorei as Profundezas? (Depths), uma área que parecia ser um porre - mas na real foi bem de boa. Depois, cheguei na lendária Blighttown, que também... foi surpreendentemente de boa. Foi nesse ponto que fiquei mais incomodado com a distância entre as áreas do mapa, já que Blighttown é bem longe de todo o resto, mas não tive que ir e vir muitas vezes de lá. A área é um pouco frustrante, com as passarelas estreitas e inimigos que te deixam com o efeito Toxic, além do pântano de veneno. Apesar disso tudo, é divertido. O loot é bom - ali encontrei a arma que usei até o fim do jogo, a katana Iaito - e não é tão difícil assim.

Quelaag foi uma chefe estranha; Ela parece interessante, mas parece que não foi nem testada, eu encostei nela e ela simplesmente errou uns nove ataques consecutivos - não, eu não desviei, ela errou, eu estava PARADO, na frente dela. Inclusive, isso é algo muito comum.

Os inimigos erram uma quantidade assustadora de ataques quando você está encostado neles. Outra coisa estranha é como seu movimento é limitado quando você usa o lock-in no combate, fazendo com que muitas vezes seja mais vantajoso simplesmente não usar o lock-in, que faz com que seus rolamentos saiam em direções estranhas, e que também limita sua capacidade de correr para trás.

As armas não são péssimas, mas a variedade é deprimente quando comparado a qualquer jogo posterior da fromsoftware. Sei que é injusto comparar, mas não deixa de ser algo que me incomodou. Assim como quase todas armas são apenas variações de armas laminadas, os chefes em grande parte parecem ser só grandes criaturas com grandes armas ou grandes membros para te atacar, é muito monótono.

Onde o jogo começa realmente a ficar ruim é depois da Lordvessel. Não tenho nada a reclamar sobre Anor Londo - é, pra mim, por MUITO, a melhor parte do jogo. Extremamente divertido, a conectividade das áreas é muito boa, e Ornstein e Smough são incríveis.

Depois da Lordvessel...

Four Kings são extremamente... chatos. É um único inimigo (muito fácil, por sinal), repetido quatro vezes. Uau. Além disso, são um desperdício de uma área extremamente interessante, que é o Abyss.

Bed of Chaos e toda a região de Lost Izalith são um completo esterco. Inclusive o boss que vem antes dela (que nem lembro o nome) é extremamente bugado, e entrou dentro da parede umas três vezes e tive que me matar. Lost Izalith foi a única área que não aguentei, tive que passar correndo ao invés de explorar tudo. Não havia mais loot que podia me interessar e eu não queria lidar com a corrida de três minutos, cheia de lava, e cachorros gigantes só para a Bed of Chaos decidir me derrubar no buraco que ela fez na arena. Sério, essa bossfight, e toda essa região, foi insuportável.

Nem se fala da Demon Ruins, uma área completamente descartável e preguiçosa, onde os únicos inimigos notáveis são Capra Demons e Taurus Demons, bosses prévios que foram copiados e colados em corredores. Pra quê?

Duke's Archives e a Crystal Cave são áreas que não são ofensivamente ruins, mas são só meio desalmadas. Meio que só explorei, passei correndo, matei o boss, e apaguei da memória.

Uma coisa que lembrei: os efeitos sonoros desse jogo são notoriamente péssimos. O barulho do parry é muito estranho, parece que tá distante? Também tem o barulho de quando você bate num invasor, que é muito bizarro... A trilha sonora, entretanto, é muito boa. Principalmente a do Gwyn. E definitivamente, excluindo a da Seath the Scaleless, que é terrível.

Voltando para os bosses, é impressionante como a Moonlight Butterfly existe. Que boss preguiçoso, tá maluco. É um simulador de ficar esperando - nem desviando, já que tem que fazer um esforço pra apanhar pra esse boss - a borboleta descer e morrer uns três ciclos. É estranho que isso sequer tá no jogo, parece inacabado, como se estivesse faltando uma fase ou alguns ataques, já que o chefe LITERALMENTE tem só dois ataques.

E pra finalizar: o Gwyn é foda. É uma das únicas experiências realmente memoráveis do jogo, mas é muito bom.

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Ringed City é uma DLC excelente, com duas novas áreas com mecânicas interessantes, vários inimigos novos que são divertidos de lutar contra, e com três bossfights, sendo duas dessas lutas excelentes. É um fim muito digno para o jogo e para a franquia Souls.