Plataformer aconchegante e bonitinho.

Procurava desligar a cabeça e jogar algo curto e tranquilo, mas que ao mesmo tempo tivesse mecânicas interessantes e um level design bacana. Bom, meio que Flynn: Son of Crimson cumpriu com isso, é literalmente desligar sua cabeça e aproveitar a energia do game.

Ele não é grandioso em nada pra ser sincero, mas atendeu perfeitamente o que eu buscava, o que me fez simpatizar bastante com ele. A sua arte é muito bonita também, o que ganhou pontos comigo e deu um carisma a mais pro game.

É o típico jogo para zerar numa única sentada em uma tarde de sábado após uma semana cansativa.

Acho uma baita de uma putaria a galera ser contra esse jogo por ser linear, sendo que essa filosofia de design é muito provavelmente, o melhor modo pra se contar uma história fechadinha. Considerando que história é o motivo principal dos Final Fantasies existirem (ao menos pra mim né, um close-second seria a experiência geral de aventura), aceitar o fato de que o jogo é linear me parece no-brainer, sendo que é justamente por isso que o jogo consegue oferecer uma história massa dessas

Quanto ao argumento da história ser confusa, eu concordo. Isso pode ser resolvido lendo (e relendo algumas vezes) o datalog no próprio jogo, mas isso não resolveu tudo, ao menos pra mim, zerei o jogo sem ter um entendimento total da história e do mundo, mas ok

O sistema de itens é cabreiro, eu fazia um audível gemido de DOR toda vez que eu tinha que interagir com ele, por mim nem existia... Diria que ele é meio deslocado aqui devido a natureza linear do jogo

O grind do jogo é sem alma, você gasta bastante tempo em várias lutas muito grandes, papo de 3-5m cada, sem ver de fato habilidades novas ou algo do tipo, você só vê os seus números/atributos subindo, e eras isso... Quanto ao grind, vale o lembrete à quem for jogar: você pode ignorar a maioria dos encontros no jogo, de mob, bicho comum e tal, e você até pode conseguir ir progredindo relativamente bem, mas eventualmente, o jogo VAI cobrar esse desleixo, prepare-se

Pra além desses pontos negativos, é só maravilha, só curtição, ôôôôô jogo bão!

Trilha sonora magnifica, combate que demora um pouco pra engatar, mas uma vez que a manha™ é adquirida, fica muito divertido, cada encontro é arquitetado a fim de te dar o montante certo de desafio, dá pra fazer combinação infinita com as roles dos personagens, você pode brincar de LEGO e achar a perfeita pra você, ou ficar sempre com a mesma e ficar quebrando a cara... que nem um certo Saru... Saru-alguma-coisa...

A história me tocou bastante. Ser acometido por um destino injusto é com certeza uma das coisas mais cruéis que volte e meia acontece na nossa vida, e o jogo trata bem desse tema. Óbvio, "trata bem" ainda considerando que é "só" um jogo, e não o livro de um filósofo profundo, precisa ser bonitinho, animador pra quem for jogar, agradar aos investidores... mas dentro do possível, faz muito bem. Ora, o jogo ME deu esperanças pra ir contra os meus destinos injustos, então dá pra dizer que funcionou, certo?
Também, foi um dos raros jogos desse tipo em que eu saí gostando de todos membros da party, não igualmente, mas ao menos gostando de todos

É o quinto Final Fantasy que jogo, e cada vez mais, vejo que essa franquia é brutalmente subestimada por nós, jogadores ocidentais. Por mais que a série tenha poucas coisas que a definam (de cabeça, só consigo citar o fato de que todas as entradas tratam de algum mundo fantasioso), parece que a maior constante da franquia é a qualidade geral média que eles sempre alcançam. Muito bom!