Eu gosto muito de títulos. Para mim, uns dos melhores são uma declaração de intenção - a carta proposta inicial de sua razão artística. Jogos que possuem nomes brandos como este tem uma missão díficil. Por qual lente Civilization representa uma civilização? Com um título destes, Humanity promete, de certa forma, tudo.

Como um puzzler, achei extremamente competente - consegui completar todos os puzzles e todos os bônus sem olhar nenhum guia. Sua natureza em constante fluxo requer adaptação em tempo real e um ciclo muito sedutor de ficar aplicando correções e receber feedback imediato do resultado. Às vezes, foca em ser um jogo de ação, e nesses momentos não joga tanto por seus fortes. Ainda assim, sabe misturar gêneros muito bem: em seus melhores momentos, é uma mistura de puzzler e um RTS que recompensa a criatividade do jogador.

Vindo do pessoal por trás de Tetris Effect, não é surpresa alguma a apresentação ao mesmo tempo eficiente e magnífica. Animações inidivualmente simples são multiplicadas pelo efeito das manadas, e a manipulação dessas massas representa alguns dos efeitos visuais mais marcantes que vi recentemente. A trilha sonora me deixa totalmente em casa: minimalismo eletrônico é o tipo de música que amo para me colocar em foco, e também me emociona em como brinca com periodicidade e pequenos momentos explosivos - o quebrar de ondas de um mar imprevisível.

Humanity é a poesia do fluxo. Uma abstração das forças que regem nossa vida, inúmeros movimentos invisíveis capazes de mover bilhões - do introspectivo e espiritual à placas de trânsito ou linhas desenhadas no chão ou em um mapa. Um jogo que se alcunha desta forma obviamente não consegue generalizar tudo, e o caminho pelo qual ele analisa a humanidade é este do direcionamento, do vai e vêm de massas imprevisíveis, do pastoreio necessário para construir algo.