É impressionante o trabalho da Square Enix com os remakes de Final Fantasy 7, e é muito legal ver que o sonho que surgiu como uma tech demo se tornou algo tão grandioso. Final Fantasy 7 Rebirth amplia muito os conceitos impostos em FF7 Remake, torna tudo o que estava em seu antecessor melhor e adiciona novas camadas para aquilo que já era excelente. Desde as missões secundárias que são mais aprofundadas, tarefas das protorrelíquias que somam muito com a lore do jogo, até mesmo o novo minigame de cartas, Queen's Blood — que supera Tetra Master (FF9) e Triple Triad (FF8) se impondo como melhor card game da franquia —, tudo esbanja excelência em uma amálgama de elementos que compõem uma jornada épica e inesquecível.

Jogar esse jogo fez eu reviver memórias da minha aventura no jogo original. Existiam pontos em que as lembranças eram bastante vagas, porém em locais como o Gold Saucer, tudo era bem vivido e eu podia relembrar do Vitor daquela época com o controle na mão se divertindo enquanto jogava Final Fantasy 7 original. Todos esses sentimentos e lembranças tornaram a experiência muito mais emblemática para mim. Reviver o encontro com Vincent Valentine, conhecer Cait Sith agora dublado de forma maravilhosa, voar no Tiny Bronco, tudo foi muito mágico e encantador.

Na cena final, eu estava em prantos, mas não de tristeza, um sentimento acalentador me envolveu graças a todas circunstâncias que culminaram em uma finalização majestosa e emocionante.

Contudo, nem tudo são flores. Vindo da mente de Tetsuya Nomura, criador de Kingdom Hearts, uma das franquias com uma das histórias mais complexas dos games, FF7 Rebirth tropeça ao complicar demais sua narrativa, mas ainda assim se mantém mais agradável e compreensível do que a aventura de Sora.

Super Mario Bros. Wonder é a síntese do que os jogos de plataforma tem de melhor. Os visuais são belíssimos, a variedade das fases é incrível, a trilha sonora é excelente. É a mesma fórmula de um jogo de 20 anos atrás, mas que sempre é renovada e sempre é ótima. A Nintendo sabe o que faz com a franquia Mario e sempre entrega excelentes jogos e esse aqui é o melhor já feito desde Super Mario World.

Spider-Man 2 faz tudo o que o primeiro e Miles Morales fizeram, só que melhor, exceto pelo tom da história. O gameplay está melhor do que nunca, o combate mais fluido, ataques especiais acrescentam variações, porém, confesso que senti falta da variedade de dispositivos que estavam disponíveis no primeiro jogo.
Nunca foi tão divertido navegar por Nova York como nesse jogo, seja se balançando por teias ou simplesmente planando com essa nova mecânica — que te permite até mesmo surfar na água caso você dê um rasante próximo.
Tudo é excelente nesse jogo, porém o tom da história me decepcionou, tudo se desenrola muito bom, ela é bem escrita, porém acho que faltou uma camada mais tocante, assim como o Spider-Man (2018). Mas, não pense que a história é ruim, mesmo com a falta de momentos mais emocionantes, ela é de alta qualidade e traz a melhor versão do Venom que já se viu em uma história do Teioso

Alan Wake II provavelmente é a melhor experiência narrativa de 2023. A Remedy eleva seu patamar como estúdio ao lançar esse jogo. Combate é conciso, embora a esquiva seja seu ponto negativo. Puzzles são inteligentes e bons, o uso do ambiente para a resolução deles é incrível, e a Lâmpada de Anjo de Alan transforma os ambientes da campanha do escritor de formas surpreendentes. O terror é presente, embora não tenha sentido medo constante no jogo, levei sustos por conta dos inúmeros jump scares que são usadas de forma perspicaz. Saga Anderson, a nova personagem da série é simplesmente fantástica. Amei o jogo, no entanto, alguns bugs ofuscam o potencial máximo que o jogo teria, embora a maioria deles já tenha sido solucionada no patch day one.

Cocoon é uma experiência de puzzles extremamente singular e singela. O jogo traz uma complexidade que é simples, por mais contraditório que isso soe. A interação entre os orbes, os mundos que você visita, batalhas de chefes e a satisfação de resolver os inúmeros quebra-cabeças que estão no game é incrível. Sua trilha sonora espacial é calma e sempre indica quando você está progredindo, mas se torna agressiva e hostil durante as batalhas de chefe. Em suma, é um dos jogos mais fascinantes de 2023, e é digno da sua atenção.

Penso todos os dias em como posso esquecer esse jogo para jogá-lo como se fosse a primeira vez. Red Dead Redemption 2 é uma das maiores e melhores obras já feitas no mundo dos games. História, jogabilidade, personagens, mundo, tudo é muito impressionante e bem feito. Mas, o ponto mais alto do game fica em seu personagem principal: Arthur Morgan, o homem que permaneceu inabalável em um mundo em colapso. Arthur é um personagem muito bem construído, que possui uma história maravilhosa. Roger Clark, faz um trabalho perfeito ao dar voz à ele, ao longo do game ganhamos um amigo que vai muito além de um personagem jogável. RDR2 aborda a natureza falha do ser humano com muita profundidade, é impressionante o trabalho que a Rockstar fez nesse jogo.