Resonance of the Ocean é uma experiência minimalista agradável. O jogo tem uma história meio vaga, mas não me incomodei ou dei tanta importância por ser mais sobre as vibes do que os eventos. O que ele se propõe a fazer é oferecer um ambiente sereno, proporcionado pelo local da ilha deserta, os sons e a arte, que achei bem agradável. Em jogabilidade não tenho muito a comentar, porque é so andar e pegar itens pra prosseguir e a falta de complicações é perfeitamente aceitável pelo minimalismo dele. Se eu olhar criticamente, esse jogo não é grande coisa e é apenas aceitável, mas não há problema nisso, e por ser descontraído e breve (dura uns 10-30 minutos), já é o suficiente.

Tales of Xillia 2 é uma sequência estranha. Assim como o primeiro jogo, Xillia 2 também é um JRPG com notáveis pontos fortes em meio a alguns poréns, mas de uma forma diferente de seu antecessor. O combate aqui continua tão fluido e gostoso quanto no primeiro, apesar da falta de poder trocar os personagens do grupo na batalha e no overworld ser um saco. Eu ouvia dizer que esse era um dos mais difíceis da série Tales, e eu não achei ele tanto assim quanto dizem. Se tratando dos chefes eu concordo com essa afirmação, mas achei que os inimigos normais continuam mamão com açúcar e a estrutura menos linear e mais aberta desse jogo não ajuda muito nisso, visto que é super fácil estar com 10 ou 20 níveis acima deles. As partes mais controversas do Xillia 2 são sua história e sistemas adicionais. O enredo, apesar de ter alguns momentos marcantes, é sufocado por uma estrutura episódica que não flui de forma orgânica, e mesmo os veteranos do Xillia 1 continuarem legais, os novatos faltam um tempero a mais. O sistema de dívidas que força o jogador a pagar uma agiota pra prosseguir é algo que separa as crianças dos adultos, e é compreensível o porquê de ser criticado, mas ele só foi um problema pra mim no começo, visto que é fácil ficar cheio da grana mais a frente e me incentivou a estar em sintonia com o game, mas nem isso o torna imune à críticas, pois eu tive mais problemas com a agiota interrompendo a jogatina pra te forçar a pagar do que precisar pagar pra progredir (felizmente, na reta final dá pra pagar a dívida sem obrigação). O maior problema pra mim foi o sistema de escolhas, onde o game diz que elas importam, sendo que 95% delas não importam e recorrem a atalhos preguiçosos. Enquanto a história principal é um tanto truncada, as Character Quests fazem um bom trabalho em desenvolver os personagens e dão uma boa continuidade pros arcos dos veteranos do Xillia 1. Tales of Xillia 2 não é para qualquer um e só serve para aqueles que amam o primeiro, tem pontos em que ele é melhor que o 1 e outros não, e complementa bem o seu antecessor nesse sentido e mesmo com suas decisões estranhas, não o torna menos bom.

Prós: Direção de arte tão boa quanto a do primeiro; Character Quests; A temática urbana de Elympios é legal e se destaca dos mundos dos outros Tales; As Dimensões Fraturadas são bem legais; Certos momentos do enredo são incríveis; Boa dublagem; O combate continua fluido como sempre; chefes desafiadores; tem um pós-game decente.
Contras: A trilha sonora continua bem qualquer coisa (apesar de algumas músicas novas serem legais); Elympios só tem 4 cidades; Estrutura narrativa truncada; As dívidas são bem 8 ou 80; Escolhas que mal importam.

The Bombs Have Been Dropped é estranho, e eu gostei disso. Também é outro jogo que eu joguei esse ano que está mais pra uma história (não tão) interativa, e que também não irei o diminuir por isso. A história é basicamente uma poesia surrealista sobre um pós-apocalipse nuclear. A leitura foi uma experiência legal, com o seu texto surrealista e mesmo não entendendo completamente, não tô nem aí. Me diverti bastante com as loucuras e até me tirou umas risadas e não liguei nem um pouco pra falta de coerência. O jogo tem uma única música de fundo, e é uma versão abafada e distorcida de uma música de Steely Dan, e como alguém que nunca ouviu Steely Dan (o máximo de contato que tive foi referências em Jojo), devo parabenizar essa obra por me incentivar a ouvir músicas dessa banda. The Bombs Have Been Dropped foi legal de ter experienciado, com todo o seu onirismo absurdista e desprezo à coesão, sendo engraçado, imprevisível e experimental.

Street Fighter I é cheio de problemas, apesar dos minigames serem toleráveis e os gráficos serem bons, a jogabilidade é dura e truncada e os oponentes são injustamente apelões. Mesmo que ele não seja tão porco quanto outros jogos ruins que já fiz resenha, a frustração que ele me proporcionou com seus pontos negativos é tão colossal, que me fez dar a ele, apenas 1 estrela. Recomendá-lo é difícil, já que suas falhas realmente atrapalham muito, mas ouvi o Master Alucard dizer uma vez que é necessário jogar jogos ruins para poder apreciar ainda mais aqueles que são bons, e eu sinto que aprecio o Street Fighter II e suas sequências ainda mais, já que conseguiram corrigir os erros que me frustraram tanto no primeiro. Independente se jogar ou não, é interessante conhecê-lo para ver como a franquia Street Fighter evoluiu com o tempo e como dá para aprender mais com erros do que com acertos.

Prós: Os gráficos são bons pra época; Minigames toleráveis.
Contras: A trilha sonora não é grande coisa; Mobilidade travada; Os adversários são extremamente apelões; A colisão dos golpes é ineficaz; As sequências dos golpes não parecem funcionar bem.

Pokémon Snap é uma maravilha. Os seu gráficos são bonitos e envelheceram melhor do que muitos jogos do Nintendo 64, a trilha sonora é simples e agradável, a jogabilidade junto com a proposta de tirar fotos de Pokémon a torna bem satisfatória, e além de tirar fotos, você também interage com o mundo e os Pokémons a sua volta, deixando o game mais vivo. O único ponto fraco é o backtracking, mas isso não chega a arruinar o jogo. Pokémon Snap é um jogo que amo do fundo do meu coração, e continuarei amando, não importando se eu for adolescente, criança, adulto ou idoso.

Prós: Os gráficos são bonitos; A trilha sonora é legal; A jogabilidade somada ao conceito a torna muito boa; As interações com o mundo e os Pokémons são encantadoras.
Contras: O Backtracking chega a ser um pouco incômodo.

Butterfly Soup é charmoso, mas podia ser melhor. O jogo conta uma história de 4 garotas asiáticas queer na califórnia, em um time de baseball no seu 1° ano do ensino médio. A parte principal, que é a sua história, tenho sentimentos mistos. A narrativa aborda temas como racismo, abuso infantil e homofobia, mas com uma atitude otimista e carismática, e por mais que eu aprecie abordar tópicos sensíveis sem perder bom humor, não acho que esse jogo faz isso muito bem. A comédia, mesmo me fazendo rir algumas vezes, acaba sendo forçada com as suas tentativas de ser memética e suas referências à cultura pop. Quando resolve abordar tópicos sérios, acaba sendo mal desenvolvido e esses momentos são breves demais pra serem impactantes, além das subtramas envolvendo esses temas serem mal resolvidas. Mesmo com seus momentos de vergonha alheia, admito que as personagens divertem um pouco com as suas interações, mesmo que boa parte dos meus problemas com o humor venham delas. Outra coisa que incomodou, foi na trilha sonora. As músicas são de terceiros e os efeitos sonoros foram pegos de Ace Attorney, mas esse não é o meu problema. As músicas são muito baixas e os efeitos sonoros são inconsistentes, alguns sendo um pouco mais altos que a música e outros absurdamente altos. Mesmo com o seu roteiro fraco e tom inconsistente, ainda respeito Butterfly Soup pelo seu charme e suas boas intenções.

Prós: As personagens conseguem divertir; Os exageros conseguem ser ocasionalmente engraçados; As músicas até são boas (mesmo não sendo originais do jogo); Aprecio que tenham focado numa comunidade asiático americana (apesar de não aprofundarem tanto); Tem opção pra idioma português.
Contras: Os diálogos conseguem ser dignos de vergonha alheia; Força a barra com memes e referências de Cultura Pop; Subtramas e tópicos abordados mal desenvolvidos; Volume mal regulado na trilha sonora.

All Things Equal I Would Prefer (nem a pau que irei colocar o nome inteiro disso) é uma das obras mais interessantes que achei sobre a pandemia. Ele é bem parecido com And the Band Begins to Play, no seus visuais, gameplay e por ser um game sobre a pandemia, mas é diferente na sua forma de falar sobre ela (além de ter saído antes e não ter sido feito pela mesma pessoa). Esse é um jogo no qual não ser muito polido ou não ter uma gameplay muito elaborada ajuda na efetividade do que ele quer passar. Tudo que você faz é andar e interagir com objetos num quarto pequeno, sair pela porta te leva pro dia seguinte, e interagir com os objetos te dá caixas de texto que demonstram a situação do próprio desenvolvedor/autor, e por ser sobre a pandemia, é bem fácil de empatizar com o que ele passa. Este jogo é uma autobiografia sincera e catártica sobre a nossa situação, e é exatamente o tipo de história que eu queria sobre a pandemia.

(foi mal, mas o meu segmento de prós e contras não serve pra esse game)

Eu gostei de Tales of Xillia. Seus maiores pontos fortes são os seus personagens e o sistema de combate. A história em si é um tanto estranha de comentar, não por ter ideias bizarras, mas porque ao falar da história, acabo referindo mais aos seus personagens do que a trama, já que a trama em si não é grande coisa, mas os personagens compensam. Dentre os Tales que vi, senti que os personagens tem a química mais orgânica, além de todos eles serem bem escritos e terem bastante charme. O sistema de combate também é muito bom, com mecânicas intuitivas, rápidas e polidas, além de ser gostoso de jogar. A sua direção de arte também é bem legal, mas acaba sendo limitada por problemas gráficos do jogo. O seu maior defeito, é que algumas partes, sejam da história, jogabilidade ETC , acabaram sendo apressadas. Tales of Xillia pode ser um tanto falho, mas o que ele faz bem, faz muito bem, e tem tanta sinceridade no que faz que acabei adorando.

Prós: Direção de arte legal, personagens bem gostáveis, sistema de batalha fluido, boa dublagem, temas sobre convicção e propósito de vida.
Contras: Trilha sonora mediana e partes afetadas pelo desenvolvimento apressado.

999 é um jogo interessante. A sua premissa tensa com mistérios envolventes foi bem executada, com personagens bem escritos para auxiliá-la, além de bons visuais, trilha sonora e Puzzles. Os diálogos conseguem ser interessantes, desde os momentos sérios até as piadas que fizeram um bom trabalho em não destoar do clima sombrio. A história inclui conceitos relacionados à matemática, física e até química (matérias das quais nunca fui muito fã na escola), além de teorias da conspiração, mas boa parte destes conceitos não contribuem tanto para a trama, além de arrastar um pouco a história. A narração acaba sendo meio redundante em certos momentos, o sistema de rotas precisava de uma coesão melhor e mesmo gostando dos Puzzles, precisavam refiná-los melhor na dificuldade simultaneamente fácil e difícil. Eu posso não tê-lo amado como muitos que o consideram como um dos melhores já feitos, mas aprecio os seus méritos e acredito que o game é capaz de agradar jogadores que não são muito chegados em Visual Novels.

Prós: premissa e mistérios engajantes, Personagens realistas e bem escritos; A atmosfera mistura tensão sombria com um pouco de humor, sem ser destoante; arte boa, com sprites bem feitos e cenários interessantes; a trilha sonora é bem legal; os Puzzles conseguem ser legais e desafiadores..
Contras: ...mas precisavam de um acabamento melhor;
o sistema de múltiplos finais não foi tão coeso; a narração, os conceitos científicos e rumores não contribuem tanto para a trama.

Este peculiar spin-off de SMT me agradou bastante. Ao invés de ser um RPG complexo e cheio de conteúdo, é um jogo de plataforma curtinho, conciso e direto ao ponto. A pixel art é bonita, com animações boas e a trilha sonora é gostosa de ouvir. A jogabilidade é funcional, dinâmica e segue o estilo Metroidvania. O seu maior ponto forte é o ritmo, pois apesar da curta duração, ele é bem conciso e nunca senti que a exploração foi maçante em algum ponto, e o mapa é pequeno e grande o bastante para que o jogador não se perca e o level-design é bem construído e tira um bom proveito das mecânicas. Os chefes são divertidos e empolgantes e também tiram um bom proveito das mecânicas. Este spin-off tão aleatório conseguiu prender a minha atenção tão bem e me agradar bastante.

Prós: Bela Pixel-Art; Trilha sonora agradável e empolgante; Controles responsivos; Ritmo e Level-Design conciso; Boss Fights empolgantes.
Contras: Nenhum que tenham me incomodado.

Bem, é só um joguinho feito pra passar o tempo quando não tem internet, não tenho nada muito profundo pra comentar.

2008

Bolt é péssimo. Os gráficos são feios, as paredes invisíveis foram mal posicionadas e programadas, a trilha sonora sonora é genérica, com músicas genéricas, dublagem meia-boca e os efeitos sonoros além de serem genéricos, são abafados, sem emoção e desregulados. Além disso, o combate é chato e repetitivo, além do level-design ser sem graça. O jogo foi feito com muita preguiça e não há coisas zoáveis que deixam o jogo bom por ser ruim, nem dá para fazer Gameplays ou análises muito engraçadas com este jogo e assistir ao filme é uma opção melhor, pois apesar de não ser um dos melhores da Disney, pelo menos é mais aceitável.

Prós: Pelo menos tem checkpoints por quase todas as partes.
Contras: Roteiro e cenário pouco inspirados; Gráficos feios e preguiçosos; Trilhas sonora genérica, com direito a alguns bugs no áudio; Paredes invisíveis mal feitas; Combate chato; Level-Design sem graça.

Rhythm Heaven Megamix é inegávelmente carismático e divertido, mas tem os seus problemas. O seu estilo de gameplay com minigames à la WarioWare com foco em ritmo o faz dele especial e divertido, junto com o carisma de sua apresentação e músicas. Boa parte dos meus problemas se devem ao formato de sua campanha. Eu senti que a campanha foi tão tutorializada, que quando termina de te ensinar, acaba não explorando as suas modalidades tão bem quanto podia, além de que a duração delas variava entre curtíssima e arrastada. Também senti que a forma que o game avaliava o jogador era inconsistensistente, às vezes eu errava só 1 vez e dizia que era mais ou menos e outras errava um pouco mais e dizia que fui super bem. É um bom jogo de música, e mesmo algumas partes não sendo muito da minha praia, me interessou o bastante pra jogar os outros games da franquia.

Prós: Apresentação visual carismática; Músicas boas; Gameplay legal.
Contras: Tutorializado a ponto de não explorar bem as modalidades; A campanha arrasta; Avaliações inconsistentes.

Dolphin Blue é um ótimo jogo que conseguiu saciar o meu apreço por Metal Slug. Tem visuais 2D bonitos e dinâmicos, uma boa jogabilidade e uma dificuldade elevada, mas na medida certa. As áreas em que achei que ele pecou, foram na quantidade de Auto-Scrolls e sua identidade pouco marcante, presente em sua estética e trilha sonora. Dolphin Blue pode não ser um dos jogos de Run 'n Gun mais polidos ou originais do mercado, mas tem chances de agradar quem curte jogos desse tipo e se tiver a oportunidade pra jogá-lo (porque não é sempre que se encontra uma máquina da Atomiswave ou dispositivo que possa emular um Arcade desse calibre ou um Dreamcast), aproveite-o.

Prós: Gráficos 2D bons e visualmente dinâmicos; Jogabilidade competente; Dificuldade elevada, mas agradável.
Contras: A sua identidade não é tão marcante; Podia maneira nos Auto-Scrolls.

We Know the Devil é um jogo bem legal, e isso chega a ser estranho vindo de um cara que não é chegado em Visual Novels ou Dating Sims. Visual Novels são um tipo de gênero/mídia do qual não me engajo tanto pelos seus métodos de storytelling não serem muito da minha praia, mas aqui é um pouco diferente. Ao contrário de muitas VNs, a história aqui é contada em 3° pessoa ao invés de 1°, o que permitiu me apegar mais aos personagens e acontecimentos, já que não me dá a sensação que era pra eu estar inserido alí. O motivo desse meu probleminha é por causa dos Dating Sims, que por serem histórias de amor interativas, não me apetecem, pois eu sou arromântico. Mesmo essa VN sendo categorizada como um Dating Sim, não parece tanto com um, pois mesmo tendo um romance entre o trio principal, não é bem o foco principal da história, sendo esse as situações complicadas do dito trio. A história é sobre um trio de pessoas LGBT em uma comunidade cristã conservadora, sendo obrigadas a confrontar "o diabo". As personagens tem uma química boa entre si e os seus problemas são palpáveis e realistas, e os seus momentos de insensibilidade que parecem um melodrama tacado de qualquer jeito, são justificáveis por serem pessoas LGBT numa comunidade conservadora, forçando-as a reprimir suas emoções e deixando o rancor do seu grupo escapar, estando num ciclo de ódio próprio. Outra qualidade do roteiro, é o seu texto. O texto é sútil e metafórico, não te dá tudo de mãos beijadas e mesmo no final, deixa coisas em aberto para interpretação, mas não diria que é super complexo, e é entendível aonde quer chegar. O que me desagradou no jogo, foram os seus aspectos técnicos. A direção de arte me incomodou, não pelo desenho das personagens, mas pelos cenários realistas destoantes, e mesmo sendo intencional pro clima, sinto que podiam ter ido mais além na intenção. As músicas não foram muito do meu feitio, mas servem bem pro seu clima, apesar de eu me incomodar com elas serem altas. We Know The Devil não chegou a me marcar, mas curti a experiência.

Prós: Protagonistas bem desenvolvidas; texto com um bom nível de sutileza; problemas retratados com sensatez; aberto para interpretações na medida certa; conciso.
Contras: Os cenários não encaixam com os desenhos dos sprites; a trilha sonora me incomodou um pouco.