Blackwell Legacy está longe de ser horrível, mas é perceptível a falta de dinheiro para polimentos em certas partes como sons, voz e enredo.

Meu maior problema com o jogo foram os personagens principais sem conexão e nem desenvolvimento, o que pode ser relacionado com a duração total do jogo (3 horas). Além disso, a produção de voz não teve um tratamento merecido, então por diversos momentos o áudio parecia que estava explodindo.

A gameplay e os desafios são bem tranquilos, então não existe nada muito difícil e nem muito fácil (lembra bastante os clássicos do gênero).

No geral, o jogo é muito interessante e consegue te prender por causa da protagonista e do próprio enredo, porém a falta de um tratamento de qualidade fez os pontos positivos se perderem em partes essenciais.

Forgive Me Father é mais um FPS do gênero "boomer shooter" que está em amplo crescimento nos últimos tempos e de certa forma é um daqueles obrigatórios para quem quer conhecer mais o estilo.

O maior destaque do jogo definitivamente é o seu estilo artístico que passa uma sensação de ser desenhado a mão e ao mesmo tempo "cartunizado e lovecraftiano". Inicialmente não parece que essa combinação estranha dará um ótimo resultado, porém conforme vamos jogando fica perceptível a ótima escolha.

Em relação ao enredo e personagens, é de conhecimento popular que no estilo eles não são muito explorados (o que sempre é meu ponto negativo), porém conseguimos sentir um pouco da personalidade conforme o tempo, mas não espere nada profundo ou bem desenvolvido.

A gameplay como é típica do gênero não decepciona e consegue entregar bastante diversidade com habilidades, armas e inimigos. Uma pena que conforme o tempo passa a repetição e a sensação de "esse jogo já devia ter acabado" aumenta, então não pude aproveitar tanto dos dois últimos mapas e inimigos.

Tenho uma relação de amor e impaciência com esse jogo, pois as primeiras horas são extremamente divertidas e o enredo interessante. Porém, a minha vontade de pular logo pro segundo e a repetição intensa de missões secundárias estragaram totalmente a experiência (pela segunda vez).

Sério, quem pensou que seria incrível colocar as mesmas missões em um mapa enorme? É verdade, foi a Ubisoft...

De qualquer forma, futuramente pretendo dar uma outra chance, mas por enquanto vou adiantar o segundo e aproveitar ao máximo com tranquilidade (ou tentar pelo menos).


Não posso falar muita coisa em relação a uma comparação com os outros jogos da franquia, pois esse foi meu primeiro contato. Contudo, apesar de não entender muito do enredo graças a falta de explicações eu me diverti bastante e até criei carinho por alguns personagens.

O jogo não tem uma soundtrack presente e falha bastante em alguns pontos do combate, o plot também tem vários problemas e a falta de explicações em certos acontecimentos pode deixar muita gente confusa. Inclusive, essa falta de contexto me obrigou a fazer uma pesquisa para realmente entender o enredo geral.

O interessante é que mesmo com todos esses problemas, os personagens conseguem segurar tudo com tranquilidade. Cada um tem sua personalidade que mesmo caricata consegue prender de uma forma absurda.

Mas, entendo e apoio totalmente as pessoas que dizem ser um péssimo jogo para uma franquia antiga.

Poderia resumir As Dusk Falls como um jogo com um início forte e incrível, mas que se perde rapidamente quando decide abordar temas extremamente batidos nos meios de comunicação.

De fato o jogo tem um estilo não muito explorado e isso me fez gostar bastante logo de início, acredito que tenha relação principalmente pela facilidade que conseguimos absorver os sentimentos e expressões dos personagens nos momentos de tensão.

Já sua gameplay é aquele clássico estilo de escolhas com tempo e os eventos de apertar um botão seguindo ordem ou com velocidade, nada fora do padrão ou repetitivo ao ponto de me fazer ficar enjoada.

Em relação a seu enredo, As Dusk Falls é dividido em dois "livros" que nos colocam na visão de dois personagens diferentes, o que não deveria ser um problema certo?

Bem, gostaria de concordar com isso, mas infelizmente enquanto o primeiro livro é absurdamente tenso, melancólico e com escolhas que ferem os adultos, o segundo é... Infantil. Entendo que tentaram passar as duas visões de uma família e o de um jovem, mas imagine sair de um momento de vida ou morte para uma coisa de romance adolescente?

Pois é, essa segunda escolha de livro realmente não me interessou e por diversos momento me vi escolhendo opções que eu sabia dos possíveis finais só para acabar com a tortura.

Em relação ao ponto de virada, devo acrescentar que eles fizeram de uma forma bem básica e eficaz, nada muito cheio de enrolação ou problemas.

Por ser um jogo de escolhas nos esperamos diferentes finais, mas a resolução de alguns personagens me deixou desconfortável e não é em relação ao que acontece com eles, mas dá forma como mostraram. Sei que não existia muito o que desenvolver, mas eles mereciam um pouco mais.

Falando em final, fiquei satisfeita com o que peguei, não sendo difícil chegar em um "final perfeito", porém acho difícil tentar alguma coisa no futuro.

Apesar de combinar o estilo artístico com uma dublagem sensacional, esse jogo cai nos mesmos problemas que todos os meios de midia que tentam passar um sentimento impactante tendem a se jogar, e isso me fez perder todo o ânimo para realmente aproveitar o segundo livro.

Então acho que quando ocorre a divisão entre os livros, posso dizer que o primeiro é maravilhoso, assustador e muito realista, agora o segundo por quebrar toda a construção do primeiro se torna mais um estorvo do que continuação.

As Dusk Falls merece muito mais reconhecimento e não deveria ser chamado de jogo com gráficos powerpoint, mas espero que se tivermos uma continuação que eles mudem esse estilo novel adolescente e se mantenham no lado mais adulto.

2022

Um point and click bem interessante, mas que infelizmente não conseguiu me prender.

O jogo tem uma ambientação bem conhecida, misturando um futuro capitalista, tendências tecnológicas e o adorável estilo clássico dos indies, porém isso não é o suficiente para ser interessante.

Em 2 horas de jogo não consegui me sentir conectada com o tema de luto e investigação, os personagens não me passaram sensação nenhuma e era como estar presenciando um filme obrigatório para a escola.

Um outro fator importante foi que o jogo não tinha som e mesmo após reiniciar várias vezes tudo se resumia a um silêncio absoluto.

Já a gameplay, posso dizer que é um teste de paciência pra quem for jogar no controle, pois o ponteiro se movimenta muito lentamente e a passagem dos textos quando não automatizada parecia travar, o que me fez por diversas vezes ficar apertando o botão repetidamente.

Apesar de achar todo o conjunto bem interessante, Norco não é meu tipo de jogo e acho difícil tentar mais uma vez.

Nunca fui uma criança muito voltada para contos de fantasia, meu amor sempre foi pelo estranho, desconfortável e por isso, passei grande parte da minha juventude lendo contos de terror, deixando pouco espaço para Alice no País das Maravilhas. O ponto positivo disso foi que tive a chance de experimentar Alice com um olhar puro, sem esperar nada e ao mesmo tempo esperando algo (e não fiquei decepcionada).

Alice: Madness Returns é uma sequência direta do American McGee's Alice e isso significa uma recomendação (obrigatória) para jogar na ordem. Infelizmente, não tive paciência pra tentar o primeiro ainda, então diversas referências e piadas foram perdidas, ao mesmo tempo que personagens conhecidos passaram despercebidos, porém mesmo sem entender muito do mundo instável de Alice, consegui me adaptar muito bem.

O enredo é algo bem bruto e o que se espera de uma versão gótica, sensível e mais realista da ideia de Wonderland. Apesar de clichê, Madness Returns trata de uma maneira bem diferente os temas de depressão, abuso e principalmente: trauma.

Não estou tentando passar a questão como um exemplo, longe disso, porém a forma como mostraram a Alice recuperando sua possível estabilidade inicial foi bem diferente do que temos disponível em grandes mídias, abrindo espaço para uma obra única.

Em relação aos personagens não tenho reclamações, todos bem diferentes seja em diálogos, animações e caracterizações. Isso reflete também nas roupas que a Alice veste durante os capítulos, capturando ainda mais a individualidade e importância de tais personagens.

Não posso esquecer de destacar o ponto mais importante que é a ambientação. Todos os capítulos se passam em locais completamente diferentes, o que novamente constrói ainda mais a ideia de importância. Além disso, é bem interessante observar como a cada novo ambiente a mente de Alice vai se deturpando e se tornando mais macabra ao ponto de nos perguntarmos se estamos realmente “evoluindo”.

Esses ambientes também nos mostram como a protagonista observa seu mundo e em como um trauma cria situações desconfortáveis tanto para quem está diretamente relacionado quanto para o observador, o fato engraçado é que esse ponto de desconforto conseguiu criar uma das ambientações mais interessantes e marcantes que eu já vi.

Infelizmente, o jogo não possui músicas marcantes e isso se tornou um problema enorme que acabou se atrelando ao principal aspecto negativo: sua duração.

Não sei ao certo o que os desenvolvedores queriam fazer, mas cada capítulo possui em média 3 horas de duração, totalizando 15 horas de campanha principal. E isso pode não parecer, mas conforme a exploração maior a repetição, fazendo o jogo se tornar maçante na reta final de TODOS os capítulos, sem falar nos desafios diferentes que apareciam e que no final não prestavam para absolutamente nada.

Pelo fato do jogo ser antigo já é de se esperar bugs, principalmente vindo de um jogo mais velho da EA que sabemos não ser a melhor em relação ao port. Felizmente não tive muitos problemas tirando algumas coisas em relação ao pulo que falhava algumas vezes e aos pequenos problemas de carregamento.

Alice: Madness Returns se tornou um queridinho meu e mesmo com todos os problemas acredito que essa seja uma das melhores adaptações de um conto. Uma pena a EA não ter interesse em investir em obras como essa.

She Sees Red é o meu primeiro FMV fora do âmbito do Sam Barlow e apesar de alguns problemas, fiquei bem satisfeita com tudo o que observei.

A atuação é o ponto alto de qualquer jogo desse gênero e aqui temos um exemplo maravilhoso disso. Mesmo se passando em um espaço pequeno, os atores souberam exercer muito bem seu papel e também conseguiram utilizar o que tinham de maneira exemplar.

O enredo também foi bem interessante, mas nada muito surpreendente ou fora do comum. Talvez a melhor parte se encontre nos diferentes finais, mas isso fica a critério de cada jogador.

Não encontrei OST memorável, mas todo o conjunto de ambiente, atuação e enredo foram bem desenvolvidos e intercalados, criando um contexto possível de se agarrar.

Em relação à críticas, achei alguns finais corridos e pouco explorados e, assim como o finais, acredito que o enredo poderia ter sido bem mais amplo e o sistema de pular as cenas mais útil e agradável.

No fim, She Sees Red conseguiu sustentar e me marcar o suficiente para continuar explorando esse estilo tão desconhecido e pouco popular e por isso, espero encontrar obras parecidas ou até melhores que essa.

Iniciei Road 96 achando que esse seria mais um indie simples que ficou no famoso "não sou popular, mas tive uma certa atenção" e acabei me surpreendendo com a qualidade que encontrei.

A ideia do jogo é fazer os jogadores assumirem diferentes jovens que buscam liberdade e autonomia, ao mesmo tempo que impõe a necessidade de escolhas, então não espere um jogo com gameplay incrível, pois ele é mais um simulador de caminhada. Inclusive, isso é uma das minhas maiores críticas, pois todas as rotas levam ao mesmo local, mas cada final difere e isso inicialmente pode ter sido uma boa ideia, porém com o passar do tempo a necessidade de voltar e refazer todo o caminho novamente se torna bem enjoativo.

Mesmo com essa questão negativa, os personagens secundários conseguem segurar o enredo muito bem e isso atrelado à maravilhosa soundtrack não deixou dúvidas em relação ao cuidado dos desenvolvedores.

Confesso que inicialmente não achei que me apegaria tanto a certos personagens, mas conforme fui progredindo acabei percebendo que até os "ruins" tinham seus momentos e foi impossível não me divertir.

Em relação ao enredo propriamente, posso dizer que ele é bem clichê, mas toda a combinação de ambientação, personagens e soundtrack criam algo único e difícil de reproduzir.

Mesmo sendo algo bem batido, Road 96 é uma aventura necessária em um momento como o nosso e espero futuramente voltar para pegar os outros finais.




Definitivamente não é um jogo desenvolvido para chamar a minha atenção.

Apesar de ter abandonado rapidamente, gostei bastante da ambientação, da irmã da protagonista e da gameplay, uma pena o jogo ser recheado de diálogos chatos que conseguem superar o nível Borderlands em 100 vezes.

2003

XIII é um jogo bem divertido, suas missões extremamente lineares e personagens cativantes conseguem dar ainda mais brilho ao enredo que possui muita influência do estilo James Bond e No One Lives Forever.

Uma pena o sistema de save ser um completo fracasso. Você pode salvar quantas vezes quiser e o jogo sempre vai te levar para o início da fase ou para duas fases anteriores, o que se torna ainda pior quando morremos depois de matar um "chefe", pois é obrigatório voltar toda a batalha novamente.

Apesar disso, valeu muito a pena aproveitar um pouquinho mais dos clássicos, uma pena não poder dizer o mesmo do horrível remake.

É um jogo bem interessante para quem gosta do estilo e junto com o humor Borderlands acaba sendo uma ótima forma de desestressar, porém achei o sistema de exploração, o mapa e a gameplay maçantes e extremamente enjoativos.

Apesar de não ser meu primeiro Boomer Shooter, posso dizer que Ion Fury conseguiu captar muito bem todas as situações que alguém passa ao entrar nesse estilo, sendo essas: frustação, felicidade, diversão e cansaço.

Não estou dizendo que o jogo é ruim ou a oitava maravilha do mundo, porém ele consegue cumprir muito bem seu objetivo (até o momento que você decide fazer 100%).

Apesar de não conversar muito, Shelly é uma das personagens mais estranhas que tive o prazer de conhecer, pois quase todas as suas falas são referências de outros jogos, filmes ou séries e mesmo assim o jogador consegue sentir e entender a personalidade dela, chega a ser estranho como isso acontece.

Sua gameplay como esperado é extremamente divertida, afinal quais são os pontos negativos de sair por um mapa desmembrando, matando e decapitando inimigos?

Apesar da gameplay ser boa, o jogo erra bastante em relação a dois aspectos: mapa e repetição. O mapa é praticamente inexistente e a quantidade de inimigos repetidos acaba deixando tudo muito mais enjoativo.

Um outro ponto que vale destacar é em relação as referências ou segredos do jogo, pois a quantidade exorbitante de pontos para encontrar em uma zona chega aos 90 (dividindo em 5-6 regiões) o que no início parece divertido, mas com o tempo passa a ser insuportável.

Já as referências aos outros tipos de mídia me impressionaram, tanto pela quantidade quanto pela qualidade. Inclusive, existe tantas coisas escondidas que até uma pintura ou um rabisco pode ter relação a alguma outra obra.

É perceptível que Ion Fury foi desenvolvido com muito amor e mesmo errando em diversos aspectos devo dizer que foi muito divertido acompanhar a loucura de Bombshell.

E que venha Phantom Fury!

Quem me conhece sabe que sou uma das poucas pessoas que não consegue engolir quase nada da franquia The Witcher, porém por algum motivo Thronebreaker me conquistou ao ponto de virar um dos meus jogos favoritos.

O enredo desse jogo é de deixar muitos outros no chão, suas decisões criam diferentes finais, a forma como você escolhe certas coisas consegue deixar o jogo em um nível de dificuldade enorme e obviamente, o impacto das suas decisões tanto políticas quanto pessoais de certa forma moldam o futuro da Rainha Meve.

A opção de uma gameplay estilo Gwent desagradou muitas pessoas e fez com que o jogo não se tornasse popular entre a comunidade da franquia, porém como uma adulta que gosta de experiências novas, posso dizer que fui bastante surpreendida com a qualidade. São puzzles que nos lembram jogos clássicos, filmes e até ditados populares, ao mesmo tempo que conseguem mesclar muito bem as diferentes combinações de baralhos onde cada jogador cria o seu.

Um outro ponto importante a ser destacado é a parte sonora, fiquei apaixonada por cada momento em que as diferentes músicas apareciam (principalmente na parte final).

Infelizmente, um dos motivos que mais me revoltou no decorrer da campanha principal foi a falta de salvamento manual. Entendo que eles tentaram reproduzir a questão de "escolhas importam", mas seria muito mais interessante se tivessem disponibilizado essa opção, pois o jogo sofre bastante com a falta de "explicação" em certos diálogos, ou seja, as vezes você clica em algo esperando uma outra possibilidade futura, mas acaba perdendo a chance de conhecer um bom personagem.

No geral, Thronebreaker é uma ótima entrada pra franquia The Witcher e ao mesmo tempo é aquele tipo de jogo que consegue te cativar pelo poder do enredo e de uma ótima protagonista rodeada de bons personagens secundários. A Rainha e companhia são os responsáveis por dar vida ao carisma do jogo, porém ela ainda cai no clássico "protagonista fora do padrão básico", o que não é ruim, mas também não se torna algo tão memorável.

É um jogo indie BR bem interessante, só faltou uma gameplay um pouco mais variada.

Seu enredo, ambientação, diálogos e soundtrack são excepcionais e conseguiram me prender até o fim, porém ele parece ser um jogo mais voltado pra quem gosta do gênero.