Faz bastante tempo que tinha largado esse jogo no terço final da campanha Single Player e agora que resolvi terminar lembrei o porquê: a curva de dificuldade. Nada anormal pra série, o problema dessa versão são os loadings demorados e a performance que não condiz com o histórico. É difícil ter tanta precisão quando o frame rate não é o ideal. Como o conteúdo de 2048 também está incluso na Omega Collection, imagino se no PS4 esses problemas são minimizados.

Um jogo bem confortável sobre um tema extremamente estressante (mudança de casa). Muito bacana acompanhar uma história quase que unicamente pelos objetos que compõem a vida de uma pessoa, e o design de som, com diferentes barulhos dependendo de qual objeto você coloca em determinado lugar, é impressionante. Assim como a pixel art muito bonita.
Confesso que no final já estava um pouco cansado da mecânica, mas felizmente o jogo dura o tempo certo pra fazer tudo o que ele se propõe.

1983

Uma espécie de "Pac-Man de plataforma", Mappy tem visuais e trilha sonora cheios de carisma, mas fica maçante muito rápido. É relativamente simples evitar os gatos, ao menos até a tela ficar totalmente cheia deles, e as fases tem poucas variações em geral. Pode divertir numa sessão curta.

Uma espécie de "Zelda bullet hell" desenvolvido por alguns dos criadores do excelente Minit. O objetivo é sobreviver o maior tempo possível em cada sala desviando de vários tipos de discos mortais. É possível adquirir habilidades como dash, clonagem e desacelerar o tempo, e elas podem significar aquele segundo a mais necessário para abrir a próxima sala. O jogo apresenta um desafio bem bacana, com alguns puzzles mais obtusos para resolver, além de um Hard Mode para os mais sádicos, mas eu fiquei bem satisfeito com ele depois de derrotar o chefe final. Vale um elogio também para a excelente trilha sonora.

Terceiro maior feito da carreira de Toru Iwatani, seguido por Pac-Man Championship Edition e, claro, sua cameo no filme Pixels, de Adam Sandler.

Jogo de fotografia em primeira pessoa ambientado num futuro "cyberpunk", sem o usual fator "cool" que obras do tipo costumam carregar, mesmo apresentando um futuro distópico. O jogo carrega muita personalidade em seus visuais e trilha sonora, e tem muito a dizer sobre o mundo de hoje sem precisar de uma linha de diálogo.

Apesar da pixel art muito bonita e de um conceito interessante para sua história, infelizmente tudo que envolve a ação do jogo, do combate ao level design, é não apenas bem repetitivo, mas também com constantes picos de dificuldade que tornam o jogo bem cansativo. É muito tempo gasto derrotando esqueletos, goblins e aranhas pequenas, médias e grandes. Há outros jogos do gênero que sinto que compensam melhor o seu tempo gasto neles.

Survival Horror da Bloober Team fortemente inspirado em Silent Hill, inclusive com composições do Akira Yamaoka. A premissa me pareceu muito interessante (inclusive a primeira hora de jogo é excelente), mas a sensação após terminar o game é de frustração.
A maior parte do gameplay consiste em puzzles bem simples (Pegue itens 1, 2 e 3; encaixe em A, B, C), além de alguns momentos de perseguição e terríveis momentos de stealth (os piores do tipo que joguei desde The Order 1886).
Fica difícil entender a utilidade justamente da grande novidade do jogo, o gameplay em "tela dividida". Mecanicamente não faz nada que outros jogos com mecânicas de "alternar dimensões" já não fizeram, e esteticamente acaba atuando mais contra a beleza dos cenários e até contra o impacto emocional de certas cenas.
Aliás, a história do jogo é outro ponto fraco, com personagens definidos unicamente pelos seus traumas, um "monstro" que muito rapidamente deixa de dar medo e logo soa até meio ridículo, e um final ambíguo que soa até covarde.
Não sei se em algum momento aqueles rumores de que o Bloober Team trabalharia de fato em um Silent Hill eram ou se tornarão verdade. Mas se The Medium é uma referência, posso dizer que não estou empolgado para o que eventualmente vier deles.

Shoot 'em up bastante inspirado no clássico 1942. Tem bons visuais, apesar da pouca variedade, nas suas 9 fases. O pior aspecto do jogo é seu grind excessivo para obter recursos, seja para melhorar sua nave, seja para prosseguir no jogo. Ter que repetir uma mesma fase várias vezes para desbloquear a próxima é bem cansativo, sem essa trava o jogo poderia ter um ritmo mais agradável.

A CyberConnect2 tem um ótimo histórico desenvolvendo "Animes jogáveis" e Asura's Wrath talvez seja sua obra máxima. Uma mistura de beat'em up com rail shooter onde o brilho maior estão nas cutscenes interativas com QTE. Eu já tinha visto o trailer que apresenta um "Buda galáctico" atacando a terra e, quando este momento chega no jogo, faz questionar se ele consegue gerar momentos tão ou mais impactantes, e de maneira incrível ele se supera por várias vezes. Um desses momentos está fácil na minha memória como uma das melhores coisas que já vi em qualquer jogo. Apesar da decisão polêmica envolvendo o verdadeiro final do jogo sendo disponibilizado por DLC, ela é simplesmente boa demais para ser ignorada. E felizmente pra quem tem um Xbox disponível tanto o jogo quanto o conteúdo adicional estão bem em conta.

Os visuais continuam impressionantes mesmo 20 anos depois. Mas os controles de tanque, juntamente com o inventário limitado as vezes torna a experiência mais frustrante do que assustadora. RE Remake é antes de mais nada um jogo sobre entender o cenário principal (a mansão) e aos poucos elaborar os melhores caminhos para prosseguir com a história, até que eventualmente o progresso se torna mais linear. É também um jogo muito punitivo onde um único zumbi pode se tornar um problemão e causar um Game Over inesperado, sem chance de Continue. Mas cada morte também indica que você está mais próximo de decifrar o maior dos quebra-cabeças, que é o layout da mansão. E otimizar os caminhos por ela é talvez a melhor coisa do jogo.

Em muitos aspectos, Pokémon Legends: Arceus é o tipo de jogo que eu sempre esperei da franquia, com um direcionamento diferente e com uma certa ambição que sempre achei que fazia falta na Game Freak, mesmo que ele ainda se apegue à algumas convenções e limitações da série original. De modo geral, o resultado final é maior que a soma das suas partes. Limitações gráficas à parte, o jogo tem uma estética agradável e ao menos os Pokémon são todos expressivos e bem animados. Os cenários são construídos de tal forma que realmente passam a impressão de que aquelas criaturas estão "vivendo" ali e Jubilife Village funciona muito bem como um ponto de acesso às diferentes áreas da região de Hisui, assim como é bem legal ver a vila se moldando conforme os Pokémon vão fazendo mais parte do dia a dia das pessoas que ali vivem. O gameplay torna capturar os Pokémon uma tarefa bem mais simples, para que a exploração e a descoberta, tanto das regiões quanto dos Pokémon em si, sejam o verdadeiro destaque do jogo, e funciona muito bem. E esse é o verdadeiro brilho do jogo, que é mais convencional em seu sistema de combate e em sua história (que ainda assim consegue ter seus momentos). Mas sinto que nenhum outro jogo da série passa a sensação de uma verdadeira "aventura Pokémon" que sempre imaginei desde que conheci a franquia há mais de duas décadas. Torço muito para que a Game Freak entenda o porque esse jogo é especial, e saiba extrair seus pontos fortes para suas próximas produções.

Acho o SUPERHOT original genuinamente brilhante, suas mecânicas de FPS em slow motion tornam cada fase um puzzle único legal de se resolver e assistir o resultado depois. Pensei que MCD seria mais disso, mas na verdade ele traz as mecânicas de SUPERHOT num level design procedural, agora o seu personagem tem barra de vida e as fases são divididas em vários segmentos cujo objetivo é matar todos os inimigos em cada um deles, se você perder todos os corações de sua barra de vida, começa tudo de novo. Realmente não acho que mecânicas de roguelike era o que esse jogo precisava, mesmo que sejam introduzidas novas habilidades e upgrades, o interesse aqui em seja lá o que eles estão fazendo caiu bem rápido com pouco tempo de jogo.

Mesmo desconsiderando a nostalgia que a trilha sonora traz, é um jogaço. As fases são maiores e mais complexas que no jogo anterior, e a adição do Manual torna o Street bem mais interessante do que no primeiro jogo.
Acho que nessa versão de Dreamcast poderiam ter caprichado mais no visual dos personagens, mas ei, o Spider-Man ainda está aqui. As fases, em compensação, são bem superiores à versão de PS1, bem mais detalhadas e com um draw distance muito superior, fazendo jus ao hardware.

Mais um excelente revival de um beat'm up clássico publicado pela Dotemu. Shredder's Revenge tem um modo história bem encorpado, com segredos e coletáveis e um bom número de fases. O visual é um maravilhoso trabalho de pixel art e a trilha sonora faz jus a série dos anos 90. O combate ganhou um botão de esquiva e novas habilidades especiais, além da possibilidade de habilitar novos golpes no decorrer do jogo. Isso tudo mais a possibilidade de multiplayer para até 6 jogadores torna fácil recomendar Shredder's Revenge para qualquer fã do gênero.