Spring Leaves No Flowers me deixou muito feliz. Enquanto o 2° jogo da trilogia era mais do mesmo, esse 3° muda muito. Dessa vez, a protagonista é a Manami e a história é sobre as suas dificuldades em descobrir as suas preferências. A troca de protagonista aqui é bem melhor utilizada do que no anterior e abre perspectivas muito bem vindas. Nos outros 2, a Manami era aquela amiga solidária mas meio ingênua, e vendo o seu ponto de vista, ela é tão cheia de ansiedade quanto as outras 2 e isso a deixa mais humana. A forma que retrataram ela se descobrindo foi o que me deixou feliz nesse jogo. Eu sou arromântico e assexual (vulgo: aroace), e quando vi que a história se tratava sobre essas identidades em específico fiquei animado, ainda mais porque aroaces tendem a ser pouco discutidos. As dificuldades de se assumir como tal e se abrir foram mostradas com muita delicadeza e sinceridade, e me identifiquei com a Manami nessa parte. Uma adição muito boa, foram as escolhas riscadas, pois reforçam os temas da história de uma forma interessante, sendo essas as opções que Manami mais tem medo de falar. Spring Leaves No Flowers pode não ter mudado a minha vida, mas me deixou contente com o que me mostrou e me faz querer mais histórias sobre se assumir como essa daqui.

Prós: Mostra um processo de se assumir com muito respeito; Manami ficou bem desenvolvida; Escolhas riscadas; Leitura não tão cansativa; Estilo de arte bem fofo.
Contras: Alguns errinhos de tradução no PT-BR.

Last Day of Spring é mais do mesmo, mas continua bom. Assim como no primeiro jogo (One Night, Hot Springs), esse conta novamente as dificuldades de Haru como mulher trans, mas dessa vez, pela perspectiva de sua amiga Erika. As tais dificuldades apresentadas não são muito diferentes de seu antecessor, mas esse dá uma diferenciada com a presença da Erika como protagonista, o que não achei melhor ou pior, só diferente. Dessa vez, a história é sobre as dificuldades sobre ser o amigo cis que quer apoiar um amigo trans, mas que não sabe como. Ainda retrata as coisas de forma doce e amigável sem desviar dos problemas e consegue ser educativo, mas com sinceridade e profundidade o bastante sem ser super didático. As personagens continuam gostáveis e a leitura continua com um ritmo sucinto o bastante pra não cansar. A arte continua agradável como sempre e gostei que as músicas aqui tem um estilo mais lo-fi. Last Day of Spring pode não ser tão diferente do anterior, mas isso não o faz ruim, pois ainda é uma experiência agradável que mostra os problemas retratados com empatia.

Prós: Problemas abordados com respeito e delicadeza; Até que é interessante ver as dificuldades da Haru pela perspectiva da Erika; A leitura não cansa tanto; As personagens continuam legais; Arte agradável; Músicas lo-fi.
Contras: Não muda tanto em relação ao 1° jogo; Demora um pouco pra chegar na 1° escolha que importa.

Lunistice é um platformer 3D competente. Esse jogo de plataforma é como se um jogo do final das vidas do 64, PS1 ou Sega Saturn fosse lançado nos dias de hoje e tivesse sido feito com speedrunners em mente. Os visuais são charmosos, com seu estilo que homenageia a 5° geração e paleta de cores agradável. A trilha sonora é boa, mas não é a melhor coisa. A jogabilidade é aonde ele brilha. Os controles tem um bom nível de peso pra fazê-los satisfatórios e um bom nível de velocidade pra deixar a jogatina legal. O Level-Design consegue ser tão bom quanto, com áreas extensas, inimigos posicionados pra tirar proveito das mecânicas e boas oportunidades pra skip se souber o que está fazendo. O jogo é bem curto, de uma forma até meio decepcionante, mas o pior é que ele esconde a última fase por trás de coletáveis, e como eu odeio quando jogos fazem isso, queria que ele fosse decepcionantemente curto mesmo. Os coletáveis até dão uma lore pro jogo, mas eu nem sequer dei bola. Mesmo com a boa gameplay de plataforma, Lunistice não tem tanta variedade nas suas mecânicas, e quando apresenta coisas pra variar suas mecânicas, acabam rápido, mas não me incomodei tanto com isso, já que não faz tanta diferença na qualidade da gameplay. O legal é que há 2 personagens secretos depois de zerar, e ambos se encaixam muito bem com as mecânicas dele. Lunistice não é um dos platformers 3D mais elaborados já feitos, mas gostei bastante.

Prós: Charme do visual 3D de 5° geração; Trilha sonora boazinha; Jogabilidade satisfatória; Level-Design bem feito; Personagens secretos.
Contras: Não há muita variedade em mecânicas ou inimigos; Lore e coletáveis forçados.

Isso não é bem uma review, tá mais pra um desabafo meu de uma experiência pessoal com esse jogo, mas tanto faz. Não vai ter nota ou qualquer outra coisa do tipo por não jogar esse game há cerca de 10 anos, então não vou poder escrever abertamente sobre isso.

Eu tive uma fase de Beyblade aos meus 10 anos de idade, e como vi que existia um jogo do anime que via na TV pro Nintendo DS, pedi pra que baixassem o jogo no meu R4 (não lembro a quem eu pedi, mas eu ainda não sabia como fazer essas gambiarras de instalar jogo nessa época). Eu fui jogar, e percebi que toda vez que eu perdia, a tela de seleção de personagem trancava todos os personagens disponíveis, me impossibilitando de continuar e ser forçado a resetar o game. Por muito tempo acreditei que era algum bug ou problema no download, mas depois de muito tempo eu fui me tocar que era um sistema de anti-pirataria, e me senti muito burro por não ter percebido. Aparentemente, fui tão mimado pela eficiência da pirataria do DS que não achava que algo assim poderia acontecer.

E essa é a experiência que tive com esse Beyblade de DS. Não me toquei que o jogo te forçar a fazer uma run sem perder era trollada dos desenvolvedores e fiquei muito tempo sem saber.

Moral da história: Antes de piratear um jogo, certifique-se se os desenvolvedores não guardaram uma trollada pros pirateiros.

Tales of Xillia 2 é uma sequência estranha. Assim como o primeiro jogo, Xillia 2 também é um JRPG com notáveis pontos fortes em meio a alguns poréns, mas de uma forma diferente de seu antecessor. O combate aqui continua tão fluido e gostoso quanto no primeiro, apesar da falta de poder trocar os personagens do grupo na batalha e no overworld ser um saco. Eu ouvia dizer que esse era um dos mais difíceis da série Tales, e eu não achei ele tanto assim quanto dizem. Se tratando dos chefes eu concordo com essa afirmação, mas achei que os inimigos normais continuam mamão com açúcar e a estrutura menos linear e mais aberta desse jogo não ajuda muito nisso, visto que é super fácil estar com 10 ou 20 níveis acima deles. As partes mais controversas do Xillia 2 são sua história e sistemas adicionais. O enredo, apesar de ter alguns momentos marcantes, é sufocado por uma estrutura episódica que não flui de forma orgânica, e mesmo os veteranos do Xillia 1 continuarem legais, os novatos faltam um tempero a mais. O sistema de dívidas que força o jogador a pagar uma agiota pra prosseguir é algo que separa as crianças dos adultos, e é compreensível o porquê de ser criticado, mas ele só foi um problema pra mim no começo, visto que é fácil ficar cheio da grana mais a frente e me incentivou a estar em sintonia com o game, mas nem isso o torna imune à críticas, pois eu tive mais problemas com a agiota interrompendo a jogatina pra te forçar a pagar do que precisar pagar pra progredir (felizmente, na reta final dá pra pagar a dívida sem obrigação). O maior problema pra mim foi o sistema de escolhas, onde o game diz que elas importam, sendo que 95% delas não importam e recorrem a atalhos preguiçosos. Enquanto a história principal é um tanto truncada, as Character Quests fazem um bom trabalho em desenvolver os personagens e dão uma boa continuidade pros arcos dos veteranos do Xillia 1. Tales of Xillia 2 não é para qualquer um e só serve para aqueles que amam o primeiro, tem pontos em que ele é melhor que o 1 e outros não, e complementa bem o seu antecessor nesse sentido e mesmo com suas decisões estranhas, não o torna menos bom.

Prós: Direção de arte tão boa quanto a do primeiro; Character Quests; A temática urbana de Elympios é legal e se destaca dos mundos dos outros Tales; As Dimensões Fraturadas são bem legais; Certos momentos do enredo são incríveis; Boa dublagem; O combate continua fluido como sempre; chefes desafiadores; tem um pós-game decente.
Contras: A trilha sonora continua bem qualquer coisa (apesar de algumas músicas novas serem legais); Elympios só tem 4 cidades; Estrutura narrativa truncada; As dívidas são bem 8 ou 80; Escolhas que mal importam.

Poinpy (ou Pompi no Brasil) é o jogo de celular que não sabia que precisava. O jogo é bem simples, é só jogar o personagem pra lá e pra cá num cenário vertical, e coletar frutas a tempo, antes que o bichão que te segue te mate. A jogabilidade é fácil de aprender, mas difícil de dominar, e cada aspecto foi muito bem projetado pra elevar a experiência. A verticalidade do espaço, o posicionamento dos inimigos, o tempo limite pra coletar os ingredientes e os combos que são possíveis depois de coletar os ingredientes necessários, incentivam o jogador a tomar decisões rápidas e entender as situações de forma intuitiva, e isso tudo dá uma ótima camada de desafio. Por ser um jogo que só pode ser baixado na Netflix (sim, agora ela tem jogo), acaba fazendo ele evitar armadilhas predatórias como anúncios e microtransações, já que não há nada disso aqui, mas dependendo da perspectiva, ser exclusivo da Netflix pode ser predatório de outro jeito. O meu problema é como ele lida com o pós-game. No pós-game você libera o modo infinito (onde não há tempo limite) e conquistas de zerar com "número x" de orbes, mas pra fazer isso o jogo te força a equipar itens pra acessar o modo ou reduzir o número de orbes, e se isso funcionasse como o Special Smash de Smash Bros, acharia mais aceitável. Poinpy é um dos melhores jogos Mobile que joguei na vida, com uma jogabilidade desafiadora e intuitiva, visuais e trilha sonora agradáveis e a falta das manias nocivas de jogos mobile da atualidade, e apesar da exclusividade da Netflix prejudicar a acessibilidade, não fez diferença nenhuma na sua qualidade.

Prós: A trilha sonora e o visual são bonitinhos; Jogabilidade intuitiva e desafiadora; Livre de anúncios e microtransações;
Contras: O pós-game podia ser executado melhor; Dependendo de como você olha, ser exclusivo da Netflix é um tanto questionável.

He Fucked The Girl Out of Me é uma experiência trágica e impactante sobre assuntos importantes. Esse é um jogo narrativo de gameplay minimalista que conta sobre as dificuldades da criadora durante a sua transição, de forma semi-autobiográfica. Isso é obviamente uma história trans e não serei um daqueles caras cis que dispensam esse tipo de narrativa por não se identificar com as situações. Os temas abordados são bem pesados, sendo esses sexualidade, prostituição e trauma. A dor que é transmitida pela narrativa é bem palpável, e ver como as tragédias da protagonista se desenrolam é deprimente. Ela não só sofreu com o preconceito com a sua identidade, mas também teve que recorrer à prostituição para pagar pelo seu sonho, com a sua saúde mental deteriorando e como os outros a desumanizam, vendo-a apenas como um objeto sexual. Mesmo que a narração e os diálogos não sejam super elaborados, eles fluem com muita naturalidade, sendo claros, concisos e não precisando descrever com tantos detalhes (como na maioria das Visual Novels). Outra coisa que me agradou, foi o seu senso de autoconsciência, com a narração humildemente admitindo que não mostra absolutamente todos os eventos de sua vida e que esse jogo não deve ser usado pra demonizar profissionais do sexo, e sem ser intrusivo. Outra qualidade é a sua direção de arte. Os visuais são um 2D 8-bits de Game Boy (tanto que a página do jogo até disponibiliza uma ROM pra jogar em emulador), que apesar de simples, captam bem as emoções das cenas e são bem compostos. Se tenho algo a reclamar, é o seu uso de trilha sonora. O jogo dura meia hora, e durante todo esse tempo não houve nenhuma música e teve apenas 1 efeito sonoro que me pegou desprevenido, e mesmo sabendo que o chip sonoro do Game Boy é limitado, não acho que seria impossível fazer músicas tensas que combinem com ele. Esse jogo é importante, por demonstrar facetas da realidade trans que não são muito discutidas e ser um bom exercício de empatia, e não importa se quem tiver contato for trans ou cis, ele é capaz de tocar em qualquer coração.

Prós: Visuais bem compostos; Tópicos abordados com a maturidade que merecem; Fluido e conciso no seu texto; Momentos autoconscientes que não são intrusivos.
Contras: Trilha sonora ausente (exceto por um único efeito sonoro)

The Bombs Have Been Dropped é estranho, e eu gostei disso. Também é outro jogo que eu joguei esse ano que está mais pra uma história (não tão) interativa, e que também não irei o diminuir por isso. A história é basicamente uma poesia surrealista sobre um pós-apocalipse nuclear. A leitura foi uma experiência legal, com o seu texto surrealista e mesmo não entendendo completamente, não tô nem aí. Me diverti bastante com as loucuras e até me tirou umas risadas e não liguei nem um pouco pra falta de coerência. O jogo tem uma única música de fundo, e é uma versão abafada e distorcida de uma música de Steely Dan, e como alguém que nunca ouviu Steely Dan (o máximo de contato que tive foi referências em Jojo), devo parabenizar essa obra por me incentivar a ouvir músicas dessa banda. The Bombs Have Been Dropped foi legal de ter experienciado, com todo o seu onirismo absurdista e desprezo à coesão, sendo engraçado, imprevisível e experimental.

Might Switch Force 2 também é um bom jogo. Os pontos fortes do primeiro jogo também se aplicam na sequência, como os gráficos charmosos, trilha sonora fenomenal, jogabilidade precisa, Level-Design bem construído e Puzzles bem elaborados. Os pontos fracos do 2 são o fator Replay ser mais fraco que o do 1, e basicamente ser mais do mesmo. Se quiser um jogo rápido para passar o tempo, Mighty Switch Force 2 é uma opção válida e você pode encontrá-lo por preços relativamente baratos na E-Shop do 3DS ou até na Mighty Switch Force Collection no PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch (que irônico).

Prós: Os gráficos 2D continuam sendo charmosos; A trilha sonora é tão fenomenal quanto a do primeiro; A jogabilidade ainda é simples e precisa; O Level-Design e os Puzzles continuam sendo bem elaborados.
Contras: O fator Replay é mais fraco que o do primeiro; Mais do mesmo.

PS: Sim, essa review também foi escrita no mesmo ano que a do primeiro, e novamente, o comentário da E-Shop envelheceu mal.

Mighty Switch Force é um ótimo Game. Seus gráficos 2D são charmosos, a trilha sonora é absurdamente fenomenal, contém Puzzles e fases bem divertidas e sua jogabilidade é muito precisa, apesar de simples. Pode ser que ele não tenha muito conteúdo, mas vale apena jogar, nem que seja por mera curiosidade e você pode achá-lo por preços baratos na E-Shop do 3DS, mas caso não tenha um 3DS, você pode jogá-lo na versão de PC ou na Mighty Switch Force! Collection, que está disponível para Nintendo Switch (um tanto quanto irônico, considerando que a palavra Switch está presente no nome do Game), PS4, Xbox One e PC.

Prós: Os gráficos 2D tem o seu charme; A trilha sonora é fenomenal; A jogabilidade é simples e precisa; O Level-Design e os Puzzles são bem feitos.
Contras: Fator Replay fraco.

PS: Essa review foi escrita antes da Nintendo não disponibilizar mais compras na E-Shop do 3DS, ou seja, em 2020, é por isso que o comentário sobre a E-Shop nela não envelheceu bem.

Resonance of the Ocean é uma experiência minimalista agradável. O jogo tem uma história meio vaga, mas não me incomodei ou dei tanta importância por ser mais sobre as vibes do que os eventos. O que ele se propõe a fazer é oferecer um ambiente sereno, proporcionado pelo local da ilha deserta, os sons e a arte, que achei bem agradável. Em jogabilidade não tenho muito a comentar, porque é so andar e pegar itens pra prosseguir e a falta de complicações é perfeitamente aceitável pelo minimalismo dele. Se eu olhar criticamente, esse jogo não é grande coisa e é apenas aceitável, mas não há problema nisso, e por ser descontraído e breve (dura uns 10-30 minutos), já é o suficiente.

Pump It Up Zero Portable é um port até que competente do Arcade pro PSP. Adoro a franquia Pump it Up e ter jogado games dela nos Arcades foi o que me fez despertar o meu gosto por jogos de ritmo. Os jogos que tiveram ports pra consoles são poucos, sendo estes apenas o Exceed e o Zero, e como nem sempre posso ir pro Shopping jogar no Arcade, jogar no conforto da minha casa parecia ser uma boa pedida. A jogabilidade já é o típico dessa série, com as notas aparecendo e você precisando apertá-las na hora e certa, e os comandos respondem bem aqui. Por mais que eu sinta falta do Dancepad, reclamar disso é injusto por ser um jogo de PSP e consegui me acostumar de boa. Mesmo não tendo muitos modos, Zero Portable traz formas de customizar as partidas que não possíveis nas versões de Arcade, como ter uma partida onde as notas ficam invisíveis, tem o dobro da velocidade e as posições invertidas, e até divertido testar essas customizações. As músicas também já são de praxe dessa série, com K-Pop, as músicas originais da Banya e músicas não coreanas, incluindo idiomas como inglês, francês, espanhol e até português. Eu gosto de suas músicas e me divirto ao ouvi-las, mesmo com algumas sendo um tanto qualquer coisa. De problemas a ressaltar, é que a seção de música Pop (não a de K-Pop, não confunda) é ridiculamente pequena e os preços dos itens da lojinha são altos demais pro pouco de pontos que você ganha nas partidas. Pump It Up Zero Portable pode não ser o mais polido e inovador jogo de ritmo, mas é aquele típico arroz com feijão do gênero que me satisfaz, e com a gratidão que tenho pela franquia, celebro a competência dessa versão portátil de bom grado.

Prós: Músicas boas; Controles responsivos e bem adaptados pro PSP; Jeitos diferentes de customizar as partidas; Bom desafio; As transições e a interface até que são legais.
Contras: Os videoclipes são 8 ou 80 (se bem que esse é um problema da franquia inteira); Seção de música Pop minúscula; Preços dos itens da loja são altíssimos.

Post-Disclosure, Devil's Night foi uma coisa que eu mais apreciei do que realmente gostei. Talvez esteja mais pra um livro interativo do que um jogo, até mesmo pros padrões de jogos desse tipo, mas não irei reduzir o valor da obra por causa disso. A história dele é sobre uma garota se encontrando com seus amigos online em uma festa de halloween na vida real. Como alguém que nunca fez amigos online (a única pessoa com quem fiz amizade online foi o meu cunhado), eu não me identifiquei com as situações do enredo. Eu sei que poder se identificar com uma história não é algo que a torna melhor ou pior, e sei que falar mal de uma por não poder se identificar é um tipo de crítica bem mesquinha, e não quero cair nessa mesma armadilha. A linguagem que o texto usa é próxima do romantismo, e pra quem curte esse tipo de escrita é um prato cheio, mas como não é o meu caso, não me agrada tanto. A forma com que a narrativa explora ansiedade é até interessante, com o seu uso do texto e das mudanças de cor do background, mas as relações da protagonista com seus amigos não foram tão bem exploradas quanto deviam. Eu sei muito bem que a forma que avaliei e critiquei ele possa ser meio injusta, e pelo que escrevi e pela nota que dei pode até afastar pessoas que poderiam até gostar e se conectar com esse jogo, mas não deixe que isso o faça evitá-lo. Post-Disclosure, Devil's night é uma obra bem específica, alguns irão se conectar com ela e outros não, e mesmo com as minhas críticas meio injustas, não tiram o seu valor, e caso queira tentar, você pode simplesmente jogar pelo navegador do seu PC e dura de uns 5-10 minutos, não irá te fazer mal algum.

Prós: O uso da ansiedade pelo texto é até interessante; A forma em que o background muda de cor dependendo das emoções da cena é admirável.
Contras: O texto é meio meloso; Os personagens não são tão bem explorados quanto deviam.

Butterfly Soup é charmoso, mas podia ser melhor. O jogo conta uma história de 4 garotas asiáticas queer na califórnia, em um time de baseball no seu 1° ano do ensino médio. A parte principal, que é a sua história, tenho sentimentos mistos. A narrativa aborda temas como racismo, abuso infantil e homofobia, mas com uma atitude otimista e carismática, e por mais que eu aprecie abordar tópicos sensíveis sem perder bom humor, não acho que esse jogo faz isso muito bem. A comédia, mesmo me fazendo rir algumas vezes, acaba sendo forçada com as suas tentativas de ser memética e suas referências à cultura pop. Quando resolve abordar tópicos sérios, acaba sendo mal desenvolvido e esses momentos são breves demais pra serem impactantes, além das subtramas envolvendo esses temas serem mal resolvidas. Mesmo com seus momentos de vergonha alheia, admito que as personagens divertem um pouco com as suas interações, mesmo que boa parte dos meus problemas com o humor venham delas. Outra coisa que incomodou, foi na trilha sonora. As músicas são de terceiros e os efeitos sonoros foram pegos de Ace Attorney, mas esse não é o meu problema. As músicas são muito baixas e os efeitos sonoros são inconsistentes, alguns sendo um pouco mais altos que a música e outros absurdamente altos. Mesmo com o seu roteiro fraco e tom inconsistente, ainda respeito Butterfly Soup pelo seu charme e suas boas intenções.

Prós: As personagens conseguem divertir; Os exageros conseguem ser ocasionalmente engraçados; As músicas até são boas (mesmo não sendo originais do jogo); Aprecio que tenham focado numa comunidade asiático americana (apesar de não aprofundarem tanto); Tem opção pra idioma português.
Contras: Os diálogos conseguem ser dignos de vergonha alheia; Força a barra com memes e referências de Cultura Pop; Subtramas e tópicos abordados mal desenvolvidos; Volume mal regulado na trilha sonora.

Soul Eater - Battle Resonance é um jogo de luta de Anime onde as palavras chave são incompetência e economia de trocado. Mesmo tendo o charme da obra original, não é o suficiente para salvar o resto. O combate, apesar de que dá para se acostumar com ele, de boa, não o torna bom devido ao quão travado e limitado é o seu funcionamento. Além disso, as animações são péssimas, a trilha sonora tem discrepâncias em cada área e há pouco conteúdo para desfrutar, com a falta de um modo de treinamento sendo o pior pecado possível. Talvez até possa te divertir um pouco se for fã da franquia, mas mesmo assim, ele não oferece muito de substancial. Além disso, focar tanto em trazer referências para os fãs ao invés de oferecer uma gameplay competente é justamente o seu maior problema.

Prós: Até que tem um pouco do charme de Soul Eater; Não é injogável.
Contras: Animações duras e sem vida; Bagunça no áudio; Jogabilidade travada; Pouco conteúdo e ausência de modo de treinamento.

Caso queira a versão completa dessa review, aqui está o link: https://yansergamer94.blogspot.com/2022/10/survival-mode-especial-soul-eater.html