270 reviews liked by NagaiWolfwood


Talvez tivesse feito mais sentido eu jogar esse jogo antes do Alan Wake 2 já que ele explica e introduz uma cacetada de conceitos pro universo da Remedy, mas jogando agora foi até um refresco entender melhor algumas coisas. Control é realmente impressionante tecnicamente, ainda mais em um mundo onde os jogos carecem de personalidade, todo lançamento da Remedy esbanja disso e sempre tenta fazer algo de diferente, Control consegue fazer um ótimo uso da física, que é algo que eu me amarro, sou simplesmente viciado em ficar me jogando de prédios e carros no GTA IV só pra ver o Niko se esborrachando, e aqui os cenários são altamente destrutíveis, tudo tem interação de acordo com suas ações e a gameplay é uma delícia, os poderes são extremamente divertidos e o conceito de uma arma que se transforma em diferentes armas acrescentam ainda mais variedade pra gameplay.

Eu vi muita gente falando que a história desse jogo é muito confusa e complexa, até certo ponto realmente é, mas por trás de tantos termos complicados e conceitos sem explicação, a história é bem simples, o problema é que o desenrolar dela é bem lento e se você não ler nada ou não prestar atenção suficiente, você vai ficar boiando do começo ao fim. Superficialmente, a história não passa de uma irmã tentando achar seu irmão e salvar ele, a questão é que o universo da Remedy é repleto de coisinhas complicadas, Objetos de Poder, Itens Alterados, o Ruído, a Presença Obscura, o Lugar Escuro, o Plano Astral, mas sinceramente nenhum desses termos tem muita utilidade, o quê você precisa saber é que os objetos de poder são conectados com o plano astral e o plano astral se conecta com qualquer fenômeno paranormal no mundo, já os itens alterados não se conectam, porém, são afetados por fenômenos paranormais.

O Ruído é uma espécie de infecção paranormal que toma controle de tudo que toca, menos a protagonista por ela ser imune, aí cabe a você achar seu irmão e acabar com essa praga. O interessante é que a Jesse não tem "livre arbítrio", tudo na vida dela foi manipulado, a Polaris basicamente controla ela o jogo todo, o próprio Alan Wake interferiu na vida dela pra história do jogo acontecer, e você, como jogador, também tomou controle da vida dela durante toda a jornada, então mesmo que ela tenha controle sob o ambiente, sob os inimigos e seja super poderosa, no fim, ela não controla nada, e sim os outros personagens desse universo que controlam ela.

A trilha sonora do jogo é fodástica igual nos outros jogos da Remedy, principalmente o pedaço tocando rock com o cenário inteiro se modificando, os gráficos do jogo são do caralho apesar dessa engine ter um problema chatão de delay de render e ghosting no PC, a direção das cutscenes trazem alguns ângulos bem inventivos, o level design do jogo é bem intuitivo, raramente você se perde e quando se perde é por culpa do mapa horrível desse jogo que funde todos os andares em um só, as missões secundárias são bem legaizinhas e recompensadoras, no geral o jogo é extremamente competente, infelizmente a má apresentação da história e alguns problemas de pacing acabaram estragando a experiência de muita gente.

Control foi um jogaço, tava bem curioso pra jogar e eu me diverti muito, aí como eu sou pobre, gostaria de agradecer a @chrisredfield que deixou de comprar açaí pra me dar o jogo, te amo mano.

Outro Castlevania clássico incrível!
Legal que esse foi primeiro e único Castlevania que eu tinha jogado antes de começar a jogar todos os jogos da série esse ano.
Eu joguei ele quando era criança e não me lembrava de nada, mas quando eu abri o jogo, escutei as músicas e vi os cenários... meu deus, que EXPLOSÃO DE NOSTALGIA que bateu no meu corpo INTEIRO!

As músicas e os visuais do Bloodlines são fantásticos, além das fases, mesmo sendo poucas (apenas 6 fases) terem muita personalidade própria. A única critica é que as últimas 3 fases são um pouco pé no saco, mas isso vai variar também do personagem escolhido pra campanha. O jogo tem 2 personagens jogáveis e, por mais que o John Morris (gameplay clássica do chicote) seja bem equilibrado e justo na gameplay dele, n tem como n dar altos créditos pro Eric Lecarde - o desgraçado é muito roubado e divertido de jogar!

Esse foi o 3° melhor Castlevania clássico que eu joguei, atrás apenas do Super Castlevania IV e do Rondo of Blood.

Caramba, eu gostei bastante dessa DLC. Após zerar a história principal do jogo, achei que não haveria mais como prolongar a história sem ser com o ''Alan Wake 2'', mas acabei descobrindo sobre as DLCS desse jogo. Fui jogar com um pé atrás, pois tinha medo de eles simplesmente tentarem prolongar a história com coisas estranhas. Porém fiquei bem surpreso com a forma que eles prolongaram o jogo sem ficar estranho ou chato. Conseguiram criar um ótima DLC.

Tsukihime é a minha primeira experiência com histórias da type-moon. O seu primeiro grande sucesso lançado nos ano de 2000. É um jogo que foi uma experiencia fraca no inicio porém ficou legal chegando mais ali pro meio de uma das rotas, mas sinceramente achei fraco no fim de tudo. Enfim, vamos para a review:

História[2/5]: É um jogo de epóca, porém isso não o protege por ter uma história meio fraca. Talvez em certos momentos chatas, e com desenvolvimentos lentos e as vezes sem o menor sentido. A experiência de ir testando os finais não é tão divertida. E sinceramente, eu acabei descobrindo por meio desse romance que eu não curto muito rotas de personagens. Eu fiz uma rota inicial de uma personagem que eu nem gostei. Enfim, não me pegou a história.

Narrativa[3/5]: As vezes fica bom sinceramente, mas são pouco os momentos. Diria até que o jogo força demais alguns dialógos e cenas. Os personagens do nada ficam agressivos e amorosos. Eu não me prendi tanto na maioria das cenas de tensão ou de drama.

Arte[4/5]: É um jogo bem antigo então faz sentido a arte ser um pouco datada. O jogo inclusive tem poucos cenas e quadros. Diria que é bem limitado nesse aspecto, e em alguns momentos os sprites dos personagens não fazem muito sentido. Em alguns momentos os traços estão muito bem feitos, e em outros estão bem mal feitos. Enfim, é constante pelo menos, e não é tão desagradável.

Trilha-sonora[4/5]: No inicio parece ser muito limitada, e de fato é um pouco. Bem repetitiva e talvez até cansativa. Mas no fim não é ruim, é boa, porém com ressalvas.

Personagens[3/5]: Não gostei da maioria. A maioria é bem chato. A única que gostei foram a Akiha e Arcueid. O romance deles inclusive são muito bom em certos momentos.

Geral[3,2/5]: Esperava mais no quesito históriam, porém não me agradou muito. Achei fraco o romance e os finais. E a maioria dos personagens não me apegaram tanto sinceramente. Eu até cheguei a me apegar na arcueid, mas seila eu comecei a não gostar da sua personalidade ao passar do tempo. No fim acho que eu até gostei do designe de alguns personagens, porém o romance em si eu não achei muito. O drama é fraco e não causa nenhum impacto. Enfim, talvez esse jogo não tenha sido feito para mim. E sim, eu ainda vou jogar os outros jogos da type-moon, mas talvez com outras expectativas...

Finalmente depois de quase um ano, eu finalizei o Dark Souls 2. Meu segundo jogo da From software e meu segundo Souls-like. E já digo que eu tinha uma esperança até que alta de que DS2 não seria uma experiência ruim, em contraste com o quanto falam mal desse jogo. E de fato estava certo, não só isso como também sai com minhas expectativas superadas. Enfim vamos para a review desse maravilhoso jogo.

Jogabilidade[3/5]: Talvez um downgrade em relação ao seu antecessor, com decisões um pouco sugestivas que de fato lesaram muitos jogadores que sairam de DS1 direto até DS2. Esse jogo, decidiu que seria uma ótima ideia diminuir os frames de imortalidade e colocar isso como uma passiva, e não só isso, como diminuir drasticamente a velocidade que você toma o estus. Esse impacto na jogabilidade é sentida bastante no começo que provavelmente irritou a maioria dos jogadores. A minha experiência também foi ruim com o início de DS2. Além de claro, algumas hitboxes que infelizmente são meio zuadas de fato. Eu cheguei a não ter nenhum problema de hit-box no DS1 igual tive no DS2, e posso falar isso com propriedade já que joguei o jogo muito recentemente. Enfim talvez o pior ponto desse jogo.

Dificuldade[4.5/5]: Jogos da From Software não decepcionam na dificuldade NUNCA, e esse jogo aqui pelo menos no início é BEM DIFÍCIL! E suaviza com o tempo quando você upa o personagem e se acostuma com a jogabilidade. Mas acho que o único problema desse jogo são a maioria dos chefes que são ridiculamente fáceis, mais por conta da maioria ter movesets bem parecidos entre outras fatores que não diferencia muito eles. Agora a exploração ainda continua bem difícil, inclusive superando a dificuldade do antecessor. O tempo que passei no Cais de Ninguém no início do jogo foi absurdo, para chegar em um boss e matar ele de primeira. Muitos bosses eu matei de primeira, uma coisa q não aconteceu muito no Ds1, na verdade só aconteceu com o Artorias, ou seja, apenas um Boss. Mas de certas forma, eu senti que as DLCs recuperam muito dessa dificuldade nos bosses, além de claro, serem difíceis para CARALHO! Eu passei metade do meu tempo de jogo nas DLCs, de tanto que sofri nos bosses secretos e claro na DLC do Ivory King que eu passei dias para completar toda a área. Inclusive os únicos bosses que apelei para o uso de Bots, foram nos chefes da DLC do Ivory King, especificamente nos dois tigres e no próprio Rei.

Direção de arte[5/5]: Majula é de fato um ótimo safe-place, sendo na minha opinião, melhor do que Firelink Shrine. E eu sinto que DS2 é bem mais acabado na maioria das suas areas, do que o próprio DS1. Ainda acho que teve um certo downgrade nas partes florestais, que eu senti um pouco falta daquela beleza e desfoque do DS1, porém isso não diminui o quão lindo é DS2.

História[5/5]: Eu achei que fiquei mais ligado a história de DS2 do que o DS1. Quando terminei DS1 eu meio que senti falta de uma narrativa mais presente, e mais densa. Porém, no DS2 eu até que gostei um pouco dessa história contada sem ser jogada na sua cara. É muito empolgante a história de DS2! Melancólica, epica e um pouco dramática. Você a todo momento ouvir falar de Vendrick e perseguir ele até seus aposentos, e se encontrar com ele, toda essa mistura meio de surpresa e decepção, traz varias emoções que só podem ser sentidas quando se tem uma história contada de certa forma. Meio que o próprio DS2 me fez olhar de outra forma para DS1, com suas melancolias meio que parecidas. Um sentimento bastante recorrente na franquia.

Trilha sonora[4/5]: Algumas muitos boas, mas não é tão marcante igual o DS1 na minha opinião. Talvez os bosses serem esquecíveis afete um pouco isso, mas sinceramente, tem lutas que eu amo, porém nem me lembro da thema do boss. Enfim, ainda assim algumas Soundtracks ambiente são bem emocionantes, a de Majula por exemplo, você ouve tanto que fica na cabeça.

Gameplay[5/5]: Montar a build nesse DS2 foi muito mais divertido que no DS1, na verdade, eu me senti muito incomôdo com a forma que eu montava a minha build no DS1, mais pelo fato de não estar acostumado com o sistema, e também muito pelo fato de não se importar tanto e só fazer DEX + piromancy. No DS2 eu fui de mago, e sofri muito no início! Sofri tanto que abandonei o jogo por meses depois de apanhar muito de mago. Depois comecei a apelar para build de Sortilégio + DEX rapieira. No fim terminei o jogo dando muito dano e montar a minha build ao longo do jogo me trouxe muita satisfação. Maior parte do tempo eu ficava no mapa procurando itens e planejando que armas eu iria usar na minha build. Como o próprio jogo de da muita pedra de upgrade, e bastante item para imbuir, eu acabei usando muitas armas diferentes. O mid-game foi muito divertido e talvez o end-game eu tenha sofrido mais que o normal por conta das DLCs. Mas, de certa forma, as DLCs te ajudam a ficar forte de qualquer jeito. Isso foi a coisa que mais gostei nesse DS2, e superou muito minhas expectativas iniciais, que não eram nada boa depois de quase ter dropado o game. Acho que será um jogo que possívelmente eu possa voltar no futuro para testar a quantidade exorbitante de armas e builds possíveis. Já bate até saudade escrevendo esse texto, da sensação de felicidade em ver sua build funcionando e o dano entrando.

Conclusão[4,416/5]: Eu sai bastante feliz de DS2, e de certa forma você que ainda não jogou, talvez por conta dos comentários de hate a esse jogo, ou por que simplesmente não gostou da experiência DS1, acho que seria uma boa você testar esse jogo, que sinceramente, É ÓTIMO. Acho que o problema dos bosses que não são muito marcantes no jogo base, é de certa forma resolvido nas DLCs. Os desafios das DLCs também foi algo de certa forma difícil pra cacete e empolgante de fazer, e claro a satisfação de ter feito também é muito gratificante. E para você ver a grande diferença entre o boss final do jogo base, mais a as DLCs, eu passei o dia inteiro tentando derrotar Lud e Zallen, enquanto a última batalha contra chefe do jogo principal eu passei de primeira. De qualquer forma, é um jogo que vai ficar no meu coração para todo sempre! Muito obrigado From software por mais uma Obra-prima!

Por um tempo curto Metroidvania era o meu gênero favorito dos games, muito por conta de Castlevania SOTN. Eu amo as mecânicas de exploração e a recompensa delas, e além disso o combate se misturando com tudo isso. Por fim, o tempo foi curto, pelo fato de eu acabar enjoando muito rápido do genêro, e até pouco tempo o meu metroidvania supremo era o Aria of Sorrow. Hollow knight eu até tentei jogar na epóca, porém eu como tinha dito estava enjoado do gênero. Eu acabei dropando Hollow knight mais ou menos no ano novo de 2021, e de fato eu acho que precisava disso. Precisava amadurecer mais um pouco para simplesmente me agraciar com o mais novo supremo metroidvania que eu ja joguei.

Jogabilidade[5/5]: Simplesmente perfeita! Moldada da melhor forma possível. Entregando principalmente velocidade e muita mecânica. Acho que essa é a parte principal desse jogo! O fato de que não é necessário você desbloquear as habilidades que te permite alcançar novos lugares, e usar das próprias mecânicas do jogo, mostra como ele foi perfeitamente moldado e muito bem feito.

Dificuldade[4.5/5]: A maior parte do tempo o jogo é bem fácil, ficando mais difícil para o final do jogo. Eu até acabei passando mais dificuldade para o final por que não sabia que dava para melhorar o ferrão do personagem durante a gameplay, então de certa forma, joguei o jogo da forma mais difícil sem querer, e sinceramente não tive tantas dificuldades. Acho que a dificuldade é bem acertada nas DLCs, trazendo alguns bosses do jogo principal mais fortes e rápidos, e alguns bosses novos que são difíceis demais! E eu gosto dessa dificuldade do jogo, não é apelativa e principalmente te força a bolar estratégias e a se acostumar com os times dos bosses. Acho que se não fosse a facilidade que tive na maioria dos bosses o jogo teria sido mais marcante nesse fator.

Direção de arte[5/5]: Hollow knight é maravilhoso de lindo! Acho que nunca vi tanto amor pelos cenários de um jogo. Cenários vívidos, cheio de detalhes, muito bem desenhado, característicos e bastante memoráveis! Acho que nunca me apaixonei tanto pelo cenário de um jogo. Acho que esse é o ponto crucial de hollow knight, o designe dos personagens é marcante e você consegue distinguir cada um, com sua beleza e também o inseto no qual representa. Acho que hollow knight até o momento é o jogo que tem a arte mais linda que já vi até hoje.

História[5/5]: Hollow knight tenta fazer algo parecido com dark souls, porém em uma versão mais light, de dar poucos detalhes da história, que é contada muito das vezes observando o cenário, ou então lendo a descrição de itens, completando o diário do caçador ou as vezes em alguns dialógos de NPCs(os famosos sonhos também). A história as vezes é direta o que torna uma versão mais light de narrativa parecida com DS. E de fato eu curti bastante a história de Hollow knight, apesar de encararmos o boss final como um vilão, acredito que no fim não se tem um vilão ao certo, e sim uma consequência de ações tomadas que gera o estado final que se encontra Hallownest. E de fato, é muito bem escrito e rico em detalhes. Acho que só pelo fato da história se contada de várias formas e visões diferentes enriquece para mim a narrativa de hollow knight.

Trilha sonora[5/5]: As OSTs desse jogo são realmente maravilhosas! Eu amei cada OST principal de cada cenário e suas variantes, além de claro amar a OST de city of tears que na minha opinião é uma das melhores. Cada cenário tem sua OST marcante e muitas vezes a musica ainda fica rebobinando na sua cabeça mesmo com você não jogando o jogo. Que trilha sonora maravilhosa tem esse jogo sinceramente! Acho que as OSTs acabam até amplificando a mistura de sensações que esse jogo traz.

Gameplay[5/5]: Até o momento eu acredita que Aria of Sorrow era o metroidvania supremo, mais pelo fato de que o jogo além de trazer a exploração e recompensa de SOTN, ele também nos a diversão de poder usar os poderes dos inimigos, além de incentivar você a obter a habilidade especial de todos, o que me fez amar esse jogo e não conseguir parar de jogar ele por horas, além de zerar ele diversas vezes. Porém, hollow knight hoje, apesar de não trazer grandes revoluções no gênero, ele traz até o momento, balanceia perfeitamente a recompensa por exploração e combate, fazendo com que toda Hallownest seja marcante, seja por conta do cenário, inimigos, bosses, musica ou a própria dificuldade de exploração com trechos plataformer. Por fim acho que toda essa combinação faz com que hollow knight tenha sido para mim até o momento o Metroidvania perfeito.

Conclusão[4,916/5]:Acho que Hollow knight se tornou para mim o meu jogo mais favorito atualmente. Eu nunca me senti tão apaixonado por metroidvanias e além disso, me marcou com seu universo rico em detalhes e beleza. Acho que por um bom tempo não terei um jogo tão divertido quando Hollow knight foi e ainda é para mim. No momento da review ainda estou fazendo o panteão para conseguir o 112%, então de certa forma, eu ainda não consegui largar hollow knight. O fato de eu estar fazendo tudo o que da pra fazer no jogo mostra o quanto me apaixonei por ele. O metroidvania perfeito, que me fez viciar em seu universo, algo que não sentia a muito tempo. Estou ansioso para Silksong, e espero que novamente possa sentir o quão maravilhoso é esse universo.

Arte.

Sem mais. Se não explode.

(reitero o que foi dito no primeiro)

Stellar Blade é um game que tá na boca do povo faz um tempo já, tanto por ser um dos grandes lançamentos de 2024 ou por sua protagonista, a Eve. O jogo conta a história de uma terra pós-apocalíptica, devastada após uma guerra entre humanos e seres monstruosos chamados Naytibas que resultou na derrota humana e a dominação dos Naytibas. Após uma invasão falha que resulta na morte de sua amiga Tacky, Eve é resgatada pelo sucateiro Adam e logo ambos encontram a cientista e membro do quinto esquadrão aéreo Lily. O trio então parte em uma batalha em busca das hipercélulas, mecanismos poderosos que podem salvar Xion, a última cidade habitada por humanos no planeta.

A gameplay principal bebe da fonte hack and slash, focando em combates frenéticos, ao estilo Devil May Cry, e conta com elementos popularizados pelos jogos Soulslike, como um cantil que você bebe para recuperar vida e acampamentos, que são pontos de descanso onde você recupera HP e seu cantil, semelhante às fogueiras de Dark Souls. Tudo no combate flui bem e ele é um dos pontos mais fortes do jogo. Quando você consegue pegar o timing de esquiva e parry, ele se torna ainda mais gostoso e envolvente. Além disso, os controles de combate correspondem rapidamente e você consegue encaixar combos com facilidade, tornando tudo mais dinâmico e tornando os vários momentos de combate atrativos.

A história também traz uma pegada de ficção científica ao estilo Blade Runner e o trio de protagonistas faz com que o jogador se envolva e queira saber o desenrolar de tudo. Os três são carismáticos cada um do seu jeito: Eve com sua agressividade e, ao mesmo tempo, inocência de uma andróide que está conhecendo a Terra aos poucos. Adam sendo um sucateiro entendido e que ajuda Eve a se situar de seus arredores e da história da Terra como um todo e Lily com sua empolgação quando seus serviços de tecnologia precisam ser postos em ação.

Os gráficos são maravilhosos. Tanto nas cidades abandonadas e destruídas, que ao mesmo tempo que conseguem impactar com seus escombros e construções desmoronadas que nos mostram a tragédia que assolou a Terra, também nos entregam cenários lindos como o Oásis do Grande Deserto, a própria cidade de Xion que tem clara e forte inspiração na Cidade Murada de Kowloon, na China (a mesma que deu a inspiração para a cidade dos robôs em Stray) criando locais que passam até mesmo conforto dentro daqueles destroços que formam uma cidade. O maior destaque pra mim de locais assim, é uma pequena comunidade dentro do esgoto, que fiquei por um bom tempo admirando pela proeza dos designers de criarem um lugar que traz conforto e paz dentro daquele que é um dos últimos lugares em que se encontraria isso, pelo contrário, um lugar que causaria repulsa. E esse é o maior trunfo de Stellar Blade (além da jogabilidade de combate): a ambientação. É surreal como os desenvolvedores pegam lugares que poderiam causar nojo ou até afastamento das pessoas e utilizam desse artifício para mostrar o que o povo de Xion conseguiu no meio de todo o caos que assola o planeta: criar a paz, a harmonia e o conforto em meio ao que de pior a vida lhes entregou após a catástrofe.

Se por um lado temos um combate sólido, ambientação linda e personagens chamativos. A Shift Up acaba pecando em alguns aspectos. O jogo por vários momentos investe em elementos plataforma que carecem de uma precisão maior. Eve é muito leve e um toquinho no analógico enquanto ela está no ar é suficiente pra fazer ela girar pra todo lado e te custar uma morte por errar a plataforma ou a corda que tu precisa agarrar. Quando se pendura nas cordas por exemplo, as vezes tu quer pular reto e apesar de posicionar a personagem, quando você pula ela acaba indo pra diagonal. Aconteceu de ela ir pra esquerda em vez de ir reto e até mesmo acabar voltando para trás em alguns momentos. E o pulo duplo, que deveria facilitar, apesar de ajudar por diversos momentos até atrapalha, te dando impulso a mais do que o necessário.

Outro ponto que de início é positivo mas que, com o tempo, se torna cansativo, é a exploração. De início encontrar documentos, cartões de memória e chaves de acesso te deixa ainda mais imerso no cenário. Só que, para quem pretende fazer a Platina, como eu fiz, vai precisar de um volume alto de coletáveis e side quests. Com o tempo isso se torna cansativo e até confuso sem um guia, pois enquanto alguns estão em locais até de fácil acesso, outros estão muito mais escondidos, em pontos de acesso trabalhoso ou escondido bem na frente do jogador, mas que passa batido por se encontrarem em pontos extremamente específicos. Eu fui atrás deles com ajuda de um guia, mas tanto o guia quanto a disposição dos coletáveis acabam confundindo muito. E embora alguns acabem te falando mais sobre o mundo que o jogo se passa, boa parte não acrescenta em nada (um dos que peguei dizia literalmente apenas WHIZZ WHIZZZZZ). E não é de se espantar que alguns documentos e outros coletáveis não tenham nada de relevante, já que muitos foram feitos só pra preencher o extenso número de 986 (!!!) colecionáveis.

O game conta com algumas side quests que comportam narrativas fechadas envolvendo o povo de Xion e apesar de algumas histórias boas e até comoventes, assim como os coletáveis, várias delas não acrescentam em NADA na trama principal. São colocadas ali só para inchar o tempo de gameplay. E o fato de elas também serem necessárias pra Platina faz com que tais atividades também fiquem um pouco cansativas em certo ponto. E eu só vou dizer uma frase sobre o minigame de pesca: é um porre, me perdoem.

No fim, apesar de tudo isso o saldo de Stellar Blade, ainda mais se levando em conta que é o trabalho de estreia do estúdio coreano Shift Up, é extremamente positivo. Entregando um game que, embora dê uma tropeçadas no percurso, não perde o equilíbrio e dá ao jogador uma experiência sólida, divertida e envolvente. Mostra que o estúdio tem um potencial enorme pela frente em suas próximas empreitadas, sejam jogos novos ou, muito provavelmente, uma sequência deste aqui.

E por último, não esqueçam que o game é feito pra jogar. Quem quiser descabelar o palhaço, corre pra um Red Tubos da vida aí que é menos humilhante que ficar sendo tarado por uma boneca de videogame.

Mesma coisa do primeiro, referências diferentes, mas mantendo a qualidade do humor.

Reitero o que foi dito no primeiro.

1 list liked by NagaiWolfwood