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Palas commented on Mewtsukki's list the thin veil of reality
Slay the Princess!

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Palas completed Slay the Princess
Quando o jogo diz, logo de cara, que é uma história de amor, essa deve ser a única coisa sincera que ele diz: um único pingo de cor caindo de um conta-gotas. A partir daí -- do momento em que o Narrador diz que seu objetivo é matar a princesa, e o momento em que a Princesa resiste -- tudo é um espelho, e faz questão de nunca te deixar esquecer disso.

A cada passo, Slay The Princess vai te lembrar que está acontecendo como está acontecendo por causa das suas escolhas, e nada existe substancialmente fora delas. O mundo é sem forma, fractal, e existe para ser salvo ou destruído. Não existe uma diegese propriamente dita, ou não por muito tempo: a Princesa é o que você faz dela, as vozes que te acompanham são o que a princesa faz de você em resposta. Existe uma análise psicanalítica para ser feita por alguém, mas eu não tenho muito interesse nisso: afinal, o jogo se faz tanto um espelho que se torna plenamente arbitrário, como se você estivesse diante de uma folha de papel. O que você desenhar te reflete de alguma forma, mesmo se você escolher conscientemente a reflexão que você quer ver. Então não se pode dizer que o jogo examina suas escolhas, porque não é isso que ele faz -- ao contrário do que vão te dizer.

Tudo que você escolher vai voltar para o mesmo ponto: o reflexo de você. A entidade que coleta as princesas que você cria sabe que ela é você, mas não exatamente. Ela tem uma existência contingente, definida pelas suas escolhas -- que, por sua vez, existem porque um Criador as colocou ali, mas que também sabe que não tem controle da situação. Sua violência ou sua compaixão são refletidas de volta para você para que você as examine, não o jogo. Suas escolhas importam, mas não porque elas têm consequência -- importam porque você está vendo quem você é, ou quem escolheu ser de propósito.

Isso tudo poderia ser muito bobo porque, afinal de contas, é uma folha em branco. O jogo te fornece um espelho e, como um espelho funcional, só te mostra aquilo que você mostra, mesmo que ofuscado pelo humor, pela poesia, pelas interações com as várias facetas que a Princesa, o Narrador e Você podem assumir. O jogo não se completa nesses conflitos porque eles se anulam.

O jogo se completa porque aquele pingo de cor se irradia na folha em que você desenha: o amor tinge você. Você escolhe e vê reflexos mais ou menos amorosos de suas próprias escolhas e, por isso, consegue ver você mesmo, quem você escolhe ser ou quem as pessoas podem ser com mais ternura do que antes. É assim que Slay the Princess completa sua mágica: ao te fazer amar nada em particular, ele materializa os reflexos vazios que te mostrou com a doçura que você souber trazer. Todos são você, e você é a Princesa.

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