é um daqueles jogos tão simples que até uma criança entende o básico, que vai se expandindo em complexidade até que se torna deliciosamente complicado. acho que só não dou 5 estrelas por skill issue mesmo.

se a versão desse jogo mantida por fãs tivesse as quests e o combate que a versão oficial tinha antes de ser desativada eu iria surtar de alegria e jogar matrix online por 8000000 horas. eu não joguei na época mas vi vídeos. as vibes são imaculadas. eu amo essa ambientação. joguei a versão sobrevivente dele e fui tomada pela melancolia que vem no ato de habitar uma cidade fantasma que um dia foi habitada por outros usuários ao redor do mundo e npcs amigáveis e hostis. um dia o projeto do fã que está mantendo ele vai estar mais completo, e eu vou viver aqui de novo. eu aguardo.

fallout brotherhood of steel é pior que esse, mas pelo menos é bem mais engajante. dark alliance 1 só foi chato mesmo. eu comecei dark alliance 2 logo em seguida e é impressionante o tanto que ele começa melhor que esse aqui.

um fangame com artes muito boas, conceitos interessantes de gameplay e que consegue manter bem o humor por umas 4 horas. se fosse só isso tudo bem mas aí depois do chefe final o jogo começou a virar uma fanfic séria de touhou que parecia estar sendo completamente genuína em tentar me fazer sentir algo? eu amo touhou e tenho certeza que os criadores também, mas até eu me senti desconectada o bastante pra não querer jogar mais (eu to tendo paciência até pro maldito gacha de touhou. se esse jogo não conseguiu me manter mesmo depois de uma homenagem à "cirno's perfect math class" foi demérito do jogo mesmo).

eu não entendo exatamente qual era a ideia por trás da mudança do tom, e até que eu entenderia se isso fosse em si uma piada maluca e arriscada, mas a inconsistência tonal me incomoda bem menos que a inconsistência de qualidade. a partir do momento que ele começa a ser mais sério ele perde muito do seu charme e começa a ficar só cansativo. o que é uma pena!! a experiência até então foi boa. a queda que foi forte demais.

obviamente uma obra feita com mentalidades mais modernas que a original, exibindo até umas sensibilidades de rpgs modernos, como a interação entre os companions durante a gameplay, o que torna o tom um tanto destoante por ela começar IMEDIATAMENTE após a cutscene final do primeiro baldur's gate se você estiver jogando a enhanced edition. tendo dito isso, até que foi divertido. o pessoal da beamdog claramente se importa bastante com a série e conseguiu espremer bastante da infinity engine pra poder executar algumas partes mais ambiciosas dessa expansão (curiosamente pegando até alguns sprites de icewind dale pra compor os cenários). eu gosto como as dungeons de side quests tem puzzles similares aos da durlag's tower, uma das partes mais legais da expansão do primeiro jogo. e eu gosto da caelar argent como personagem. eu acho as motivações delas interessantes e o twist dela foi até legal.

ok. hora de ser meio escrota e discutir política. foi mal:
a personagem trans foi ok. é passável como uma história não ofensiva. mas é tão claramente obra de uma pessoa cis tentando imaginar uma narrativa sem realmente saber o que se passa na nossa cabeça que é um pouco engraçado. não sei se conheço alguém que teria muito carinho por um amuleto referenciando seu nome morto, mesmo estando ao lado do seu nome atual, mas é a busca por este amuleto que é o catalismo para a única caixa de diálogo que revela diretamente a sua transgeneridade. eu admito pode ser uma coisa da minha bolha, mas eu não imagino que a escritora dessa parte conheça mais de uma pessoa trans, e parte de mim tende a questionar quando pessoas cis demonstram interesse em escrever esses tipos de narrativa ao mesmo tempo que não aparentam tanto querer executar uma pesquisa, ou querer dar algo pra personagem que não seja intrinsecamente ligado ao seu gênero. qualé, tem uma infinidade de coisas na minha existência que vão além de eu ser trans. eu me senti mais representada dando uma cinta de troca de sexo pro minsc (eu removi a que estava no khalid) pq eu sou literalmente o minsc mulher. eu acho. francamente toda a controvérsia que veio sobre isso me deixa tão cansada. foi uma personagem que aparece no meio da história, some depois de umas falas, e nem é bem pesquisada, e ainda assim teve todo esse escarcéu. porra. arruma um emprego

engraçado como baldur's gate me faz querer falar sobre política. eu literalmente tento não engajar na maior parte do tempo mas nos dois jogos que eu decidi fazer review acabou que eu quis discutir isso um pouco. enfim. eu até gostei de siege of dragonspear apesar de perder um pouco da simplicidade do primeiro título e de ser um pouco mais linear, mas isso não arruína a experiência. só não supera a minha apreciação pelo rural pitoresco de baldur's gate 1.

eu aprecio muito jogos que tem um design similar a de um brinquedinho, daqueles com regras simples e intuitivas que você pega e fica distraída com a própria energia cinética da coisa. peguei ele pra testar rapidinho e acabei me apegando ao estilo.

eu joguei só um pouquinho da demo e não tenho familiaridade com os shin megami tenseis que inspiraram esse jogo, mas eu posso dizer que esse foi o meu goty 2023, pelo menos até agora. é muito óbvio o amor pelos dungeon crawlers e pelo universo de touhou exposto aqui. ele até tem as garotas do Unfinished Dream of All Living Ghost! eu vou dedicar meu tempo pra ele assim que puder.

puxei a versão de mega drive, cheguei na parte estúpida dos jets skis e abusei dos save states pra passar dela. peguei o warp e fechei o emulador. não tô nem aí se não cheguei no final do jogo eu só queria chegar mais na frente do que 90% das pessoas que jogaram esse jogo. eu sou a gamer ultra máxima

deixando uma cópia desse jogo na minha mesa da sala para ter conversas interessantes com minhas visitas

tem hora que eu fico impressionada com a quantidade de mecânicas que você pode implementar no ren'py. adorei a narrativa e a arte. as duas garotas são muito boas e u demonhinhu também.

eu ainda mantenho que as versões enhanced da beamdog são as melhores maneiras de se jogar baldur's gate hoje em dia, pela facilidade de aplicar mods, por ser bem mais fácil rodar um software feito em 2013 do que um do ano 2000, além da adição de um "story mode" que pode ser ativado e desativado a qualquer momento, que é uma benção para jogadores que não suportam as regras estúpidas da 2ª edição de DnD. tendo dito isso, me irrita muito como o conteúdo extra, mesmo que feito com boas intenções, é a parte mais quebrada desse jogo. múltiplos bugs, balanceamento esquisito e as quests são estranhamente rígidas em termos de escolha para um RPG que normalmente não tem esse problema.

a minha personagem é uma mulher atraída por outras mulheres, e a única opção de romance disponível para ela é uma personagem adicionada pela enhanced edition - a vampira hexxat - que possui alinhamento malvado e entra em conflito constante com uma integrante forte da minha party (mazzy), o que me forçou em vários momentos a ter que escolher entre as duas até o momento que eu tive de ceder e deixar a hexxat. o fato dela ser malvada não me incomoda (até porque as palavras "vampira lésbica malvada" ativa todos os neurônios que eu tenho), mas isso significa que eu tenho que escolher entre ter uma party em constante conflito (porque todo mundo lá é meio inclinado para o lado bom), ou então não engajar com a mecânica de romance do jogo original. eu estou ciente que como uma pessoa gay eu não teria acesso a isso na versão original do jogo (fallout 2 foi o primeiro jogo com casamento gay, e por mais que preceda baldur's gate 2 por 2 anos, essa escolha era longe de ser normal na época). mas ver que dois dos quatro personagens "romanceáveis" introduzidos pela beamdog são LGBT, mas que os dois são de alinhamento neutral evil, significa que você só vai poder engajar com um romance gay se você estiver pendendo pro lado malvado.

longe de mim querer acusar a beamdog de algo mais grave que um descuido de como essa escolha de design afetaria a experiência de roleplay de pessoas que querem ser gays e terem a mazzy como uma integrante do seu grupo (até porque eu joguei siege of dragonspear. eu sei que eles não sabem escrever gente LGBT). mas é esse descuido que acaba permeando todas as adições feitas na enhanced edition que incomoda. lendo os artigos da wiki de baldur's gate sobre as quests novas é impossível não notar os múltiplos avisos de bugs e erros de lógica que só podem ser remediados se o jogador seguir uma rota extremamente específica. isso acaba fazendo com que eu queira evitar completamente o conteúdo novo.

reitero que as enhanced editions são muito mais simples e recomendadas para um jogador de primeira viagem. mas essas coisinhas me incomodam ao ponto de querer fazer esse comentário aqui. agora com licença, vou continuar minha longa run de baldur's gate 2.

em termos de um elder scrolls, parece um jogo mobile. em termos de um mmo, é chato. em termos de um jogo online pra passar um tempo com a minha namorada, não tem emotes legais. se tem algo a elogiar, me lembra skyrim. mas eu não gosto tanto de skyrim também. tá difícil

Baldur's Gate 2 é longo. muito longo. do ranking de jogos que eu mais joguei (registrados no backloggd), a única run que eu fiz do jogo base se encontra na 4ª posição, atrás de Team Fortress 2 (que é online), Metal Gear Solid V (que eu fiz 100% - também foi o único jogo que eu tive no meu X360 por um bom tempo) e Fallout New Vegas (múltiplas runs). uma aventura massiva desse jeito obviamente não vai ser inteiramente perfeita, mas as coisas boas são muito boas.

o primeiro Baldur's Gate foi acompanhado pela expansão Tales of the Sword Coast que introduziu a masmorra Durlag's Tower, que chama a atenção pelo seu contraste com as outras masmorras do jogo base, que não possuem charadas tão cerebrais e elaboradas quanto as introduzidas pelo conteúdo extra, então foi bem gostoso ver como a sequência incorpora essa complexidade na estrutura de suas masmorras de maneira mais abrangente: Umar Hills e Windspear Hills prenderam a minha atenção ao ponto de ignorar as missões principais pela maior parte do meu tempo no capítulo 2, Spellhold tem momentos muito bons apesar de sua linearidade e aprecio como o The Abyss tenta incorporar consequências interessantes à dilemas morais, por mais que de uma forma um tanto básica. eu também gostei da missão especial para protagonistas druidas, por ter me dado oportunidades para realmente sentir na pele as conexões à natureza que definem a classe.

uma boa parte desse jogo é boa, mas acho que algumas partes poderiam ter sido podadas para que a experiência fosse mais consistente. em nenhum momento eu me deparei com algo que eu considero "muito ruim", mas algumas locações acabam não sendo muito interessantes em termos de variedade de quests e recompensas úteis, e a qualidade dos primeiros 3 capítulos é bem superior à dos 4 seguintes. dou destaque para a seção que se passa em Underdark, a locação do capítulo 5, que eu não gostei muito apesar de seu conceito interessante. eu também odeio as batalhas que envolvem algum otário jogando um feitiço de morte ou um Mind Flayer paralisando um personagem e comendo seu cérebro. enquanto jogava essas partes comecei a imaginar o quão engraçado seria uma boss de um JRPG que durante uma longa e complicada batalha pode ativar uma mágica chamada "Load State", que arremessa sem cerimônia alguma o seu alvo para o último lugar em que o jogo foi salvo. se esse conceito parece ser enfurecedor, é efetivamente isso que ocorre quando um desses dois eventos acontecem aqui. a introdução de itens e mágicas de ressurreição mitigam levemente esses momentos, mas o item tem uso limitado e as mágicas são para níveis mais elevados, e eu não gosto de ter que ficar catando todo item do inventário que é derrubado quando um personagem morre.

também não sou muito fã de que a única opção romântica para garotas é apenas um cara que eu nunca tive interesse nem de manter no meu grupo, mas eu já entrei nessa reclamação quando falei da Enhanced Edition. ah e os retratos dos personagens são tão feios. eu não tinha problema com os do primeiro jogo mas nesse aqui foi ruim. eu baixei um pack de retratos baseado em artes que a mangaká Ryoko Kui (leiam Dungeon Meshi!) fez dos companions do jogo para mitigar esse problema. recomendo se você for fã de Dungeon Meshi. se não for, porque você não lê Dungeon Meshi? a autora se inspirou em dungeon crawlers como BG e Dungeon Master para a construção do mundo! tem até um momento onde uma personagem menciona que magias de cura podem ser usadas em tortura, o que é algo que acontece em Baldur's Gate 2! leia Dungeon Meshi.

olha. eu passei 96,6 horas nisso. se eu não tivesse me divertindo eu teria parado. por mais que eu goste mais da simplicidade e a atmosfera rural do primeiro jogo, eu prefiro esse pelas masmorras, charadas e a variedade de interações entre os personagens. por mais que uma dessas interações fosse a Mazzy empatando a minha foda com uma vampira lésbica malvada MAS TANTO FAZ. EU NEM TÔ BRAVA. FILHA DA P

This review contains spoilers

eu gosto que o cenário é um vale montanhoso lindo cheio de detalhes indicando a presença das tribos da região, da caracterização do Joshua Graham, do uso da trilha sonora de Fallout 2 que me deu uma vibezinha gostosa e da limitação do peso do inventário no começo da dlc pra te forçar a caçar armas da região e ficar caçando fruta pra comer. a minha build em nv é meio survivalist então isso é algo que eu apreciei muito

o problema que eu tenho é que a decisão central da dlc é meio fraca no sentido de que uma das respostas é bem mais plausível que a outra. a grande mudança que você pode fazer no vale é apoiar o cara que quer que a tribo dele fique e contra-ataque uma tribo simpatizante à legião de caesar que quer matar um monte de gente ou apoiar o cara que quer abandonar o lugar porque ele não quer ver a tribo dele trocando uma vida pacífica por uma cultura baseada em guerra, o que até que é uma boa motivação, mas nesse contexto não funciona muito por conta da diferença da agressão feita por simpatizantes de (literais!) fascistas com a autodefesa das vítimas. isso machuca um pouco a importância do dilema porque um deles tá BEM mais certo, o vale tem fauna e flora boa o bastante pra se viver bem mesmo desconsiderando que o mundo lá fora é um wasteland desolado e pós apocalíptico. abandonar essa terra em geral não é lá a melhor ideia.

eu tinha achado meio esquisito que a dlc tem uma tendência não crítica com os missionários mórmons que tomam as decisões das tribos, mas de acordo com a wiki de fallout, as tribos eram pra ser etnicamente mixas (o que deixaria menos white savior) mas por conta de limitações da engine gráfica eles tiveram que deixar elas visualmente parecidas entre si. uma pena aliás, essa história soava bem interessante pela descrição dos desenvolvedores, mas pra variar a culpa disso foi de fallout 3. uau. quem diria

enfim achei ok só fiquei com isso na cabeça

ok pontos pelo conteúdo político e tal mas um jogo de protesto e de revolução do proletariado não tem direito algum de ser chato como esse jogo é.