15 Reviews liked by vsfcelo


Achei que esse jogo seria algum diferencial da Ubisoft, mas não é nada mais que um Zelda cheio de elementos do Far Cry e Assassin's Creed.

O visual é estranho de início, mas mais bizarro mesmo são os diálogos, somado ainda a dublagem, que não salva nem isso. O jogo é simplesmente pegar armaduras, coletar 5 mil itens de cada tipo para upar suas ferramentas, vida, fôlego, etc.

Tem puzzle para tudo, muitos são simples, outros na verdade são chatos e repetitivos. O combate de ínicio é bem limitado em certos aspectos, isso porque o jogo oferece DIVERSAS árvores de habilidades, e como na maioria dos jogos de hoje em dia, muita coisa ali é inútil.

O prólogo serve para te ensinar o jogo, então prepare ai algumas horas, porque tem muita, mas muita coisa. Bugs você vai encarar com frequência, aliás eu desisti porque porque tem missões que não explicam quase nada sobre o objetivo e de quebra os ícones no mapa, não te ajudam a localizar em nada, as vezes te mandando para áreas em que não era para ir, tipo enfrentar um boss com a barra do tamanho do comprimento da sua tela (aliás copiado do AC Odyssey, né dona Ubisoft preguiçosa).

Os mundos não tem nada cativante, apenas vários, mas vários inimigos que te atrapalham demais, e são muito mas muitos mais fortes que você.

Eu realmente não tenho saco para gastar 40 horas nesse jogo, nada me empolgou para dar continuidade.

CARALHO!!!!!!!!!!!!!

CARALHO, LARIAN!!!!!!!!!!!!!!!

50 horas de jogo depois e aqui vai meu veredito: dos dois últimos ACs esse com certeza é o que mais se aproxima do que o Origins foi pra mim, porém é um jogo grande demais, então por esse motivo vou deixar ele de lado pelo menos por algum tempo e jogar outras coisas que estão na fila.

Se existisse um paraíso para todos aqueles que amam hack and slash, ironicamente encontrariam seu Éden enquanto fazem demônios chorarem ao serem trucidados.

Devil May Cry 5 não só encerra com maestria uma franquia já consolidada há muitos anos, mediante a grandes acertos e jogos que sequer merecem ser citados, mas também define o gênero em que está inserido, se firmando como seu suprassumo.

Absolutamente tudo beira a insanidade. O grau estupidamente elevado de estilo em cada ação e cenas extremamente exageradas, mas charmosas, a variedade bizarra de jogabilidade dentre todos os personagens jogáveis, além da pornográfica trilha sonora que te mantém dopado de adrenalina quanto maior a fluidez dos seus combos.

Devil May Cry 5 é insano.

Tanto fãs de longa data quanto visitantes de primeira viagem irão se sentir abraçados.

Além de resgatar e manter todos os pontos mais interessantes e memoráveis espalhados por toda a franquia, as novas armas e formas de se jogar agregam muito valor ao conjunto, recompensando todos os tipos de jogadores.

A vontade quase que instantânea após os créditos finais de querer rejogar todas as missões novamente é real, e é um perigo.

Revisitar esse jogo constantemente é um evento canônico para todos que o amam, e claro, o farei sempre que eu sentir falta de toda essa insanidade.

Olhar para Signalis é ver todas as suas influências, clássico RE, Silent Hill e uma série de outras. Ele pega pedaços dessas influências e as combina em algo novo e original. Embora a jogabilidade de Signalis se assemelhe mais a RE, o tom é muito mais Silent Hill. A arte é espetacular, pegando todo o charme e atmosfera de uma estética 3D.

Uma coisa que gostei muito em signalis é o seu inventário limitado forçando você a fazer escolhas difíceis sobre quanto equipamento carregará e quantas viagens repetidas fara em áreas perigosas. A jogabilidade principal não é a ação/furtividade ou os puzzles (embora existam muitos) É o processo de fazer decisões e a estratégia de como você aborda cada situação. Vou trazer muitas armas e munições? O combate será fácil, mas talvez eu não tenha espaço para itens de cura. Vou andar por aí com um estoque quase vazio? Perigoso, mas posso tentar evitar o combate, e tentar pegar varios itens e nunca mais precisar voltar para lá. Posso dizer que isso cria uma tensão constante enquanto você luta para planejar suas excursões em cada sala.

Tambem vou ressaltar a força que signalis tem em seu cenário. O mundo misterioso e de ficção científica é incrível e honestamente, foi uma delícia. Naves espaciais acidentadas a seres totalmente tenebrosos semelhantes a andróides e outras coisas que só podemos sonhar em ter um dia na vida real. Signalis tem tudo, e também acerta tudo. O cenário também é complementado com maestria tanto pela trilha sonora quanto pelo visual do jogo.

Mais uma coisa importante: e o terror? Afinal, o jogo é vendido como um jogo de terror de sobrevivência, então como ele se sai nisso?
Bem, na minha opinião, é ótimo, mas é importante ressaltar que esta NÃO É UMA EXPERIÊNCIA ASSUSTADORA, ou pelo menos não foi para mim. O jogo não tenta assustá-lo, especialmente com táticas baratas de jumpscares. Os elementos de terror aqui residem novamente em seu cenário e na tensão criada pela atmosfera

Bom, se você quer uma história de terror de ficção científica sobrenatural com garotas apaixonadas de oito horas, esse é o melhor.

Resumindo, virei uma grande fã desse jogo. Espero que esta review tenha ajudado a esclarecer por que exatamente eu gostei tanto dessa experiência perturbadora e emocionante♡

E não se esqueça da promessa.

Existem jogos que foram feitos para revolucionar, criar novas tendências, tirar a mesmice da comunidade e mostrar que ciclos são feitos e produzidos através de pequenas ou grandes alterações. Porém, existem jogos que seguem o caminho oposto, tentam se manter com a atual tendência e ao que parece acabam marcando bem mais do que os “revolucionários”.

Pode parecer estranho começar com um comentário como esse, mas Signalis entra diretamente no topo da segunda opção, pois o jogo não tem nenhuma novidade ou algo que vai deixar muita gente surpresa ao ponto de grandes empresas se espelharem e desenvolverem uma quantidade absurda de jogo idênticos e isso pode parecer uma critica ou um tipo de ataque, mas é algo muito mais íntimo, pessoal e extremamente positivo.

Na minha visão, o gênero de terror está passando por uma das maiores estagnadas criativas desde sua popularização e a situação tem se mostrado real quando a maioria dos títulos tentam buscar gráficos e gameplay, apagando dois fatores que são essenciais para o gênero: enredo e diversão.

Curiosamente, assim como no FPS o surgimento de um subgênero parece segurar toda a última linha de salvação, sendo essenciais para a continuidade de uma pequena paixão não só minha, mas de uma comunidade em amplo crescimento.

A ideia de jogos de terror com ampla influência dos clássicos como SH e RE me faz vibrar de maneira positiva, o que é bem estranho quando penso no meu desinteresse em relação aos dois citados anteriormente, porém por algum motivo esses jogos em desenvolvimento me capturaram de maneira exemplar, sendo praticamente impossível retornar ao meu ‘EU’ antigo.

Como comentei, Signalis não tem nada revolucionário, sua gameplay tem o estilo extremamente clássico com o sistema estranho e “bagunçado” sendo justamente um dos responsáveis pela vontade de zerar várias vezes. Inclusive, acredito na possibilidade de jogar sem matar ninguém, sem usar certas armas e sem tomar dano, mas isso vou deixar para quando jogar novamente futuramente.

Em relação aos puzzles, posso dizer que o nível é fácil/médio, ou seja, não temos uma dificuldade extremamente fácil ao ponto de ser chato e muito menos nada que vá nos deixar presos em um ambiente, porém pode surgir dificuldades em momentos que ocorrem a mistura de outros idiomas, o que também já é difícil graças a falta de legendas em PT-BR.

O enredo é uma apreciação a parte, gerando dificuldade para comentar sem parecer um spoiler ou algo mais pessoal, então acho que posso resumir tudo como algo subjetivo, onde cada jogador planta e colhe as ideias que desejar e mesmo com vários vídeos, comentários e discussões cada um vai encontrar seu ponto de satisfação.

O ambiente que somos inseridos também não causa tanta surpresa, mas consegue atender muito bem e passa o que deve ser transferido de maneira rápida e pouco bagunçada. As soundtracks presentes se relacionam com o todo e o estilo adotado me deixou bem satisfeita e até um pouco surpresa, mas não é algo marcante ao nível absurdo da coisa.

A combinação de todos os fatores leva Signalis a um dos melhores lançamentos de 2022 e também a ser um dos melhores do subgênero com poucos polígonos e isso me deixa bem feliz, pois espero que muitos outros desenvolvedores olhem e parem de desejar revolucionar algo a cada momento, pois as vezes tudo o que queremos são jogos com um sistema harmônico e divertido.

O melhor jogo da franquia Far Cry (Should I Stay or Should I Go?).


Aqui é de longe o maior acerto da Ubisoft na franquia "Far Cry".
Após consolidar a franquia com Far Cry 3, a Ubisoft adotou um padrão de história a ser seguido (Tanto que até hoje eles repetem a mesma história e o mesmo estilo de jogo do Far Cry 3). Far Cry 4 consegue entregar a melhor e mais bem desenvolvida narrativa de toda a franquia (É muito imersivo o fato de você tomar o rumo das missões e de como elas impactam no desenvolver da narrativa. O jogo consegue dividir você com dilemas morais bem atuais fazendo você questionar qual o verdadeiro lado bom da história).

O mundo aberto é incrivelmente imenso, sendo absurdamente bem desenvolvido, detalhado e imersivo, com uma fauna e flora que abrilhanta o game. Além disso o game contém inúmeros conteúdos secundários interessantes (Coletar as "thangkas" para transcender para Shangri-La por exemplo).

O jogo só perde para seu antecessor, Far Cry 3, no quesito PROTAGONISTA. Pra mim Jason Brody é muito mais interessante e carismático do que Ajay Ghale (Tipo assim, o Ajay nem tem falas direito, e as falas dele são totalmente genéricas, se a motivação inicial do jogador não fosse tão bem amarrada na narrativa o jogo cairia muito).

Outra coisa que só reparei agora re-jogando é que a dublagem PT-BR aqui é beeeeeeeeeeeem mais ou menos. Incontáveis os momentos que a emoção da dublagem não condiz nada com o NPC ou personagem.

Bons personagens, tá aí algo que este jogo é carente. Tirando o vilão principal e as duas cabeças do caminho dourado, não tem nenhum personagem que abrilhante tanto o jogo (Nem você mesmo, protagonista). Focaram tanto em desenvolver um bom vilão ditador que simplesmente esqueceram de pensar no protagonista.

PRÓS:
- Mapa imenso e lotado de conteúdo.
- Ambientação, cenários e gráficos PERFEITOS.

CONTRAS:
- Protagonista CHATO.
- Modo Co-Op fraco.

Chatinho.


O jogo tem a mesma base do CS 1.6, sendo até BEM IGUAL em quase todos os aspectos de gameplay. Counter Strike Condition Zero tem como foco os pequenos objetivos que você precisa cumprir durante os mapas (Seja matar um número x de inimigos, ou terminar um round em menos de tantos segundos).

Até era uma ideia legalzinha mas tudo fica repetitivo tão rápido que não dá nem vontade de continuar (Os objetivos que você precisa cumprir pra passar de mapa são quase todos igual e genéricos).

Fora isso o jogo continua com todos os pontos positivos que o CS 1.6 tem, já que são praticamente o mesmo game.

PRÓS:
- IA desafiadora.

CONTRAS:
- Objetivos a serem cumpridos são repetitivos e genéricos.


Um dos jogos com o level design mais satisfatório que já joguei.

Esse foi o primeiro DOOM que peguei para zerar na vida (Eu já tinha começado o primeiro DOOM antigamente mas a dificuldade sempre me fazia desistir) e minha experiencia não poderia ter sido melhor.

O ponto alto do jogo, além da jogabilidade fluida e responsiva, são os puzzles que fazem você passar de fase. É tudo muuuuuuuito bem pensado, com inumeros segredos e areas secretas para explorar. O level design do jogo é simplesmente brilhante BEIRANDO O SATISFATÓRIO. (O jogo usa as proprias limitações da época duma forma inteligente).

Senti falta de um mapa útil e a forma que as armas são organizadas não são as melhores pra jogos atuais. Fora isso o jogo tem 0 trilha sonora, porém os seus efeitos sonoros consegue passar uma vibe de suspense a todo tempo.

O jogo é tão bom que eu até relevei as mortes totalmente troll do jogo que você só consegue passar na tentativa e erro :)


PRÓS:
- Jogabilidade e level design magníficos.
- Envelheceu bem.

CONTRAS:
- Falta um multiplayer.
- Mapa caótico.

Veredito: Não esperava que fosse ser tão bom.

Murder of Sonic é um mistério de assassinato para crianças: é fácil, os diálogos são infantis, e a influência mais óbvia que vejo é Ace Attorney. Ao mesmo tempo é um jogo do Sonic: o estilo visual é LINDO PRA CARALHO, e todos os personagens da franquia têm o carisma que trazem de outros jogos. Também é um spinoff de orçamento baixo: é curto, de graça, foi feito por poucas pessoas e relativamente desconhecidas, e não é um plataforma de velocidade.

O mais importante é que gostei dele mais do que esperava e que é o 1º spinoff de Sonic que cai nas graças da galera, pelo menos se for levar pelo meu círculo - quem eu sigo no Backloggd, comentários aleatórios que vi na internet e uns outros poucos fãs de Sonic que conheço. Fico feliz de ver que a comunidade está mais aberta a spinoffs da franquia.

Achei que fosse ser só um "pô, maneiro, mais um fã-game oficializado, e dessa vez é um spinoff zoando o 1º de abril" e recebi uma aventura gráfica de apontar-e-clicar bem gostosinha e cheia de amor pela franquia e personagens, com um final insanamente melhor do que eu podia imaginar.

Veredito: O ápice dos jogos retrô, absoluto e indiscutível.

A onda indie dos anos 2000 e 2010 trouxe jogos de orçamento relativamente baixo que são absolutamente incríveis, e que as grandes empresas da época jamais teriam coragem de fazer. Boa parte deles fortemente inspirados pelo Nintendinho, Mega Drive e Super Nintendo: Shovel Knight é maravilhoso, Super Meat Boy é excelente, Spark e Freedom Planet são ótimos também, Hollow Knight é simplesmente imaculado e perfeito... Só pra citar os mais óbvios.

Mas pra mim nenhum chega aos pés deste aqui.

The Messenger não é só "bom".

Super Mario Bros 3 é bom.
Donkey Kong Country é bom.
Dynamite Headdy é bom.

The Messenger é o suprassumo da foderosidade, é o topo do pico do cume da montanha voadora mais alta com uma escada infinita em cima, é um jogo que acontece quando você pega o orgasmo mais intenso do sexo mais gostoso com a pessoa mais tesuda que você conhecer e mistura esse orgasmo com um puta sorvetão enorme de amarena em cima e menta em baixo, com cobertura de chocolate e paçoca no topo. É churrasco na praia com os seus melhores amigos, a galera mais divertida e alto-astral, o queijo coalho mais bem preparado com a cerveja mais gelada, a água do mar limpinha com as ondas mais intensas pra tomar os tombos mais hilários, para depois todo mundo fazer um luau com marshmallow e rir juntos no fim do dia.

The Messenger é um jogo de ação e plataforma 2D simplesmente FODA. Tudo nele é FODA. A história é hilária e mindblowing ao mesmo tempo, os diálogos são mais bem escritos que os melhores livros de comédia/filosofia, as mecânicas e as fases são mais bem polidas que a superfície do carro do Ayrton Senna, a tradução pt-BR é simplesmente a melhor que já vi na vida, o mundo é absurdamente bem construído e amarrado. A música de The Messenger MEU DEUS A MÚSICA DE THE MESSENGER não é deste mundo, eu me recuso a acreditar que um chiptune tão absurdo e perfeito foi composto por um ser humano terráqueo.

Cara, CADÊ O DEFEITO DESTE JOGO????

Você até pode não gostar de The Messenger, é seu direito. Assim como você pode não gostar de sorvete. Tudo bem, você tem todo o direito de estar errado. E eu hei de defender esse direito seu até a minha morte!
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PS: Me pergunto se alguém que não me conhece vai ler esse último parágrafo e achar que falei sério. XD

Veredito: História bem qualquer coisa e jogabilidade tão ótima quanto o original.

Depois de zerar The Messenger, um cantinho da Loja te dá a opção de jogar esta expansão grátis.

Já aviso logo: a história de Picnic Panic é toda de qualquer jeito, só uma desculpa esfarrapada pra você jogar mais umas fases. Inclusive com alguns personagens ficando descaracterizados e rolam umas paradas meio toscas e problemáticas de vudu = magia negra. Ser só uma desculpa não seria problema, se o original não tivesse uma história TÃO MANEIRA, e se o jogo não criasse expectativas falando que é "uma linha do tempo alternativa onde os vilões venceram, e que deve ser evitada a qualquer custo". Então já abaixa aí o seu hype quanto aos diálogos e ao universo, que é o melhor que tu faz.

Agora, se você consegue dar foda-se pra tudo isso... Cara, é mais The Messenger. Mais fases fodas com um level design pica, mais colecionáveis escondidos pra te recompensar no fim caso tu pegue todos, e mais oportunidades pra se sentir imparável batendo em tudo e pulando nos momentos certos pra alcançar todos os lugares. Como o próprio jogo diz: "espero que você não sinta que seu jogo teria sido melhor sem uma história secundária tropical".

Picnic Panic é só um conteudozinho extra. Desnecessário talvez, porém mal não faz.

Sunset Overdrive pode resumir muito bem o que eu chamo de jogo carismático, ele não me fez refletir, sofrer e muito menos apegar, mas me prendeu o suficiente para as horas passarem sem minha percepção e para alguém que tem controle de sessões, isso é algo incrível.

Com a nova tendência de jogos sentimentais muitas vezes a diversão que antigamente era extremamente presente se tornou um ponto de interrogação e normalmente, tudo o que conseguimos pensar é em qual novo triste e desolado enredo dedicaremos as próximas 10-20 horas da nossa vida. Seria hipocrisia de minha parte reclamar ou chamar tal tendência de ruim, afinal meus jogos favoritos são sentimentais, porém as vezes é necessário ter noção que a diversão ainda faz parte essencial desses núcleos e não existe nada melhor do que explorar tal coisa uma vez ou outra.

Inicialmente, a ideia de um jogo me obrigar a ficar em movimento não pareceu tão favorável, para quem passou anos jogando fps as combinações de movimentação simples sempre se destacavam, então quando Sunset jogou no meu rosto que TUDO seria aberto para correr, andar e girar a minha mente teve um pequeno bug. Inclusive, isso me fez desistir do jogo duas vezes, porém como 2023 está sendo uma surpresa atrás de outra decidi novamente brincar com jogos que pensei ter abandonado indefinidamente e o resultado está sendo surpreendente.

Preciso destacar que o enredo inicial é bem chato, as piadas não parecem crescer e o humor é bem parado no tempo o que na teoria faria toda a campanha ser estilo alguns lançamentos atuais (que eu detestei), mas para minha surpresa ocorreu totalmente o oposto e a cada novo ato o jogo se tornou um resumo do que gostaria de ter observado nos exemplos recentes. Infelizmente, nem toda diversão é universal e por isso, entendo totalmente quem odeia as piadas sobre ser um jogador dentro de um jogo e não tiro as palavras de problemática em certos comentários.

Outros fatores positivos e que me conquistaram logo de cara foram a dublagem carregada de nomes populares e importantes da indústria brasileira e a soundtrack que se relacionou totalmente com a temática do jogo deixando aquele gostinho de apocalipse diferente e engraçado.

Os pontos negativos podem se resumir a dois essenciais para a gameplay e enredo:

- A quantidade de coletáveis no mapa sendo divididos em 4-5 elementos com 150 unidades, não sendo necessário coletar todas, mas suas localizações são os únicos investimentos fora a compra de roupas e armas, tornando toda a ideia de sair matando inimigos um pouco estranha já que não existe necessidade para quem não quer fazer 100%.

- A falta de um controle de enredo também é péssima para a questão exploração, impossibilitando muitas vezes a identificação do que é missão secundária e o que é principal, sem falar que apesar de único, a parte de gerenciamento de personagem e armas é bem confusa.

Mesmo com esses problemas Sunset Overdrive é uma recomendação obrigatória pra quem quer se divertir sem precisar ficar carregado psicologicamente ou enjoado de fazer as mesmas coisas por várias horas seguidas.



Quando Far Cry 6 foi lançado em 2021 muitas análises diziam que ele era “mais do mesmo” ou que “estava na hora da franquia acabar, pois eram apenas remakes péssimos do terceiro título” e por algum tempo optei por evitar a existência desse jogo e aceitar que a opinião geral também seria a minha, mas com as promoções da Ubisoft e minha intensa vontade de jogar algo só para descontrair acabei encarando o monstro diretamente.

De modo geral, não sinto que esse jogo tem tantos problemas em relação a bugs, na verdade acho que foi um dos jogos mais bem otimizados da Ubisoft ou talvez me acostumei com a diversão de ver coisas aleatórias acontecendo.

A gameplay é aquela básica do Far Cry 5 e mesmo com a tentativa de variar colocando armaduras, níveis e melhorias, o resultado continua o mesmo coisa graças a falta de recursos, possibilitando o jogador criar um único tipo de armamento e seguir a campanha inteira matando todos os inimigos. Um outro ponto negativo em relação a isso foram os inimigos em helicópteros e aviões, pois com a mudança de vida ficou quase impossível matar qualquer personagem atravessando o vidro desses dois tipos de transporte, o que tornou certas partes chatas e repetitivas.

Uma das coisas mais interessantes e positivas que ocorrem com o jogo foi a utilização de uma protagonista real, com voz, personalidade e enredo. E mesmo Dani não sendo surpreendente ou marcante para o mundo em questão de representatividade, ela foi essencial para o carisma e diversão, sendo a alma do jogo e tudo o que rodeia Yara. Apesar de ter sido parte importante, Dani cai no mesmo enredo típico de qualquer protagonista de Far Cry, ou seja, só está ali para matar, destruir e se divertir, o que curiosamente também tem uma ligação muito importante com o enredo e faz com que a parte final se torne mais aceitável.

Em relação ao enredo não tenho como descrever sem falar que tal sistema caiu no típico problema dos jogos mais populares: você tem um início e meio forte e divertido, mas que por péssimas decisões acabam gerando um final horrível e pouco satisfatório. Inclusive, o ponto de virada para o final foi tão péssimo que me fez correr sem me importar em apreciar o incrível ambiente.

É engraçado que ao mesmo tempo Far Cry 6 possui um dos melhores elencos de personagens secundários dos jogos da Ubisoft e até aqueles que foram pouco aproveitados ou difíceis de engolir ainda conseguem ser marcantes o suficiente para te fazer revirar os olhos ou correr para se divertir com mais um enredo louco.

Far Cry pode não ser a franquia favorita de muita gente, mas é quase impossível não concordar com a popularidade merecida de seus vilões que até hoje são referencia para muitas pessoas. O problema é que neste jogo não temos um nível de interesse ou de desenvolvimento suficiente para realmente continuar a ‘linhagem’. Inclusive, dependendo de onde e como você comece a jogar o enredo e os próprios inimigos perdem sentido e força, tornando tudo uma bagunça que tenta miseravelmente reproduzir o carisma do antecessor.

No fim, Far Cry 6 desenvolve um dos melhores elencos da franquia, mas ao mesmo tempo falha em reproduzir com grandes melhorias os pontos positivos dos jogos anteriores, fazendo o jogador se perguntar qual realmente seria a sensação se o jogo tivesse alma, carinho e um pouco mais de paciência.

Com a quantidade de lançamentos diários, muitos jogos passam despercebidos pelos olhares humanos e curiosamente conforme sua idade, eles ficam aptos a entrarem no famoso grupo de “jogos bons e desconhecidos”. Posso achar o termo brega e não muito abrangente, mas não tenho como contrariar ou refutar, pois com a dominação de AAA e AA, jogos de menor investimento devem ter a questão sorte para a popularidade.

Apesar de ser um lançamento de 2023, já posso considerar The Tartarus Key mais um integrante desse grande grupo e mesmo que futuramente ele possa furar a bolha, acho que dificilmente terá o apelo de outros que tiveram tal sorte.

No jogo, controlamos Alex Young, uma jovem que acorda em uma estranha mansão repleta de situações catastróficas e extremamente incomuns, munida apenas um comunicador o objetivo de escapar com vida se torna uma questão de tempo, atenção e cuidado.

O enredo é o ponto forte de The Tartarus Key e a cada novo quarto encontramos novos desafios e informações através de puzzles e armadilhas que desafiam a mente dos amantes do gênero. É óbvio que como em todo jogo com foco em puzzles, o cansaço mental é o maior inimigo e por ter jogado em um momento complicado acabei não prestando tanta atenção, mas graças ao sistema de salvamento acabei conseguindo criar caminhos diferentes que me levaram a finais diferentes.

Por ser um jogo que destaca resoluções, Tartarus não possui combate e inimigos diretos, mas não deixa de assustar, intrigar e instigar. Acredito que o estilo de jogos dos anos 2000 auxilia muito a transmissão da ideia e o torna interessante o suficiente, porém algumas texturas me deram dor de cabeça, o que pode ser um ponto de alerta para algumas pessoas.

Seus personagens conseguem acompanhar muito bem a sensação dos jogos antigos, sendo personalidades comuns, mas extremamente caóticas. Por várias vezes consegui sentir aquele carinho que esses jogos passam através dos diálogos e atrelar isso a genialidade de prender todo mundo em um único lugar é a receita perfeita para criar um núcleo secundário de respeito.

Mesmo sendo um jogo que ficará escondido por muitos anos, acredito que The Tartarus Key é mais um ótimo lançamento, porém em nosso caso o preço dificulta muito a recomendação de lançamento.