Mesmo sendo curta, é fácil notar o porquê a campanha de The Delicious Last Course demorou 5 anos para ser lançada. Talvez o jogo mais bonito já feito, beira o inacreditável a qualidade das animações. Cada boss é um espetáculo visual tão único e tão cheio de variações que nem as derrotas me incomodavam, eu só imaginava qual seria a próxima surpresa a vir. A trilha sonora faz total jus ao jogo original, já figura entre as minhas favoritas. As adições ao gameplay também são muito bem vindas, e complementam bem demais o jogo principal, especialmente a Miss Chalice, apesar de levar um tempo pra se acostumar com o parry dela depois de jogar bastante com os outros protagonistas. A espera definitivamente valeu a pena, The Delicious Last Course é tudo o que uma expansão deveria ser e só não é melhor porque acaba, uma pena ser tão curta. Mas mal posso esperar para seja lá o que for que esteja no forno do Studio MDHR.

Remaster do clássico cult do PS2. Como alguém que nunca jogou algo da série, os controles causam estranheza no início, já que ele exige os dois analógicos para movimentação da sua Katamari, mas foi algo que me acostumei logo. Os problemas mesmo vieram da câmera, principalmente em momentos onde o seu personagem se movimenta entre vários objetos, às vezes é complicado entender no que você está colidindo. Outro incômodo é saber exatamente quais objetos você pode capturar com a Katamari ou não, não eram raras as vezes que eu colidia com um objeto aparentemente menor que outro que tinha coletado antes. Mas, em geral, a experiência é positiva. O jogo é bem simples mas com alto valor de replay para quem quiser atingir valores maiores mais rapidamente, além de ter coletáveis secretos em cada fase. O estilo visual único chama a atenção e garante que Katamari Damacy seja um jogo facilmente reconhecível para qualquer um que já o tenha visto, mas o que realmente brilha aqui é a trilha sonora, que navega por vários estilos de forma excelente. O contraste entre ouvir uma música j-pop animada com os gritos das pessoas sendo coladas numa Katamari gigante me garantiu umas boas risadas.

2022

Tunic poderia ser bem mais memorável se não jogasse contra seus próprios pontos fortes. O jogo tem um visual muito bonito, sabendo utilizar muito bem cores, luz e sombras para construir cada cenário. Explorar esses cenários é bem instigante, já que eles são cheios de passagens secretas e com camadas adicionais de puzzles que você vai descobrindo conforme preenche o manual. Aliás, esse aspecto de coletar as páginas do próprio manual do jogo, que explica coisas que você sempre pode fazer desde o começo, mas até então não sabia, é fantástico. Ele consegue criar ótimos momentos de "eureka!" quando você enxerga aquele mundo de uma forma diferente. O grande problema é que esses momentos estão espaçados entre muitas seções de um combate medíocre pra ruim, que vai se tornando frustrante com o tempo. Há opções de acessibilidade que tornam o personagem invencível, mas o combate ruim ainda está lá, em excesso. Ainda assim, resolver vários dos seus segredos foi bem divertido, só sinto que poderia ter aproveitado mais caso o momento a momento do jogo fosse mais interessante.

Faz bastante tempo que tinha largado esse jogo no terço final da campanha Single Player e agora que resolvi terminar lembrei o porquê: a curva de dificuldade. Nada anormal pra série, o problema dessa versão são os loadings demorados e a performance que não condiz com o histórico. É difícil ter tanta precisão quando o frame rate não é o ideal. Como o conteúdo de 2048 também está incluso na Omega Collection, imagino se no PS4 esses problemas são minimizados.

Nunca joguei o CTR original de PS1, mas essa versão aqui é um ótimo jogo de kart. Muito conteúdo, pistas bem elaboradas, um gameplay divertido e um desafio alto mas possível (pelo menos no modo Normal). Não acho que chegue ao nível de excelência de Mario Kart 8 e Sonic ASRT mas é provavelmente a melhor opção do gênero para PS4. Algo a ser criticado são as microtransações adicionadas pós-lançamento, o jogo poderia ser mais generoso nas recompensas para minimizar o grind para personagens extras e cosméticos.

Jogo de combate com naves/mechs bem arcade, tem cara de algum jogo perdido de Dreamcast, e digo isso no melhor dos sentidos. O foco do jogo é claramente o multiplayer, mas essa versão EX tem um modo campanha que é bacana, apesar de ser curto (e de ter uma história bem bobinha). Tanto o combate quanto os desafios de velocidade são bem divertidos, é um jogo bem despretensioso e que consegue entreter por algumas horas.

A principal diferença dessa versão para a "Final Edition" é a ausência de um modo Online, porém essa versão tem opção de trilha Arranged e galeria com artworks, coisas que faltaram no último relançamento. KOF 98 segue sendo um excelente jogo de luta, mas uma pena que ele nunca teve uma versão realmente "definitiva" com todo o capricho que um jogo desta qualidade merece.

Shoot 'em up bastante inspirado no clássico 1942. Tem bons visuais, apesar da pouca variedade, nas suas 9 fases. O pior aspecto do jogo é seu grind excessivo para obter recursos, seja para melhorar sua nave, seja para prosseguir no jogo. Ter que repetir uma mesma fase várias vezes para desbloquear a próxima é bem cansativo, sem essa trava o jogo poderia ter um ritmo mais agradável.

Mais um dos Need for Speed medíocres da década passada, mesmo esse sendo feito pela Criterion, do excelente Hot Pursuit de 2010 e da série Burnout. Assim como o original de 2005, Most Wanted tem um mundo aberto e o jogo é sobre ultrapassar os 10 pilotos de rua mais procurados da cidade, mas sem nenhum tipo de história dessa vez. O problema é que essa cidade é um tanto sem graça de se dirigir, ainda mais para um jogo de alta velocidade como esse. A apresentação visual é ótima, mas dirigir o carro não é tão preciso quanto achei que seria necessário. O jogo também tem opções de customização bem limitadas, e infelizmente nada visual. Num geral, um jogo limitado e sem muita inspiração.

É difícil imaginar um jogo que faça jus à grandeza do mundo de One Piece, mas como musou PW 3 é um jogo bem honesto. Ele tem dois modos principais de jogo, "Legend Log" que basicamente segue a história original da série até o arco de Dressrosa (esse último com um desenvolvimento diferente, pois o arco ainda não tinha acabado quando o jogo foi lançado), e um modo "Dreams Log" com situações de combate mais genéricas. Terminar o modo Legend é uma boa experiência, principalmente por rever vários momentos marcantes de OP. Apesar da maioria das cutscenes serem num formato de "visual novel" utilizando o modelo 3D dos personagens, fiquei positivamente surpreso com a quantidade de diálogo dublado, até mesmo em situações específicas dentro de uma batalha. O modo "Dream Log" é interessante pelas situações que podem ser geradas explorando os vários personagens disponíveis, já que o Legend é jogado quase que inteiro com o Luffy. Mas o grind para desbloquear tudo é muito grande, o que pode deixar as coisas meio tediosas. Como a versão que estou jogando é portátil, deve se tornar um jogo que vez ou outra eu volto para testar algum personagem específico.

Eu tenho muito respeito à história de Super Meat Boy em relação aos jogos indies. Mas depois de ter largado ele pela metade uns anos atrás e resolver jogar até terminar dessa vez, é difícil pra mim apreciar o que ele faz nos mundos finais em relação ao desafio. Gosto dos diversos segredos e fases extras espalhados pelo jogo, mas conforme as fases vão ficando maiores e mais complexas tudo num geral parece pior, mesmo a arte nos últimos mundos é bem desinteressante. Depois de algumas centenas de mortes consegui passar o chefe final e fiquei satisfeito, mesmo tendo mais conteúdo disponível depois disso.

Um jogo simples, fácil, curto mas bem divertido e competente. Uma boa pedida para quem gosta de exploração e plataforma em 2D, com novas habilidades e melhorias sendo adquiridas no decorrer do jogo. Apesar de não ter nada de extraordinário, o progresso é satisfatório o suficiente para fazer valer a pena ir até o final.

As primeiras horas jogando Burnout Paradise são bem impressionantes. O jogo é lindo, a trilha sonora é ótima, a cidade é divertida de se explorar e os eventos são variados e todos muito interessantes, com destaque para os modos Road Rage (execute um número específico de takedowns) e Showtime (cause a maior destruição possível a partir de qualquer ponto da cidade). Há várias recompensas em cada canto do mapa e o fato das corridas não te limitarem num caminho específico, apenas dando uma dica de uma provável melhor próxima curva, funciona bem demais. Como o mapa não é muito grande, eventualmente o jogo pode ficar um pouco repetitivo. Mas nesse ponto eu já havia alcançado a licença máxima e a impressão inicial de que Burnout Paradise é um dos melhores jogos de corrida arcade que já joguei se manteve bem confortável.

Jogo de plataforma/puzzle do mesmo pessoal de Guacamelee. Como você controla um blob que absorve tudo o que for menor que ele, o jogo tem bastante foco em puzzles de física, e usa bastante a touch screen do Vita, além de fases especiais que usam o sensor de movimento para controlar o blob como uma bola num labirinto. Mutant Blobs Attack é bem charmoso visualmente, mas a pouca variedade de músicas que se repetem em cada fase incomoda um pouco. Tem seus momentos, mas num geral achei o jogo somente "ok".

Um action/adventure 2D claramente muito inspirado em Shadow of the Colossus. O objetivo é explorar um mundo vasto, porém vazio, em busca dos "Titãs" que precisam ser derrotados para prosseguir no jogo. A história é bem abstrata e não é muito claro o real objetivo do seu personagem, mas a pixel art e a trilha sonora são bem agradáveis. O principal ponto da mecânica de Titan Souls é que tanto o seu personagem quanto (a maioria) dos chefes morrem com um único golpe/tiro, e sua única arma é um arco com uma única flecha que precisa ser chamada de volta a cada tiro. Então as batalhas se resumem a sobreviver tempo suficiente para entender o momento exato de atirar sua flecha no ponto fraco do Titã. Isso pode ocorrer em segundos, e entender como um chefe funciona traz uma sensação boa. Um dos combates finais em específico pode ser especialmente frustrante, pareceu algo mais aleatório do que os outros chefes de melhor design. Mas num geral acho que é um jogo recompensador para quem quiser superar sua dificuldade.