para uma pessoa como eu, que adora jogos ambiciosos demais para seu próprio bem, s.t.a.l.k.e.r. sempre esteve no meu radar desde que eu ouvi falar dele, e devo dizer: poucas coisas tem a vibe que esse jogo tem. eu amo chegar em um acampamento e sempre encontrar 3 carinhas ao redor da fogueira, um com um violão e outro com uma vodka. eu amo procurar artefatos espalhados na região, indo atrás dos esconderijos de corpos saqueados e correr de lobos selvagens no meio do mato bebendo energéticos. eu adoro que os lugares que os shopkeepers habitam tem toda uma ambiência sonora deliciosa de se absorver entre os períodos de tensão causadas pelas batalhas ou pelas explorações de prédios abandonados, que são os momentos que s.t.a.l.k.e.r. praticamente se torna um survival horror. por conta dessa tensão, eu sou uma defensora imensa do jank encontrado nas armas, que foram programadas de maneira tão bizarra que existem rumores até hoje sobre como elas realmente funcionam, um deles diz que suas armas dão mais dano na dificuldade máxima e eu meio que acredito nele pra ser franca. pelo menos é uma desculpa pra deixar ele mais desafiador, o que eu aprecio por complementar o tom da narrativa.

eu decidi jogar s.t.a.l.k.e.r. sem mods, nem mesmo aquele que retifica algum dos bugs mais agravantes (zone reclamation mod, caso queira o nome), parte por que eu gosto do humor que algum dos bugs trazem, mas também por um certo ceticismo da minha parte sobre o que os fãs consideram um "erro" ou não, que eu acabei criando depois de ver o que as pessoas consideram "mods essenciais" para fallout new vegas (eu odeio o projeto viva new vegas). jogar s.t.a.l.k.e.r. vanilla é uma experiência que eu diria que vale a pena se você tem paciência com jogos que se quebram fácil. eu amo os carinhas que ficam incessantemente repetindo uma frase quando eu entro no campo de visão deles.

na minha opinião o combate de s.t.a.l.k.e.r. funciona melhor quando ele é usado nos momentos mais survival horror, quando você precisa se defender de mutantes com habilidades sobrenaturais ou até mesmo de soldados que invadem os prédios e que vão atirar em qualquer coisa que se mexe na frente deles. mas o combate se torna bem menos interessante para mim quando começa a tentar fazer algo mais military shooter. eu já sabia que a reta final do jogo foca um pouco demais nisso, então eu já tinha em mente que eu provavelmente iria parar de jogar quando chegasse nesse ponto. o problema foi que eu me deparei com o maior glitch que esse jogo possui, que é tão intenso que até mesmo o mod de correção mais famoso deixa bem claro que não consegue consertar ele: meu computador começou a desligar sozinho com frequência depois de eu ter entrado em uma área nova. devo deixar claro: eu atingia 60fps constantes com os gráficos no médio, e eu já tinha passado 16 horas nesse jogo sem ter esse problema, mas s.t.a.l.k.e.r. aparentemente é infame por estressar hardwares e causar overheat, mas isso só passou a me afetar em uma área mais pra segunda metade da trama, que eu imagino que tenha passado menos tempo sendo otimizada, considerando a produção conturbada do jogo. após abaixar a qualidade gráfica (o que me deixou triste pois eu tava achando o jogo bem bonito) essa complicação foi resolvida. porém, tendo dito isso, nesse momento a cidade que eu moro está em uma onda de calor intensa, tão intensa que eu me encontro escrevendo essa review na frente de um ventilador no máximo. tão calor que eu tenho medo de ligar s.t.a.l.k.e.r. e voltar a ter esse problema mesmo com os gráficos no baixo. sim. eu já pensava que talvez iria engavetar esse jogo por conta das hordas de soldados com mega coletes de balas, mas o que me fez engavetar s.t.a.l.k.e.r. foi... condições climáticas. uau. calor é uma forma de radiação né? eu posso dizer que isso é irônico? se você entende química e pode me falar algo sobre radiação não me corrija. eu sou fã de fallout eu sei o que tô dizendo

mesmo com meu tempo cortado prematuramente, meu tempo com s.t.a.l.k.e.r. gerou momentos únicos, tensos e agradáveis que me deixaram apaixonada mesmo com as suas falhas de design. eu amo sua vibe e seus bugs quase na mesma intensidade e eu só diria que a experiência foi agridoce pelo meu medo dele ter causado legítimo dano ao meu pc (que já é bem velhinho. você provavelmente não vai ter esse problema com gráficos no médio). de toda forma, quando eu estiver em condições mais apropriadas eu talvez tente finalizar ele.

um ótimo jogo com um sistema de combate simples e interessante, dungeons complicadinhas (mas que até tem seu charme) e os piores bosses já colocados em um videogame.

eu devo dizer que como uma admiradora de mulheres (gay) eu aprecio o quanto do universo de Ys é regido por múltiplas deusas. é um detalhe que eu gosto.

fallout brotherhood of steel é pior que esse, mas pelo menos é bem mais engajante. dark alliance 1 só foi chato mesmo. eu comecei dark alliance 2 logo em seguida e é impressionante o tanto que ele começa melhor que esse aqui.

eu gosto da ideia de um jogo ultra violento em que você controla uma ninja bonita que utiliza da sedução junto de ataques letais que podem rapidamente remover a cabeça do adversário, com os gráficos distintos de ps2 e com um jankzinho incluso. red ninja proporciona isso mas com uns desafios de plataforma que vez ou outra são passáveis, mas que muitas vezes dependem de uma mecânica pouco polida de wall run, que deve ser executado sob o risco de cair em um precipício que te mata e te arremessa pro começo da fase.
até divertidinho. um pouco menos coomer do que a capa implica (ela nem tem esse decote no jogo) mas ainda um tanto coomer. mas não coomer o bastante pra me manter jogando lol

se a versão desse jogo mantida por fãs tivesse as quests e o combate que a versão oficial tinha antes de ser desativada eu iria surtar de alegria e jogar matrix online por 8000000 horas. eu não joguei na época mas vi vídeos. as vibes são imaculadas. eu amo essa ambientação. joguei a versão sobrevivente dele e fui tomada pela melancolia que vem no ato de habitar uma cidade fantasma que um dia foi habitada por outros usuários ao redor do mundo e npcs amigáveis e hostis. um dia o projeto do fã que está mantendo ele vai estar mais completo, e eu vou viver aqui de novo. eu aguardo.

this is the brazilian limbo of the lost

eu reconheci o sotaque brasileiro do narrador NA HORA. isso antes do charlie brown jr. começar a tocar no último volume e os efeitos sonoros estourados criarem a cacofonia mais bonita que eu já vi. obrigada wayneradiotv pela stream.


é um daqueles jogos tão simples que até uma criança entende o básico, que vai se expandindo em complexidade até que se torna deliciosamente complicado. acho que só não dou 5 estrelas por skill issue mesmo.

muito divertido. o loop de gameplay desse jogo é tão viciante que me assusta um pouco. por mais que elas sejam aleatórias, as dungeons conseguem se manter bem engajantes, o que foi uma leve surpresa. acho que é só o edgy anos 90 que data um tanto o jogo, mas fora isso diablo 1 até que se segura. eu gosto dos gráficos estilizados e dos npcs caricatos e charmosos da cidade. se um dia colocarem o diablo 2 na gog eu jogo hehe esqueci que pirataria existe. heehee

não deviam ter matado o porquinho. não quis ver o que tinha depois daquele momento quando joguei na época e muito menos agora lol

esse jogo é quase que completamente incompreensível mas eu peguei mais ou menos o jeito. tendo dito isso eu não teria jogado isso se não tivesse tanta arte bonita das garotas de touhou.

o mais recheadinho de coisa boa da era pc-98 e o que me fez perceber meu apreço muito forte pela estética dos touhous dessa época. jogar com a mima me fez ficar triste que essa é sua última aparição na franquia até agora. eu tenho genuíno ódio por aquela bala amarela longa teleguiada que a chefe final joga. é o único padrão de balas que eu não gostei. fora isso é um jogo bacana. talvez um dia eu complete ele sem continues.

eu tenho uma queda pela yuuka aliás.

inscryption é um jogo muito interessante que me deixou em dúvida sobre o quanto eu gostei ou não da experiência como um todo, mas que apesar disso vale muito a pena ser experimentado sabendo o mínimo possível. eu respeito o que ele tenta fazer e até admiro algumas coisas que ele conseguiu, e tem um roguelite de construir decks de carta bem engajante como a sua base, o que por si só já recebe uma recomendação minha.

a partir daqui eu vou falar sobre aspectos que são leves spoilers (na maior parte sobre gameplay, mas comentando um detalhe narrativo revelado no segundo ato da trama) caso queira jogar sem saber NADA mesmo.

acho que a coisa que me frustrou um pouco na maneira que o jogo vai entrando na rota metalinguística é que os outros sistemas de cartas usados não são fortes o bastante quanto o do primeiro ato. nenhum dos 2 atos seguintes atinge a elegância presente nas mecânicas usadas no começo do jogo, que envolve a formação de decks com a necessidade de constante sacríficio de cartas junto de diversas variedades complementares. a única coisa que os sistemas seguintes herdam é a relativa facilidade em criar um deck quebrado, algo que é interessante quando aplicado no começo, quando o jogo deixa claro que as regras estão constantemente te colocando em desvantagem, mas que conforme os aspectos roguelites vão sendo deixados de lado para dar enfase na história (que eu até gostei, apesar de ser um pouco ARG demais pro meu gosto), acaba trivializando um pouco demais as batalhas. no segundo ato eu pude me grudar em um deck que eu fiz relativamente cedo e completei a seção inteira com ele sem mudar quase nada. o sistema do terceiro ato não sofre tanto desse problema mas também não atinge a engenhosidade do primeiro, tanto que a gimmick do chefe mais interessante dessa parte quase não envolve as cartas utilizadas.

em conclusão, inscryption é um jogo que eu meio que gosto, apesar de ter me frustrado um pouco após abandonar sua mecânica mais interessante. mas eu não detesto o resto do jogo. como mencionei anteriormente, eu não sou tão chegada em pesquisar sobre ARGs para poder entender detalhes da história mas esse jogo até que esconde informações interessantes nesse método, que acabam não sendo supérfluas e que trazem um contexto interessante para a narrativa. eu gosto também dos puzzles do segundo ato e dos chefes do terceiro ato. a trilha sonora também vende muito bem o tom que o jogo segue.

acho que é isso mesmo.

surprisingly not the worst hack n slash you'll ever play

eu cometeria crimes por uma versão beta vazada desse jogo,,,