Nunca joguei o CTR original de PS1, mas essa versão aqui é um ótimo jogo de kart. Muito conteúdo, pistas bem elaboradas, um gameplay divertido e um desafio alto mas possível (pelo menos no modo Normal). Não acho que chegue ao nível de excelência de Mario Kart 8 e Sonic ASRT mas é provavelmente a melhor opção do gênero para PS4. Algo a ser criticado são as microtransações adicionadas pós-lançamento, o jogo poderia ser mais generoso nas recompensas para minimizar o grind para personagens extras e cosméticos.

Faz bastante tempo que tinha largado esse jogo no terço final da campanha Single Player e agora que resolvi terminar lembrei o porquê: a curva de dificuldade. Nada anormal pra série, o problema dessa versão são os loadings demorados e a performance que não condiz com o histórico. É difícil ter tanta precisão quando o frame rate não é o ideal. Como o conteúdo de 2048 também está incluso na Omega Collection, imagino se no PS4 esses problemas são minimizados.

2022

Tunic poderia ser bem mais memorável se não jogasse contra seus próprios pontos fortes. O jogo tem um visual muito bonito, sabendo utilizar muito bem cores, luz e sombras para construir cada cenário. Explorar esses cenários é bem instigante, já que eles são cheios de passagens secretas e com camadas adicionais de puzzles que você vai descobrindo conforme preenche o manual. Aliás, esse aspecto de coletar as páginas do próprio manual do jogo, que explica coisas que você sempre pode fazer desde o começo, mas até então não sabia, é fantástico. Ele consegue criar ótimos momentos de "eureka!" quando você enxerga aquele mundo de uma forma diferente. O grande problema é que esses momentos estão espaçados entre muitas seções de um combate medíocre pra ruim, que vai se tornando frustrante com o tempo. Há opções de acessibilidade que tornam o personagem invencível, mas o combate ruim ainda está lá, em excesso. Ainda assim, resolver vários dos seus segredos foi bem divertido, só sinto que poderia ter aproveitado mais caso o momento a momento do jogo fosse mais interessante.

Remaster do clássico cult do PS2. Como alguém que nunca jogou algo da série, os controles causam estranheza no início, já que ele exige os dois analógicos para movimentação da sua Katamari, mas foi algo que me acostumei logo. Os problemas mesmo vieram da câmera, principalmente em momentos onde o seu personagem se movimenta entre vários objetos, às vezes é complicado entender no que você está colidindo. Outro incômodo é saber exatamente quais objetos você pode capturar com a Katamari ou não, não eram raras as vezes que eu colidia com um objeto aparentemente menor que outro que tinha coletado antes. Mas, em geral, a experiência é positiva. O jogo é bem simples mas com alto valor de replay para quem quiser atingir valores maiores mais rapidamente, além de ter coletáveis secretos em cada fase. O estilo visual único chama a atenção e garante que Katamari Damacy seja um jogo facilmente reconhecível para qualquer um que já o tenha visto, mas o que realmente brilha aqui é a trilha sonora, que navega por vários estilos de forma excelente. O contraste entre ouvir uma música j-pop animada com os gritos das pessoas sendo coladas numa Katamari gigante me garantiu umas boas risadas.

Mesmo sendo curta, é fácil notar o porquê a campanha de The Delicious Last Course demorou 5 anos para ser lançada. Talvez o jogo mais bonito já feito, beira o inacreditável a qualidade das animações. Cada boss é um espetáculo visual tão único e tão cheio de variações que nem as derrotas me incomodavam, eu só imaginava qual seria a próxima surpresa a vir. A trilha sonora faz total jus ao jogo original, já figura entre as minhas favoritas. As adições ao gameplay também são muito bem vindas, e complementam bem demais o jogo principal, especialmente a Miss Chalice, apesar de levar um tempo pra se acostumar com o parry dela depois de jogar bastante com os outros protagonistas. A espera definitivamente valeu a pena, The Delicious Last Course é tudo o que uma expansão deveria ser e só não é melhor porque acaba, uma pena ser tão curta. Mas mal posso esperar para seja lá o que for que esteja no forno do Studio MDHR.

Revisitando depois de jogar na época do lançamento, é legal ver as atualizações que o Studio MDHR fez durante esse tempo. A experiência no geral acabou sendo mais fácil do que tenho memória da primeira vez, principalmente experimentando as armas adicionadas com a DLC. Ainda fico impressionado com o quanto esse jogo é bonito, o quanto eu gosto das cores, das músicas, dos personagens, enfim, de tudo. Um aspecto ou outro pode tornar a experiência um pouco frustrante, especialmente as fases shoot'em up, mas não o suficiente para manchar essa excelente obra.

Apesar da pixel art muito bonita e de um conceito interessante para sua história, infelizmente tudo que envolve a ação do jogo, do combate ao level design, é não apenas bem repetitivo, mas também com constantes picos de dificuldade que tornam o jogo bem cansativo. É muito tempo gasto derrotando esqueletos, goblins e aranhas pequenas, médias e grandes. Há outros jogos do gênero que sinto que compensam melhor o seu tempo gasto neles.

Em muitos aspectos, Pokémon Legends: Arceus é o tipo de jogo que eu sempre esperei da franquia, com um direcionamento diferente e com uma certa ambição que sempre achei que fazia falta na Game Freak, mesmo que ele ainda se apegue à algumas convenções e limitações da série original. De modo geral, o resultado final é maior que a soma das suas partes. Limitações gráficas à parte, o jogo tem uma estética agradável e ao menos os Pokémon são todos expressivos e bem animados. Os cenários são construídos de tal forma que realmente passam a impressão de que aquelas criaturas estão "vivendo" ali e Jubilife Village funciona muito bem como um ponto de acesso às diferentes áreas da região de Hisui, assim como é bem legal ver a vila se moldando conforme os Pokémon vão fazendo mais parte do dia a dia das pessoas que ali vivem. O gameplay torna capturar os Pokémon uma tarefa bem mais simples, para que a exploração e a descoberta, tanto das regiões quanto dos Pokémon em si, sejam o verdadeiro destaque do jogo, e funciona muito bem. E esse é o verdadeiro brilho do jogo, que é mais convencional em seu sistema de combate e em sua história (que ainda assim consegue ter seus momentos). Mas sinto que nenhum outro jogo da série passa a sensação de uma verdadeira "aventura Pokémon" que sempre imaginei desde que conheci a franquia há mais de duas décadas. Torço muito para que a Game Freak entenda o porque esse jogo é especial, e saiba extrair seus pontos fortes para suas próximas produções.

Uma espécie de "Zelda bullet hell" desenvolvido por alguns dos criadores do excelente Minit. O objetivo é sobreviver o maior tempo possível em cada sala desviando de vários tipos de discos mortais. É possível adquirir habilidades como dash, clonagem e desacelerar o tempo, e elas podem significar aquele segundo a mais necessário para abrir a próxima sala. O jogo apresenta um desafio bem bacana, com alguns puzzles mais obtusos para resolver, além de um Hard Mode para os mais sádicos, mas eu fiquei bem satisfeito com ele depois de derrotar o chefe final. Vale um elogio também para a excelente trilha sonora.

A CyberConnect2 tem um ótimo histórico desenvolvendo "Animes jogáveis" e Asura's Wrath talvez seja sua obra máxima. Uma mistura de beat'em up com rail shooter onde o brilho maior estão nas cutscenes interativas com QTE. Eu já tinha visto o trailer que apresenta um "Buda galáctico" atacando a terra e, quando este momento chega no jogo, faz questionar se ele consegue gerar momentos tão ou mais impactantes, e de maneira incrível ele se supera por várias vezes. Um desses momentos está fácil na minha memória como uma das melhores coisas que já vi em qualquer jogo. Apesar da decisão polêmica envolvendo o verdadeiro final do jogo sendo disponibilizado por DLC, ela é simplesmente boa demais para ser ignorada. E felizmente pra quem tem um Xbox disponível tanto o jogo quanto o conteúdo adicional estão bem em conta.

Por mais paixão que os desenvolvedores possam ter pelo Japão feudal, Trek to Yomi passa longe de fazer justiça às grandes obras sobre o tema. Tudo no jogo acaba sendo medíocre, com uma história básica de vingança bem clichê, onde o vilão é só um cara muito mal. O combate tenta ter alguma profundidade com diferentes golpes e combos sendo disponibilizados conforme o progresso, mas a movimentação do seu personagem é tão travada que qualquer experimentação acaba sendo punitiva demais para valer a pena. Isso não seria um problema tão grande se o jogo não tivesse tanto combate, principalmente da metade pro final. Fica cansativo muito rápido, mesmo com a curta duração. Por fim, o aspecto visual, totalmente em preto e branco, é até legal em alguns momentos, mas na maior parte do tempo eu sinto que atua contra a arte geral do jogo, às vezes até dificultando para entender qual o caminho certo ou onde exatamente está o seu personagem. O jogo ainda conta com coletáveis e até finais diferentes, dependendo de escolhas durante a história, mas mesmo com a curta duração, o gameplay me tira qualquer vontade de jogar novamente.

Jogo de fotografia em primeira pessoa ambientado num futuro "cyberpunk", sem o usual fator "cool" que obras do tipo costumam carregar, mesmo apresentando um futuro distópico. O jogo carrega muita personalidade em seus visuais e trilha sonora, e tem muito a dizer sobre o mundo de hoje sem precisar de uma linha de diálogo.

Mais um excelente revival de um beat'm up clássico publicado pela Dotemu. Shredder's Revenge tem um modo história bem encorpado, com segredos e coletáveis e um bom número de fases. O visual é um maravilhoso trabalho de pixel art e a trilha sonora faz jus a série dos anos 90. O combate ganhou um botão de esquiva e novas habilidades especiais, além da possibilidade de habilitar novos golpes no decorrer do jogo. Isso tudo mais a possibilidade de multiplayer para até 6 jogadores torna fácil recomendar Shredder's Revenge para qualquer fã do gênero.

Gosto bastante desse jogo. Havia jogado a versão original quando saiu em 2012. A Hong Kong é bem viva e legal de ser explorada. O combate funciona muito bem e no decorrer da história principal o jogo apresenta situações diferentes o suficiente enquanto acompanhamos a vida dupla do (um tanto psicopata) Wei Shen como agente infiltrado numa Tríade. Essa edição vem com as DLCs lançadas para o jogo, não acho nenhuma digna de nota mas a ambientação de filme anos 70 do Zodiac Tournament me agrada bastante.

Jogo de ação/aventura com excelentes visuais e trilha sonora, mas com um combate muito repetitivo e que eventualmente me cansou mais do que o interesse que eu tinha pela (até que interessante) história.