o texto desse jogo tem tanta carga vinda das consequências de se viver em um capitalismo-tardio-pré-apocalíptico que eu não conseguiria discorrer apropriadamente sobre ele mesmo se eu me colocasse nessa função. tudo que eu sei é que eu gosto que cruelty squad é um immersive sim estilo thief (com foco em assassinato e ações perturbadas). a gente precisa de mais jogos estilos thief. eu gosto das vibes horrendas e do design de fases que consegue incentivar exploração e ao mesmo tempo me punir por enfiar meu nariz em lugares estranhos. o melhor de tudo é que essa contradição funciona dentro do loop de gameplay (já que você nunca perde muito progresso morrendo) e nunca se torna frustrante demais.

é um daqueles jogos que usam a dificuldade e seu design como uma piada feita às custas de quem o joga, e quer saber? é uma boa piada. são múltiplas boas piadas. eu gosto da fase que tem um trampolim insanamente forte no meio de um prédio que te atrapalha pra entrar na sala importante mas que te oferece uma ótima forma de escapar do caos causado por suas ações. amei bastante. um dia eu faço o conteúdo pós game.

um RPG no qual você aprende todo um sistema linguístico de termos específicos de uma espécie para poder se comunicar com ela, algo que é claramente inspirado em ultima underw-

eu tô jogando dmc3 mas eu vou abaixar a minha nota toda vez que o dante me matar em shin megami tensei nocturne. chefe ruim da porra. vai se foder dante

joguei através do parsec no computador da minha amiga e achei divertido o multiplayer, por mais caótico, desorganizado e mal cozinhado que seja. os chefes são bem ruinzinhos, em especial o último deles, mas a estética é bem bonitinha e eu até gosto das fases especiais de coleta de esmeraldas. não me sinto confortável em dar uma nota pq minha conexão ao parsec tava meio ruim (o que causa umas engasgadas durante a fase) e o modo multiplayer é meio insano demais para eu conseguir avaliar se eu gostei do level design ou não, mas tendo dito isso se você veio aqui dar nota baixa pra esse jogo enquanto deu 5 estrelas para super mario wonder é exatamente assim que o mundo vê você: 🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓🤓

se tivessem me dado esse jogo quando criança ao invés de guitar hero iii eu provavelmente teria conhecido a banda garbage mais cedo e minha estrutura cerebral seria completamente diferente

em uma noite de junho de 2023, eu pensei "caramba, eu devia jogar symphony of the night pela primeira vez pra ver como ele é". depois de pesquisar um pouco sobre o jogo eu descobri que ele é uma sequência de rondo of blood e que ele pega um pouco de influência de dracula's curse, então eu talvez devia jogar eles também né. enfim, quando eu percebi era 4 da manhã e eu estava baixando todas as roms dos castlevanias clássicos enquanto lia uma wiki falando sobre as timelines da série. por mais que todo esse trabalho pareça ser desnecessário, depois de chegar no final de symphony eu devo dizer: valeu a pena. ter o contexto da franquia ressaltou o quanto esse jogo é uma carta de amor para os títulos anteriores (e canônicos) da série.

do primeiro jogo, temos o jogo inteiro se passando no imenso castelo do dracula. do segundo jogo, temos a exploração não-linear e as soluções ocasionalmente obtusas, do terceiro temos a elaboração do personagem alucard, introduzido em dracula's curse e protagonizando symphony após acordar de um sono de 321 anos. finalmente, de rondo temos a arte elaborada, o plot e os protagonistas servindo como coadjuvantes. symphony of the night eleva todos esses elementos de forma tão potente que acaba se tornando algo diferente, ao mesmo tempo que familiar.

essa sensação tornou minha experiência quase que nostálgica, mesmo comigo não sabendo de quase nada sobre a série 4 meses atrás. eu amo symphony mesmo com uns problemas que eu tive: os momentos obtusos são meio frustrantes, o posicionamento dos inimigos ás vezes pareceu estar no piloto automático, a reviravolta no terceiro ato é interessante mas acaba estendendo essa parte um pouco demais, ao ponto que quase metade do meu tempo nesse jogo foi nessa parte, ao mesmo tempo que a falta de cutscenes meio que deixam esse trecho narrativamente murcho. isso até o confronto final, onde a história consegue em pouco tempo recuperar o folego e trazer uma conclusão muito boa. não tem problema que a tradução é meio esquisita, ela consegue transmitir muito bem a atmosfera gótica camp, e oferece ótimos momentos em seus diálogos.

"You claim to love the darkness. Go then and dwell there for all eternity!" meu deus alucard. ninguém tinha me avisado que você é tão legal assim.

eu amo esse jogo. a história, os belos cenários 2D e o uso de 3D em alguns detalhes como uma torre vista em um trecho do castelo, os controles e animações do alucard são mecanicamente e esteticamente excelentes, a Ayami Kojima completamente obliterou qualquer outro design de personagem dessa série devido à sua habilidade divina de desenhar bishounens e bishoujos maravilhosos e ricos em detalhes, o castelo é bem gostosinho de se explorar devido à maneira que as salas são conectadas através de suas ramificações.

talvez eu encontre metroidvanias melhores. mas castlevania sempre teve essa atmosfera gótica, recheada de elementos religiosos juntos de monstros esquisitos, e poucas coisas tem essa estética. então essa série sempre vai ter um lugar especial no meu coração por isso. também ajuda que todos os castlevanias que eu completei são jogos MUITO bons. vamos ver se isso vai mudar com os próximos que eu quero jogar.

surprisingly not the worst hack n slash you'll ever play

um ótimo jogo com um sistema de combate simples e interessante, dungeons complicadinhas (mas que até tem seu charme) e os piores bosses já colocados em um videogame.

eu devo dizer que como uma admiradora de mulheres (gay) eu aprecio o quanto do universo de Ys é regido por múltiplas deusas. é um detalhe que eu gosto.

por mais que esse jogo seja bem obtuso com as suas dicas, o que piora ainda mais com a tradução original do NES, eu acho ele interessante como um protótipo do estilo de gameplay que os castlevanias iriam incorporar mais pra frente. e jogar com um guia realmente me fez ver uns pontos positivos nele. no final das contas eu até me diverti mais que com o primeiro jogo. tudo bem se você discordar mas espero que esteja discordando por opinião própria e não por você deixar o angry videogame nerd dominar as suas takes de jogos antigos ok? bom jogo

esse joguinho foi lançado a menos de 2 horas atrás no fim do primeiro mês de 2024, mas eu já vou dizer que é meu jogo do ano.

esse aqui foi bem broxante. o primeiro jogo que deu continuidade ao design de symphony of the night deveria ser mais inspirado que isso, mas é só o sistema de cartas que é interessante, e ainda assim, ele está conectado com uma das minhas maiores frustrações com esse jogo: só é possível coletar cartas, poções de cura e antídotos através de drops aleatórios de inimigos. e a drop rate desse jogo é insuportavelmente pequena, algo que eu tenho CERTEZA que foi feito pra inflar artificialmente a dificuldade, mas que acaba também tornando a interação do jogador com o sistema mais interessante desse jogo dependente de sorte.

fora isso, esse jogo não tem swag NENHUM, o que pra um castlevania é um crime completo. os designs de todos os personagens são fraquíssimos, o que diabos é aquele vestido estúpido que a camilla usa? eu não me importo nem um pouco com o drama do protagonista com o coleguinha bravo dele. eu nem to mais irritada com esse jogo, tudo que eu tenho para ele é apatia. e francamente, isso é bem pior.

joguei quando esteve de graça na steam. criei minha personagem e antes de fazer qualquer outra coisa tive q reiniciar o jogo pra reduzir a resolução, pois esse mesmo computador que rodou Fallout 4 no high em 1080p não é bom o bastante pra esse jogo, aparentemente. quando abri ele de novo surgi na frente do vault e as palavras "Quest Completed!" apareceram na minha frente. eu pulei o tutorial inteiro e a premissa da história por completo acidente. ok então. tava sozinha. andei um pouco, fiz algumas missões tentando entender a história por contexto e pistas, me senti completamente miserável e exausta e fechei o jogo. "talvez eu seja só uma hater de Fallout moderno. eu não gostei muito do programa também, pelo que eu vi."

por eu ter comentado no twitter sobre esse jogo, uma amiga começou a conversar comigo. a gente marcou de jogar Fallout 76 juntas. e quer saber? eu peguei o apelo. me lembro da maravilhosa resenha do Noah Caldwell Gervais de toda a série Fallout, onde ele descreve 76 como "conteúdo de segunda tela", algo feito para a era moderna onde as nossas atenções estão constantemente divididas entre redes sociais e outras atividades. isso faz muito sentido pra mim: foi só quando eu estava acompanhando alguém, conversando sobre várias coisas que as atividades desse jogo não me deixaram com vontade de tirar uma soneca de 1 hora. por mais que isso pareça (e até seja) uma crítica disfarçada de elogio, umas duas semanas atrás eu joguei The Elder Scrolls Online com a minha namorada e mesmo com a presença uma da outra, ficamos incrivelmente entediadas.

Fallout 76 é um bom lugar pra se habitar quando se tem alguém ao seu lado, ao ponto de que ser melhor que o Fallout 4 base. vale a pena pelo preço que está considerando que ele ainda tem um monte de microtransação? claro que não. mas podia ser pior (The Elder Scrolls Online). me confirmou que eu não sou tão hater de Fallout moderno quanto eu pensei, afinal eu meio que gosto (um pouco) do jogo que os fãs modernos odeiam! na verdade eu não gosto dos NPCs interativos que foram adicionados depois que esses mesmos fãs reclamaram da falta deles. ah tanto faz. considerando que eu não gastei nada foi até divertido

um remake de rondo of blood só que ruim lixo e ruim. em um mundo justo o turbografx teria descido tanto a porrada no super nintendo que eles não teriam outra opção senão renomear super mario world para super waluigi sexy time. eu não sei onde eu tô indo com esse exercício mental

o fato de que essa dlc é melhor que o jogo base é o milagre mais enfurecedor possível. por um lado eu fiquei feliz que os pontos fortes de fallout 4 foram usados como base para uma história paralela que acerta nas coisas que ele erra. far harbor é engajante, interessante e bom de se jogar. tem diálogos bons, decisões moralmente cinzas e as batalhas mais desafiadoras da franquia. quando eu cheguei no final eu me senti revigorada com fallout 4, por um breve momento.

então eu desinstalei o jogo.

me lembrei o jogo base me deixou entediada e as dlcs restantes são estúpidas.

uma pena que a bethesda não decidiu encomendar um spin-off da série feito por outro estúdio, porque eu adoraria jogar esse jogo hipotético. imagina um fallout feito pelo estúdio spiders? pela larian? por um terceiro estúdio que faz rpgs modernos que eu não consigo lembrar agora? já parou por um momento para sonhar? eu sonho todos os dias.

se um dia aquele mod que coloca new vegas dentro de fallout 4 lançar eu vou ficar muito feliz.

eu gosto de imaginar que minha personagem foi morar com a marinheira e fez companhia para ela até o fim de seus dias.

é isso. esse é o final da minha personagem.

“system shock 2” (1998) é considerado um marco entre rpgs e immersive sims, as vezes competindo com deus ex como o melhor de todos os tempos. por conta disso, comecei esse jogo em paz com a ideia que ele seria bem diferente do primeiro system shock, que tinha se tornado um dos meus jogos favoritos. eu dei uma chance pra uma experiência nova que não ia ter muito do que eu gostava no primeiro jogo, como os controles que realmente me faziam sentir como uma ciborgue cheia de modificações cibernéticas. no final das contas o design de system shock 2 é MUITO sólido. eu gosto muito do sistema de pesquisa, que me forneceu alguns dos poucos momentos onde eu quis voltar pra andares anteriores atrás de recursos. eu gostei de fazer meu personagem ser um cientista hacker esquisito que utiliza dos conhecimentos dele pra usar armas exóticas e curar seus ferimentos quando come minhocas do chão. os cinco primeiros andares do von braun, a nave na qual o jogo se passa, são bem engajantes de se explorar. mas sendo completamente honesta, tudo a partir da segunda metade do jogo vai gradativamente caindo em qualidade, ao ponto que eu só continuei até o final para ver como que um confronto com a SHODAN seria aqui. narrativamente, system shock 1 terminou de uma maneira tão satisfatória mesmo com seu final anticlimático, ao ponto de me fazer querer jogar ele tudo de novo, enquanto system shock 2 me cansou faltando umas 10 horas para acabar. se eu não tivesse começado a colocar pontos em armas exóticas na reta final do jogo eu teria me divertido ainda menos.

e eu acho uma pena. eu queria que ele tivesse um efeito similar à minha primeira vez jogando deus ex. muito da escrita é engajante: as gravações que você encontra espalhadas contam suas próprias histórias interessantes, eu gosto que o antagonista principal é uma inteligência artificial com falhas deliberadas especificamente pela empresa responsável não querer que algo similar aos eventos do primeiro jogo ocorram, e a SHODAN tem ótimas falas derrogatórias direcionadas a mim, o que é sempre bom. eu acho que ela tinha que me diminuir mais.

eu gosto muito que no primeiro jogo a SHODAN não é apenas uma personagem interessante e bem escrita, que casualmente te coloca em situações mortais por não te ver como nada além de um inseto. ela também utiliza seu controle do lugar que você habita para agir como uma ótima designer de dungeon crawlers, daquele tipo que sabe exatamente o momento certo para colocar uma armadilha para pegar seus jogadores desprevenidos. isso tem a vantagem de gerar uma relação interessante e quase direta entre ela e a pessoa jogando. system shock 2 perde um pouco disso pelas razões narrativas que justificam a falta de controle da SHODAN, o que é compreensível, mas acaba diminuindo ela como personagem. no primeiro jogo ela faz um elogio sarcástico para um salto impressionante que você fez em direção à uma armadilha particularmente cruel plantada por ela. ela ameaça e cumpre. em system shock 2 ela pede para você pegar algo pra ela e quando você pega ela fala que vai te matar vai te destruir, etc. etc. aí ela te dá módulos para fazer upgrades e aí depois fica quieta por meia hora até essa exata situação acontecer novamente. não tem muito como culpar os desenvolvedores de narrativa, mas considerando o quanto que esse jogo se delicia na imagem da SHODAN, colocando ela na capa e dando à ela a primeira fala do jogo (ainda mais quando se considera que a presença dela nessa nave é tecnicamente um twist), é um tanto decepcionante a maneira que o impacto dela é reduzido.

me decepcionei um tanto com ele, mas está longe de ser um jogo ruim. eu só gosto mais do primeiro. e de deus ex.