Acho o jogo bem divertido no geral. Ainda mais quando jogo com outros 3 amigos, pois aí o jogo se torna uma confusão intergalática.

Minha ''análise" poderia ser resumida em: Max Payne tem uma história muito boa, atmosfera noir bacana e envolvente, dublagem (em inglês) incrível, gameplay legal, mas com sistema de dificuldade horrível.

Porém, eu decidi que vou dissertar "um pouco" sobre isso.

Uma das melhores coisas nesse jogo é que o modelo facial do Max Payne foi o próprio Sam Lake, que na época era o roteirista do jogo, e hoje é o diretor criativo de qualquer jogo da Remedy. Ver a cara do Max Payne / Sam Lake durante as cutscenes enquanto ele mata trocentos inimigos é ao mesmo tempo engraçado e fodástico. A expressão facial do Max Payne, que parece o tempo inteiro que ele está com uma vontade enorme de cagar ou mijar é icônica. E o fato do Sam Lake ainda conseguir fazer a mesma expressão mesmo depois de mais de 20 anos é ainda mais foda.

Uma coisa que é preciso se atentar é que o Sam Lake realmente só deu o rosto para o Max Payne. Quem dubla ele na versão original (em inglês) é o ator sensacional James McCaffrey, que é um amigo e colaborador de longa data do Sam Lake, e por isso ele dublou personagens dos outros jogos da Remedy.

Uma coisa que até hoje é lembrada e é realmente bacana é a mecânica de bullet time, onde o tempo fica lento e o Max Payne pode atirar em seus inimigos com mais facilidade (e estilo também, quando se ativa o bullet time e logo em seguida dá um pulo pro lado). Isso claramente foi inspirado no filme Matrix, de 1999 (que não inventou isso, mas aperfeiçoou e trouxe para o público geral), e essa mecânica não seria exclusiva de Max Payne nos jogos. Ela também foi utilizada, por exemplo, nos próprios jogos de Matrix e na trilogia F.E.A.R.

Outra coisa legal desse jogo é que a história é contada principalmente por meio de páginas de quadrinhos que estão aos montes no jogo, seja em locais e objetos-chave no cenário, como também em trocas de capítulo.

Esse é um baita jogo, quase excelente na minha opinião, e que felizmente conseguiu seu lugar na história dos jogos. A Remedy mereceu esse reconhecimento.

F para James McCaffrey, dublador de Max Payne, Thomas Zane (em Alan Wake 1), Zachariah Trench (em Control) e Alex Casey (em Alan Wake 1 e 2). Um excelente dublador, que partiu cedo demais. Descanse em paz, James.

Jogo curto, desafiador e divertido.

Superliminal é um jogo em primeira-pessoa de puzzle bem diferenciado. Ele utiliza o tempo ilusões de ótica e muitas vezes se inspira em geometria não-euclidiana, tornando ele um jogo bizarro mas intrigante.

Como o jogo é focado em solução de puzzle, logo é de se imaginar que a todo momento, durante todo o jogo, você estará resolvendo puzzles dos mais variados tipos. E sim, isso ocorre em Superliminal. Porém, o jogo não é apenas sobre isso.

Superliminal traz consigo um enredo que não só explora os sonhos (toda a jornada do protagonista no jogo acontece em sonhos), mas também traz reflexão para o protagonista e ao próprio jogador sobre a vida e o papel de cada um no mundo real.

Assim, haverão momentos em que o jogador (na pele do protagonista) estará simplesmente caminhando pelos mais variados cenários, sejam eles comuns ou surreais, ao som de uma música relaxante de fundo, enquanto o Dr. Glenn Pierce (doutor que te acompanha durante os sonhos por meio de áudio) conversa sobre a vida, frases motivacionais, etc.

O jogo tem uma arte muito bela, algumas vezes simples e outras vezes mais surreais, devido à natureza mais complexa do jogo. Tem vezes que os cenários ficam realmente muito bonitos.

Agora, o que realmente chama a atenção nesse jogo são os sistemas de resolução de puzzle. Você literalmente faz de tudo o que não é convencional: altera o tamanho de objetos para auxiliar na travessia por salas, manipula portas para gerar novas entradas, atravessa labirintos psicodélicos, resolve puzzles baseados em perspectiva, onde o referencial que você atribui pra si modifica o ambiente, etc. Achei isso tudo muito legal, criativo e bonito até, apesar de alguns tipos de puzzles serem repetitivos (e olha que o jogo é curto).

Achei Superliminal muito legal. Ele não é o único e nem foi o primeiro jogo que segue esse estilo surreal, psicodélico, cheio de ilusões de ótica e mudanças de perspectiva, mas ainda assim a maneira como ele propõe puzzles que fogem do convencional e que surpreendem o jogador por serem completamente imprevisíveis me agradou bastante, ainda que seja um pouco repetitivo.

Se a história fosse mais profunda, eu poderia ter gostado ainda mais. Levando em conta o potencial que o enredo desse jogo tem, acho que daria pra ter feito algo a mais. Mas ainda assim, valeu a pena.

Hi-Fi Rush é um jogo de ação baseado em ritmos desenvolvido pela Tango Gameworks (que já desenvolveu a série The Evil Within e Ghostwire: Tokyo).

Até o momento em que esse jogo foi lançado, em janeiro desse ano, eu nem sabia da existência dele. Somente quando ele lançou que eu ouvir falar dele, e eu achei isso muito estranho.

Foi aí que há pouco tempo, durante minha jogatina, que descobri que na verdade, Hi-Fi Rush foi anunciado e lançado no mesmo dia: 25 de janeiro de 2023. Tudo então fez sentido, mas ainda assim continua sendo algo estranho. Eu não me lembro de nenhum jogo produzido por uma desenvolvedora grande que foi anunciado e lançado no mesmo dia. Essa foi uma atitude muito ousada, tão ousada quanto o jogo em si.

Esse jogo, como foi dito anteriormente, é de ação, mas pratica e totalmente baseado em ritmo. Ou seja, o tempo inteiro você estará apertando os botões no ritmo do jogo.

Praticamente todas as ações possíveis do jogo precisarão ser realizadas no ritmo em algum momento da jogatina, seja nas batalhas, seja na hora de pular, seja na hora de se locomover pelos cenários. Porém, essa é apenas a ponta do iceberg.

O cenário sempre está no ritmo da música. As árvores, robôs, mecanismos, etc. O próprio protagonista, quando parado, sempre está estalando os dedos no ritmo da música.

Todas essas coisas são detalhes que podem passar despercebidos caso jogue direto ao ponto, mas são detalhes muito legais que me deixaram muito contente. Isso prova que a Tango se divertiu muito com o jogo, assim como eu e muitos também se divertiram.

O combate do jogo é muito bom e divertido, pelo menos pra mim. Eu tive um pouco de dificuldade no começo em acertar os ataques e os incessantes e onipresentes combos de quick-time events que aparecem em tudo, desde durante as batalhas e nos bloqueios dos ataques até resoluções de 'puzzles'.

Mas com o tempo, fui pegando o jeito e ficou prazeroso, ainda que os combos e os bloqueios fiquem cada vez mais desafiadores.

Algo que é um show (literalmente) é a trilha-sonora. A OST desse jogo é simplesmente espetacular, uma das melhores de todos os tempos na minha opinião. É um rock de muito bom gosto e muito envolvente. Dá pra parar de jogar e só ficar ouvindo a música por um bom tempo estalando o dedo como o Chai (protagonista) faz.

Outro show é a direção de arte. O jogo foi feito com o uso de cel-shading, e eu achei muito bonito. O jogo é muito colorido, dançante e vivo.

Eu curti demais esse jogo, e fico feliz que a Tango tenha se arriscado a fazer esse projeto ganhar vida. Infelizmente muita gente jamais irá jogá-lo, seja por preconceito ou por guerra de console (infelizmente essa desgraça ainda existe). Mas fico feliz que ele conseguiu seu espaço, mesmo que pequeno nesse ano tão concorrido como 2023 foi.

Bob Esponja é o meu desenho ocidental (estou desconsiderando animes) favorito de todos os tempos, é o desenho que mais assisti e ele fez parte da minha vida. Até hoje eu reassisto os episódios mais antigos do desenho, que acho sensacionais.

Como Bob Esponja fez e faz um enorme sucesso, obviamente a Nickelodeon não deixaria passar e investiu em trocentos jogos sobre o Calça Quadrada, e um dos mais recentes é Bob Esponja Calça Quadrada: O Abalo Cósmico, produzido pela Purple Lamp, a mesma desenvolvedora que produziu o remake de 'Battle for Bikini Bottom', de 2020.

Por conta dessa desenvolvedora já ter uma certa experiência com Bob Esponja, já que ela desenvolveu esse remake que citei e ele em si é um bom jogo (apesar de até o momento eu desisti de jogar ele), era de se esperar que 'Abalo Cósmico' fosse bom. Porém, o que a Purple Lamp fez com esse aqui é algo surreal.

O jogo como um todo foi feito com muito amor, dá pra ver que a empresa teve cuidado e esmero em desenvolver um jogo não só fiel ao desenho, mas também com uma história mirabolante, simples, e divertida. O jogo em si é muito divertido (pelo menos pra mim, mais divertido que o remake de 2020).

Ele segue a mesma gameplay do remake de 2020, porém com adições que achei bem bacanas, pois serviram para a história que o jogo quer contar. A ideia de inserir novas dimensões baseadas em episódios icônicos do Bob Esponja foi sensacional, e cada um dos mundos são muito bonitos, cheios de detalhes e fiéis aos episódios que abordam.

Outro show foi a dublagem: o jogo veio dublado com as vozes originais em português, e isso foi espetacular. É muito bom ver que a THQ Nordic (publisher) conseguiu a localização do jogo em português e a dublagem pra esse jogo, coisa que não tem no remake de 2020, e isso torna tudo mais divertido.

Além disso, apesar de esse jogo ser feito para um público mais infantil, ele traz um certo desafio. Ele não é mais um desses jogos mega fáceis para permitir qualquer criancinha de 10 anos zerar sem dificuldade.

Claro, o público-alvo são as crianças, mas o jogo em si não é extremamente fácil, o que poderia tornar a gameplay por parte de adolescentes e adultos entediante. Isso é um ponto positivo desse jogo.

Enfim, eu adorei esse jogo. É visível que a desenvolvedora se divertiu com a produção do jogo e que eles foram muito criativos e cuidadosos em torná-lo um jogo simples mas divertido. Foi muito legal rever Bob Esponja e sua turma em português dublado, e passar por episódios lendários do desenho.

Acredito que vale a pena jogá-lo, caso goste do desenho, até porque o preço do jogo (na Steam) é bem mais barato que a maioria dos jogos, até mesmo aqueles lançados pela própria THQ Nordic em 2023.

Eu não tinha interesse em jogar Alan Wake's American Nightmare, até que durante a minha gameplay de Alan Wake II, descobri que existe uma fina conexão entre ele e American Nightmare.

Após isso, eu percebi que há muito tempo eu já tinha esse jogo na minha conta da Epic Games Store. Assim, depois desse quase alinhamento de planetas, eu comecei a jogá-lo.

Esse jogo foi lançado em 2012, ou seja, 2 anos após o primeiro Alan Wake. Ele é um spin-off, mas que possui importância para a franquia, com elementos de história ocorridos nele que agregam para o entendimento da história de AWII.

Ele possui a mesma jogabilidade do primeiro Alan Wake, com algumas adições, e uma história que ocorre em loops, onde você acaba refazendo os mesmos passos, atravessando os mesmo cenários e fazendo as mesmas coisas múltiplas vezes. Porém, isso faz parte da história, isso faz total sentido.

O que ainda é ruim, mesmo fazendo sentido, é que como o combate (pelo menos pra mim), é muito repetitivo e chato, o jogador acaba tendo que derrotar hordas e hordas de inimigos repetidas vezes, com hordas novas surgindo no lugar de outras, com mais inimigos mais difíceis, tornando o combate não muito prazeroso.

A história é bacana, e o jogo já traz sinais de como a história da franquia é / será contada de uma maneira não tradicional, coisa que foi utilizada e extraordinariamente aprimorada em Alan Wake II.

Isso mostra que Sam Lake e a galera da Remedy já tinham muitas ideias interessantes sobre o universo de AW e já tinham vontade de implementar maneiras diferentes de contar a história, mas que até então infelizmente não tinham como fazer.

Esse jogo não é necessariamente obrigatório para entender a história de Alan Wake II, mas pra quem deseja um entendimento completo sobre tudo relacionado, vale a pena jogar, até porque ele é um jogo curto.

Eu não curto muito jogar walking simulators. Eu acho bem mais interessante assistir gameplays de jogos desse tipo do que de fato jogar.

Porém, como eu me lembrei que eu tinha esse jogo na minha conta da Epic Games Store, já que em algum momento ele ficou gratuito (nem me lembro quando foi isso), eu decidi dar uma chance a ele, até porque eu já tinha noção há alguns anos que a história desse jogo foi muito bem recebida por muitos que o jogaram.

Foi uma experiência legal, apesar de não ser exatamente o jogo que me divertiu realmente, pois de fato não curto muito esse tipo de jogo.

A história realmente me interessou, os gráficos são muito bonitos, ainda mais levando em conta os cenários belos de florestas densas, rios, montanhas, o pôr do Sol, etc.

A trilha sonora também me agradou, ajudando no clima de mistério do jogo e também na atmosfera dele nos momentos de simples caminhada por paisagens bonitas.

Foi um jogo confuso pra mim em vários momentos, pois requer uma exploração do mapa para solucionar os quebra-cabeças dos diversos casos do jogo, e essas resoluções acabam precisando de uma ordem correta para funcionarem.

Pra mim, é um jogo legal, principalmente pela história, cenários e atmosfera, que em determinados momentos flerta com o terror. Mas ainda assim, não é um jogo para todo mundo.

This review contains spoilers

Alan Wake II é uma obra-prima, um dos melhores jogos de 2023 e um dos melhores jogos de todos os tempos. Esse jogo é um exemplo definitivo de uma continuação melhor que o primeiro jogo em todos os aspectos.

É uma experiência única, que entretém, amedronta, choca, alegra e surpreende do início ao fim. Desde a primeira até a última cutscene, o jogo surpreende o jogador de inúmeras maneiras diferentes.

Este é um dos jogos mais autorais já feitos na história, e é a prova cabal de que Sam Lake merece estar ao lado de Ken Levine, Hideo Kojima e Shigeru Miyamoto em qualquer lista de 'Diretores de jogos mais importantes'.

Alan Wake II é um jogo de survival horror. Isso por si só já torna ele muito diferente do primeiro jogo, que era de suspense e ação/aventura. Claro, o primeiro jogo possui vários elementos de terror, e o enredo em si é de terror, mas o jogo não traz de fato uma atmosfera tensa e inimigos amedrontadores. Agora, Alan Wake II possui tudo isso.

O fato do jogo ser um survival horror com inspirações claras nos últimos remakes de Resident Evil e na franquia Silent Hill é algo que agradou não só a mim, como a muita gente que não curtiu o combate do primeiro jogo.

O combate de Alan Wake II é muito menos frequente, com menos hordas de inimigos, que contém inclusive menor número de inimigos por horda, diferente do jogo de 2010, que possui hordas e hordas de inimigos o tempo todo, e muitas delas contendo vários inimigos.

Outra coisa que mudou (obviamente) é a atmosfera. O jogo tem uma atmosfera intimidadora, tenebrosa e densa, o que colabora com o horror do jogo. Alan Wake II possui diversos jumpscares ao longo do jogo, onde alguns acabam sendo previsíveis ou não efetivos. Porém, a esmagadora maioria dos jumpscares foram efetivos e bem feitos, me trazendo sustos genuínos.

Nesse jogo, você controla dois personagens: Alan Wake, escritor de livros de ação e terror, que em 2010 desapareceu misteriosamente na 'pacata' cidade de Bright Falls, e Saga Anderson, agente do FBI enviada para Bright Falls para investigar uma série de assassinatos ritualísticos ocorridos nos arredores dessa cidade.

Cada um deles possui suas próprias missões, seguindo livros diferentes (escritos por Alan Wake), contendo gameplays diferentes, mecânicas diferentes, e a princípio, objetivos diferentes.

Na gameplay da Saga, você investiga os cenários, NPCs, objetos, documentos, entre outras coisas, para coletar informações relevantes para assim solucionar os vários casos nas quais ela se envolve durante o jogo. Ela, por meio de seu 'Lugar Mental', um local não físico dentro da mente dela, consegue juntar as peças coletadas em suas investigações para resolver os quebra-cabeças da história, analisar os perfis dos personagens do jogo, entre outras coisas.

Já Alan, por meio de uma lâmpada de anjo, consegue alterar certas áreas dos cenários com o uso da luz, trazendo novas oportunidades de exploração. Além disso, Alan consegue modificar os ambientes por meio de sua máquina de escrever.

Tanto as seções de investigação de Saga quanto as mudanças de cenário e de enredo de Alan são incríveis e muito bem vindas, adicionando positivamente ao survival horror que o jogo tem.

O enredo é espetacular, pelo menos na minha opinião. É muito bem escrito e amarrado, a ordem nas quais as coisas acontecem nem sempre é linear e as reviravoltas são chocantes.

Uma outra coisa excelente do enredo é que ele é confuso. Você precisa prestar atenção o tempo todo nos diálogos dos personagens, nas cutscenes, ler atentamente as centenas de documentos do jogo, as pistas e tudo que o jogo apresenta, pois é fácil se perder.

Porém, não é apenas você quem fica confuso: os próprios personagens do jogo estão confusos com tudo que está acontecendo. Ou seja, não fique preocupado caso se sinta perdido com o amontoado de informação, pois os personagens também estão.

Esse jogo também possui muita metalinguagem, que adiciona mais ainda ao jogo como um todo.

Inclusive, esse jogo possui diversas cutscenes em live-action, com os atores reais que interpretam os personagens, e isso é algo incrível.

Todas as atuações são boas, principalmente a de Ilkka Villi e Matthew Porreta como corpo e voz de Alan Wake respectivamente. Eles arrebentam no jogo: Alan parece um personagem realmente vivo e real, com múltiplas camadas. São atuações de muita classe, dignas de prêmios.

A atuação de Melanie Liburd (Saga Anderson) é boa também, principalmente na reta final. Porém, pelo menos pra mim, a Saga, na maior parte do jogo, tem uma expressão de blasé, ou com pouca expressão mesmo, o que pra mim foi um desperdício, pois a Saga é uma personagem fundamental para o jogo.

Por isso eu fico triste em ver que Ilkka Villi não foi indicado para o The Game Awards na categoria de performance, pois ele merecia a indicação. Mas enfim, desde quando o The Game Awards de fato foi correto? Pra mim, nunca foi.

Os gráficos desse jogo são surreiais, e um dos melhores gráficos da atualidade. Alan Wake II é um jogo genuinamente de nova geração. Sua engine, a Northlight (engine da Remedy que também foi usada em Quantum Break e Control) também é excelente.

A trilha sonora desse jogo é outro show a parte. Cada música traz uma tensão que se encaixa perfeitamente quando necessário, contribuindo pra atmosfera de terror do jogo.

As outras músicas do jogo, feitas especificamente para ele, e que aparecem nos finais de cada capítulo, são muito boas, mas aí eu já acho que é o gosto de cada um.

Esse jogo foi lançado com problemas. Foram muitos os bugs presenciados pelos jogadores, seja no PC, PS5 ou XBS / XBX. Bugs desde personagens fazendo t-pose, ou bugs envolvendo as legendas até bugs que impedem a conclusão de uma missão.

A Remedy está trabalhando muito para corrigir o máximo de bugs possível, e eu vi isso durante minha gameplay, já que eu joguei ele durante quase 2 semanas, jogando lentamente. Assim, eu acredito que até o final de 2023, o jogo já esteja com quase todos os bugs corrigidos. Se não estiverem, aí é outra história.

O grande problema desse jogo, na minha opinião, é que ele é MUITO diferente de qualquer jogo que já existiu. Ele é muito autoral, requer um entendimento do primeiro jogo, que é um jogo muito conhecido, mas pouco jogado, e ainda requer conhecimentos básicos do jogo Control, de 2019, que faz parte do universo de AW, para caso o jogador queira entender tudo sobre a história.

Além disso, o fato de ele ser um survival horror, ao invés de um ação/aventura tradicional, é um outro impeditivo.

Por conta desses e outros motivos, esse jogo infelizmente não conseguirá todo o reconhecimento que merece. Muitas pessoas que poderiam amar esse jogo vão simplesmente ignorá-lo por diversos motivos, muitos deles não sendo lógicos.

Ainda assim, pra mim, esse jogo é uma verdadeira obra-prima. Uma aula magna de game design, uma aula de como construir uma excelente história e uma atmosfera de terror genuína, uma aula de direção de arte, uma aula de edição de som, uma aula de trilha sonora, e uma aula de como fazer um jogo.

Alan Wake II é meu GOTY de 2023, e um dos meus jogos favoritos da minha vida. Uma experiência incrível e inesquecível.

Alan Wake é um exemplo perfeito de como um jogo incrível pode ser ignorado por anos e anos.

Esse jogo foi originalmente lançado em 2010, e ele não foi um sucesso, como Sam Lake, diretor criativo da Remedy, já confirmou. Inclusive, na época, notícias indicavam que Alan Wake foi um (ou o) dos jogos mais pirateados do Xbox 360 em 2010, para a tristeza da Remedy.

Ainda assim, o jogo foi muito bem recebido pela crítica e público. Porém, esse jogo não é perfeito (não que exista jogo perfeito, mas você me entendeu).

A história de Alan Wake é um das coisas mais incríveis que eu já vi, não só em jogos, mas em qualquer outra coisa. É uma história complexa, e por vezes confusa, que requer muita atenção para ser entendida, mas que quando entendida, recompensa o jogador.

Ela é genial por inúmeros motivos, desde a maneira como ela é contada no jogo, como a metalinguagem existente nela e as referências óbvias em diversas coisas, desde livros e pessoas reais a filmes e séries.

Outra coisa ótima nesse jogo são as trilhas sonoras do jogo. Tanto a OST quando as músicas inseridas nos intervalos entre cada capítulo do jogo são excelentes e combinam com a atmosfera de cada capítulo do jogo.

O único problema desse jogo para mim (e pelo que vi, pra muita gente também) é o combate. Os combates desse jogo são muito frequentes, e em todos eles, vários e vários inimigos surgem para você derrotar. Tudo isso aliado aos controles não tão bons assim acabam deixando os momentos de combate repetitivos e chatos, fazendo com que eu, por exemplo, fique sempre doido para que a próxima cutscene venha logo.

Esse jogo é muito bom, principalmente a história, direção de arte, trilha sonora e gráficos (que não abordei, mas são muito bons). Felizmente, 13 anos depois, a sua sequência é lançada, e ela é arrebatadora.

Ghostwire: Tokyo, lançado em 2022, é o segundo e último jogo FPS produzido pela parceria Bethesda x Sony, sendo o primeiro Deathloop, de 2021. Porém, Ghostwire é um jogo MUITO diferente de Deathloop. Na verdade, esse jogo é MUITO diferente da maioria dos jogos FPS, ao mesmo tempo em que também tem muitas semelhanças com outros jogos desse tipo.

Ghostwire não foi o primeiro jogo a utilizar a mecânica de gestos para gerar magias e/ou ataques: Arx Fatalis, jogo produzido pela Arkane Studios (que criou Deathloop) e lançado em 2002, já trazia algo semelhante.

Porém, mesmo não sendo uma mecânica nova, a maneira como ela é utilizada no jogo é muito bacana e serve realmente como um diferencial, já que diferente de 98,5% dos jogos FPS (não me pergunte de onde tirei essa porcentagem), Ghostwire não possui um combate por meio de armas de fogo, ou pelo menos armas que se assemelhem a isso. O mais próximo de uma arma mais tradicional de jogos FPS é um arco e flecha, mas que não é apenas um arco e flecha comum, mas sim um arco e flecha mágico.

Outra parada bacana que traz um diferencial para esse jogo é que os inimigos são baseados no folclore japonês. De novo, isso não é algo novo no mundo dos jogos, mas ainda assim é algo muito legal na minha opinião.

A história não me foi muito interessante, apesar da relação de parceria entre Akito e KK (os dois protagonistas desse jogo), que é bem feita.

Achei esse jogo bem legal, ainda mais pelo fato que eu joguei ele de graça, pois ele esteve gratuito no mês de outubro pela Amazon Prime Gaming. Apesar da reta final do jogo ser meio maçante e os últimos chefes serem chatos, eu achei uma boa experiência, mas que não é pra todo mundo.

Vários meses atrás eu completei este jogo, no PS4, e eu tinha achado ele um dos jogos mais chatos, repetitivos, desproporcionalmente difíceis e irritantes que já joguei. Agora, em outubro, eu decidi me aventurar nesse mesmo jogo, porém agora no computador e no mouse e teclado.

A esmagadora maioria das coisas que eu comentei (e reclamei) na minha 'análise' quando joguei no PS4 continuam iguais. Ou seja, de fato eu realmente não gosto desse jogo. Desde a história chata e forçada até a gameplay repetitiva e difícil.

O jogo segue a mesma base de gameplay do Wolfenstein II, o que pra mim é algo muito positivo, pois Wolf II é meu Wolf favorito. Porém, o fato do jogo ser feito intencionalmente pra coop e a IA da 2° personagem que te segue durante todo o jogo não ser boa, salve algumas ocasiões, atrapalha muito na gameplay.

As missões são chatas e repetitivas, é muito vai e vem nos mesmos lugares, enfrentando os mesmos inimigos que dão respawn toda vez que você volta a uma área do mapa, e as missões não são muito variadas e não dão um senso bom de dever cumprido.

Além disso, os inimigos mais complicados são extremamente difícies e demorados de derrotar. Por serem inimigos menos numerosos e 'chefes' ou 'sub-chefes', é de se esperar que eles proporcionem um desafio maior que os inimigos comuns.

Porém, a dificuldade deles é acima do normal esperado pra eles. É algo chato, frustrante, e que fica pior quando se leva em conta que o jogo não possui sistema de save manual para salvar onde quiser, que existe em Wolf II e foi muito bem vindo, o que te faz repetir a missão toda caso perca todas as suas vidas.

Algo que adiciona ainda mais dificuldade e frustração é que se você for jogar sozinho, você estará a mercê da IA tenebrosa da personagem que te segue no jogo, que era pra ser de seu amigo, caso jogasse em coop contigo. É horrível estar na dependência de sua companheira no jogo pra te salvar da morte quando a IA dela é muito ruim quase sempre.

A única coisa que pra mim foi um tiquinho melhor nessa minha experiência no PC em relação à minha outra no PS4 é que pra mim, jogar no mouse e teclado tornou mais suportável.

Esse jogo foi um baita erro da MachineGames. Ao invés de fazer um jogo desse, que sinceramente nem adiciona muita coisa relevante pra franquia, e esse jogo pra mim nem deveria existir, eles poderiam ter apenas focado no Wolfenstein III, que já foi anunciado há alguns anos e que ainda está em desenvolvimento em sigilo, já que a MachineGames também está desenvolvendo um novo jogo do Indiana Jones.

Eu só espero que ela consiga trazer um excelente Wolf III. Se ela não conseguir, então nem sei o que esperar da franquia no futuro bem distante.

Pelo que eu me lembro, eu consegui esse jogo de graça na Steam há mais de dois anos. Ano passado, eu decidi jogá-lo, mas acabei desistindo dele bem rápido. Foi somente semana passada que eu decidi dar uma nova chance pro jogo e, finalmente, consegui completá-lo.

Uma das primeiras coisas que eu reparei nesse jogo após jogar as primeiras horas é que esse jogo seguiu a mesma linha de Uncharted, que se inspirou nos jogos antigos da franquia Tomb Raider. Porém, existem diferenças gritantes entre um jogo e outro, e não necessariamente levando em conta que são franquias diferentes.

Tomb Raider é um jogo muito visceral, com uma atmosfera mais tensa, como se de fato a Lara Croft estivesse vivendo um 'inferno na Terra'. A violência é muito alta, e a Lara pode morrer de maneiras cada vez mais pesadas e bizarras.

Isso pra mim é uma coisa que não curti muito. Claro, eu nunca joguei nenhum Tomb Raider anterior a esse, então talvez faça parte da franquia a alta violência e eu nem saiba disso. Mas, ainda assim, acho o jogo violento demais. Eu realmente me incomodei com as múltiplas atrocidades que o jogo apresenta nos cenários, nas mortes de personagens, fins trágicos de outros personagens, e até mesmo as mortes grotescas e bizarras que os NPCs dos cenários sofreram. Tudo é muito forte, e não acho que combine com esse jogo.

Claro, o próprio Uncharted 1, que joguei, tem violência. Mas não é do mesmo nível que Tomb Raider (2013).

Outra coisa que me incomodou muito é o controle da personagem. Várias vezes o jogo não reagia bem aos meus comandos, e piorava mais ainda quando era momento de batalhar contra inimigos.

A história não me foi muito interessante, porém a exploração foi. Os momentos de escalada, de resolução de puzzle, a coleta de recursos e a própria exploração dos mapas foi bem divertida, apesar dos controles e a violência terem estragado um pouco a experiência.

Achei o jogo bem mediano. Talvez eu jogue a continuação, já que eu a obtive de graça também na Epic Games Store.

Uma experiência imersiva sensacional e emocionante. Desde a história até os gráficos, gameplay, cenários e etc. Um jogaço em todos os sentidos. Valeu a pena cada centavo e minuto gasto.

Eu não curto muito esses jogos plataforma que muitas vezes são pixelados com elementos de roguelike e/ou metroidvania. Assim como eu não curto souls-likes e jogos que, de um modo geral, utilizam da alta dificuldade como cerne do jogo.

Apesar disso, existem algumas excessões. No caso dos jogos souls-likes, eu adoro Nioh e Nioh 2, e considero eles um dos meus jogos favoritos. E no caso dos jogos de plataforma pixelados de alta dificuldade com elementos de roguelike, a excessão é Katana Zero.

O jogo tem uma arte bacana (eu não curto pixelart, mas a arte desse jogo é bacana mesmo) e bem detalhada. A história me foi interessante, porém o final do jogo não me agradou tanto pela maneira que o jogo foi encerrado.

O jogo é muito desafiador, tanto que eu desisti de jogar ele por 1 dia pra tentar de novo depois 3 vezes durante essa última semana.

Não é que eu não goste de desafio. Eu citei o caso de Nioh 1 e 2, que me agradaram demais, mesmo sendo muito difíceis. Outros exemplos são as dificuldades mais difíceis de Dishonored 1 e 2 e a dificuldade 'Eu sou a morte encarnada' do Wolfenstein 2, que me proporcionam um desafio que me agrada (já que eu particularmente sou fã de FPS).

Porém, como eu não curto esse tipo de jogo que Katana Zero é, a experiência acaba não sendo a mesma que a de muitos outros. A alta dificuldade acaba me estressando.

O jogo é bem curto. Eu completei ele em 5 horas, mas vejo que na média, o jogo dura 2-3 horas jogando pela 1° vez. Eu achei essa duração ótima, pois se ele fosse mais longo, as chances de eu acabar largando o jogo incompleto seriam altas.

Eu soube que esse jogo tem uma DLC de história em produção desde que o jogo foi lançado em 2019, além de que há um interesse por parte do criador do jogo em produzir sequências. Talvez, se essa DLC sair, eu jogue. Achei uma boa experiência.