no meio da minha jornada em baldur's gate 2 eu percebi que nunca tinha terminado a famosa "Durlag's Tower", que é a dungeon central dessa expansão do primeiro jogo, então decidi fazer uma pausa e carreguei um save antigo para poder fazer todos os andares da torre. e realmente, é uma das melhores dungeons que eu já vi, superando até algumas do segundo. se a expansão fosse só esse mapa eu daria uma nota bem maior, mas o conteúdo restante alterna bastante entre ok e frustrante (incluindo um chefe que faz um feitiço de silence, horror e um spell que te mata pra sempre¹ em 30 segundos, o que é a coisa mais estupidamente barata que eu já vi em um rpg) mas durlag's tower é mesmo um excelente desafio com puzzles muito criativos e interessantes.

¹normalmente tem como você reviver seus personagens, exceto se eles forem destruídos. esse spell te mata e te substitui por um ghast², te impedindo de ser revivido.

²não, não é esse ghast

como que esse é o angry birds com a terceira maior nota no backloggd? tá me dizendo que esse rpg mobile abandonware é realmente bom? eu deveria ir atrás de um .apk pra jogar isso? muitos questionamentos

eu ainda mantenho que as versões enhanced da beamdog são as melhores maneiras de se jogar baldur's gate hoje em dia, pela facilidade de aplicar mods, por ser bem mais fácil rodar um software feito em 2013 do que um do ano 2000, além da adição de um "story mode" que pode ser ativado e desativado a qualquer momento, que é uma benção para jogadores que não suportam as regras estúpidas da 2ª edição de DnD. tendo dito isso, me irrita muito como o conteúdo extra, mesmo que feito com boas intenções, é a parte mais quebrada desse jogo. múltiplos bugs, balanceamento esquisito e as quests são estranhamente rígidas em termos de escolha para um RPG que normalmente não tem esse problema.

a minha personagem é uma mulher atraída por outras mulheres, e a única opção de romance disponível para ela é uma personagem adicionada pela enhanced edition - a vampira hexxat - que possui alinhamento malvado e entra em conflito constante com uma integrante forte da minha party (mazzy), o que me forçou em vários momentos a ter que escolher entre as duas até o momento que eu tive de ceder e deixar a hexxat. o fato dela ser malvada não me incomoda (até porque as palavras "vampira lésbica malvada" ativa todos os neurônios que eu tenho), mas isso significa que eu tenho que escolher entre ter uma party em constante conflito (porque todo mundo lá é meio inclinado para o lado bom), ou então não engajar com a mecânica de romance do jogo original. eu estou ciente que como uma pessoa gay eu não teria acesso a isso na versão original do jogo (fallout 2 foi o primeiro jogo com casamento gay, e por mais que preceda baldur's gate 2 por 2 anos, essa escolha era longe de ser normal na época). mas ver que dois dos quatro personagens "romanceáveis" introduzidos pela beamdog são LGBT, mas que os dois são de alinhamento neutral evil, significa que você só vai poder engajar com um romance gay se você estiver pendendo pro lado malvado.

longe de mim querer acusar a beamdog de algo mais grave que um descuido de como essa escolha de design afetaria a experiência de roleplay de pessoas que querem ser gays e terem a mazzy como uma integrante do seu grupo (até porque eu joguei siege of dragonspear. eu sei que eles não sabem escrever gente LGBT). mas é esse descuido que acaba permeando todas as adições feitas na enhanced edition que incomoda. lendo os artigos da wiki de baldur's gate sobre as quests novas é impossível não notar os múltiplos avisos de bugs e erros de lógica que só podem ser remediados se o jogador seguir uma rota extremamente específica. isso acaba fazendo com que eu queira evitar completamente o conteúdo novo.

reitero que as enhanced editions são muito mais simples e recomendadas para um jogador de primeira viagem. mas essas coisinhas me incomodam ao ponto de querer fazer esse comentário aqui. agora com licença, vou continuar minha longa run de baldur's gate 2.

o fato de que essa dlc é melhor que o jogo base é o milagre mais enfurecedor possível. por um lado eu fiquei feliz que os pontos fortes de fallout 4 foram usados como base para uma história paralela que acerta nas coisas que ele erra. far harbor é engajante, interessante e bom de se jogar. tem diálogos bons, decisões moralmente cinzas e as batalhas mais desafiadoras da franquia. quando eu cheguei no final eu me senti revigorada com fallout 4, por um breve momento.

então eu desinstalei o jogo.

me lembrei o jogo base me deixou entediada e as dlcs restantes são estúpidas.

uma pena que a bethesda não decidiu encomendar um spin-off da série feito por outro estúdio, porque eu adoraria jogar esse jogo hipotético. imagina um fallout feito pelo estúdio spiders? pela larian? por um terceiro estúdio que faz rpgs modernos que eu não consigo lembrar agora? já parou por um momento para sonhar? eu sonho todos os dias.

se um dia aquele mod que coloca new vegas dentro de fallout 4 lançar eu vou ficar muito feliz.

eu gosto de imaginar que minha personagem foi morar com a marinheira e fez companhia para ela até o fim de seus dias.

é isso. esse é o final da minha personagem.

tem hora que eu fico impressionada com a quantidade de mecânicas que você pode implementar no ren'py. adorei a narrativa e a arte. as duas garotas são muito boas e u demonhinhu também.

eu tentei engajar com fallout 4 nos seus próprios méritos.

enquanto baixava os 30GB do jogo, me esforcei para adequar minhas expectativas: isso não é um rpg da obsidian/black isle. é uma "coisa" da bethesda pós-morrowind. é um looter shooter. a história é fraca mas não horrível. eu iria bootar ele pra testar minha placa de vídeo nvidia gtx 1650 nova, criar a mulher mais clockável e atraente possível e atirar um monte. não sabia se o sistema de assentamentos iria me atrair o bastante mas estava relativamente de mente aberta. eu sabia que não ia ter paciência com a história principal mas tudo bem, skyrim é aparentemente divertido de explorar mesmo ignorando a história principal, né? esperava uma diversão que não dependesse muito do meu cérebro.

eu gosto muito dos visuais do jogo. eu aprecio como o criador de personagem me permitiu fazer a garota clockável atraente que eu queria. a bethesda conseguiu fazer com que as armas tenham uma sensação boa ao serem usadas. diamond city é uma locação muito boa. eu virei fã da piper no momento que ela começou a me lembrar de uma personagem de touhou (com um tanto de nuance removida). tudo que fallout 4 tinha de fazer agora seria seguir a estrutura do terceiro jogo, te colocando em múltiplas sessões de combate que te forçam a lidar com a escassez de munição e inimigos esponjosos unidos por uma história não intrusiva. não é a melhor estrutura de gameplay, ilustrado pelos problemas que eu tenho com fallout 3, mas seria engajante o bastante para que eu pelo menos tivesse vontade de terminar a história principal.

o problema é que fallout 4 quer muito ser um rpg rico em história, mesmo quando todas as suas melhorias em comparação ao jogo anterior feito pela bethesda são mecânicas. atirar é bom. mas as escolhas de diálogos são limitadas, a moralidade continua maniqueísta como sempre e o a história do jogo utiliza a premissa de um pai/mãe procurando seu filho de gênero fixo, uma inversão direta do começo de fallout 3, onde você é um filho/filha procurando seu pai (gênero fixo), o que francamente não é substancial o bastante para não soar como uma repetição. a narrativa é levemente mais complexa e bem menos estúpida do que a do terceiro, mas parte do motivo de eu ter atingido o final original do 3 foi pelo quão foda-se ela se torna na segunda metade, pela falta de um termo melhor. por mais que isso pareça maluquice, eu prefiro uma história se desmantelando a cada segundo que passa do que uma história sólida porém vazia.

eu aprecio que a bethesda parece ter tentado desenvolver sua própria linguagem para fazer uma experiência que quer superar o terceiro jogo. se os pontos positivos que eu mencionei existissem num vácuo, eles teriam conseguido atingir essa meta. mas a narrativa é um tropeço. eu não preciso que rpgs da bethesda tenham histórias boas o bastante para se equiparar à trilogia "fallout 1, 2, new vegas", eu só adoraria que elas fossem engajantes.

esse joguinho foi lançado a menos de 2 horas atrás no fim do primeiro mês de 2024, mas eu já vou dizer que é meu jogo do ano.

deixando uma cópia desse jogo na minha mesa da sala para ter conversas interessantes com minhas visitas

e se eu te dissesse que esse NÃO é o pior jogo de todos os tempos?

jogando com a minha namorada para fortalecer os laços

apesar de não ser o meu castlevania favorito apenas por questões de estética, esse aqui é provavelmente o meu metroidvania/igavania favorito. o backtracking extremo e maçante dos seus dois irmãos de gameboy advance foi enxugado ao ponto da perfeição, de forma que nenhum dos momentos o qual foi necessário me irritaram. nem mesmo o único momento obtuso presente no jogo (algo que pode ser bem abundante nessa série) me tirou do sério. poucos jogos possuem "fases de água" que fluem tão bem quanto esse e a trilha sonora seria considerada boa até mesmo se não tivesse vindo logo após a penis music orchestra de harmony of dissonance. a narrativa consegue ser a mais envolvente e interessante da série até agora mesmo dentro de suas limitações. os chefes da reta final conseguiram atingir um nível mais próximo ao dos classicvanias, algo que é bom, apesar de ter me deixado bem frustrada em certas lutas. mas mesmo assim, eu vou guardar esse aqui no meu coração. eu quase comecei um new game + logo depois de ter terminado.

a primeira cutscene afetou a minha estrutura cerebral em minha tenra e altamente influenciável juventude (homossexual). é tudo que eu lembro dessa DLC pra ser honesta.

tecnicamente o primeiro crpg que eu joguei na vida. bem quebradinho mas mora no meu coração por ter sido tão intrigante para uma jovem julha mexendo no clickjogos.com no computador da tia dela

forte concorrente de metal gear rising na categoria "trilha sonora que eleva muito um jogo que já é fantástico por si só"