Eu acredito que esse jogo é impossível de ser completamente absorvido tendo o jogado apenas uma vez, e por consequência também é um jogo impossível de ser descrito ou comentado.

Killer7 é um jogo excêntrico no sentido mais extremo da palavra, sua apresentação, sua gameplay, sua atmosfera, sua narrativa e o modo que ela é contada, todos esses elementos são executados de uma maneira inteiramente única a esse jogo e que é difícil de se ver sendo replicada em qualquer outro. É facilmente um dos exemplos de jogo mais experimentais não só da sua época mas também até os dias atuais, e mesmo após tanto tempo se mantém até hoje como um tipo de experiência surrealista e extravagante que só pode ser encontrada nele.

É um jogo estranho e nada intuitivo na sua gameplay e muito menos no seu storytelling, mas quer você goste ou não dessa singularidade e bizarrice em que o jogo se escora você vai se surpreender com ele de um jeito ou de outro, pois é impossível de se discordar que Killer7 é acima de tudo um dos jogos mais únicos já feitos até hoje, e que ele é extremamente especial do seu próprio modo. Não existe nada como Killer7 e é capaz de que nunca vá existir, e esse é o seu maior charme.

A primeira entrada da franquia no 3D e faz parecer que Kirby trabalha com isso há anos. Cada canto e cada detalhe desse jogo é feito pra ser o mais animador possível, tanto o design quanto a apresentação fazem com que seja impossível se sentir entediado por um segundo sequer durante toda a duração do jogo (É uma característica de todos os jogos da franquia mas aqui em especial vale sempre dar muita ênfase nessa apresentação, das músicas até as animações o Hal Laboratory é sempre impecável em proporcionar a alegria mais pura para o jogador).
A alegria dessa vez em um cenário muito interessante e muito diferente de qualquer outro jogo do Kirby, não estamos no mundo de fantasia de onde ele vem e sim em um cenário urbano desolado e sem vida, mas somente em aparência pois o level design da vida e cor pra cada prédio, cada beco, cada cano destruído trazendo a magia da Dream Land e a alegria do Kirby pra esse mundo destruído. Ver esse cenário apocalíptico se enchendo de cor é o que torna Kirby and the Forgotten Land uma experiência tão revigorante, é impossível não esboçar um sorriso e sair mais feliz depois de jogar uma fase sequer desse jogo. Comfort na certa!!!
Claro que o jogo também não fica nem um pouco pra trás no seu plataforming e combate, aplicando a mesma lógica e proporcionando um sistema de power ups e habilidades que fazem com que seja impossível não se divertir muito, com uma infinidade de formas diferentes de abordar o combate e os chefões (Alguns MUITO intensos, principalmente pro final do jogo e o pós). Só consigo recomendar que todo mundo jogue, em um mundo que as vezes parece tão cinza e esquecido é sempre bom ter uma bola rosa de alegria pra te lembrar que existe cor e existem sonhos.