o primeiro filho do período nostradâmico do japão (1995-2005) em que o país ainda era pioneiro em tecnologia e, portanto, sabia de todos os perigos causados por ela que chegariam aqui no ocidente uns dez, quinze anos depois. neo-hip-punk é estabelecido como a estética jovem atemporal, o que se mantém até hoje, com uma linguagem que parece até ter sido adaptada aos anos (dois mil e) vinte mas que não foi não, é só que a gente mudou um pouco menos do que parece - deus se importava com os quadros que você gostava no século dezesseis, é claro, mas também se importa hoje com o graffiti que você tira foto e a marca de roupa que escolhe vestir, te abençoando de acordo! a reza é uma afirmação visual, estilística.

a única pop art possível no século xxi

complexidade mecânica que parece desnecessária até o momento em que tudo demonstra ser a verdade do mundo em si, visto que todas as almas são só uma sequência de números pro exército, permitindo uma apreciação meio em retrospecto de todo o problema - lidar com a alma dos outros é um pesadelo logístico mesmo, e seria injusto a valquíria fazer isso só selecionando a espada no menu, sem fazer nem sequer uma continha, e ainda querer recriar o mundo talvez só de pirraça

no more heroes mas não-ironicamente.

o primeiro chefe que eu escolhi enfrentar me acusou de talarico, falando que roubei a esposa dele (que é uma cantora daquelas idols, sendo usada por uma mega corporação para controle mental da população) e eu não sei se tem alguma informação no jogo que confirme que ela era de fato a esposa do cara ou se ela só era "waifu" dele como essas cantoras perigam ser para os fãs.

qualquer que seja a resposta certa, foi o único sopro narrativo que não poderia de jeito nenhum estar em um mega man, o que me leva a crer que ou a inticreates queria muito fazer um jogo sobre roubar a esposa de alguém a ponto de se afastarem da marca mais importante com a qual já trabalharam, ou que queriam mesmo é continuar trabalhando com o mega man - a "esposa"

cyber-terrorismo envolvendo aparelhos smart sendo corrompidos, carros automatizados (que ainda precisam de motoristas, mas eles "podem descansar" na viagem!!) possivelmente elétricos, com freios sendo acionados pelo sistema do próprio semáforo e não do carro, abrindo alas para um fascismo tecnológico que só parece assustador pela direção do vetor.

preveu até o distanciamento que temos de robôs hoje em dia porque é claro que em 2020 acharíamos robôs meio bregas e o futuro tá mesmo é no software. todo mundo que entrou num curso técnico de robótica no começo do século se frustrou, e provavelmente uma dessas pessoas virará um super vilão também.

pai ausente mas útil, mãe presente mas inútil, uma grande festa de criança brincando com arminha de brinquedo que atira balas de verdade lá em 2001

não importa o botão que você aperta, só o motivo pra apertar. (alternativamente: você não é a música, só o eco)

eco-cyber-techno-desilusão-exotista-indígena-punk

metralhadora pós-mod, léxico divino com liturgia digital (tudo é uma metáfora mas acreditar literalmente é tão imaginativo quanto)