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São Paulo, Brasil.

Cineasta independente. Interessado em crítica e teoria de videogames.
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"Nós compreendemos esta fome que o europeu e o brasileiro na maioria não entende. Para o europeu é um estranho surrealismo tropical. Para o brasileiro é uma vergonha nacional. Ele não come, mas tem vergonha de dizer isto; e, sobretudo, não sabe de onde vem esta fome. Sabemos nós – que fizemos estes filmes feios e tristes, estes filmes gritados e desesperados onde nem sempre a razão falou mais alto – que a fome não será curada pelos planejamentos de gabinete e que os remendos do tecnicolor não escondem mas agravam seus tumores. Assim, somente uma cultura da fome, minando suas próprias estruturas, pode superar-se qualitativamente: a mais nobre manifestação cultural da fome é a violência."
Glauber Rocha, Eztetyka da Fome

Sou Colonizado e Quero Continuar Sendo: O Jogo

Mundo aberto genérico da Rockstar/Ubisoft, ou seja, não dá nem pra chamar isso de GTA brasileiro

-O jogo rejeita totalmente a tal chamada "experiência cinematográfica" (só por isso já merece reverência) e constrói toda a narrativa por meio da linguagem dos videogames (level design, controles, mecânicas, etc).

-O jogo não é difícil por ser difícil (Dark Souls 2 que é), mas sim porque o universo requer essa dificuldade. Você, o protagonista, é um zé ninguém que vive em um mundo à beira do colapso habitado por deuses, demônios, mortos-vivos, etc. Este é um universo implacável e imperdoável, e isso se reflete na gameplay (forma e conteúdo em perfeita harmonia). Essa também é uma das razões pela qual seria inconcebível haver opções de dificuldade, já que o propósito do universo cairia por terra.

-As críticas dirigidas à omissão de eventos da história e da lore são tolas. Como já dito, uma das propostas do jogo é fazer o jogador se sentir insignificante perante o mundo ao seu redor. Logo, nós não temos o privilégio de descobrir ou presenciar todos os detalhes da lore. O jogador obtém apenas fragmentos, pois o universo do jogo é muito mais grandioso do que ele. Essa sensação não seria obtida se a história fosse contada de maneira convencional.

Esses são os pontos que eu acho mais cruciais para entender Dark Souls. Uma análise crítica cobrindo tudo o que essa obra tem a oferecer daria, sem exagero nenhum, um livro inteiro (Matthewmatosis chegou perto: https://youtu.be/EV16ROaHVfo).

E só pra não parecer que eu chupei o pau do Miyazaki, eu reconheço que o jogo não é perfeito. Possui inúmeros bugs de colisões e áreas ruins e incompletas (The Great Hollow e Lost Izalith), mas a experiência final é tão sublime e única que se torna um crime não dar 5 estrelas pra essa masterpiece.