He Fucked The Girl Out of Me é uma experiência trágica e impactante sobre assuntos importantes. Esse é um jogo narrativo de gameplay minimalista que conta sobre as dificuldades da criadora durante a sua transição, de forma semi-autobiográfica. Isso é obviamente uma história trans e não serei um daqueles caras cis que dispensam esse tipo de narrativa por não se identificar com as situações. Os temas abordados são bem pesados, sendo esses sexualidade, prostituição e trauma. A dor que é transmitida pela narrativa é bem palpável, e ver como as tragédias da protagonista se desenrolam é deprimente. Ela não só sofreu com o preconceito com a sua identidade, mas também teve que recorrer à prostituição para pagar pelo seu sonho, com a sua saúde mental deteriorando e como os outros a desumanizam, vendo-a apenas como um objeto sexual. Mesmo que a narração e os diálogos não sejam super elaborados, eles fluem com muita naturalidade, sendo claros, concisos e não precisando descrever com tantos detalhes (como na maioria das Visual Novels). Outra coisa que me agradou, foi o seu senso de autoconsciência, com a narração humildemente admitindo que não mostra absolutamente todos os eventos de sua vida e que esse jogo não deve ser usado pra demonizar profissionais do sexo, e sem ser intrusivo. Outra qualidade é a sua direção de arte. Os visuais são um 2D 8-bits de Game Boy (tanto que a página do jogo até disponibiliza uma ROM pra jogar em emulador), que apesar de simples, captam bem as emoções das cenas e são bem compostos. Se tenho algo a reclamar, é o seu uso de trilha sonora. O jogo dura meia hora, e durante todo esse tempo não houve nenhuma música e teve apenas 1 efeito sonoro que me pegou desprevenido, e mesmo sabendo que o chip sonoro do Game Boy é limitado, não acho que seria impossível fazer músicas tensas que combinem com ele. Esse jogo é importante, por demonstrar facetas da realidade trans que não são muito discutidas e ser um bom exercício de empatia, e não importa se quem tiver contato for trans ou cis, ele é capaz de tocar em qualquer coração.

Prós: Visuais bem compostos; Tópicos abordados com a maturidade que merecem; Fluido e conciso no seu texto; Momentos autoconscientes que não são intrusivos.
Contras: Trilha sonora ausente (exceto por um único efeito sonoro)

i miss when the internet was chronological me faz pensar sobre o que guardo no fundo da minha cabeça. Como qualquer bitsy, não tem muito segredo, você anda, lê alguns textinhos, é minimalista em sua gameplay e storytelling e dura 1 minuto ou menos. A história desse aqui é sobre alguém procurando por resquícios de um blog do Tumblr que já se foi há muito tempo. Eu nunca tive um Tumblr e não pretendo ter, mas o que é dito aí pode ser aplicado pra qualquer canto da internet. Hoje em dia, com tanta informação presente e acessível na internet, fico triste ao ver que qualquer coisa pode sumir sem mais nem menos com tanta facilidade, e talvez até mais do que na vida real. Há vários sites que eu visitava quando mais novo que lamento não existirem mais, como Portal Contra-Ataca, Máquina de Quadrinhos, Orkut, e isso não se restringe apenas a sites, como também, vídeos, artigos, imagens ETC. Quando algo é destruído pelo tempo, não é só triste por conta de nostalgia, como também por causa de memoricídio. Memoricídio é o ato de destruir informações sobre algo do passado, seja uma civilização, lugar ou que seja, e nessa era digital aonde temos acesso a tanta informação a todo momento (para bem ou para mal), qualquer coisa pode ser deletada instantâneamente, o que pode acarretar ainda mais o memoricídio nestes espaços. Por mais que algumas dessas coisas deletadas que curtia tenham sido muito nichadas e com pouco impacto cultural, ainda foram experiências que me proporcionaram algo positivo e não ter a chance de experiênciá-las (seja uma 2° vez ou a 1°) me entristece, e por isso aprecio muito qualquer esforço que façam para preservar estes pedaços esquecidos da Internet, como o Wayback Machine e qualquer tipo de emulação. Até mesmo eu estar jogando esse game no itch.io é um reflexo do que disse, por que esse site é o mais próximo que tenho da sensação de jogar jogos em Flash no Click Jogos ou em outros sites do tipo, já que com o fim do Flash, essas sensações são difíceis de recuperar. Tudo isso pra mim é um lembrete doloroso do que foi perdido nesse mundo digital.

Isso não é bem uma review, tá mais pra um desabafo meu de uma experiência pessoal com esse jogo, mas tanto faz. Não vai ter nota ou qualquer outra coisa do tipo por não jogar esse game há cerca de 10 anos, então não vou poder escrever abertamente sobre isso.

Eu tive uma fase de Beyblade aos meus 10 anos de idade, e como vi que existia um jogo do anime que via na TV pro Nintendo DS, pedi pra que baixassem o jogo no meu R4 (não lembro a quem eu pedi, mas eu ainda não sabia como fazer essas gambiarras de instalar jogo nessa época). Eu fui jogar, e percebi que toda vez que eu perdia, a tela de seleção de personagem trancava todos os personagens disponíveis, me impossibilitando de continuar e ser forçado a resetar o game. Por muito tempo acreditei que era algum bug ou problema no download, mas depois de muito tempo eu fui me tocar que era um sistema de anti-pirataria, e me senti muito burro por não ter percebido. Aparentemente, fui tão mimado pela eficiência da pirataria do DS que não achava que algo assim poderia acontecer.

E essa é a experiência que tive com esse Beyblade de DS. Não me toquei que o jogo te forçar a fazer uma run sem perder era trollada dos desenvolvedores e fiquei muito tempo sem saber.

Moral da história: Antes de piratear um jogo, certifique-se se os desenvolvedores não guardaram uma trollada pros pirateiros.

Post-Disclosure, Devil's Night foi uma coisa que eu mais apreciei do que realmente gostei. Talvez esteja mais pra um livro interativo do que um jogo, até mesmo pros padrões de jogos desse tipo, mas não irei reduzir o valor da obra por causa disso. A história dele é sobre uma garota se encontrando com seus amigos online em uma festa de halloween na vida real. Como alguém que nunca fez amigos online (a única pessoa com quem fiz amizade online foi o meu cunhado), eu não me identifiquei com as situações do enredo. Eu sei que poder se identificar com uma história não é algo que a torna melhor ou pior, e sei que falar mal de uma por não poder se identificar é um tipo de crítica bem mesquinha, e não quero cair nessa mesma armadilha. A linguagem que o texto usa é próxima do romantismo, e pra quem curte esse tipo de escrita é um prato cheio, mas como não é o meu caso, não me agrada tanto. A forma com que a narrativa explora ansiedade é até interessante, com o seu uso do texto e das mudanças de cor do background, mas as relações da protagonista com seus amigos não foram tão bem exploradas quanto deviam. Eu sei muito bem que a forma que avaliei e critiquei ele possa ser meio injusta, e pelo que escrevi e pela nota que dei pode até afastar pessoas que poderiam até gostar e se conectar com esse jogo, mas não deixe que isso o faça evitá-lo. Post-Disclosure, Devil's night é uma obra bem específica, alguns irão se conectar com ela e outros não, e mesmo com as minhas críticas meio injustas, não tiram o seu valor, e caso queira tentar, você pode simplesmente jogar pelo navegador do seu PC e dura de uns 5-10 minutos, não irá te fazer mal algum.

Prós: O uso da ansiedade pelo texto é até interessante; A forma em que o background muda de cor dependendo das emoções da cena é admirável.
Contras: O texto é meio meloso; Os personagens não são tão bem explorados quanto deviam.

Last Day of Spring é mais do mesmo, mas continua bom. Assim como no primeiro jogo (One Night, Hot Springs), esse conta novamente as dificuldades de Haru como mulher trans, mas dessa vez, pela perspectiva de sua amiga Erika. As tais dificuldades apresentadas não são muito diferentes de seu antecessor, mas esse dá uma diferenciada com a presença da Erika como protagonista, o que não achei melhor ou pior, só diferente. Dessa vez, a história é sobre as dificuldades sobre ser o amigo cis que quer apoiar um amigo trans, mas que não sabe como. Ainda retrata as coisas de forma doce e amigável sem desviar dos problemas e consegue ser educativo, mas com sinceridade e profundidade o bastante sem ser super didático. As personagens continuam gostáveis e a leitura continua com um ritmo sucinto o bastante pra não cansar. A arte continua agradável como sempre e gostei que as músicas aqui tem um estilo mais lo-fi. Last Day of Spring pode não ser tão diferente do anterior, mas isso não o faz ruim, pois ainda é uma experiência agradável que mostra os problemas retratados com empatia.

Prós: Problemas abordados com respeito e delicadeza; Até que é interessante ver as dificuldades da Haru pela perspectiva da Erika; A leitura não cansa tanto; As personagens continuam legais; Arte agradável; Músicas lo-fi.
Contras: Não muda tanto em relação ao 1° jogo; Demora um pouco pra chegar na 1° escolha que importa.

Lunistice é um platformer 3D competente. Esse jogo de plataforma é como se um jogo do final das vidas do 64, PS1 ou Sega Saturn fosse lançado nos dias de hoje e tivesse sido feito com speedrunners em mente. Os visuais são charmosos, com seu estilo que homenageia a 5° geração e paleta de cores agradável. A trilha sonora é boa, mas não é a melhor coisa. A jogabilidade é aonde ele brilha. Os controles tem um bom nível de peso pra fazê-los satisfatórios e um bom nível de velocidade pra deixar a jogatina legal. O Level-Design consegue ser tão bom quanto, com áreas extensas, inimigos posicionados pra tirar proveito das mecânicas e boas oportunidades pra skip se souber o que está fazendo. O jogo é bem curto, de uma forma até meio decepcionante, mas o pior é que ele esconde a última fase por trás de coletáveis, e como eu odeio quando jogos fazem isso, queria que ele fosse decepcionantemente curto mesmo. Os coletáveis até dão uma lore pro jogo, mas eu nem sequer dei bola. Mesmo com a boa gameplay de plataforma, Lunistice não tem tanta variedade nas suas mecânicas, e quando apresenta coisas pra variar suas mecânicas, acabam rápido, mas não me incomodei tanto com isso, já que não faz tanta diferença na qualidade da gameplay. O legal é que há 2 personagens secretos depois de zerar, e ambos se encaixam muito bem com as mecânicas dele. Lunistice não é um dos platformers 3D mais elaborados já feitos, mas gostei bastante.

Prós: Charme do visual 3D de 5° geração; Trilha sonora boazinha; Jogabilidade satisfatória; Level-Design bem feito; Personagens secretos.
Contras: Não há muita variedade em mecânicas ou inimigos; Lore e coletáveis forçados.

Eu gostei de Super Princess Peach. tem um visual colorido (apesar dos Sprites zoados), trilha sonora agradável uma jogabilidade simples e divertida e um level-design competente. Alguns aspectos da jogabilidade precisavam ser polidos melhor, como algumas mecânicas desnecessárias, falta de checkpoints ETC, mas a minha experiência foi agradável.

Prós: Trilha sonora agradável, jogabilidade boa, mecânica de emoções, Level-Design competente.
Contras: Algumas mecânicas foram desnecessárias, falta de checkpoints, as transições às vezes são meio chatas.

Spiritfarer foi meio decepcionante por não ser o meu tipo de jogo. Há tantos jogos indies notáveis hoje em dia, que não chega a ser incomum encontrar jogos que desviam dos padrões da indústria, e um que me chamou a atenção foi Spiritfarer. O jogo se trata sobre Stella, que agora é a nova caronte, após ele ter se aposentado e é a vez dela de guiar os espíritos para os pós-vida. O jogo tem belos visuais 2D desenhados à mão, e mesmo controlando que nem um jogo de plataforma, é na verdade um simulador de gerenciamento. Eu não costumo jogar jogo de gerenciamento, mas eu tava esperando que fosse um pouco mais tranquilo pra mim e que mesmo se a história não me tocasse, a minha recepção fosse um pouco mais positiva, mas esse não foi o caso. Se você gostar do esquema de gameplay, seja craftar itens, cozinhar, cuidar das plantações, bichos e passageiros, vai ser tudo bem calmo e relaxante e servir bem de veículo para acompanhar a história, e se esse não for o seu caso, a sua experiência vai ser mais próxima da minha, achando os negócios cansativos e desmotivadores. Spiritfarer se vende pela sua história tocante sobre a relação da vida, morte e pós-vida, mas nem nessa parte eu consegui me importar, pois a maioria das interações com os espíritos se baseia em fetch quests e momentos breves demais pra causar impacto, o que tornou a minha experiência um tanto impessoal. A minha falta de motivação pra continuá-lo foi tanta, que recentemente desinstalei o jogo. Apesar do que falei aqui, o jogo não é ruim, e se você tiver interesse, há chances que ele possa ser pra você o que não foi pra mim. No fim das contas, Spiritfarer não é pra mim, e acho que tá tudo bem nisso aí.

Before Your Eyes foi uma experiência legal, mesmo que não tenha me marcado como esperava. O jogo foca na sua combinação de gameplay e narrativa, com a sua principal mecânica e elemento narrativo; piscar. O jogo conta a história de uma alma recém chegada no pós-vida, relembrando os seus momentos na terra. A história é contada em forma de vinhetas, sendo essas as memórias do protagonista, e ao piscar, você interage com as coisas ao redor e vai de uma memória a outra. Isso funciona bem pra narrativa e gameplay, por funcionar bem como metáfora pra nossa relação com memórias, e como não podemos ficar presos a um momento que queremos reviver pra sempre e como passam mais rápido do que imaginamos. A mecânica de piscar funciona com a câmera do seu dispositivo (seja de celular ou uma Webcam) ao detectar o movimento dos seus olhos, e mesmo gostando dela, o funcionamento não é um dos mais precisos, mas se quiser, também tem o modo sem câmera, que serve bem pra caso não queira piscar de verdade. Mesmo a história sendo boa, senti que faltava algo pra ser mais marcante, mas não sei o que é esse algo. Por fim, eu também gostei dos seus visuais e trilha sonora. Before Your Eyes pode não ter me marcado como queria, mas a minha experiência com ele valeu a pena.

Prós: A história e seus temas abordados foram bons; A mecânica de piscar é criativa e serve bem pro jogo... ; Visual cartunesco charmoso; Trilha sonora boa; Conciso o bastante.
Contras: ...Mesmo que seja um tanto truncada; Falta algo na história (só não sei o que é exatamente).

Mr Platformer é um jogo de plataforma que me surpreendeu de várias maneiras. Não diria que esse jogo com estética de Atari é bombástico ou super elaborado em relação a gameplay, mas ele faz umas coisinhas interessantes quanto a isso que me fazem apreciá-lo. A jogabilidade é bem simples, é só andar, pular e desviar de obstáculos, mas o que me interessou é o que ele faz com as fases. O jogo te dá uma seleção de fases em forma de cartela, mas as fases são aleatórias, e você pode escolher em chegar até o final completando só algumas ou até a cartela inteira, como bem entender. Sobre as fases em si, elas podem ser desafios direto ao ponto de só chegar até o final, ou mais focadas em puzzles, e mesmo elas tendo só 4 temas, variam o suficiente pra não cansar. A parte que disse sobre as fases serem aleatórias, não quis dizer que são geradas aleatóriamente como num roguelike, e sim que elas são pré-prontas e o jogo sorteia quais que estarão disponíveis. Os desafios em si são satisfatórios e cumprem bem o papel, e isso tinha sido o suficiente pra mim, só que quanto mais se joga, mais você chega perto da reviravolta dele. Não darei spoilers, mas ela me chocou e acabou elevando um pouco a minha experiéncia, mesmo dizendo que não é lá das mais ambiciosas e ser um dos motivos que me faça não querer rejogá-lo (se você jogar vai entender o porquê). Mr Platformer talvez seja só um jogo de Plataforma descompromissado, mas faz bem o que cumpre de formas sutis (ou não).

Poinpy (ou Pompi no Brasil) é o jogo de celular que não sabia que precisava. O jogo é bem simples, é só jogar o personagem pra lá e pra cá num cenário vertical, e coletar frutas a tempo, antes que o bichão que te segue te mate. A jogabilidade é fácil de aprender, mas difícil de dominar, e cada aspecto foi muito bem projetado pra elevar a experiência. A verticalidade do espaço, o posicionamento dos inimigos, o tempo limite pra coletar os ingredientes e os combos que são possíveis depois de coletar os ingredientes necessários, incentivam o jogador a tomar decisões rápidas e entender as situações de forma intuitiva, e isso tudo dá uma ótima camada de desafio. Por ser um jogo que só pode ser baixado na Netflix (sim, agora ela tem jogo), acaba fazendo ele evitar armadilhas predatórias como anúncios e microtransações, já que não há nada disso aqui, mas dependendo da perspectiva, ser exclusivo da Netflix pode ser predatório de outro jeito. O meu problema é como ele lida com o pós-game. No pós-game você libera o modo infinito (onde não há tempo limite) e conquistas de zerar com "número x" de orbes, mas pra fazer isso o jogo te força a equipar itens pra acessar o modo ou reduzir o número de orbes, e se isso funcionasse como o Special Smash de Smash Bros, acharia mais aceitável. Poinpy é um dos melhores jogos Mobile que joguei na vida, com uma jogabilidade desafiadora e intuitiva, visuais e trilha sonora agradáveis e a falta das manias nocivas de jogos mobile da atualidade, e apesar da exclusividade da Netflix prejudicar a acessibilidade, não fez diferença nenhuma na sua qualidade.

Prós: A trilha sonora e o visual são bonitinhos; Jogabilidade intuitiva e desafiadora; Livre de anúncios e microtransações;
Contras: O pós-game podia ser executado melhor; Dependendo de como você olha, ser exclusivo da Netflix é um tanto questionável.

Eu gostava desse jogo quando criança, e via como ele fazia coisas diferentes dos outros Endless Runners da época (2013). Mas com o tempo, comecei a gostar menos e menos dele, desde as atualizações que o deixavam menos interessante e mais bugado, até os aspectos que estavam lá desde o começo, como as microtransações pay-to-win abusivas. Resumindo: quando criança, eu o achava divertido, mas quando cresci, percebi o quão descarado e mau caráter ele é.

Aliás, recomendo que assistam esse vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=0KXkPOgJ2I0&t=520s

Neon Hell é um "jogo difícil" feito da forma mais sem graça possível. Esse jogo é basicamente uma cópia daquele "O Jogo Mais Difícil do Mundo" lá dos tempos do Orkut. Diferente daquele jogo, esse aqui é mais de boa e consegui avançar mais, só que isso não implica que esse seja bem feito. Assim como no jogo mais difícil do mundo, você controla um quadrado tendo que desviar de círculos para chegar no final de cada fase, e o problema dele é justamente os padrões de movimento destes círculos serem desinteressantes. Naquele jogo, os padrões se empenhavam em criar situações que dificultam o jogador de desviar dos obstáculos, com cada um sendo posicionado estratégicamente para oferecer muito desafio, mas sem beirar tanto no impossível. Esse objetivo também está nesse jogo, só que apenas no papel, pois os padrões aqui são bem mais preguiçosos, e por consequência, não trazendo tanta satisfação. Não só os padrões são desinteressantes, mas oferecer mais espaço pra movimentação também não ajuda nessa chatice, além de que sua "inspiração" variava as suas fases entre chegar no final e coletar moedas pra depois chegar no final (escrevendo percebo que não muda muito), e como todas as fases são de pegar as moedas pra acessar a próxima fase, deixa tudo mais monótono. Não estou dizendo que o game design de O Jogo Mais Difícil do Mundo é uma grande maravilha, pois nem de longe ele é, mas comparado a esse aqui, até ele chega a parecer uma. Outra coisa que não gostei, foi que em certos pedaços da parede, o quadrado controlável pode ficar preso ao encostar, não sei se foi intencional ou um bug, mas é irritante. A única coisa que eu gostei é que dá pra ajustar a velocidade do quadrado in-game, podendo ser tão lento ou rápido quanto o jogador desejar. Neon Hell é uma tentativa preguiçosa de criar um jogo desafiador, com obstáculos entediantes, fases monótonas e tentativas fracassadas de copiar um jogo antigo da internet, tudo isso me mostrou que esse inferno de neônio não convence.

A Short Hike é simplesmente adorável. A sua ambientação é o que o torna especial, com a atmosfera serena, os amigáveis moradores da ilha e coisas como a trilha sonora calma, os visuais charmosos e a exploração do local. Como o foco da jogatina é a exploração, ela precisa ser boa, e é mesmo. O mundo é um tanto pequeno, mas é aberto e pelo tamanho compacto, andar por ele não é tedioso e fez as atividades secundárias valerem a pena, e não serem algo pra encher linguiça. A jogabilidade também torna o mundo bom de explorar, com uma movimentação satisfatória e a ênfase na verticalidade da ilha complementa as habilidades de voo e escalada da personagem bem. A história pode não ser uma das mais elaboradas, mas tem breves e sinceras mensagens sobre a vida na qual me conectei. A Short Hike pode ser um tanto curto e rapidinho, mas é bem conciso e faz bem o que faz.

Prós: Estilo visual charmoso; Trilha sonora tranquila; Controles satisfatórios; Atmosfera serena; Exploração prazerosa; Conciso; Habitantes charmosos e lições de vida valiosas
Contras: Nenhum que tenha me incomodado

Kirby's Epic Yarn além de ser um dos melhores jogos do Kirby, como também é o meu segundo jogo favorito de todos os tempos, sua arte e gráficos são lindamente charmosos, a trilha sonora é alegre e marcante, sua jogabilidade apesar de não ser como os outros Games da série ainda é ótima, suas fases são bem construídas, variadas e criativas deixando-as com sua própria identidade e as cenas narradas em estilo história infantil são realmente adoráveis, não recomendo para pessoas que querem algo desafiante e sim para pessoas que querem algo diferente, relaxar, que estão começando sua carreira gamer, famílias que tem filhos e não-gamers, se você tem preconceito com este tipo de coisa para crianças, jogue mesmo assim: talvez isso mude sua ideia.

Prós: A narrativa estilo história infantil é charmosa; Sua arte e gráficos são lindos demais; Trilha sonora alegre; Jogabilidade ótima; Level-Design excelente e diversificado.
Contras: Alguns dos desafios dos apartamentos chegam a ser chatos.