Uma peça importante do quebra-cabeças.

Esse poderia ser mais um daqueles casos em que venho aqui me lamentar e dizer o quanto estou arrependido de ter subestimado tal jogo, ou do papel que as críticas negativas tiveram nas minhas expectativas, entre vários jargões e quer saber? Dessa vez não!

De novo, sou agraciado com uma das obras mais absurdas que já tive o prazer de consumir. Algo programado, guiado e planejado minuciosamente desde o início, um vislumbre do que estaria por vir, um meio para todos os fins e como de praxe, uma ideia "complexa" mas nada distante do seu lugar nesse universo. É inegável o impacto que o último trabalho da Remedy conseguiu causar, não apenas por entregar uma experiência audiovisual magnífica e sim, por enobrecer e iluminar outros que o antecedem.

Isso significa que várias das sementes que trouxeram consigo gloriosos resultados foram plantadas aqui. Desde as mecânicas que viriam a amadurecer em Control até a narrativa labiríntica de Alan Wake, preparando o terreno para tudo o que nos seria apresentado posteriormente, indo muito além de um simples estereótipo sobre viagens no tempo.

Sendo assim, posso dizer sem exagero que Quantum Break andou para que os demais pudessem correr e me sinto extremamente satisfeito com tudo que pude absorver até o presente momento. No entanto, espero que a empresa adquira os direitos dessa IP e torne todas essas conexões possíveis legalmente, caso contrário, seria um grande potencial desperdiçado.

Mais do mesmo? Quase...

É plausível dizer que esse remake melhorou absolutamente tudo em relação ao game original. A mudança mais notória está no seu arsenal diversificado, que vai de shotgun a lança-chamas, podendo receber upgrades para aumentar o dano. Os veículos também passaram por uma repaginada e agora possuem especificações distintas que fazem toda a diferença nas corridas, te obrigando a criar estratégias de combate para cada pista.

Apesar de tudo, a proposta continua simples e os controles permanecem idênticos ao modelo anterior, mantendo o objetivo de sobreviver as batalhas e cruzar a linha de chegada! Sei que à primeira vista o jogo pode parecer singelo e talvez até seja, contudo, ele tem seu charme e segue sendo uma ótima opção para quem deseja se distrair por algumas horas sem ter que pensar muito.

Explosões e carros armados em alta velocidade.

Não tinha muitas expectativas sobre esse jogo, principalmente por ser de uma época longínqua (1996), mas felizmente eu estava enganado e acabou me surpreendendo bastante. Mesmo com mecânicas datadas e a icônica perspectiva aérea de top down, ele consegue ser extremamente divertido até hoje! Um clássico dos games de corrida e um belo começo para o que viria a se tornar uma grande desenvolvedora.

Que salada maravilhosa!

É impossível não lembrar de Ghost in the Shell logo no menu, observar o título do primeiro episódio sem pensar em Ergo Proxy ou desassociar seus becos, ruas e edifícios de obras como Blade Runner, Akira e outros derivados do gênero cyberpunk.

SPRAWL é o conjunto de vários conceitos distópicos que ao longo do tempo ganharam cada vez mais reconhecimento e se tornaram verdadeiras referências para trabalhos em todo o mundo. Aqui controlamos SEVEN, um soldado habilidoso que se vê envolvido em um grande conflito, lutando incansavelmente contra as forças de um regime militar que quer destruí-lo.

O jogo contém as mecânicas básicas de um boomer shooter padrão e que recordam muito a clássica franquia de Quake, mas com alguns acréscimos. O maior deles sem sombra de dúvidas está no Icarus, equipamento semelhante ao Sandevistan, que possibilita ao jogador agir em câmera lenta enquanto destaca pontos críticos dos inimigos, facilitando o combate. Além disso, ele também adiciona o recurso de wall run, permitindo andar pelas paredes e demais superfícies planas do cenário, ao melhor estilo Titanfall.

Minha maior e talvez única ressalva sobre esse game esteja no seu level design, que nem sempre indica com clareza os objetivos a serem cumpridos, deixando a desejar em alguns momentos. Ainda assim, consegue manter uma boa progressão sem perder o ritmo, sendo uma ótima recomendação para qualquer fã de FPS.

Exemplo de resiliência.

Não é a primeira vez que nos deparamos com personagens psicóticos, transtornados ou com uma bagagem emocional pesada como Isaac Clarke, Max Payne, entre outros. Aqui, acompanhamos a árdua jornada de Senua, uma jovem guerreira que tenta encontrar paz para o seu amado e acima de tudo, para si mesma.

A junção das mitologias nórdica e celta não poderiam ter culminado em uma atmosfera melhor para essa narrativa. Desde os mitos distorcidos que assombravam as mentes desvairadas daquele período até o politeísmo emaranhado nas vidas de todos que se deixavam guiar por ele! Diante disso, temos uma protagonista atormentada, lutando para superar a escuridão que toma conta do seu ser enquanto tentamos entender mais sobre o passado, traumas e perdas que a fizeram chegar a esse ponto.

Falando das mecânicas, o combate é um pouco decepcionante, porém, aceitável e conta com esquivas, um sistema de parry "OK", ataques rápidos e fortes. Alguns puzzles são frustrantes mas bem elaborados, havendo alterações nos cenários em que se encontra e mudando a perspectiva do jogador, oferecendo desafios interessantes. O trabalho de áudio é admirável e a parte visual dispensa comentários, principalmente na versão de PC, que recebeu atualizações trazendo suporte a DX12 e Ray Tracing.

Sendo sincero, só resolvi dar uma chance por conta da sequência já anunciada, entretanto, posso dizer com tranquilidade que o saldo foi positivo. A experiência em si consegue ir além do substancial e se faz bastante necessária em questões importantes, abordando com certa sensibilidade temas delicados e relevantes.

Uma versão alternativa do Tom Hansen?

Se você não sabe de quem eu estou falando, assista a (500) Days of Summer ((500) Dias com Ela) e tire suas próprias conclusões. Particularmente, acho esse filme bastante problemático e com pontos de vista bem subjetivos, mas não irei comentar sobre.

Voltando ao game, talvez o fato de eu ter consumido uma obra semelhante tenha me influenciado negativamente, ou quem sabe, seja apenas um momento desfavorável para jogá-lo. De qualquer modo, a narrativa é um tanto quanto fraca e pouco original. Compreendo a mensagem que ela tenta passar, porém, a sensação que tive durante todo o progresso e principalmente próximo de concluí-lo, foi de déjà vu.

Mesmo ostentando uma arte lindíssima mesclada a um trabalho sonoro primoroso, a trama do jogo não me envolveu como esperado! Basicamente, se trata de um clichê romântico abrangendo relacionamentos, superações e ciclos da vida. Nada "UAU" a meu ver, contudo, ainda vale a pena conferir.

Curto e GROSSO!

Não sou o maior fã de jogos do gênero mas me surpreendeu bastante, mesmo com tão pouco tempo de gameplay. A atmosfera tensa, o "silêncio" desconcertante, a incerteza do que está por vir... tudo isso contribui para uma experiência peculiar e arrepiante.

O que mais me chamou a atenção é o fato de não estarmos na pele das vítimas e sim de um serial killer que, ao que tudo indica, gosta de registrar os momentos infames daqueles neutralizados por ele. O estilo VHS e o espaço limitado favorecem o clima macabro do ambiente, passando uma sensação de claustrofobia e perigo.

Longe de mim querer entender a mente de um psicopata e acredito que não seja essa a intenção do desenvolvedor, porém, me deixou com um gostinho de quero mais! Sei que pode ser controverso, principalmente por se tratar de uma obra com esse tipo de foco, entretanto, ficaria extremamente satisfeito caso o projeto viesse a se tornar algo maior no futuro.

Simples e muito divertido. Perfeito pra jogar com os amigos, principalmente se eles forem medrosos!

2017

BioShock no espaço!

Trilha sonora, ambientação, inimigos... tudo absolutamente impecável e bem pensado para entregar ao jogador o máximo de liberdade em sua gameplay, oferecendo recursos variados que abrilhantam a experiência e desafiam a imaginação na resolução de problemas e conflitos. Esse é, de longe, um dos melhores Immersive Sims que já joguei.

No início não estava entendendo nada e chegando ao final... senti que ainda estava no início.

Brincadeiras à parte, eu admito que passei a ter mais interesse nesse game após a sequência ABSURDA de Alan Wake, e devo dizer que tê-lo ignorado foi um erro tremendo! Não apenas por enriquecer a franquia vizinha e sim por toda a densidade que seu universo apresenta, talvez de uma maneira confusa aos olhos de alguns mas ainda assim, consistente e intrigante em tudo que se propõe.

Entretanto, me senti um pouco perdido durante a gameplay e não me entenda mal, os combates são divertidos e contam com mecânicas que funcionam perfeitamente bem em todos os cenários, porém, seu mapa deixa a desejar e falha em ser eficiente no que deveria, sendo pouco (ou NADA) interativo. Era de se esperar algo melhor, principalmente para uma obra dessa proporção, mas claro que o meu senso de direção, diga-se de passagem, TERRÍVEL, também não foi de grande ajuda!

Em suma, fizeram um trabalho realmente meticuloso aqui e mesmo alguns empecilhos não foram o suficiente para ofuscar seu brilho. Toda a dedicação e audácia da Remedy em seus últimos projetos só me deixam mais empolgado para o que virá a seguir, dessa que a cada novo passo vem se consolidando como uma das melhores desenvolvedoras da atualidade.