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Venba

2023

Venba ressoa bastante comigo visto que venho de uma família sempre deu valor a comida, tanto pelo simples (as vezes não tão simples) fato de saciar a fome ou por trabalhar com, mas sempre existiu um valor nisso. Memorias doces foram construídas em torno das manhãs de domingo quando meu avô ia pra cozinha fazer algum prato típico do meu estado

Fato é, Venba é um jogo muito relacionável pra mim, quando vai falar sobre a importância de valorizar sua cultura, cultivar um tempo de qualidade com pessoas que você ama, preconceito e sobre amadurecer, principalmente.

muito bonitinho, chorei


Esse jogo é um triunfo em seu subgênero graças a seu level design brilhante, direção de arte sublime e um sistema de combate viciante. E a mecânica de dois mundos é ótima, mas infelizmente ele sofre de alguns problemas chatos de performance.

Adorei o game. Ótimas quests e escrita, liberdade enorme, ótimos personagens, a história é foda e o final é incrível pra caralho. É decepcionante como ele simplesmente erra em alguns quesitos básicos que eu achei que a Bethesda não ia errar (tipo essa parada dos loadings enormes), but anyway... ótimo jogo.

A bola dentro da bola dentro da bola dentro da bola dentro da bola fora isso, me senti perdido dentro do jogo, co-isas fora da tela me deram a sensação de existir um mundo além de mim.

no mais, puzzles legais

Eu tentei e tentei, mas não consegui completar Redfall, ao chegar na segunda parte do jogo, depois de 6 horas de puro tédio eu não aguentei mais e dei o jogo como abandonado, eu não sentia motivação alguma pra continuar, não são só problemas de performance, ou qualquer bugzinho que ao menos poderia ser resolvido por meio de patchs, (inclusive, eu joguei depois do primeiro patch e ainda existiram alguns problemas, sofri com bastante stuttering e problema de textura enquanto jogava) a execução do jogo é péssima, e quase tudo que ele tenta termina variando de horrível pra no máximo medíocre.

Enquanto eu jogava, um dos sentimentos mais presentes era de um certo desnorteamento, tipo, o próprio jogo parece não saber o que quer, as vezes querendo ser um shooter mais voltado para uma ação direta, as vezes com uma proposta mais stealth/estratégia e etc, e até dá pra se dizer que o jogo quer que você escolha seu estilo de combate, mas a parte de escolha soa bem inexistente, eu apenas fui seguindo pelo que parecia exigido na situação, já que muitas vezes ser stealth não rola por quase não ter formas de pegar uma posição decente no jogo, as vezes são inimigos demais pra balas de menos, (Mesmo que você esteja com o máximo de balas) e a única arma que parece realmente funcional pra stealth é a sniper, e ir pra abates meele é tanto chato (Sério, nem animação de abate tem, você dá um soquinho e o boneco caí duro) quanto ineficiente. E em contra medida, a proposta mais direta de combate muitas vezes é ineficiente e parece não ser desejada pelo jogo, já que algumas das armas mais propicias a isso tem tempo de recarga demais pra dano de menos, tem uma shotgun que é pra ser uma tier 5 muito forte, aparentemente algo pra você acertar de perto e machucar bastante, mas no final ela dá menos dano que uma SMG, até mesmo um revolver, e não existe nada para compensar isso, a cadência de tiro é baixíssima, e a velocidade pra recarregar a arma menor ainda, outro dos problemas são os momentos em que se tem inimigos demais, o que o jogo espera que eu face contra 6 vampiros ao mesmo tempo, tente matar cada um deles quando absolutamente todos precisam de mais de um pente pra serem mortos? O sistema de cobertura também é ruim, o que por vezes até escancara o péssimo design do jogo em sequer ter lugares pra pegar cover em algumas missões de combate mais direto, mas quando ao menos se tem o lugar pra pegar cobertura, não parece muito útil e nem intuitivo de se usar, eu acho que durante as minhas quase 7 horas de gameplay eu não consigo lembrar de um momento em que eu sequer usei de uma forma minimamente eficiente. E nem adiantar tentar uma proposta que busca uma mescla de ambos os estilos, não existe forma de transitar entre as duas e muito menos se é possível achar um balanceamento entre as duas, já depois de achada é impossível se esconder novamente, os inimigos parecem ter um GPS embutido, te perseguindo mesmo que você se esconda a metros de distância e completamente fora do campo de visão deles, e por isso a diversidade da gameplay se torna nula, e a sua liberdade em assumir um estilo próprio inexistente.

Mas quem dera essa questão de não parecer o que quer afetasse somente a gameplay, ela afeta tudo no jogo, até mesmo a ambientação e a narrativa do jogo chegam a ter problemas com isso, por vezes ele parece querer ser mais "aventuralesco", ou mais ação mesmo, e em algumas situações parece puxar mais pra um terror, e é até que pode ser legal o jogo ter diferentes abordagens temáticas pra diferentes missões, o problema é que a transição entre elas, quando eles tentam realizar, é péssima, e quando eles não tentam fazer uma transição narrativa fica pior ainda, já que o mundo aberto não acompanha a temática da missão, então fica extremamente abrupto chegar numa missão mais focada em horror após andar até a missão num caminho extremamente colorido e cheio de tiroteio, o design do mundo aberto é um pesadelo e de longe um dos maiores problemas do jogo. E também parece não existir noção de quando é possível fazer isso, até mesmo pra mim, que sou extremamente medrosa, sinto dificuldade de temer quando eu tô cheia de recursos, opções de como me curar, balas em todas as armas possíveis além das skills dos personagens, existem diversas e diversas formas de lidar com os inimigos, então uma tensão por falta de recursos é inviável, e o jogo apresenta cedo demais tudo que ele pode ter de inimigo, então não existe muito o que esperar na próxima sala, já que não existe mistério ou desconhecido em Redfall. A única vez que eu consegui sentir tensão no jogo foi na missão "Casa de Ecos", e foi mais por eu me meter numa situação ruim de ficar sem HP, sem bala e com pouquíssimos recursos por puro descuidado meu, e foi algo tão frágil que assim que eu consegui pegar um pouco mais de HP, a tensão acabou completamente. Talvez no final meu maior medo tenha sido morrer e passar pelo castigo que é andar pelo mapa até a missão.

Inclusive, uma das maiores reclamações que eu tenho com o jogo é o mapa, ele é extremamente vazio, não é algo esteticamente memorável, não existe muita personalidade e honestamente, eu acabei de parar de jogar e eu não consigo apontar sequer as diferenças entre cada seçãozinha do mapa, cada distrito ou bairro, é tudo tão... igual, sem graça, é monótono no sentido mais literal possível, tudo é extremamente semelhante, e não existem pontos chamativos, até mesmo os "monumentos históricos de Redfall" são estatuazinhas broxa sem diferença nenhuma entre elas, não remetem nada a história de Redfall, que eu inclusive, não sei nada sobre, e pra um jogo que leva o nome da cidade e trata ela como algo importante dentro da trama inteira, eu queria pelo menos saber definir Redfall como algo além de "cidade genérica". Os pontos de relevância do mapa também são risíveis, não existe NADA de interessante neles, costumam ser só casas, e casas extremamente genéricas mesmo, do tipo que se eu virar a rua eu vejo outra igual e eu sequer consigo enxergar motivo pra aquilo estar sendo apontando no meu mapa, não são mansões ou, algo único que tenha sua personalidade em meio aquele universo de monotoniedade, ou algo que seja relevante pra Redfall antes do apocalipse, um lugar com o qual eu devo ir lootear, ou procurar coisas ou até mesmo um local de "base" dos cultos ou dos vampiros, eu não consigo pensar em porque aqueles lugares estão sendo apontados no meu mapa já que sequer pra fast travel eles servem. Existem pouquíssimos pontos diferentes no mapa, existe um farol, um hospital, uma base de rádio, um cinema e algo que parece ser um depósito, mas todos eles são lugares que você vai para missões, não existe esmero algum com o que está fora da mainline do jogo, e até essas são extremamente desinteressantes, já que não tem nada que torne eles únicos ou algo memorável que se passe neles, a base de rádio mais parece uma casa qualquer, o hospital sequer consegue me lembrar de... bem, um hospital, e parece mais uma construção executiva, o cinema é minúsculo e eu só lembro dele pela situação aonde eu coloquei um rolo de filme pra ser produzido e vi um slide-show, mas de resto? Tudo completamente genérico, esquecível, e o pior é que mesmo esses lugares que ao menos não são casas tem algo de interessante pra fazer além da quest principal, já que pra um jogo que se propõe a ter loot como algo relevante, a parte de estar ativamente procurando itens interessantes é inexistente. É um mapa vazio e sem nada pra se fazer nele além de seguir seu objetivo, sem personalidade alguma, e o pior é que você é obrigada a passar a maior parte de gameplay andando pelo mapa, já que frequentemente ir até a missão é mais demorado do que faze-la, porque o jogo faz questão de coloca-las nos pontos mais distantes possíveis da base, ao ponto que se tem que andar 900, 1000 metros pra chegar em cada uma, e eu garanto, não é rápido; e pra coroar o absoluto desastre que é o mapa desse jogo, não existem checkpoints nas missões, se você morreu você volta do ponto de fast travel mais próximo, e boa sorte andando os 1000 metros novamente.

O jogo tem severos problemas em sua estrutura, não é só isso do mapa e o combate, mas os bonecos também são péssimos, a skill-tree deles parece não satisfeita em parecer inútil e ser uma mecânica que tá lá pra criar um grinding artificial e desnecessário, ainda tem seus upgrades como algo pensado unicamente para um jogo online, existem tanto os que parecem serem pensados pra se usar em conjunto quanto os que são DEPENDENTES da existência de outros players para serem usados. Mas não satisfeito com uma upgrades dependentes de multiplayer, o jogo tem personagens que são inúteis em single player, e enquanto eu tava jogando eu já sentia que minha boneca não fazia muita diferença (Não lembro de 10 momentos em que eu usei as habilidades da Layla), mas a Rami é uma boneca completamente INÚTIL quando se joga sozinha, ela parece ter sido pensada 100% pra um jogo online, e não fizeram esforço algum pra tornar ela útil na campanha solo, e a skill tree escancara isso mais ainda.
O jogo me dá a sensação de ter tido toda sua estrutura pensada pra um jogo online, e por isso eu imagino que deva ser um jogo muito mais divertido de se jogar com mais gente, talvez até taticamente mais interessante, já que as skills dos bonecos denotam funções bem claras e parecem funcionar melhor em conjunto, mas eu não tive essa experiência, eu joguei solo, e parece não ter tido tempo, ou esforço pra se tornar o jogo agradável dessa forma também, até o combate tem momentos que parecem pensados pra se terem mais de uma pessoa jogando.

Apesar de ser mais um dos inúmeros jogos extremamente mal-otimizados que saíram esse ano, e que vão continuar saindo enquanto a indústria caminhar por esse caminho, o que o jogo menos me irritou foi nisso, foi uma experiência ruim por completo, nada funciona, e até mesmo a história era a mais batida e estúpida possível, e a forma como ela contada? Pior ainda, não contam muita coisa que poderiam ter contado, um monte de coisa que fica no ar e se vira por aí, os livros de texto que você lê no mundo aberto não podem ser acessados depois, as cutscenes são feitas em slide-show e geralmente mal contadas pra caralho, eu tive a sensação que tinha informação faltando enquanto via elas. Eu realmente não consigo pensar em uma coisa que tenha passado do medíocre enquanto eu jogava, e mesmo o que chegava nesse ponto era tão efêmero que honestamente, acaba sendo irrelevante, eu já não esperava muito, mas conseguiram me entregar algo ainda pior, é definitivamente um dos piores jogos lançados esse ano, e considerando seu escopo, é definitivamente uma das coisas mais ofensivas e atrozes que eu tive o desprazer de experiênciar.

Desde que joguei Atelier Sophie 2 ano passado, eu me afeiçoei muito à franquia. Essa forma mais intimista de lidar com sua história, que me parece ser comum à desenvolvedora (GUTS), me é verdadeiramente apaixonante, mesmo quando trazem problemas dignos de um JRPG comum, a narrativa e o tema que eles trazem seguem falando e interagindo muito mais com os personagens e a forma como eles se sentem perante aquele mundo do que com o universo em si.

E Atelier Marie, talvez por ser o primeiro da franquia, carrega muito da ideia de ser uma trama mais cotidiana, mesmo os problemas do jogo são coisas como "Estão roubando a taverna, tem estado muito frio etc.", e o jogo aborda essa trama cotidiana de uma forma extremamente leve, é sempre algo colorido, extremamente animado, extremamente descontraído e sem qualquer senso de urgência. Eu imagino que para algumas pessoas essa leveza do jogo possa deixar com que ele fique até meio sem sentido, mas pra mim funcionou muito bem, eu me imergi naquele mundo e pelas 8 horas que tive passei por uma jornada calma, fofíssima e bem divertida.

Enfim, a história do jogo é que a protagonista, Marie, ficou em último lugar em todos os testes da academia, mas como um último esforço, eles deixam com que ela se torne a dona de seu próprio Atelier pelos próximos 5 anos, e seu objetivo é se tornar uma grande alquimista até esse tempo limite. E aqui o tempo é tratado como um recurso, cada ação que você toma custa tempo, alguns itens vão demorar dias pra serem sintetizados, ou ir até aquele lugar no mapa vai demorar 7 dias de ida e mais 7 de volta, coletar recursos e batalhar vai sempre passar um dia no calendário para cada uma, a única forma de se curar é dormindo, e não é por apenas um dia, então pensar no que fazer acaba sendo a grande dificuldade, já que o jogo não vai te deixar só passar sem nenhuma obrigação, pra explorar você precisa de aliados, e cada um deles tem um salário a ser pago a cada viagem, coletar todos os recursos que são necessários para sintetizar os itens mais avançados demoraria muito caso fosse só a Marie, e pra isso existem as fadas, que trabalham coletando recursos nas áreas já exploradas ou sintetizando itens no caldeirão, e cada uma delas tem um salário a ser pago mensalmente que são definidos pelos quão eficientes elas são, então pra ter um bom sistema, acaba saindo bem carinho, e a forma de se ganhar dinheiro aqui é completando os pedidos da taverna (Derrotar algo, pegar um item ou sintetizar um item), e com isso o jogo acaba também formando um ciclo, você precisa progredir e melhorar para se formar, e pra isso você precisa de dinheiro para comprar utensílios e livros, além dos materiais para poder fazer os itens, e pra pegar esses materiais você precisa gastar dinheiro em salário, e pra pagar o salário se precisa completar as tarefas dadas na taverna, com isso o jogo cria um ciclo que não permite que você fique parada, sempre se tem algo a fazer no jogo, então mesmo sob a falta de uma história que vá te guiando diretamente, eu nunca senti como se eu não tivesse o que fazer, e por ser dessa forma, a liberdade do jogo acaba sendo muito orgânica.

Ah, além desses 3 recursos "principais", se tem o conhecimento e reputação da protagonista, o conhecimento é necessário para poder sintetizar mais itens, e ter sucesso tentando mais frequentemente, enquanto a reputação é usada pra aumentar o nível das tarefas que chegam a Marie, além de ativar alguns eventos do jogo, e a forma como se adquire os dois acaba sendo uma consequência do ciclo do jogo, sintetizar itens, comprar ou ler livros disponíveis na biblioteca, e a reputação se ganha completando as tarefas da taverna.

A existência desses 2 serve pra ajudar na progressão do jogo, pelo lado do conhecimento quanto mais você sintetizar e aprender, melhores serão os itens que você vai poder fazer, sempre que se termina algo, surge um novo algo ainda mais difícil de fazer, isso faz com que a curva de aprendizado da personagem não seja só algo inserido na história, mas sim algo que a jogadora sente de forma direta, surge um novo algo ainda mais difícil de fazer, isso faz com que a curva de aprendizado da personagem não seja só algo inserido na narrativa, mas sim algo que a jogadora sente de forma direta, e tudo é ligado de uma forma tão orgânica que a progressão fica muito gostosa, a cada ação que eu tomava, eu sentia que a protagonista evoluía e aprendia ainda mais. Já pelo lado da reputação, conforme você completa missões, mais reputação você ganha, com mais reputações, missões cada vez melhores, que precisam de itens mais difíceis de serem pegos, sejam itens mais difíceis de serem sintetizados, ou itens que vêm de áreas com inimigos mais fortes; a diferença aqui é que você pode perder reputação caso você não consiga completar as tarefas das missões, que tem um tempo limite de acordo com sua dificuldade, então se precisa pensar bem sobre o que fazer, uma tarefa de sintetizar um item difícil que precisa de 15 dias só nele mesmo, vai impossibilitar que se pegue outra tarefa difícil nesse tempo, já que uma delas seria perdida, é mais uma coisa que adiciona a progressão da protagonista, as pessoas da cidade iam confiando mais em mim conforme eu mostrava isso, e deixavam de confiar caso eu mostrasse o contrário, perfeito. Vendo pela primeira vez, eu achei a ideia muito legal, deixando tudo um pouquinho mais complexo, eu tinha que pensar se eu tinha como fazer aquilo, quanto tempo demoraria até pegar os recursos, além do tempo da sintetização em si, e valia a pena eu confiar nos 3000 de uma única quest que me tomaria o mês inteiro e eu teria uma chance de falhar, ou confiar nos 500 de uma mais simplesinha a longo prazo, o que me daria menos dinheiro, mas seria mais seguro. São escolhas que não tem necessariamente uma resposta, então isso adiciona a toda a liberdade de abordar sua jornada da forma como a jogadora se identificar mais. Só é uma pena que a reputação não seja um sistema tão bem executado assim, por cada tarefa não cumprida se perde 5 de reputação, e dependendo da tarefa feita, se ganha 20, 30, 50, até 60 dá, então acaba que nada além de você mesma impede que se saia pegando tudo, se por tarefa não cumprida você perdesse metade, ou toda a reputação que iria ganhar, sinto que já resolveria completamente esse problema.

Eu acho que isso acaba caindo nessa falta de urgência do jogo, por consequência tudo é muito pouco punitivo, o máximo que você perde pegando uma quest e não cumprindo é tempo, porque a reputação pouco importa, da mesma forma, a única coisa que se perde indo pra algum lugar e morrendo em combate é tempo, já que não se perde nada de dinheiro, e a "punição" é perder uma unidade de item, nunca que isso vai se tornar relevante, e honestamente é mais fácil ignorar completamente o fator falhar do jogo, já que sob tudo que você tenta, as recompensas sempre são altas, e as consequências caso se perca minúsculas. Talvez a resposta pra facilidade do jogo, que por mais que se alinhe a proposta do jogo de ser algo mais leve e descontraído, e que eu acho que funciona muito bem no sentido de combate, que são simples e gostosinhos, feitos na medida certa pra forma como é jogo, não funcionam bem no sentido do desafio em geral, o jogo admite que seu principal desafio é a gestão, então porque não trabalhar sobre ela a sua dificuldade, escolher o modo difícil pouco impacta nisso, e eu acho que seria melhor se a ideia não fosse aumentar a dificuldade dos combates em si, mas sim aumentar a dificuldade da gestão de recursos (não entregou algo a tempo? Perdeu mais reputação; morreu pra um inimigo? Lá se vai um pouco de dinheiro), o jogo brilharia muito mais.

Outro ponto que eu sinto que o jogo falha um pouco é justamente na parte da alquimia, talvez por carregar uma certa expectativa, já que os jogos da série Atelier costumam ter mecânicas incríveis de sintetização, extremamente interativas já que dependem 100% das suas escolhas de como fazer o item, (Acho que o ápice disso foi o sistema de Atelier Sophie 2) eu senti que esse aqui faltou justamente nisso, interação. Diferente dos outros aqui a alquimia não traz uma mecânica a parte, ela só custa a mana da protagonista e custa tempo pra ser feita, você clica um botão e se tem os materiais necessários vai lá e pronto, cria o item, eu dou uma relevada porque esse é o primeiro da série, então eu já esperava certa simplicidade, mas da forma como é feito, eu sinto que ele me tira de toda a liberdade que eu tenho dentro daquele mundo pra fazer as coisas de uma forma engessada e sem graça, acaba sim incomodando. E apesar de incomodar essa parte, o que eu acho que falha grotescamente é a protagonista ter chance de falhar, uma das coisas que mais me frustra em jogos é falhar por algo fora do meu controle, e aqui isso era algo muito contornável, e dentro do próprio jogo tem um sistema que já serve pra isso, o de utensílios, e se eu não tenho um utensílio e decido fazer uma receita que precisa dele, eu aceito que falhar já é sim culpa minha, ou pelo menos que eu não posso reclamar já que eu aceitei apostar na protagonista conseguir fazer o item mesmo sem a ferramenta ideal. O problema é que mesmo com a ferramenta e tudo perfeito, você ainda pode falhar, e nesse momento eu sinto que o jogo foi injusto e se pôs contra mim, e aqui isso é especial porque toda a proposta é ser algo levinho, e toda o clima agradável vai pro espaço quando eu erro duas vezes um item que me custou um bom tempo pra fazer simplesmente porque o RNG do jogo estava contra mim.

Mas de problema, foi só isso que eu senti enquanto jogava, de resto, eu achei tudo uma maravilha, e eu fiquei muito surpresa com a historinha do jogo, apesar de algumas coisas que sempre vão acontecer, como uns pouco eventos já pré-setados, (que você não é obrigada a concluir e isso faz diferença enquanto o evento está ativo, ou quando você termina o jogo) a maioria das coisas que acontecem dependem do que você faz, então toda a progressão daquele mundo e das coisas que interagem com a protagonista depende totalmente da sua vontade, se você decidir não fazer algo, uma personagem pode fazer algo, agora se você fizer, vai ter outro resultado e por aí vai, as escolhas que eu faço ou deixo de fazer parecem impactar aquele mundo, e eu acho que isso combinou muito com a ideia do jogo que é a Marie se tornar uma grande alquimista por suas próprias decisões. Deixando bem claro que não são coisas gritantes, são ceninhas que você perde, situações que não acontecem, finais diferentes que você pega, personagens que ficam indisponíveis e por aí vai, não é a maior diferença do mundo, mas eu ainda senti como algo muito valioso enquanto jogava. Também adiciona muito a um fator replay, já que é impossível fazer tudo em um único save, a não ser que seja no modo ilimitado, uma nova opção do remake que tira esse limite de tempo da história.

Eu me diverti muito enquanto jogava Atelier Marie, tudo nesse mundo parecia tão mágico, os personagens são divertidíssimos de se conhecer e acompanhar, as piadas são incríveis, a jornada toda é muito gostosa, é um jogo que em todos os sentidos possíveis, é adorável. E eu fico feliz de ver algo que assume sua simplicidade e trabalha em cima disso, e esse aqui trabalhou muito bem, facilmente uma das experiências mais fofas e agradáveis que tive com lançamentos desse ano.

Tem alguns defeitos, mas eu me diverti. Acho que dá pra pegar de aprendizado aqui e tentar desenvolver um Callisto 2 BEM melhor, pq o estúdio tem potencial e o jogo tinha tb.

Shump nunca foi algo que me apeteceu ao longo dos quase 20 anos jogando videogames, e nunca me via dando chance ao gênero. Por muita insistência de amigos acabei por tentar e não parei mais.

Zer0Ranger é alma em game design, é usar de um subgênero praticamente esquecido pra passar uma mensagem e mostrar que a mídia videogames pode ser capaz de contar historias de formas únicas.

E quando eu digo alma apenas da boca para fora, um jogo que foi desenvolvido ao longo de dez anos exala personalidade. E além de deixar sua marca, usa referencias tanto de símbolos da cultura pop, filosóficos e estruturais de game design para dar cara a sua direção de arte.

Dito isso, Zer0Ranger foi um dos únicos jogos que me fez temer de verdade as minhas escolhas, um jogo que me ensinou e me abandonou inúmeras vezes, mas nunca foi injusto, apesar de ser um jogo bem desafiador, o maior desafio desse jogo está em se libertar das amarras que o prendem de arriscar tudo no fim.

My favorite shmup, only play this Peak

Sea of Stars está para Chrono Trigger assim como Immortals Fenyx Rising está estava para Zelda Breath of the Wild sendo como um: Improviso divertido do seu jogo referenciado (por favor que alguém entenda qual situação eu estou referenciando)

Agora que eu zuei a Ubisoft, eu posso dizer mais diretamente o que isso significa. No caso de Sea of Stars foi uma experiência muito dicotômica, sendo um jogo bonito e combate funcional pra uma historia sem perspectiva e personagens pouco carismáticos (tirando o Garl, esse ai é o cara).

E eu terminei o jogo tentando entender o que esse jogo quis passar pra mim, o que ele fez que o torna especial e não apenas mais um jogo inspirado em Chrono Trigger e a resposta não chegou até agora, e talvez o problema more ai. Sinto que Sea of Stars é uma experiência vazia, que está mais preocupada com a utilidade das coisas do que ser livre, é um jogo preso em ser funcional tem todos os quesitos, e nesse processo faltou um pouco mais de alma? eu acho?

Assim, não posso afirmar que as pessoas por trás desse projeto não amavam ele, pois claramente amam, mas uma visão muito orientalista sobre o que eram os JRPG noventistas é um fator que me faz pensar sobre o que esse jogo quer ser, uma leitura moderna? uma homenagem? o jogo não sabe e muito menos eu sei e isso me incomoda.

No geral, um bom jogo, com uma PUTA animação, pixel art foda, mas as mecânicas serem polidas demais e a historia ser muito desinteressante tornaram essas 55 horas difíceis de se jogar

Um dos melhores jogos que zerei esse ano!

Recomendo demais pra quem curte um side-scrolling mais contemplativo tipo GRIS e The Artful Escape.

Eu adoro esse gênero de cinematic platformers, e eu adoro jogos que sabem explorar bem o que ele tem de bom. Planet of Lana não tenta reiventar nada, ele traz conceitos simples, ideias simples e usa isso numa história também simples mas que cativa pelo visual, trilha e personagens. Existe mérito em inovar mas existe também muito mérito em fazer o básico bem feito muito melhor do que a maioria. Jogão.

Uma excelente adição a uma das minhas franquias favoritas, que eu sempre gostei pelo combate super profundo e nunca pela narrativa, mas que é algo completamente inverso aqui, com uma escrita super carismática e arte linda.

Morra Yuumi, morra
Wild Rift é melhor :)

Não existe maneira melhor de definir esse remake do que uma declaração de amor não só a fãs do original, mas também a fãs de Resident Evil como uma franquia definidora da mídia como um todo. O mais perto que a série já chegou da perfeição em cada aspecto