Eu sou completamente apaixonado por Tekken desde a infância, sempre foi uma das minhas franquias favoritas e a recepção que Tekken 8 vem recebendo é possivelmente a maior que a franquia já teve e eu não poderia estar mais feliz. Não tem um jogo da franquia do qual eu não tenha gostado ou não tenha gastado milhares de horas (tem o Tekken Advance mas...) e até hoje tenho um carinho tremendo. Eu simplesmente amo lore, e mesmo em jogos de luta sempre gostei de descobrir mais sobre os personagens. Eu literalmente passei a minha vida toda até esse ponto lendo sobre a lore de Tekken, aprendendo sobre os personagens e acontecimentos, vendo e revendo os endings um milhão de vezes e sinto que conheço todos os personagens como um livro aberto. O modo história de Tekken 8 é um presente pra um fã apaixonado, e um testamento ao legado dessa franquia.

Tekken 8 deu uma goleada no MK 1, e isso fora o baile. Apesar de pioneiro, uma coisa que sempre me incomodou nos Story Modes de MK é o fato de como o roteiro é limitado e prejudicado pelo fato de cada capítulo ser atribuído a um personagem e a um número X de lutas. Isso prejudica muita coisa e limita muito em como as resoluções são concebidas, e graças a isso já rolou muita porcaria. Tekken 7 fez um bom Story Mode cinematográfico sem essas amarras, mas Tekken 8 elevou isso a estratosfera, as lutas que rolam são de acordo com o que o roteiro exige pra seguir adiante com a história e ainda vai além, o storytelling também é presente nas lutas, seja pela gimmick, trilha sonora ou diálogos, a história também está sendo contada no gameplay e Tekken 8 faz isso de forma exemplar e empolgante, tendo custcenes de tirar o fôlego junto das transições incríveis de CGI pra gameplay.

Ryu, Sol Badguy, Kyo Kusanagi são alguns dos protagonistas de fighting games que tiveram seus arcos devidamente fechados, e o Jin era um dos que faltavam, sempre de escanteio e tomando overshadow do Kazuya, Heihachi, e em certo momento até do Lars. Com o palco sendo preparado há mais de 20 anos, o homem teve seu momento, com um crescimento e amadurecimento emocionantes que eu realmente não esperava ver. Cada callback e referência a coisas do passado são de tirar sorrisos do rosto, e seu último capítulo me tirou gritos de empolgação como se eu fosse uma criança jogando Tekken de novo, me fazendo lembrar de toda a trajetória que tive com essa franquia desde que era pirralho, seja de quando joguei Tekken 3 pela primeira vez e ficando encantado com tudo que o jogo oferecia, ou quando vi Tekken 5 aos meus 12 anos tendo aquelas CGs de outro mundo pra época, Tekken 8 me fez sentir algo com essa franquia de novo, nessa caso uma celebração de ver depois de tanto tempo esse arco encerrando, e de celebrar essa franquia que faz parte da minha vida desde sempre... cara como eu amo Tekken.

O gameplay é simplesmente perfeito. Tekken na minha opinião sempre foi inigualável como jogo de luta 3D. A adição da barra de heat caiu como uma luva, trazendo um novo dinamismo a um jogo que já era cadenciado, sendo bem equilibrado e sempre convidativo a novos jogadores. Os cenários são belíssimos e os sound effects são deliciosos de ouvir, cara, não tem o que dizer, é peak.

Hora de treinar muito e jogar ranked, já que Tekken voltou com tudo. Tekken 8 tem bastante conteúdo single-player, embora eu não seja fã do esquema "live service" pra um jogo de luta, e ainda menos do fato do jogo ter algumas skins clássicas pagas na loja in-game, mas hoje em dia as coisas são assim e não acaba manchando um jogo de primeira grandeza desses. Tekken 8 me fez sentir como um moleque que ama jogar videogames de novo, deixando a empolgação e emoção rolarem soltas, e esse é um lado meu que eu jamais quero perder.

Ah Mortal Kombat II... here we go.

Meu primeiro contato com a franquia foi o MK: Trilogy de PS1 seguido pelo incrível (pro meu eu de 7 anos) MK: Mythologies Sub-Zero, acredito que esse seja o motivo de eu ser tão fã do personagem, inclusive preciso pegar algum dia pra zerar essa pérola, já que eu só apanhavakk, então apesar do meu primeiro videogame ter sido o Mega Drive, eu não joguei nem vivenciei o auge desse jogo, já que nem era nascido ainda. A estética edgy e violenta é o que tornou a franquia famosa, e muito da memória afetiva vem da violência e do fato dele ser um sucesso nos arcades, seja jogando com os colegas ou só vendo o sangue jorrar na tela e ficando encantado. Muita gente tem a nostalgia e memória afetiva dos primeiros jogos da franquia baseados nisso, porque esse rapaz aqui no single-player... meu Jesus Cristo, é uma experiência pra dizer no mínimo.

O gameplay é extremamente datado e obviamente não flui bem, sendo bem travado, e hahaha é uma pena que o MK II tenha uma IA que prevê cada movimento seu. O bizarro é que as vezes ela simplesmente desliga, você acerta uns 3 golpes e acha que vai vencer o round e do nada ela vira, desviando e bloqueando de tudo com uma precisão e reflexos que só uma máquina poderia ter, mas assim que você aprende a lidar com ela na base da maldade... fica mais fácil. A luta com o Kintaro...ficou facil depois do cheese, Shao Kahn idem. Não é como se existissem combos e ainda contando com uma IA acertando e desviando de tudo com uma precisão pixel perfect, o que resta é abusar dela. Mesmo com esses contras, até que gostei mais do que esperava, as lutas do meio da torre pra frente viram literalmente um Dark Souls de luta, saber a hora de pular e acertar o chute forte com pulo e queijar a IA, ou congelar com o Sub-Zero quando ela não desviar de todos os seus projéteis. O bizarro é que mesmo no easy parece que a dificuldade é resetada passada algumas lutas, então no fim a dificuldade é redundante. Eu testei as versões de Mega Drive (a que zerei), SNES, Sega 32X e uma versão de PlayStation que só foi lançada no Japão da qual eu não sabia da existência, graficamente a de PS1 é melhor, mas tanto ela quanto a de SNES só oferecem 5 continues pro jogo todo, enquanto a do Mega é bem generosa com seus 30, e já que eu sou bem orgulhoso pra usar save states salvo casos extremos, zerei nela.

MK II é mais um fenômeno cultural do que um jogo bom em si, os cenários, personagens e trilha sonora são incríveis então vale a conferida, seja por curiosidade histórica ou pra zoar com os amigos.

Eu tô meio perdido, desnorteado e sem saber por onde começar, a crise existencial bateu forte com esse aqui. O tom do P3 é muito sério, fiquei bem surpreso com isso. As piadas não são frequentes e o plot passa uma sensação de urgência e ameaça logo de cara, não sei o quanto esse remake perde em tom e atmosfera pro original, mas esse tom sombrio do jogo foi praticamente um giro 360° do P5.

O jogo tem um pace bem lento, as vezes lento até demais pro meu gosto, mas tudo é trabalhado muito bem, sem deixar nada a desejar ou deixar de contar algo de forma que tire o impacto que poderia ter. Os personagens são simplesmente maravilhosos, e o quanto eles crescem durante o jogo é algo lindo de se ver. Não tem um arco que fecha no meio, todos aprendem até o último ato. Os Social Links como sempre foram incríveis também, esse aspecto da franquia eu simplesmente adoro. Eu acho que a trama é mais carregada pelos temas e personagens que por reviravoltas mirabolantes, mas no fim acabei gostando bastante. O gameplay é simplesmente fantástico, ter jogado isso aqui no hard trouxe uma experiência de RPG de turno maravilhosa, cada chefe e mini-chefe trouxeram um desafio super bacana e apesar de não ter sido um grande fã do Tártaro em si, tudo que rolou durante o combate me agradou muito, então nem dei bola de estar subindo pelo mesmo ambiente repetitivo por horas com aquela música enjoativa.

A morte, ou a perda de um ente querido é assunto delicado, complicado, e dificilmente sabemos qual a resposta certa pra lidar com esse tema. Eu já passei por isso, e até hoje não sei bem a resposta, a dor nunca some, mas aprendemos a lidar com ela. Honrar a pessoa e tentar ser o melhor que posso é o suficiente? Um dia todos vamos morrer, isso é inevitável, então que devemos fazer? Qual nosso objetivo, nosso propósito? Sendo bem sincero eu ainda não sei qual é o meu, mas a vida é curta e preciosa, e ficar sozinho é a pior coisa que pode acontecer. A dor da perda é difícil, mas pior que isso é nunca ter sentido nada por alguém. A dor só prova que já sentimos uma felicidade que mostra o quão preciosa é nossa vida. O mérito de estar vivo é o bem mais valioso de todos, e devemos aproveitar a vida sem arrependimentos. Persona 3 é maravilhoso em seus temas e personagens, pegou forte no coração.

Uma história brilhante com personagens incríveis, que apesar do pacing bem lento, acertou muito em seus temas e tendo um desfecho de arrepiar. A perda é difícil, mas todos devemos tentar dar nosso melhor sempre, afinal mesmo não que tenha achado seu propósito na vida, tá tudo bem, pois o simples fato de estar vivo é o bem mais precioso de todos e cada vida importa.

Hokuto Ga Gotoku é bacana, mas no fim acaba sendo meio desnecessário. Seu desenvolvimento pelo visto foi mais tranquilo já que a galera tava focada nos jogos da dragon engine, e mesmo com o jogo tendo sido lançado após a criação dela, ele ainda usa a mesma do 0/Kiwami, só que bem nerfada, reusando muitos assets. Eu gosto bastante de Hokuto no Ken, li parte do mangá e vi um pouco do anime, é uma boa obra que parando pra pensar casou muito bem com o estilo da RGG. Kiryu tem uma grande semelhança com o Kenshiro que acaba ficando ainda mais evidente pelo fato dele ser dublado pelo lendário Takaya Kuroda que dubla o mesmo, aliás não só ele mas todos os personagens do jogo tem vozes dos personagens de Yakuza. Hokuto no Ken não tem lá o plot mais profundo, mas capricha na simplicidade, entregando momentos memoráveis e emocionantes, coisa que a franquia Yakuza tem pra dar e vender, então uma história original contada por eles ia dar bom, não? Eh...

A história de Lost Paradise é um grande nada, onde nada acontece, tirando algumas boas cenas de ação ela é totalmente esquecível. Os personagens do mangá aparecem mais pra fan service do que qualquer coisa e os novos não impressionam muito. Rola um plot twist no último capítulo que só prova que essa história foi feita no automático, sendo totalmente sem nexo, e olha que eu tolero muita coisa que a RGG já fez. De verdade, eu gostaria de ter algo a dizer sobre, nem que fosse pra criticar o quanto ela poderia ser ruim, mas a história é literalmente um grande nada.

O gameplay do jogo é bacana, sendo um dos jogos mais desafiadores da franquia, mas é quase um Blockuza 3 2.0, onde vários inimigos grandes não vão reagir ao seus golpes enquanto milhares de minions ao redor vão acabar com a sua raça. As boss battles são realmente o maior destaque do jogo, seja com os novos personagens ou contra os do mangá, rolou um capricho maior nessa parte. O gore também é incrível, os inimigos literalmente explodem o tempo inteiro e é bem satisfatório. Agora o conteúdo secundário... meu Deus do Céu. Porque diabos eu gostaria de passar horas grindando peças dirigindo num deserto vazio em um buggy? A platina desse jogo é considerada uma das mais difíceis dos games da RGG, e até alguém completar a sanidade já vai estar morta.

Lost Paradise é bacana, diverte tanto quem gosta de Yakuza quanto obviamente Hokuto no Ken, mas no fim acaba sendo um pouco desnecessário sua existência, já que não muda muita coisa ter jogado e não entrega lá uma experiência incrível, tendo uma história nula, gameplay bacana mas pouca coisa realmente divertida de fazer no side content.

Sinceramente, eu não sou o maior fã de Halo, gosto e respeito muito tudo que ele fez pela indústria, mas não cresci jogando os jogos da franquia e muito menos joguei seus respectivos multiplayers em seus tempos áureos, então falo em relação a campanha. Infinite foi meu Halo favorito e por uma margem significativa.

Eu gostei de tudo aqui. O gunplay é maravilhoso e o hitmark de quando elimina um inimigo é uma delícia. O que não curto nos jogos do Halo, e também em jogos num geral são armas laser. Em todos os outros Halos iniciamos com as armas UNSC e assim que acaba a munição já precisamos trocá-las já que os inimigos raramente usam nossas armas pra dropar ammo. Isso é totalmente gosto pessoal e nenhum demérito do jogo, mas gostei em como Infinite foi totalmente mais aberto em relação a armas jogáveis na campanha, o arsenal daqui é maravilhoso, as armas da UNSC são um deleite de jogar, e graças a Deus as munições dela são fáceis de encontrar, já que existem várias caixas de munição de seus respectivos tipos espalhados.

O plot também está no alto escalão da franquia pra mim. Basicamente ignora a bomba da história de Halo 5 apostando numa narrativa simplista, porém certeira. The Weapon e o "piloto" são dois personagens que de longe foram meus favoritos na franquia, o fato deles interagirem o tempo todo com o Chief se cria um laço instantâneo, diferente dos outros jogos onde acaba sendo um pouco difícil se apegar aos personagens tirando Chief, Cortana e Arbiter. E falando no Chief, além do homem falar mais aqui, eu achei sua humanização incrível, em várias cenas nem precisamos ver o seu rosto pra imaginar sua expressão.

O mundo aberto é o que já vimos em todo lugar, mas essa sensação de ter o Chief no Zeta Halo, sozinho contra um exército num mundo desconhecido passa uma vibe simplesmente incrível. Outro ponto de destaque são as boss battles, tentaram algo mais elaborado e entregaram bastante. A trilha sonora é basicamente "dum dum dum dum", seguido de chills, nada muito fora do normal.

Parece que ele foi um live service questionável, mas na campanha eu sai extremamente satisfeito, gostei muito do desfecho e espero que venham grandes coisas na franquia, e que ao menos uma vez na vida a 343 lance um jogo completo e redondo no lançamento.

Elden Ring... por onde começar. É um dos maiores hypes que tive na vida e só fui jogar agora, depois de quase dois anos acumulando expectativas. Eu amo a FromSoft e seus jogos de paixão, então seu jogo mais "ambicioso", com promessa de ser um mundo aberto completo não poderia me deixar mais animado. Simplesmente me recusei a ver trailers, já que não gosto de saber nada. Não vi fotos, vídeos, bosses, inimigos, cenários, absolutamente nada, apenas os nomes "FromSoftware" e "Hidetaka Miyazaki" são o suficiente pra mim, afinal seus jogos estão entre meus favoritos da vida, e um novo prometendo um escopo nunca antes visto é algo que derruba até o mais cético.

E na moral, o jogo é simplesmente absurdo de bom mesmo. O gameplay segue o padrão do Dark Souls, e no meu caso que taca tudo em vitalidade, força e fortitude acaba sendo o clássico bater, defender e rolar que me diverte tanto desde sempre. O mundo aberto é simplesmente maravilhoso de lindo, é uma screenshot a cada dois segundos, cada mapa novo é distinto com seus inimigos e biomas, chefes, segredos, NPCs... cara eu sinto que até agora não vi tudo. O jogo repete bastante inimigos sim, mas ao menos a quantidade deles é alta e trás interessantes variações quando se repetem, fazendo sentido com a lore ou local. Os sentimentos que os jogos Souls passam de mistério, de que algo sempre está a espreita, de como será próximo boss, tudo se paira por cada cantinho do mapa, onde quando se menos espera a barra de vida surge em baixo da tela. Mesmo com o jogo repetindo chefes de novo e de novo, a sensação de exploração e expectativa acabam superando a descoberta em alguns casos. Bizarro como já sinto nostalgia em explorar Limgrave lá no comecinho, e no fim quase me tirou lágrimas quando apareceu o título seguido dos créditos.

O jogo tem muitos chefes, mas eles tem vários "tiers de importância" que é como coloquei em minha mente. Os que são encontrados no mapa ou em dungeons que se repetem, os opcionais que são mais elaborados, como o Mogh ou Malenia, que seriam chefes encontrados em áreas opcionais nos outros jogos com a qualidade de um principal, e claro... os obrigatórios. Essa divisão acaba por trazer uma consistência interessante, pois TODOS os principais são excelentes, sem fillers ou batalhas bestas, pois você decide quando vai pra uma área obrigatória enfrentar um chefe que promete ser grandioso, então no fim sempre acaba entregando. Mesmo a única luta gimmick obrigatória acaba por ser uma set piece incrível aqui, e falando em setpieces, nossa...

Algo que sempre adorei nos jogos Souls são as cutscenes dos chefes. Chegamos numa área nova que é linda, exploramos, matamos, morremos e sempre paira o pensamento, "como será que vai ser o chefe?", Elden Ring traz cutscenes pra TODAS as boss battles que não são bucha, e são umas melhores que as outras. Os bosses aqui pensam e falam, isso acaba por trazer um contraste interessante e diferente dos outros jogos, onde somos ameaçados por sua aparência. Aqui eles mesmo falam que não temos chance alguma, e em alguns casos não temos mesmo, já que alguns chefes estão entre os mais difíceis da franquia, uma em específico...

No fim Elden Ring é um jogo maravilhoso, mágico, lindo e que entrega em tudo. Cenários os mais lindos possíveis, lore caprichada e profunda, gameplay refinado e divertido, bosses inesquecíveis, trilha sonora absurda... seu sucesso estrondoso só me deixa feliz. É daqueles que você apenas esquece o alto valor que foi cobrado e sente que valeu cada centavo, simplesmente inesquecível.

A essa altura do campeonato o Kiryu é quase um familiar, um personagem absolutamente icônico eternizado na história dos jogos, tantas coisas que vimos o personagem passar ao longo de tantas entradas na franquia. Sabemos exatamente como ele é, como ele pensa, e como vai agir, é quase algo pessoal de tão fácil que é se conectar com o personagem. Eu considero Yakuza 6 incrível e genuínamente gosto de seu desfecho, o ponto que a galera toca é que ele não focou muito em ''velhos rostos'', ou não tenha tido uma batalha final memorável pra um suposto adeus ao ''Dragão de Dojima'', embora eu até concorde com essas pautas, não acho que seja algo que machuque a história do Y6, e agora com o Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name (nome curto), bato firme na tecla de que o Yakuza 6 é incrível, já que o Gaiden complementa o mesmo, trazendo o que a galera sentiu falta e dessa vez com uma batalha final inesquecível para o último jogo de porradaria protagonizado por Kazuma Kiryu.

E claro, o maior fator denominante no jogos da franquia e o que mais pesa: sua história. Gaiden é uma ponte entre Yakuza 7 e o vindouro 8, sem conspirações ou reviravoltas mirabolantes dessas vez, apenas um Kazuma Kiryu lidando com o peso de suas decisões, mas ela é igualmente incrível. Os novos personagens são todos memoráveis, os callbacks a personagens e acontecimentos passados são incríveis, nem que sejam só uma linha de dialógo, mostram que tudo que o Kiryu passou, todo seu desenvolvimento e construção de personagem é levado em conta e tudo faz o personagem ser o que é, sem deixar passar ou renegar nada. Todo o jogo culmina num capitúlo final absolutamente incrível, com toda a adrenalina que só a franquia consegue trazer, e aquele final, como de costume, é emocionante. Yakuza é diferente, tudo que a franquia me proporcionou é algo que vou levar com carinho pro resto da minha vida, cara como eu amo essa franquia de coração.

Considerando que o jogo foi feito em apenas 6 meses, eles conseguiram entregar um saldo bem positivo, ainda irei fazer o 100% já que em todo jogo da fraqnuia eu foco na história primeiro por motivos de pacing. Gaiden tem uma modesta campanha de 9 horinhas, mas ele parece ter uma quantidade justa de conteúdo considerando seu curto tempo de desenvolvimento. O gameplay é muito bom, no que se diz a Dragon Engine, nada chega perto do Lost Judgment, mas ainda sim é muito bacana e o novo estilo ''Agente'' é bem divertido e mirabolante pelo quão ''tosco'' ele é. Foi muito bom descer a porrada com o Kiryu novamente, toda a magia das batalhas contra chefes que a franquia tem vem em peso aqui, em especial a citada última, que uau.. genial.

Dois Yakuzas no mesmo ano, com um próximo vindo logo mais é algo que nem nos meus sonhos mais esperançosos era algo que parecia realidade, e fico muito feliz em como a franquia anda crescendo cada vez mais, agora o que resta é esperar o que vem por aí em Infinite Wealth enquanto eu tento ao máximo segurar o hype.

Lies of P foi um dos jogos mais aguardados por mim esse ano, o termo ''soulslike'' ou só ''parecido com Dark Souls'' já é algo que fisga minha atenção imediatamente. Com o Pinóquio sendo domínio público agora, a ideia de uma Dark Fantasy baseado na história do mesmo já é algo que chama muita atenção. Lies não foi o jogo perfeito que achei que seria, ou que estava achando durante boa parte da jogatina, mas chegou muito perto.

A qualidade da lore desse jogo é algo simplesmente incrível, o tanto de detalhe, camadas, filosofia e reflexões que o jogo passa é absurda, e de uma forma menos ambígua e mais jogada na sua cara. O jogo tem cutscenes mostrando quem você é, onde tem que ir, quem é tal pessoa, te deixando sempre a par dos acontecimentos, e claro que acompanhado de toneladas de lore em dialógos com personagens, itens, e no mapa pra todos que gostam de se aprofundar, é world-building top-notch. A história em si também é muito boa, cheia de reviravoltas e aconticimentos marcantes, os caras sabem que lore é essencial num jogo desse tipo, e simplesmente arrasaram. E que joguinho lindo de morrer hein? Meu Deus do céu, era screenshot a cada cinco segundos no controle do Series, a cidade de Krat é simplesmente lindíssima, a cada lugar novo era um ''uau'' diferente, cada paisagem, cada cénario, cada sala extremamente bem detalhada... nossa. Embora o jogo tenha perdido um pouco da inspiração nos últimos dois capitúlos com locais repetitivos, em especial o último mapa, ele ainda consegue ser um dos jogos mais lindos que já joguei em seus maiores momentos.

O gameplay em si é bom, ele é basicamente um mix de Dark Souls na defesa, Bloodborne na regeneração de vida (mas você só regenera vida quando defende normalmente e depois ataca, não quando simplesmente apanha), e Sekiro no parry, mas na real? Aprenda o Parry, ou simplesmente se prepare pra morrer MUITO, digo, morrer vai ser normal, mas a esquiva aqui infelizmente não é tão eficaz, pois os inimigos possuem uma barra invísivel de stagger pra aplicar um golpe letal, o tempo que você passa desviando dos ataques, acaba perdendo stamina pra atacar e defender e eventualmente atacar e dar parry que enchem a barra de stagger deles, e pior, eles possuem golpes letais que só podem ser defendidos com o bloqueio perfeito, que possuem uma janela minúscula pra apertar o botão. Como se não bastasse isso, o jogo meio que prioriza builds focadas em velocidade pois agora entra o grande vilão do jogo, literalmente: os bosses. A sua grande maioria é incrível, design, apresentação, espetáculo visual, moveset, arenas, trilha sonora, mas infelizmente, praticamente todos da metade pra frente possuem segunda fase com uma segunda barra de vida enorme, era um saco ter que passar por uma fase até ter chance de aprender o moveset da segunda toda santa hora, é um mais díficil que o outro, alguns beiram o injusto. A trinca final de chefes é algo de alterar a personalidade se você usar build tank e não focar no parry, eu costumo variar entre Greatsword e espadas comuns, então se você não tiver upgrades de recuperação na defesa e parry, esquece, esquiva é quase inútil pra alguns chefes. Pra se ter noção, eu estava com cerca de 40 de vitalidade, tomava 3 tapas dos chefes e vapo, fiz respec, coloquei 20 de vitalidade e foquei em diminuição de dano físico, aumentando capacidade e motricidade (força), junto a um foco total em parry e ignorando a esquiva, automáticamente as coisas facilitaram. Talvez eu tenha me adaptado errado? Mas o jogo realmente parece priorizar só um estilo de jogo. Um adendo importante: usem os arremesáveis sem dó nem piedade, eles são incríveis nesse jogo, os que usam elementos atirados nos chefes com suas respectivas fraquezas tiram um dano ferrado.

Do terço final pra frente Lies of P vira uma verdadeira pedreira, beirando o injusto as vezes, e em minha sigela opinião um jogo mais díficil que os Soulsborne (Não sei do Sekiro pois ainda não joguei), ele é imperdoável e a janela pras erros é mínima, mas talvez seja algo que mude nos eventuais replays, tenho certeza que vou acabar gostado de Lies of P mais e mais, no fim ainda é um jogo incrível, entregando tudo em todos os setores, cada atalho genial liberado pra um novo bonfire, o alívio, a tristeza, em seus melhores momentos Lies alcança o nível de suas inspirações, entregando o melhor soulslike fora da From, e com o estúdio entregando um jogo dessa grandeza, mal posso esperar o que eles vão fazer numa eventual sequência, que não sei se será em formato de DLC, mas que com certeza virá.

PS: O jogo rodou o fino no monstrinho, só com algumas eventuais flickadas em cutscenes, mas em gameplay foi otimizadinho.

Final Fantasy VII é um clássico por uma razão, se colocando em 1997 no lançamento do jogo ele parecia algo feito por extra-terrestres, eu o considero uma obra-prima atemporal, mesmo com seus infâmes modelos LEGO, isso passa longe de ser algo que ofusque a qualidade também extra-terrestre em tudo que o jogo oferece, seja em matéria (rs) de gameplay, história, personagens, world-building e claro, sua trilha sonora. Enfim pude jogar seu remake, após 3 árduos e dolorosos anos de espera com alguma esperança dele vir pra Xbox, tive que chutar o balde e dar um jeito de jogá-lo logo.

Eu encaro FFVII Remake como um testemunho ao legado do jogo e um presente aos fãs. Cada detalhezinho, refêrencia, fore-shadowing é meticulosamente colocado pra tirar sorrisos o tempo todo, a história é bem fiel ao original, expandindo e detalhando tudo que podia durante suas aproximadas 30 horas de jogo (tempo no qual finalizei). O jogo todo é uma ótima representação do trecho de Midgar dando atenção a mais no que precisava, e trazendo uma boa gama de novidades, especialmente em seu último capítulo, no qual toma um rumo interessantíssimo. Ele segue um formato de lineriaridade parecido com o do Final Fantasy XIII, é basicamente seguir pra frente até o fim, revisitando alguns lugares poucas vezes. As dungeons são longas, algumas até arrastadas, mas o jogo consegue se sustentar na história, com várias e várias cutscenes. Eu considero o Cloud um dos melhores protagonistas/personagens da história dos jogos, seu arco pessoal é absolutamente incrível, é um personagem complexo, cheio de camadas e com várias justificativas pra ele agir dessa forma, e o remake conseguiu trazer ainda mais profundidade ao personagem nesse ponto da história, já que agora podemos ver suas expressões mais vivas do que nunca, e o resto não fica pra trás, Tifa, Aerith e Barret dão um show. Os antagonistas da Shinra agora são menos caricatos e mais realistas, e os Turks foram muito bem utilizados aqui. E como não poderia faltar, um dos maiores vilões não só da história dos jogos, mas na ficção toda, Sephiroth, cada cena que o bicho aparece é grandiosa e memorável.

O gameplay é muito bom, sua mistura de action com turno acaba por ter um gameplay bem dinâmico e fluído, dando um baile no FFXV. Achei o jogo deveras fácil na dificuldade normal, mas isso contra inimigos comuns, já os chefes são bastante desafiadores. Não tem um do qual eu não tenha gostado, todas as batalhas são incríveis elevadas ainda mais pelo espetáculo visual com as diferentes fases e cutscenes cinematográficas. A trilha sonora... meu Deus do céu, as vezes eu me perguntava se meus ouvidos eram dignos de ouvir isso. Final Fantasy VII tem a minha possível trilha sonora favorita de todos os tempos, Nobuo Uematsu é um gênio e mesmo com o MIDI, ele fez mágica com sua música no jogo original. Aqui meus amigos, temos a consultoria do homem com faixas orquestradas, uma mais absolutamente incrível que a outra, algumas até me tiraram lágrimas, é simplesmente inesquecível.

O único defeito do jogo e pelo que vejo é um consenso, é o quão chatinho ele pode ser fora das batalhas as vezes. Os puzzles são bestinhas e interagimos toda hora com dispositivos, alavancas e coisas tediantes assim. O fato do jogo ser linear acaba dando uma manchada a mais por conta do tanto que temos que esperar em ações scriptadas, poderiam dosar melhor isso, mas não é algo que prejudique o produto final, de resto é o fino do fino em todos os outros setores. Final Fantasy VII Remake é um grande jogo, estou feliz demais por finalmente ter zerado, mal posso esperar pra ver o rumo que essa história vai tomar já que vão cometer a insanidade de fazer 3 jogos, e isso que que o Rebirth tem promessa de 100 horas de conteúdo, quem sabe eles consigam fazer algo ainda mais grandioso com a história deste clássico.

PS: Eu comprando um PS5 porque sei que não vou me aguentar.mkv

Um baita de um metroidvania! Impressionante como eu não conhecia o jogo e só de ver uma screenshot já o quis comprar logo de cara, e deu muito bom. Ender Liles é absurdamente imersivo e recheado de inspirações, seu mundo desolado e solitário me lembra bastante Nier Automata, somado por seu lado Dark Fantasy que é bem voltado pra Dark Souls, e indo mais a fundo, da até pra tirar uma pitada de Shadow of The Colossus aqui, visto que nossa protagonista, Lily, está em um mundo no qual ela não conhece muito bem, purificando os Corrompidos, e a cada chefe principal purificado, sua aparência vai ficando mais e mais devastada e corrompida.

Antes de tudo num Metroidvania pra mim, o principal foco é ter um motivo pra explorar, seja achar alguma arma, equipamentos, armaduras, etc. Aqui não usamos armas, já que Lily não ataca, apenas anda, pula e desvia, a função de ataque traz um grande diferencial sensacional pro jogo, que são os Espíritos Corrompidos. Cada chefe do jogo derrotado se torna seu aliado, sendo usado pra combate. Basicamente eles funcionam como stands, equipamos ele num set de skills (no meu caso X, Y e B) e o resto é óbvio. Ou seja, todos os chefes do jogo (com exeção do último) são suas armas, e isso é sensacional, pois tirando os bosses principais, o jogo tem toneladas de opcionais e cada um com uma skill diferente abrangendo varios estilos de jogo e estrátegias, um atira um projétil, outro arranca pra frente, outro ataca em diagonal, outros que combam e por aí vai, a lista é grande e o combate se torna muito varíado graças a isso. O jogo definitivamente não é fácil e exige bastante cautela, os inimigos machucam, e no último ato alguns inimigos te matam com dois golpes. Os chefes variam, eu tive problemas com uns dois, espcialmente o último que tive que ir upado no talo, aí virou passeio.

Depois de tudo, Ender Lilies entrega tudo, o jogo é lindo de morrer, tendo uma paleta de cores bem escura com ambientes de encher os olhos de tão lindos, trilha sonora no piano solene e melancólica que ajudam ainda mais na imersão, uma lore muito bacana com toneladas de arquivos de texto pra agradar todos que gostam de se aprofundar, acompanhado da história linda, e claro, seu combate diverso e divertido. O jogo foi um pouco longo, platinei em 25 horas, embora eu não tenha ficado entediado em nenhum momento, achei a exploração e a progressão bem diversificada e intiuitiva, por exemplo, o pulo duplo é um dos primeiros upgrades, com isso você acha que vai fazer a festa achando novas áreas, já que esse upgrade geralmente é um alívio quando se pega em qualquer metroidvania, mas o jogo consegue trancar bem a progressão pra que tudo pareça orgânico, e a cada upgrade novo, a movimentação acaba ficando cada vez mais divertida, e quando se pega o gancho é a cereja do bolo. Uma coisa meio estranha é que no mapa, a sala não vai se formando conforme você anda, e sim já fica um bloco inteiro representando que você está ali, isso faz o backtracking ficar meio confuso já que o jogo tem várias salas que são gigantes mas em contrapartida, o jogo é bem intuitivo marcando blocos laranjas pra áreas completadas e azuis pra não completadas, sem falar que marca em vermelho rotas fechadas.

No fim mais um jogo indie que deu um verdadeiro show, um joguinho que vai deixar saudades e que definitivamente merecia mais reconhecimento.

Assim como os jogos da série Arkham que eram a experiência definitiva com um jogo do morcego, Marvel's Spiderman entrega tudo que poderia se esperar de um jogo do teioso, sendo uma experiência definitiva, em todos os aspectos que se poderia esperar num jogo dele.

Esse jogo é lindo de morrer, poderia parar por aqui mas vou continuar. Eu desfrutei muito do que a oitava geração de consoles tinha a oferecer (exceto os exclusivos da Sony, coisa que estou fazendo agora), e ainda fiquei espantado, Nova Iorque é simplesmente maravilhosa nesse jogo, o design e modelos dos personagens beiram o insano, é absurdo. O combate apesar de ser bem simples e um tanto confuso de início, passa muito bem a sensação de estarmos controlando o Homem-Aranha, com muitos movimentos e acrobacias insanas, e claro tendo um web swinging absolutamente impecável e divertido. As boss battles não são necessariamente desafiadoras, mas todas são incríveis pelo espetáculo visual, simplesmente adorei todas, em especial as duas útlimas. Os personagens são incríveis, muitos dizem que o Peter desse jogo é a melhor incarnação que o personagem já teve fora dos quadrinhos, seu desenvolvimento é brilhante e tudo que fizeram com ele aqui foi simplesmente impecável. Os vilões... uau, só de ter vários vilões do Spidey na tela já é algo que enche os olhos, mas conseguiram fazer um capricho absurdo com eles, o Octavius foi simplesmente brilhante e fizeram um trabalho excelente com o Senhor Negativo, introduzindo um vilão pouco conhecido pra muita gente. A história é boa, não é um plot profundo ou mirabolante, mas algo que é regido por seus acontecimentos mais que qualquer outra coisa, tendo um baita mix de empolgação, alívio cômico e claro, ser emocionante.

Fico muito feliz de poder ter jogado esse jogo depois de todo esse tempo, as cegas sem ter tomado algum spoiler, e no fim sai mais do que satisfeito. O que poderia dizer de negativo é que os trechos em stealth foram, na falta de outra palavra, um saco. Agora é partir pro ''Marvel's Spider-Man: Miles Morales'', e chorar por não ter um PS5 pra jogar o próximo jogo.

Shadow of the Colossus, a perfeição em forma de jogo. Lembro quando seu remake foi anunciado e inicialmente eu tinha temido, pois estava no Xbox One e não teria chance alguma de jogar na época, o medo era do jogo ter os infames colossos excluídos, conteúdo novo ou alguma mudança interessante, mas no fim só foi uma mudança de engine, quase um remaster de luxo. Talvez se eu tivesse jogado na época teria me decepcionado um pouquinho, pois o jogo é realmente o mesmo, o gameplay é idêntico, as cutscenes e até as vozes, a única coisa que mudaram foram os sons de alguns colossos. Nem ousaram mexer com a trilha sonora, pois seria um crime de guerra.

No fim o que eu tiro de tudo isso? Bom, eu zerei Shadow of the Colossus de novo, então não tem como ser ruim, continua me cativando como sempre, e agora mais lindo do que nunca. Esse remake foi ótimo pra trazer o jogo pra um novo público fazendo mais pessoas apreciarem essa obra-prima.

De verdade, que jogo sensacional. Nem vou me arrastar muito e ir direto ao ponto, assim como Call of Juarez: Gunslinger faz.

O gameplay desse jogo é simplesmente uma delícia, é um gunplay, rápido, fluído e dinâmico, tendo tiroteio sem enrolações do começo ao fim. Pistolas e revólveres costumam ser meus tipos favoritos de armas em shooters, e aqui eu senti um dos maiores prazeres jogando um FPS na vida, cada headshot é prazeroroso de acertar, parar o tempo ala Max Payne é incrível, os tiroteios são sensacionais tendo os mais variados cenários possíveis. A narracão do Silas é incrível e original, tendo uma boa história com um baita de um twist. A arte do jogo é linda e o jogo se mantém belo até hoje, o curioso é que ele se trata de um jogo que fazia parte do Xbox Live Arcade, são jogos menores e com menor orçamento, ainda mais se tratando da Ubisoft que seria uma receita pra bomba, mas no fim acabou sendo um dos jogos mais divertidos que já joguei e é uma pena que seja tão curto, queria jogar mais.

A Ubisoft poderia ter investido num novo Call of Juarez com essa temática, é sem dúvidas um dos melhores FPS que já joguei e está mais do que recomendado.

Graças a Deus acabou...nossa, eu não vim pro Harmony esperando que ele fosse a vinda de Cristo, muito menos ser melhor que Symphony ou Aria, to na vibe de Metroidvanias e tava afim de jogar outro Castlevania já que pretendo zerar todos. Inicialmente eu estava gostando, mas foi ficando cada vez pior. É legal jogar um metroidvania com um Belmont e chicotar os inimigos, mas isso logo sai pela culatra pois um dos maiores problemas de Harmony na minha opinião é sua progressão, que é uma das progressões já feitas.

O jogo já é fácil, então a sensação de explorar pra achar alguma arma melhor é inexistente, tendo só algumas variações de efeitos pro chicote. Equipamentos eu devo ter trocado umas quatro vezes apenas, nunca senti a necessidade de ficar trocando. Harmony peca muito nisso, a sensação de ver quer você está ficando mais forte é quase nula. Os livros de magias são legais, mas o que já era fácil se torna um passeio no parque de tão apelonas que as magias são, é só ativar a magia com a cruz equipada e ver o God Mode ativado. Os bosses foram feitos, alguém teve a ideia, alguém fez o design, alguém pensou nos padrões dos golpes, eles existem. A trilha sonora é inimiga da audição, o chip de áudio do GBA já é conhecido por ser limitado, mas aqui foi demais, eu quase parti pro Spotify ouvir alguma coisa enquanto jogava mas isso iria tirar a imersão do jogo, então aturei aquelas músicas águdas horrorosas até o fim. A história é o padrão de jogos do gênero, encontra algum NPC, 20 segundos de dialógo, ele entra numa sala que é sem saída e some, sem grandes surpresas.

Agora vem o elefante da sala e ao meu ver, o maior problema de Harmony, a porcaria da mecânica de dois castelos. O level design do jogo já não é lá o mais primoroso, tanto visualmente quanto em layout, agora ter que ficar passando por essas mesmas salas duas vezes com variação de cor o jogo inteiro? No thanks. O infâme castelo invertido do Sympohny ao meu ver é um bonûs, você pode em menos de meia horinha pegar as partes do Drácula e partir pro abate, mas se você quiser tem várias áreas novas pra explorar com inimigos, bosses armas e equipamentos pra descobrir, aqui não. Estamos presos em passar pelas mesmas áreas várias vezes e tendo que voltar pra warp room pra trocar de castelo toda hora, é uma verdadeira desgraça. Agora imagina se perder nesse castelo mediano porque o item ou porta que você precisa ir está em outro castelo? Ugh.

No fim eu ainda acho Harmony bacana, ele só acaba se tornando mais irritante do que precisava por causa dessa gimmick de castelo, mas ainda foi divertidinho pois a movimentação é bacana, sair por ai matando bicho acaba por ser divertido, o jogo tem uma vibe bem diferente também, mas eu gastei muito mais tempo nesse jogo do que gostaria, demorei bem mais que o Aria pra zerar. Harmony podia ser só um arroz com feijão mas tentou inventar graça e acabou prejudicando a experiência.

The Messenger é um jogo que eu não conhecia até esse ano, simplesmente passou batido por mim por todo esse tempo. Estava com um saldo na minha conta da steam e estava buscando algum jogo que rodasse na minha torradeira e achei ele por puro acaso, achei a capa linda, vi que rodava e comprei, sem mais nem menos e totalmente as cegas, o que provou ser um baita tiro acertado.

The Messenger é um jogo de ação/plataforma retrô em 2D, e a maior definição que eu coloco nele é que ele basicamente é 'Um jogo retrô que decide apostar mais na diversão do que na bullshit'', ele é um jogo desafiador na medida certa, seu gameplay rápido e dinâmico é divertido pra cacete, sair pulando por aí fazendo os inimigos virarem purê enquanto se movimenta pelo mapa de maneira rápida trouxe um loop de gameplay bem divertido. Os bosses são muito bons e o jogo é lindo de morrer. A primeira metade de The Messenger é absolutamente incrível, já a segunda, que após um ponto de virada que não vou entrar em detalhes, acabou por matar meu ritmo com o jogo por um tempinho, me fazendo demorar mais tempo pra finalizar do que eu gostaria, achei ele um pouquinho arrastado, mas nada que tenha prejudicado o produto final entretanto, ainda é um jogo bem completinho. A história é hilária e tem totalmente o meu tipo de humor, e de quebra ainda consegue passar boas mensagens mais que muita coisa sugestiva por aí.

É um dos melhores jogos indies que já joguei e merece muito uma sequência, embora tenha tido um problema de ritmo que me fez encostá-lo por um tempinho, ainda sai bem satisfeito com o resultado final, é um jogo feito com muito carinho, cheio de referências e com muita alma, de fato uma aventura inesquecível, já estou com saudades.

PS: E eu achava que o melhor mercador dos jogos era o do Resident Evil 4, o quão errado eu estava...