Eu queria fazer essa review em homenagem a minha namorada que faleceu mês passado num acidente de carro voltando do trabalho. Esse era o jogo favorito dela.

Eu parei de usar esse site por um tempo bem grande justamente pra passar o dia inteiro com ela ou com a minha família, mas visitava de vez em quando. Agora que isso aconteceu, eu não sei mais o que fazer.

Enfim, não é como se muita gente fosse ler isso aqui, mas eu deixo só como uma carta pra mim mesmo. Pra quem for ler, já vou avisando que não sou muito bom em escrever textos grandes e profundos então não esperem nada muito complexo ou emocionante vindo daqui.

Bloodborne é um jogo muito especial pra mim também, apesar de não ser o meu favorito, foi o meu primeiro "Soulsborne" e foi o que me fez me apaixonar pela franquia. Uma vez eu tava de bobeira no Google e achei uma frase do Einstein que dizia o seguinte: "A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. É a fonte de toda a verdadeira arte e ciência." Eu gosto muito dessa frase porque ela reflete exatamente o que faz a arte ser bonita como ela é: o mistério e o significado por trás dela. Não sei se eu entendi a frase direito, mas do jeito que eu entendi, ela incorpora muito bem a experiência que eu tive com o jogo. Eu comecei sem entender nada e terminei sem entender muito mais mas essa falta de entendimento que eu tinha da história e do mundo foi o que me motivou a continuar jogando e pesquisando sobre depois, e o jogo melhorou ainda mais no meu conceito depois de tudo. A forma com que o Miyazaki constrói o mundo de um jeito com que você se sinta curioso pra descobrir todos os caminhos no mapa, seja pra pegar uns itens ou um pedacinho de lore, mostra como esse cara sabe construir um ambiente perfeito que instigue a você descobrir o mistério por trás de tudo por você mesmo, e pra mim essa é a parte mais bonita e satisfatória do jogo. Tudo pode fazer sentido e se conectar dependendo da sua própria interpretação do que você acabou de experienciar, você liga os pontos da história do jeito que você tiver entendido, e essa interpretação da arte é o que faz ela ser bonita, cada um tem um jeito diferente de entender a mensagem por trás daquilo.

Todo esse mistério também é bastante intensificado pela atmosfera, que é composta por direção de arte, trilha sonora e claro, os inimigos, em especial os chefes. A atmosfera é muitas vezes opressora e assustadora, e em alguns momentos triste e depressiva, e isso depende de vários fatores. A todo momento você se sente em certo perigo (até as safe zones tipo o Sonho do Caçador e a Capela de Odeon tem coisas estranhas escondidas, tipo aquela quest do homem-fera na capela), mas, dependendo de como aquela mapa novo é construído (utilizando daqueles fatores que eu citei), você vai se sentir de um jeito diferente. O Miyazaki consegue manipular as suas sensações e te fazer se sentir de tal jeito dependendo unicamente de como o cenário é feito, como por exemplo aquela parte da lua cheia azul em Byrgenwerth e a da lua cheia vermelha em Yahar'gul. A variação de cores entre essas duas luas faz você se sentir de um jeito diferente, no caso de Byrgenwerth, você sente um clima mais melancólico e depressivo, também fomentado pela quantidade menor de inimigos ali, o mar gigante cobrindo o lugar, os inimigos menores e um pouco menos opressores, e a trilha sonora do boss do lugar (Rom) tem seus momentos mais frenéticos mas em geral é bem suave. Enquanto em Yahar'gul, com aquela Amygdala gigante bloqueando o caminho com quase 100 mortos-vivos juntos, somado com a cor vermelha naquele espaço mais fechado recheado de inimigos que ainda revivem depois de um tempo, cria um aspecto mais agressivo, violento e perigoso, ainda mais se você for também analisar a trilha sonora do boss dessa região (O Renascido) que é muito agressiva. A direção de arte, a trilha sonora e os inimigos são extremamente importantes pra definir o tom da atmosfera de cada área e também criar uma curiosidade maior no jogador de descobrir os mistérios do motivo de cada lugar ser daquele jeito.

Agora pra uma parte menos profunda que eu também queria falar, a gameplay. A gameplay é provavelmente a parte mais importante na construção de um jogo, a qualidade e a adequação dela pro gênero do jogo pode ser um divisor de águas no jogo ser divertido e interessante de jogar ou não (até num caso de um jogo só de escolhas, essas escolhas precisam ser bem feitas e coesas pra história continuar sendo intrigante). O que eu quero chegar com isso é que pro Miyazaki fazer você ficar com vontade de explorar o mundo que ele cria, a gameplay do jogo dele precisa no mínimo combinar com o tema do jogo (pra deixar mais fácil de entender, se a gameplay desse jogo mudasse pra um jogo de plataforma a qualidade inteira da experiência seria muito prejudicada) e bem, ser boa. E eu posso dizer tranquilamente que a gameplay desse jogo, além de ser extremamente bem feita, encaixa perfeitamente com a atmosfera e a temática. O combate é rápido e agressivo, os inimigos e chefes são bastante violentos então você precisa ser ágil o tempo inteiro, e dependendo do estilo de arma que você usa, seja de força, que é mais lenta mas dá mais dano, ou destreza, que é mais rápida mas dá menos dano, certos inimigos são vão ser mais fáceis de matar pra uma build e mais difíceis pra outra, o que força você a se adaptar a determinadas situações usando tal arma, o que faz a gameplay ser mais complexa e diversificada. Além de tudo isso, o parry desse jogo é o meu favorito de toda a franquia, ele é bem mais prático, criativo e ainda tem diversas variações dependendo do estilo de arma de fogo que você tá equipando (ser uma arma de fogo também é bastante coerente com a lore dos caçadores. Todos os tipos de parry nos jogos do Miyazaki são muito bem adequados pros jogos dele, como o escudo em Dark Souls ou a espada no Sekiro, mas nesse jogo eu acho o parry mais criativo e divertido de usar). A esquiva é rápida e ser só um desvio em pé pro lado ao invés do rolamento tradicional adiciona pro estilo dos caçadores durante a luta, e o rolamento tradicional funciona bem pra explorar o mapa e os caminhos escondidos fora de combate. A cura talvez seja meu único problema, acho que ela demanda um farm muito desnecessário e cansativo, mas na prática de uso ela é mais rápida que o Estus o que balanceia o combate frenético nas lutas com o tempo de cura, ou seja, você sempre tem tempo pra se curar se você escolher o momento e a posição certa. Também existem uma variedade enorme de armas no jogo e cada uma tem um moveset diferente, o que vai demandar uma estratégia diferente usando cada uma pra cada situação. Resumindo, todos os aspectos de gameplay são muito bem desenvolvidos e agregam também pra imersão naquele ambiente.

Vale citar que eu preferi não me aprofundar muito na DLC nessa review, mas imagina tudo isso que eu falei de gameplay e atmosfera e multiplica por 10. Eu diria que a DLC é até um pouco mais interessante que o jogo base inteiro de tão boa que ela é.

Enfim, eu não garanto que vou passar muito por aqui, mas decidi fazer essa review só como homenagem pessoal pra ela. Vai demorar muito pra eu voltar a minha rotina normal, já tô na psicóloga, até porque eu não consegui nem pensar em ir numas festas que os meus amigos me chamaram (eles ainda não sabiam o que tinha acontecido, só fui ter coragem pra contar depois de três semanas) e nem jogar uma pelada eu consegui. Curiosamente, minha prima (que tem um perfil no site, @Amandinha) também tem esse jogo como favorito, ela e o resto da minha família ficou bastante de luto então a gente rejogou ele e eu não consegui não chorar durante e depois dessa experiência. Parece que uma parte de mim saiu, mas toda vez que eu volto pra essas memórias dela essa parte volta. Eu não queria parecer muito poético aqui (mas sendo), o que eu quero dizer é que eu vou guardar todas essas lembranças pra sempre e eu tenho certeza que essa parte de mim, mesmo que no começo tenha se machucado, nunca vai sair de mim. Eu nunca vou esquecer do que a gente plantou junto. Obrigado por tudo.

"O amor é o jardim mais misterioso de todos." - Rumi

oq falar sobre um dos maiores jogos de todos os tempos e com certeza o maior jogo da franquia? todo mundo ja sabia que teria um remake dessa zueira, e bem, em geral, é um jogo excelente. mas a unica critica q eu posso fazer pra esse jogo é a fidelidade ao original, assim como no re3 remake, so q numa escala extremamente menor de cortes absurdos. pra mim varios cortes q fizeram como o da sala do laser q ele senta no trono, ou a batalha contra o U3, ou ate mesmo aquela estatua gigante ganhando vida prejudicaram um pouquinho a minha experiencia, claro q essas cenas n combinariam com a tematica do jogo (com excecao do U3 q eu n sei pq cortaram) pq é muita galhofice, mas ainda eu tava esperando ver isso no remake, a cena do leon sentando no trono é uma das mais classicas da franquia toda, eles poderiam colocar pelo menos algum easter egg referenciando isso, mesmo q seja esquisito. sobre os personagens, eu tenho algumas leves criticas, mas isso é o de menos tbm:

. luis e ashley - tao bem melhores q no original. isso é fato, e todo mundo ja apontou isso tbm. o luis tem muito mais desenvolvimento e construção de personagem q no classico, enquanto a ashley é muito mais carismatica e legal q no classico, eu nem cheguei a sentir raiva dela.

leon - pra mim ele ta bom. ele continua sendo o edgy emo q a gente conhece e respeita, mas ele ta ate mais carismatico dessa vez, principalmente nas interacoes dele com a ashley, q sao bizarramente melhores q as do classico.

. saddler - eu colocaria ele no mesmo patamar do krauser, mas n tem como dizer q eu nao gostei dele nesse remake. as cenas dele sao umas das mais marcantes do jogo com ctz e isso é inegavel, tanto no classico quanto no remake. é o bichao

. krauser - arroz e feijao. esperava mais mudança nele, eu senti os dialogos dele sendo mais cliche e vergonha alheia nesse remake q no original, mas em geral ele é a mesma bosta, ent nao tem muito oq reclamar, a 1 boss fight dele da briga de faca em compensação ficou bem melhor nesse remake q no classico, pelo menos pra mim.

. salazar - a pior mudança pra mim. o salazar classico era aquele imundo viado sujo pirracento chato pra caralho moleque de apartamento classico, vc sentia raiva dele e a personalidade dele ajudava muito pra isso, aquela cena do leon jogando a faca na mao dele é absurdamente satisfatoria (essa cena inclusive tbm nao ta no remake), mas nesse jogo eles transformaram ele numa velha maluca cheia de neurose, n consegui nem sentir raiva dele, ou dela, ou fodase.

. extra: miojao - ta bem mais chato q no original, mas qm liga, é o miojao e todo mundo ama ele.

qria tambem dar um destaque no cachorro do re4 na luta do el gigante nesse remake, q cutscene pica viado puta q pariu esse cachorro é fantastico, aqui o bagulho deu bom com força, arrepiei legal

sobre gameplay, atmosfera, ambientaçao, cenarios, direcao de arte, trilha sonora e etc. eu nao preciso falar q ta impecavel nesse jogo, realmente a capcom caprichou demais nesses aspectos, principalmente na atmosfera e na direcao de artes, q ficaram absurdas.

veredito: delicioso, eu ainda to pensando se dou 5 estrelas ou nao, mas vou manter 4.5 por enquanto, muito provavelmente vai mudar. alguns cortes me incomodaram bastante e algumas mudanças tbm, mas no geral o jogo ta incrivel e com certeza é um dos meus melhores jogos do ano, mesmo q o ano nao tenha acabado ainda.